terça-feira, 29 de junho de 2010

Denúncia de estupro faz blog ultrapassar os 20 mil acessos em poucas horas

O polêmico blog Tijoladas do Mosquito ultrapassou a marca das 20 mil visitas poucas horas após ter denunciado o estupro de uma aluna do Colégio Catarinense. A menina de 13 anos foi violentada por colegas e um ex-namorado todos com 14 anos pertencentes a famílias de classe alta de Florianópolis.

O envolvimento de S.O.S, filho de um dos proprietários do grupo RBS e de B.M. filho de um delegado de Polícia gerou comoção na cidade principalmente entre alunos e pais de alunos das grandes escolas da cidade.

O assunto andava pela internet sem muitos detalhes e pessoas de outras cidades já comentavam o crime. Eu mesmo recebi um telefonema de Blumenau onde o meu interloctor dizia que na cidade o crime era "o comentário do dia" principalmente nas escolas tradicionais.

O envolvimento de pessoas de classe média e alta em crimes na maioria das vezes fica sem repercussão na imprensa mas cai no conhecimento público. Todos falam nomes e sobrenomes mas a imprensa normalmente silencia. A Justiça, geralmente atrelada e dependente desta imprensa, cumpre seu papel de lerdeza e arrasta os processos até que prescrevam e caiam no esquecimento público. Normalmente estes crimes acabam impunes e os culpados são enviados ao exterior para estudar e retornam quando tudo já foi esquecido. É assim que acontece.

Porém, o surgimento da internet e das novas mídias como os canais de relacionamento (orkut, facebook etc.) mudaram o poder das empresas que dominavam a informação. Isso está acontecendo agora, neste momento, quando uma enorme quantidade de blogs e pessoas estão publicando detalhes sobre o crime.

Este foi o caso do assassinato do colunista social Norton Batista da Silva morto a tiros, na noite de 15 de julho de 1989, no Centro de Florianópolis por um grupo de rapazes de classe alta e marginais. A imprensa agiu de forma parcial, sonegando informação e protengendo os assassinos. Principalmenteu porque um dos envolvidos era filho do proprietário do jornal O Estado onde Norton trabalhava.

Passados 20 anos do Caso Norton a RBS resolve revolver o assunto e publica matéria sobre o crime e a impunidade, porém sempre escondendo o nome dos envolvidos.

Como agirá a imprensa catarinense neste caso da menina do Colégio Catarinense? Praticará o corporativismo midiático protegendo os nomes dos envolvidos mesmo tendo entre eles o filho de um concorrente ? Esconderá o crime por ter sido praticado por alunos da escola mais tradicional de Florianópolis?

RBS desenterra Caso Norton 20 anos depois. Durante esse tempo todo silenciou protegendo o nome do seu concorrente Jornal O Estado. Leia abaixo matéria do DC:

12 de julho de 2009
CASO NORTON

Crime sem castigo
Assassinato de colunista social da Capital completa 20 anos quarta-feira, quando autores ficarão impunes

Na próxima quarta-feira, os assassinos do jornalista Norton Batista da Silva morto a tiros, na noite de 15 de julho de 1989, no Centro de Florianópolis, poderão ir para a frente de uma delegacia, estender uma faixa ou gritar em alto e bom som que são os responsáveis pela morte. No máximo, serão ouvidos e percebidos pelas pessoas. Como assassinos, estarão livres.

Policiais não poderão agir, pois 20 anos depois, a prescrição do crime prevista no artigo 109 do Código Penal assegura a eles a impunidade.
Um dos casos mais rumorosos da crônica policial catarinense, ocorrido na Avenida Hercílio Luz, no coração da Capital, entrará para a lista dos crimes impunes. Dentro da lei, se fosse condenado, o autor poderia pegar até 30 anos de cadeia. Leia matéria completa aqui.


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