domingo, 9 de dezembro de 2012

Decisão de Gavazzoni desmonta armadilha petista

"A CELESC vai se arrepender", diz a ministra Ideli Salvatti em entrevista ao DC. A ameaça de Ideli é pela decisão da Celesc Geração de não renovar, antecipadamente, contrato com o governo   

   Semana passada o presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, me contava sobre a vitória da Celesc Geração na justiça ao conseguir uma liminar para não assinar a renovação antecipada da concessão proposta pelo governo.
   Segundo Gavazzoni as novas regras propostas pela MP-579 não estão muito claras e embora o governo oferecesse 30 anos de renovação, antes eram 20, com as novas regras o faturamento da empresa cairia 79%. Ou seja, o faturamento que era de R$ 70 milhões/ano cairia para R$ 25 milhões.
   Antonio Gavazzoni me pareceu convicto da sua decisão e disse que preferia esperar -  faltam 5 anos para terminar o contrato atual - até o final do contrato quando as regras estarão mais definidas. "Tomei uma decisão técnica e em defesa o patrimônio da empresa pública", me disse.

   Embora a decisão de Gavazzoni tenha sido técnica, teve um efeito político muito importante. Santa Catarina foi o primeiro estado brasileiro a peitar e começar o desmonte da armadilha montada pela presidente Dilma para os governos tucanos do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
" Ou as grandes geradoras desses estados aderiam ao “plano” de barateamento da energia de Dilma e quebravam, ou faziam o certo, resistiam e seriam acusadas de estar contra o povo. Desde o início, o plano tinha laivos de aberta conspiração contra a economia desses três estados, de olho em 2014", escrevia Reinaldo Azevedo, semana passada em sua coluna na Veja. 
   O que a pricípio poderia parecer paranóia e bobagens da "imprensa direitista" acabou se confirmando pela boca da ministra Ideli Salvatti, ao confessar que o plano de Dilma, para o setor elétrico, é sim, eleitoreiro.

Veja abaixo: Por Daniela Roncaglia:
   A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) admitiu, nesta sexta-feira (7), que a presidente Dilma Rousseff poderá enfrentar na eleição de 2014, além da oposição, um candidato da base aliada. “Nós não devemos estar desatentos a candidaturas alternativas, que começam a se desenhar”, afirmou a ministra. Nesta semana, o governador Eduardo Campos (PSB-PE), que é apontado como presidenciável, fez duras críticas à política econômica de Dilma.
   Segundo Ideli, a eleição de 2014 já está na rua. “Dizem que a Dilma já subiu no palanque. Ora, a Dilma não saiu do palanque. A Dilma é a nossa candidata e tenta a reeleição em 2014, obviamente”, afirmou a ministra. Questionada quem seria esse possível candidato, a ministra disse que ainda é cedo. Ideli discursou de um evento do PT paulista com prefeitos e vereadores eleitos, que acontece em um hotel em Embu das Artes (Grande SP).
Chumbo
   Na sua fala, a ministra relacionou à eleição presidencial a decisão da Cemig e da Cesp, companhias energética de Minas Gerais e São Paulo, de não renovar concessão de todas as suas geradoras. Ambos os Estados são governados pelo PSDB. Na quarta, Dilma atacou a “falta de sensibilidade” dos governos tucanos e sinalizou que está disposta a bancar a redução de 20,2% da tarifa de energia. De forma indireta, Ideli criticou também o senador Aécio Neves (MG), provável candidato do PSDB à Presidência, pela decisão da estatal mineira. “O cara parece mais o presidente da Cemig do que candidato a presidente do Brasil”, disse. Segundo ela, a presidente deu uma “chapuletada” no senador tucano.
   Para a ministra, os tucanos irão tomar “chumbo” do PT na eleição. “A eleição já está na rua. E eles já tomaram chumbo em 2002, 2006 e 2010. E neste modelito, tucano bico longo, em 2014 tem a possibilidade bastante grande de tomar chumbo”, disse. Ideli ainda afirmou que o PT não pode ficar desatento aos ataques da “direita e seus adeptos”.
   “Eles não vão dar trégua. É muito importante saber com quem conta, onde está, porque está. E saber também quem é que vai nos atacar. Nós vamos ser permanentemente atacados”, disse.

2 comentários:

  1. A Dilma está certíssima.
    As geradoras estavam e ainda estão distribuindo bilhões em dividendos aos seus acionistas à custa da população.
    Além disso, a queda do preço da energia ajudará a controlar a inflação e a diminuir o custo brasil.

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  2. A Dilma está certa. As usinas da Celesc foram construídas há 50 anos e o investimento realizado está totalmente pago. A empresa ganha dinheiro enquanto a água passa. As tarifas têm que ser mais baixas. Além disso, empresa pública deve buscar o benefício público e não a maximização dos lucros de uma minoria. Os altos e indevidos lucros da empresa turbinam a corrupção. Para os corruptos, o lucro fácil é como a carniça para os urubus: de longe a farejam, rápido voam até ela e depois brigam entre si para ver quem come mais.

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