terça-feira, 22 de outubro de 2013

Teoria da Desesperança

Um projeto nacional naufragado em águas profundas 

“(...)para que possamos auferir os autênticos benefícios do capital estrangeiro - aqueles derivados do influxo da tecnologia em permanente renovação - necessitamos de uma política disciplinadora da entrada desses capitais. Permitir o seu influxo desordenado será seguramente privar o país, no futuro, das reais vantagens da cooperação desses capitais em setores de tecnologia menos acessível.”(Celso Furtado – Discurso de Paraninfo em 1959, em Minas Gerais – Da Objetividade do Economista)
   Por Eduardo Guerini
   
   Nunca na história desse país (em minúsculo) se viu tamanha empulhação econômica diante de um processo de concessão (privatização disfarçada) fruto da incapacidade do governo lulo-petista em assumir a debilidade estrutural em promover e impulsionar um projeto de desenvolvimento que garanta a soberania nacional.
   Não bastasse a insistente e falaciosa promessa de crescimento econômico - acima da média história não se realizar. As recorrentes revisões na previsão de crescimento, a redução drástica na capacidade de investimento social - resultando na primeira onda de manifestações, onde multidões exigiam melhoria na oferta dos serviços públicos essenciais - educação de qualidade, saúde e segurança eficientes, mobilidade urbana efetiva, etc. Os anúncios e projeções de mercado fazia que autoridades monetárias desmentissem sucessivas vezes o ministro da Fazenda e a ministra do Planejamento. O Pibinho e a crise de realização dinâmica estão sempre no horizonte da economia brasileira.
   Nessa flutuação levada pelos interesses eleitorais, o resultado da privatização no governo lulo-petista é mais uma peça que demonstra como lideranças políticas são cínicas e hipócritas na sua capacidade de governar , movida pelo interesse particularista. E assim, a história econômica brasileira continua títere das vontades externas , da lógica estruturante da globalização - abertura a fórceps de republiquetas latinas ao interesse dos grandes corporações. 
   O pragmatismo e monetarismo bastardo de autointitulados neo- desenvolvimentistas não passa de mais uma categorização daquilo que todo e qualquer economista aprende nas fase iniciais do curso de graduação – a ausência de um projeto nacional compromete o futuro de uma nação. Na ausência de um Plano de Desenvolvimento orquestrado politicamente , nos tornamos vítimas de um modelo econômico perverso . Continuamos nossa tendência histórica de republiqueta latina –dependente , periférica e miserável
   A privataria tucana entregou uma joia da coroa – a Vale do Rio Doce (nossa riqueza mineral), a privataria petista acaba de sacramentar a entrega da ultima joia da coroa ( a base energética), naufragando a esperança de um projeto nacional soberano nas águas profundas do pré-sal.

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