terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Leopoldo Federico, lenda argentina do bandoneón, morre aos 87 anos

   Conheci Leopoldo Federico em um show de tango e de jazz no Centro Cultural Torquato Tasso em San Telmo, Buenos Aires. Foi uma noite memorável. Federico era o último grande maestro de orquestra de tango tradicional da Argentina.

Notícia do G1
Diretor de orquestra morreu neste domingo em hospital de Buenos Aires.
Músico brilhou ao lado de nomes como Ástor Piazzolla e Julio Sosa.

   O reconhecido bandoneonista e diretor de orquestra Leopoldo Federico, uma das maiores figuras do tango argentino, morreu neste domingo (28) aos 87 anos em Buenos Aires, informou a Associação Argentina de Intérpretes (AADI) em comunicado.

Federico, que presidia a AADI, morreu nesta madrugada em um hospital da capital argentina onde estava internado.

Começou na música ainda adolescente e brilhou ao lado de nomes como Ástor Piazzolla, Julio Sosa e Mariano Mores. Em 1958, fundou sua própria orquestra. Entre suas obras de mais destaque estão "Que me juzgue Dios", "Cabulero" e "Al galope".

Além disso, Federico foi um dos músicos convidados do documentário "Café dos Maestros" (2008), dirigido por Miguel Kohan e com Gustavo Santaolalla como co-roteirista. A produção foi exibida no Festival de Cinema de Berlim.

Ao longo de sua carreira, recebeu várias prêmios, entre eles dois Grammys Latinos. O músico foi declarado cidadão ilustre de Buenos Aires em 2002.

Cangablog 

sábado, 19 de junho de 2010

Esta noite...(parte I...e última)


Quando acreditei que tudo nesta noite estava terminado. Que nada mais iria me surpreender, de repente, ao chegar no hotel, aconteceu!

Saí de um show de jazz e tango no Centro Cultural Torquato Tasso em San Telmo. A dica veio por e-mail da jornalista Gisele Teixeira do blog Aquí me quedo. Assistimos dois músicos fantásticos: Luis Salinas e Leopoldo Federico. Teatro pequeno, 200 pessoas no máximo, acústica impecável com ambiente extremamente aconchegante.

Fizemos reserva e chegamos uma hora antes. Fila pequena, éramos os únicos brasileiros no lance. Entramos e fomos encaminhados par uma mesa com quatro cadeiras. Ao sentarmos fomos informados que teríamos de compartilhar a mesa com mais duas pessoas. Isso me incomodou. Quando fui falar alguma coisa o rapaz disse:

és el sistema de la casa.

Nunca se sabe "quem vem para jantar" mas fazer o quê?
Logo chegou um casal para sentar conosco. Como cavalheiro que sou, levantei e ofereci a cadeira para la señora.
Nos apresentamos, falei que éramos brasileiros e o Ruben (esse era o nome do meu futuro amigo) falou:

Somos argentinos. Então é só não falar de futebol que ficará tudo bem.

Pôrra! Já senti ali uma pequena falta para cartão amarelo. Afinal eles estão com 6 pontos. Duas vitórias. Sei, claro, ainda nos falta um jogo. Bem, não falamos de esportes em geral. Começamos pelos nomes, de onde somos, filhos, netos (Vantagem nossa. Eles tem três filhos e nem projeto de netos).
Resulta que o casal era de Santa Isabel, uma pequena cidade da província de Santa Fé. Conversa vai, conversa vem e eu já estava com sede. Propus então, já que tinhamos que compartilhar a mesa que compartilhásemos um vinho.
Pedimos um cabernet sauvignon de La Linda, cave de Alícia Arizu que vem a ser a esposa do produtor do Luigi Bosca um dos excelentes vinhos produzidos hoje na Argentina.

Após os shows tomamos mais um vinho e a emoção começou a aflorar. Estávamos emocionados com a apresentação da orquestra de Leopoldo Federico. Quatro violinos, dois celos, um piano de cauda e quatro bandoniões.
Quando tocaram La Cumparsita, para encerrar, me disse Ruben:

- Este es el hino del tango!

Aí é pra matar!
Charlamos
 mais um pouco e o papo caiu inevitavelmente no futebol. Amigos que estávamos, tudo eram gentilezas e alegria. De repente, uma daquelas promessas que faço "na festa" e depois tenho que correr atrás para cumprir:

Se a final for entre Brasil e Argentina vamos a Santa Isabel para assistir com vocês.

Imediatamente nos ofereceram a sua casa para ficarmos, que segundo eles ficou grande demais depois que os filhos cresceram e se foram morar em Rosário.
Nos despedimos, caminhamos algumas quadras nas ruas de paralelepípedos de San Telmo até encontrar um táxi.
Passamos no Walker (pub/restaurante ótimo na nova peatonal da Reconquista) para comer algo e fomos para o hotel.
Eram 2 e meia da manhã. No lobby tem um bar com um belo balcão. A Gisa subiu e acabei travando uma conversa com um recepcionista da noite. Ele estava com dois livros na mão.
Um de poesia. Me disse que era de um guri que veio da Espanha e escreveu a sua biografia em versos.De La Coruña, era. Peguei o livro, Memórias de um Rosto na Escoltilha, dei uma olhada e achei bem interessante. Ele começou a me falar sobre o personagem e a ler alguns poemas. Ouvi com atenção e de repente ele não lia mais e recitava os poemas como se fosse o proprietário das letras, das palavras dos versos.
Perguntei como sabia tudo de memória.

Porque esse personagem sou eu.
Respondeu.
Bem, pedi a saideira e subi. Ganhei um livro autografado e estou me deliciando com as poesias de Francisco Lópes Santos. Um poeta. Um amigo. 








músico foi declarado cidadão ilustre de Buenos Aires em 2002.

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