sábado, 13 de setembro de 2014

As origens da família Roubão


      Tia Veralba Roubão, nascida em Lisboa no século 19 casou-se em Cádiz, na Espanha, com Pepe Afanarez em 1876.

    Foi uma das maiores festas matrimoniais da região sul da Península Ibérica. Os Afanarez são de linhagem antiga. A primeira notícia que temos, oficial, foi de Juan Afanarez, pirata espanhol que roubou uma nau do bisneto de Francis Drake, famoso pirata inglês do século XVI.
   

   Os Afanarez fizeram fortuna nos mares do sul. Tanta fortuna que afanar virou verbo em Portugal e no Brasil. Sobre os Afanarez, falarei mais a frente.

   Nenhum dos Roubão estava em Lisboa. Ficamos sabendo que estavam veraneando no Algarve e que seríamos bem recebidos em sua casa de praia. Assim, hoje iremos jantar com a Tia Laura Roubão, prima do Leal. Veja a casa da família em Vilamoura, aqui ao lado do Faro, onde chegamos.

   Foi nesta piscina que aconteceu o maior rebú em 1957, quando Manoel Afanarez Roubão, completamente bêbado, confundiu as águas da piscina com o mar português de Sagres.


   Onde Fernando Pessoa escreveu:
   Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.


...e Manoel, bêbado, declamava achando que estava à beira do mar de Sagres, o mar grande, o mar gordo de Portugal.

   Os Afanarez Roubão eram ricos e cultos. Ricos porque sempre roubaram e cultos porque tinham tempo para ler. Alguns chegaram a praticar desonestidade intelectual, como Jonas Roubão, por exemplo, que plagiou Camões.

   Amanhã ou depois publicarei fotos da família em férias no Algarve.

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