quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Rabo de foguete

   Por Leal Roubão*

   Desconfiam os entendidos que o avião em que estava Eduardo Campos pertencia aos usineiros do PFL. Neste caso, Marina Silva está em apuros, pois precisará de outras fontes para viabilizar uma nova avioneta. Afora a documentação da aeronave, Marina dispara como um foguete neste início de campanha. Tentam colocá-la em cheque com a questão do Banco Central atrelado ou independente do governo. Marina não brinca em serviço, pois sabe que o BACEN não emite talão de cheques. Logo...
   Não há duvidas de que ela conseguiu quebrar mais um paradigma. Acabou com a dualidade doentia entre PT e PSDB, dois partidos-governos que não tocaram na questão dos juros da dívida interna, cujo montante chega a R$ 250 bilhões anuais e que sangra a nação brasileira.
   Bancos não vendem bananas ou toalhas. Vendem dinheiro. E quando o governo passa a ser o maior comprador, os juros vão à estratosfera.
   Dívidas (interna ou externa), pobreza e degradação ambiental fazem parte de um mesmo diagnóstico. Quem deve não pode se desenvolver, não pode estancar a pobreza e não tem recursos para cuidar de seus jardins ou florestas. O patrimônio ambiental e humano é colocado a serviço do pagamento das dívidas. É assim numa família de agricultores, é assim numa sociedade endividada.
   Parece que Marina está conseguindo mostrar ao povo brasileiro a tênue ligação entre economia e ecologia. Não sabemos como agiria numa eventual vitória, mas sabemos que ela conhece (ainda que intuitivamente) as consequências da submissão da ecologia à economia.
   Aristóteles, em A POLÍTICA, ensina textualmente: Sempre que houver superpopulação haverá pobreza. E as consequências da pobreza são dissensão cívica e violência de todas as formas.
   Quando imaginava o conceito de superpopulação, evidentemente não pensava nos atuais sete bilhões de humanos no planeta. Mas, um excesso de gente em qualquer espaço natural incapaz de acomodar as pessoas com harmonia, habitação, alimentação, trabalho, educação e lazer.
   Parte da direita brasileira que apostou em Eduardo Campos, continua com Marina da Silva porque precisa dela para o segundo turno. Imaginavam que daria Aécio e Dilma na final.
   O problema é que o caroço ficou maior do que o abacate, como diria o Doutel de Andrade.    Agora, a coisa pode complicar. Marina da Silva adquiriu personalidade política própria e robusta.
   Vamos ver no que vai dar...


Nenhum comentário:

Postar um comentário