sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CHEZ MOI!



Por Janer Cristaldo
Estou au bord’elle, la Seine. Daí bordel, segundo alguns filólogos. A Paris sempre é bom voltar. Nas últimas quatro décadas, tenho voltado quase todos os anos. Lembro que, após minhas primeiras viagens, escrevi artigo na Zero Hora, de Porto Alegre, intitulado “O Direito a Paris”.

Eu defendia então que visitar Paris era item que devia constar da Declaração dos Direitos Humanos. Jovem sempre escreve bobagens, é inevitável. Hoje, penso que Paris devia proibir a entrada de boa parte da humanidade. Paris é para quem a merece. Para quem consegue entendê-la, em sua cultura, arquitetura, história, artes, gastronomia, enologia. Quem não curte a bona-xira e não bebe, não come carne de porco nem frutos do mar, deveria passar ao largo.

Acabo de inaugurar a cidade no La Périgourdine, simpático bistrô colado a meu hotel, especializado na cozinha do Périgord, onde costumo degustar um foie gras divino. O restaurantinho está em uma das últimas ficções de Vargas Llosa, Travessuras da Menina Má. Pensei começar praticando meu esporte dileto, tomar uma cerveja na terrasse, sob um sol morno de inverno.

É minha concepção de paraíso. Frio, sol, cerveja, jornais e livros. E a vida passando à minha frente. Mas neva forte e a temperatura é de 0ºC, melhor ficar dentro do bar. Espero que no paraíso tenha boas livrarias e fartos quiosques ao lado dos botecos. Disse um escritor, já não lembro qual, que os americanos bons, quando morrem, vão para Paris. Sou brasileiro, ainda não morri, mas estou aqui. Leia mais. Beba na fonte.

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