segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Anísio Teixeira foi assassinado?

Por Emanuel Medeiros Vieira

   A todos educadores do Brasil

   Ele nasceu numa pequena cidade da Bahia (Caetité). É um dos maiores educadores do Brasil (para alguns, o maior – mesmo não tão midiatizado como outros).

   Seu nome: Anísio Teixeira (1900-1971).

   Aqui, não falarei do seu brilho e do imenso trabalho que realizou em favor da educação brasileira, em prol da escola pública de qualidade.

   Creio que ele mereceria ser mais conhecido do que é.

   No dia 15 de julho de 2015, comemoraram-se os 115 anos de seu nascimento.

   Anísio foi lembrado e investigado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), devido às dúvidas a respeito da versão oficial de sua morte. Seu corpo foi exumado em 2014.

   A versão oficial é de que ele teria morrido em consequência de uma queda em um fosso de elevador, no dia 11 de março de 1971, no Rio de Janeiro.

   O professor João Augusto de Lima Rocha (em texto a qual recorri neste artigo), lembra que à frente da organização do esquema de repressão política, na fase mais pesada da ditadura militar (houve o “golpe dentro do golpe”, a partir do AI-5, decretado em 13 de dezembro de 1968), encontrava-se o brigadeiro João Paulo Moreira Burnier. Dirigia o I Exército , no Rio de Janeiro, o general Syzeno Sarmento.

   O deputado Rubens Paiva desaparece em janeiro de 1971.

   Anísio morre em março e Stuart Angel – bravo combatente estudantil –-, é morto em maio daquele mesmo ano.

   A Aeronáutica está comprovadamente presente – lembrando novamente o professor José Augusto - nas mortes de Rubens Paiva e Stuart Angel.

   O educador mineiro Abgar Renault e o governador Luiz Viana Filho, da Bahia, eram amigos muito próximos de Anísio. Viana Filho revelou ao professor citado que, no dia do desaparecimento de Anísio Teixeira, obtivera a informação,, fornecida por influente autoridade militar, de que Anísio encontrava-se detido em instalação da Aeronáutica no Rio.

“Acredita-se que Anísio foi sequestrado entre a Fundação Getúlio Vargas e o prédio em que morava Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, na praia de Botafogo, Rio de Janeiro. Ele havia marcado um almoço na casa de Aurélio, do qual existe testemunha viva, o maranhense Joaquim Campelo Marques, que fora ao almoço na casa de Aurélio”.

   Marques informou que USOU O MESMO ELEVADOR QUE, SEGUNDO A VERSÃO OFICIAL, ESTARIA FORA DE POSIÇÃO, QUANDO ANÍSIO SE PRECIPITOU NO FOSSO.

   Joaquim usou o referido elevador tanto ao chegar, quanto ao sair.

   Somente dois dias depois, em 13 de março de 1971, é que o corpo de Anísio Teixeirao Teixeira foi encontrado no fundo do fosso do elevador.

(Telegrama sigiloso só revelado em maio pelos Estados Unidos e disponibilizado pelo Arquivo Nacional em julho de 2015, aponta que as forças de segurança do Brasil tiveram, na década de 70, a ordem de matar militantes da esquerda armada após as suas prisões.)
   Resgatar a memória é missão nossa.

   Desde jovem, SEMPRE ACREDITEI QUE SÓ A VERDADE LIBERTA. E a luz do solo iluminará (custe o que custar) o que muitos querem que seja esquecido.

   Por mais que se minta, que se tente enganar, a verdade aparecerá. Sempre.

   E Anísio Teixeira – a quem a educação e o humanismo brasileiro devem tanto – terá a sua “verdade” revelada.

   A proclamação final poderá soar solene e altissonante, mas é preciso gritar a plenos pulmões: Viva Anísio Teixeira! Viva a Educação Brasileira!
(Salvador, agosto de 2015)

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