sábado, 27 de agosto de 2011

O GOVERNO PARALELO DE DIRCEU

Da revista Veja

 
    Dá pra entender o estresse de ontem de José Dirceu. A reportagem de capa da revista VEJA revela que membros do primeiro escalão do governo, dirigentes de estatais e parlamentares - INCLUSIVE UM DA OPOSIÇÃO - se ajoelham aos pés do cassado, a quem ainda chamam de “ministro” e prestam reverências. É isto mesmo: o deputado defenestrado, o homem processado pelo STF e acusado de ser chefe de quadrilha é tratado por figurões de Brasília como um chefão — o Poderoso Chefão. Dirceu está bravo porque a reportagem é devastadora para a reputação da República e deveria ser também para ele e para aqueles que fazem a genuflexão. Vamos ver. Uma coisa é certa: a presidente Dilma sabe de tudo; tem plena consciência de que seu governo é assombrado e monitorado — às vezes com tinturas claras de conspiração — por um ficha-suja.

    A reportagem de Daniel Pereira e Gustavo Ribeiro está entre as mais importantes e contundentes publicadas nos últimos anos pela imprensa brasileira. Ela desvenda o modo de funcionamento de uma parte importante do PT e os métodos a que essa gente recorre. E traz detalhes saborosos: podemos ver as imagens das “autoridades” que vão até o “gabinete” de Dirceu, montado no Naoum, um hotel de luxo de Brasília, onde se produz, nesse caso, o lixo moral da República. VEJA conseguiu penetrar no cafofo do Muammar Kadafi da institucionalidade brasileira. Eis alguns flagrantes.




Anotem alguins nomes cargos e dia do encontro:
- Fernando Pimentel, Ministro da Indústria e Comércio (8/6);
- José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras (6/6);
- Walter Pinheiro, senador (PT-BA) - (7/6);
- Lindberg Farias, senador (PT-RJ) - (7/6);
- Delcídio Amaral, senador (PT-MS) - (7/6);
- Eduardo Braga, senador (PMDB-AM) - (8/6);
- Devanir Ribeiro, deputado (PT-SP) - (7/6);
- Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (PT-SP) - (8/6);
- Eduardo Gomes, deputado (PSDB-TO) - (8/6);
- Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (PSDB-TO) - (8/6)

    Esses são alguns dos convivas de Dirceu, recebidos, atenção!, em apenas 3 dias — entre 6 e 8 de junho deste ano. Leiam a reportagem porque há eventos importantes nesse período. É o auge da crise que colheu Antonio Palocci. Ele caiu, é verdade, por seus próprios méritos — não conseguiu explicar de modo convincente o seu meteórico enriquecimento. Mas, agora, dá para saber que também havia a mão que balançava o berço. Uma parte da bancada de senadores do PT tentou redigir uma espécie de manifesto em defesa do ministro, mas encontrou uma forte resistência de um trio: Delcídio Amaral, Walter Pinheiro e Lindbergh Farias - os três que foram ao encontro de Dirceu no tarde no dia 7. À noite, Palocci pediu demissão.

    Dirceu, então, mobilizou a turma para tentar emplacar o nome de Cândido Vaccarezza para a Casa Civil. O próprio deputado foi ao hotel no dia 8, às 11h07. Naquela manhã, às 8h58, Fernando Pimentel já havia comparecido para o beija-mão. A mobilização, no entanto, se revelou inútil. Dilma já havia decidido nomear Gleisi Hoffmann.

    VEJA conversou com todos esses ilustres. Afinal de contas, qual era a sua agenda com Dirceu? Gabrielli, o presidente da Petrobras, naquele seu estilo “sou bruto mesmo, e daí?”, respondeu: “Sou amigo dele há muito tempo e não tenho de comentar isso”. Não teria não fosse a Petrobras uma empresa mista, gerida como estatal, e não exercesse ele um cargo que é, de fato, político. Não teria não fosse Zé Dirceu consultor de empresas de petróleo e gás. Dilma não tem a menor simpatia por ele, e Palocci já o havia colocado na marca do pênalti. Mais um pouco de interiores?



