quinta-feira, 12 de novembro de 2015

De onde vem a cocaína que passa pelo Haiti?

   Por Laércio de Melo Duarte  

   Desde março de 2004 o Haiti encontra-se sob intervenção militar, após o golpe de estado patrocinado pelos EUA e França, o qual depôs o presidente eleito, Jean-Bertrand Aristide, um padre salesiano, numa operação pra lá de nebulosa.

   Aristide nunca mais apareceu em público, apesar de ainda ser um personagem muito popular em seu país. Segundo a versão do líder da oposição radical à ocupação militar, Didier Dominique, ao contar a história do golpe, Aristide foi sequestrado por soldados norte americanos na Jamaica, para onde havia fugido, e levado para a África do Sul, onde recebeu asilo político.  Tendo voltado ao Haiti em 2011,  o presidente Aristide foi processado e condenado por "tráfico de drogas". De acordo com a Agência France-Presse (AFP) ele está em prisão domiciliar na sua casa ao norte de Porto Príncipe. 

   E o Haiti permanece no caos, entregue às quadrilhas de bandidos e traficantes, contra os quais quase nada pode as poucas centenas de soldados brasileiros, encarregados pela ONU (via Estados Unidos) de manter a ordem na ilha caribenha.

   A Interpol acredita que aproximadamente 10 toneladas de cocaína POR MES,  passam pelo Haiti na direção dos Estados Unidos,  aproveitando-se da fragilidade dos controles policiais e da farta mão de obra disponibilizada pelas quadrilhas de criminosos comuns. Como sabemos, só existem tres países que produzem cocaína no mundo, Bolívia, Peru e Colômbia.

   Fontes policiais norte americanas citados pela Agência Reuters, concluíram que a rota de transporte da droga até o Haiti passa pela Venezuela, pelas mesmas alegadas razões de fragilidade e conivência.   A prisão de dois sobrinhos do presidente Nicolás Maduro, portanto 800 quilos de cocaína no Haiti, explodiu como uma bomba no noticiário internacional e coloca a elite governista venezuelana em "papos de aranha".  Já em maio passado, o  Wall Street Journal publicou reportagem sobre o envolvimento de autoridades militares, parlamentares e do governo venezuelano no tráfico de cocaína para os Estados Unidos.

   Será este o triste fim da revolução socialista bolivariana ?

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