sexta-feira, 29 de março de 2013

Eletricitários deunciam descontrole da Celesc

Esta imagem que enche os olhos do leitor não foi produzida na Índia, Paraguai ou Indonésia. Isto é Celesc! É deste jeito que estão sendo tratados os compartilhamentos de postes na concessionária dos catarinenses!

  Compartilhamento de postes, segundo a definição da normativa I3130015, é "o espaço autorizado para o lançamento dos cabos das ocupantes em dutos da Detentora". Segundo esta interpretação, toda a empresa que deseja utilizar os postes da Celesc, deve apresentar um projeto para análise, uma vez que estes cabos exercem um determinado esforço sobre a nossa rede. Esta análise deve ocorrer em no máximo 90 dias. Após esse prazo, as empresas podem, em tese, lançar seus condutores na rede INDEPENDENTE da aprovação.   
    E aí começam os problemas: o número de empresas que ocupam nossos postes triplicou nos últimos anos. São empresas de Telefonia, TV a cabo, Câmeras de Vigilância e muitas delas oferecem os mesmos serviços, na mesma área de abrangência. Em contrapartida, a Celesc, que deveria aumentar a fiscalização destes, reduziu em todas as regionais o número de trabalhadores nas áreas de projetos, fazendo com que as análises fiquem represadas.
Diretoria anuncia redução de "caixinhas"
   A Diretoria da Celesc anunciou na última segunda-feira, dia 25, que reduziu a estrutura organizacional da empresa, extinguindo 15 cargos com função gratificada. Mas e o resto? O trabalhador mais atento com certeza lembra das 33 "caixinhas" criadas na gestão anterior. Sob o pretexto de "adequar a estrutura funcional da Celesc ao novo estatuto", foram criados 33 novos cargos de chefia. As famosas caixinhas. Nenhum diretor se manifestou contrário. À época, os sindicatos criticaram o inchaço da estrutura sem motivos. 
   Conforme matéria veiculada no Jornal Linha Viva nº 1120, a Celesc justificava a criação das caixinhas com a supressão das 3 presidências em uma. 
   Nossa crítica à época dizia: "transforma-se uma ação correta como a unificação das presidências em pretexto e a economia gerada com essa ação vira moeda para esbanjar gratificações, sem real necessidade para tal. Seria mais prudente a Diretoria reavaliar a remuneração das chefias, dando real valor ao trabalho de coordenação que estes empregados executam. Nessa linha, a Intercel defende uma politica gerencial que propicie a ocupação desses espaços por trabalhadores verdadeiramente capazes de exercerem essas funções, independente da filiação partidária ou das afinidades pessoais".   
   Além disso, para os sindicatos que compõem a Intercel, a estrutura anterior à criação das caixinhas já não era a ideal. O posicionamento dos sindicatos que compõem a Intercel mantém-se pela estrutura organizacional da Celesc com um único presidente e com apenas seis Diretorias para gerir a empresa. As várias assistências, assessorias, departamentos e divisões são desnecessárias se o trabalho for coordenado de forma correta. A verdade é que a crítica permanece a mesma. Depois de 1 ano, a ironia salta aos olhos no comunicado encaminhado ao mercado pela Celesc, justificando o enxugamento da estrutura: a necessidade de redução de custos. 
A criação dos 33 cargos de chefia somava uma despesa com gratificações da ordem de mais de R$ 1 milhão de reais. Agora, com a extinção dos cargos se propõem a reduzir R$ 720 mil em gratificações.
   O fato é que ainda é pouco. Os 18 cargos que restam devem ser extintos. A quantidade absurda de assessorias também. E aí o trabalho deve continuar: a criação de uma política gerencial que contemple as necessidades da empresa e as capacitações do corpo funcional da Celesc, mas que também estabeleça uma política de consequências para que os celesquianos que tenham função gratificada realmente façam a gestão de seus trabalhos e trabalhadores.    Que os cortes continuem, mas com responsabilidade. Do LINHA VIVA.

Um comentário:


  1. Essas distribuidoras de energia elétrica são muito mal administradas. A CEEE, por exemplo, mesmo depois de ter parte de sua estrutura vendida de forma nebulosa pelo governo brito ainda deve pagar anualmente ao sindicato TREZENTOS MILHÕES em indenizações trabalhistas. Algo há de podre ainda nessa empresa. Alguns segmentos dos meios de comunicação e mesmo na blogosfera há os que atribuem dificuldades dessas empresas ao fato de a Presidente Dilma haver desonerado as contas ao consumidor. Ocorre que tais desonerações são fruto da extinção de muitos tributos que digamos assim “engordavam” nossas contas ao final do mês e não se pode esquecer que quando ajustamos nossas contas com o Leão as contas de luz ficam de lado, ou seja, pagamos IR sobre tudo o que consumimos durante o exercício fiscal incluídos obviamente os tributos já recolhidos.
    Precisamos sim de uma urgentíssima reforma tributária para que o cidadão seja devidamente respeitado.

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