Não está na lista de hóspedes. E a máfia
     O governo paralelo de Dirceu ocupa um quarto no hotel Naoum. Seu nome não consta da lista de hóspedes. A razão é simples. Quem paga as diárias (R$ 500) é um escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena, que também responde pelo salário de Alexandre Simas de Oliveira, um cabo da Aeronáutica que faz as vezes, assim, de ajudante de ordens do petista. Um dos sócios da empresa, Hélio Madalena, a exemplo de Oliveira, já foi assessor de Dirceu. O seu trabalho mais notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo Boris Berenzovski. Essa gente sempre está em boa companhia. Foi de Madalena a idéia de instar a segurança do Hotel Naoum a acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o quarto alugado pela empresa, mera manobra diversionista para tentar tirar o foco do descalabro: um deputado cassado, com os direitos políticos suspensos, acusado de chefiar uma quadrilha, montou um “governo paralelo”. A revista já está nas bancas. Leia a reportagem, fartamente ilustrada, na íntegra.

    Abaixo, segue um quadro com todas as áreas de “atuação” do “consultor de empresas privadas” e “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República. Se Dilma não agir, será engolida. Poderia começar por demitir Pimentel e Gabrielli. Ou manda a presidente, ou manda José Dirceu.




Giovani de Morais e Silva deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O GOVERNO PARALELO DE DIRCEU": A VEJA descobriu que José Dirceu, que é PTista, reune-se com PTistas!!!! Jornalismo de esgoto em uma atmosfera de intriga e mistério para enganar trouxa! 

renato deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O GOVERNO PARALELO DE DIRCEU": Meu caro Giovani:Acho que estes jornalistas malvados da Veja estão fazendo uma sacanagem com o coitado,o inocente,Zé Dirceu.Pô,o cara não usa sua influência no governo petista para ganhar uma grana suja com as suas assessorias,o cara nunca planejou e comandou o mensalão que distribuiu milhões roubados(não contabilizados,segundo Delúbio)e distribuidos aos seus comparsas.Conspirar contra a Dilma?Nem pensar.O Zé vai apoiá-la em 2014.Pode anotar aí Giovani,depois vc me cobra.Enfim,como diz aquela garota num video famoso na internet:O que estão fazendo com o Zé é uma puta falta de sacanagem!!! 

4 comentários:

  1. A VEJA descobriu que José Dirceu, que é PTista, reune-se com PTistas!!!! Jornalismo de esgoto em uma atmosfera de intriga e mistério para enganar trouxa!

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  2. Todos ficamos cada vez mais abismados com as falcatruas , negociatas, tráfico de influencia, corrupção ativa e passiva, cooptação visivel das lideranças do PT. Noutro dia, assistindo ao debate na TVCom, um cientista político apontava para dois dados interessantes: a) O PT deveria mudar a sigla para PTI - Partido do Tráfico de Influência (achei que ele jogou pesado na hora), mas agora tenho que concordar com a dedução fatidica; b) os pesos-pesados que estão no governo Dilma - Ideli e Gleisi, todos são marionetes de Lula e José Dirceu - então , elas não governam. Escandalosa constatação, o governo Dilma é um espectro do mensalão - a corrupção tomou conta e as facções criminosas estão dando as cartas. Este é um país de todos - os canalhas e corruptos.
    Nada surprendente.

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  3. Realmente, Canga, trata-se de jornalismo de esgoto: do esgoto que é Brasília e essa turma lá instalada. Pena que não temos o botão de descarga, pra mandar essa turma pra bem longe!

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  4. Meu caro Giovani:Acho que estes jornalistas malvados da Veja estão fazendo uma sacanagem com o coitado,o inocente,Zé Dirceu.Pô,o cara não usa sua influência no governo petista para ganhar uma grana suja com as suas assessorias,o cara nunca planejou e comandou o mensalão que distribuiu milhões roubados(não contabilizados,segundo Delúbio)e distribuidos aos seus comparsas.Conspirar contra a Dilma?Nem pensar.O Zé vai apoiá-la em 2014.Pode anotar aí Giovani,depois vc me cobra.Enfim,como diz aquela garota num video famoso na internet:O que estão fazendo com o Zé é uma puta falta de sacanagem!!!

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