terça-feira, 17 de março de 2015

Caminhando sob chuva...

Bruno Ropelato/ND
  Por Hélio da Costa Almeida

   Parecia que ia ser um fracasso. Quando o céu acinzentou nós pensamos que a chuva iria acabar com a brincadeira das elites brancas de Florianópolis, uma elite que mama no dinheiro público, como nós do PT queremos mamar. Nossa cúpula já conseguiu. Nós ainda não.
   Ficamos atordoados com tanta gente. Pensávamos que iria aparecer meia dúzia de gatos pingados. Foram milhões de pingos na cabeça de milhares de pessoas. Para nós foi uma lição de mobilização. As elites aprenderam a protestar. Havia gente de tudo quanto é tipo, sobretudo da classe média que já foi nossa aliada quando falávamos em decência, ética no poder, igualdade nos direitos, distribuição de renda, isonomia e todas as bandeiras do novo Brasil.
   Foi a maior passeata que a cidade já experimentou. Sem pagamentos, sem sandwiches de mortadela, sem promessa de cargos comissionados.
   A nossa Dilma está encurralada. Se vai  para as ruas é vaiada. Se vai para encontros fechados, também é vaiada. Se fala na TV, as elites apagam as luzes, apitam e batem as tampas nas panelas.
   Ela quer o ajuste fiscal para poder pagar aos bancos os juros da dívida interna com mais facilidade. São mais de R$ 250 bilhões anuais. Dez vezes o valor declarado na organização da Copa da Fifa, em 2014. O Joaquim Levi é do Bradesco e não brinca em serviço.
   Vai ter arrocho, inflação, cortes orçamentários e empobrecimento. As elites vão ter que aguentar.
   Mas, nós vamos voltar com toda a força. Não sabemos quando, mas vamos voltar. A Ideli, nossa ministra, não apareceu nem na passeata de sexta-feira, nem na de domingo. Nós aprendemos com as elites como operar a Petrobrás e outras estatais. Já somos “experts”. No STF estamos aprendendo como é que as elites procedem. Estamos gostando.

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