quinta-feira, 25 de agosto de 2016

MEDITAÇÕES


por Emanuel Medeiros Vieira 

“A vida é uma ponte, não tente construir a sua casa sobre ela” (Buda)   
   Conseguiremos colocar nossa mente no espelho da eternidade, como pedia Santa Clara de Assis? É um tempo de tantas “verdades”. Serão verdades? Dogmatismos, fundamentalismos, xingamentos, maniqueísmos.
   Já fiz essa pergunta: a internet acelera a comunicação, mas consegue aprofundá-la?
   Fama, poder, glória. O que isso significa?
   Estarei sendo claro?
   Apesar de tantas possibilidades tecnológicas, há um sentimento socializado de “solidão”, de  afastamento entre os homens. E desesperança. Violência.
   Mas estamos aqui. Ainda vivos. Estamos preparados para enfrentar “a terceira margem do rio?”
   É o que o meu pai pedia aos seus filhos: “estejam sempre preparados”.
   É possível? E acrescentava: “não subestimem a força do Mal”. E ele acreditava sinceramente na vitória do Bem. E todas as vezes em que subestimei tal força (do Mal), quebrei a cara.
   Falta-me clareza. É preciso buscar uma fonte de águas limpas na linguagem e não estou conseguindo. E acabo tecendo meditações meramente ordinárias, parecendo uma filosofia de botequim.
Será que – crendo que cumpro uma Missão – busco evangelizar (num sentido laico)?
   “É o velho moralista escrevendo”, ri o promotor interno. Quem sabe. Que Missão? Tudo já foi dito? E publicam-se livros e mais livros. Já existem mais escritores do que leitores?
   A arte é um caminho de salvação? Ela “não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver”, dizia o pintor Paul Klee.
Acaba sobrando – como valor a ser alcançado diariamente - a autenticidade. Sempre. Só posso pedir que o outro creia em mim, se previamente eu acredite fundamente no que digo (e faço).
   Meditações ordinárias...
(Brasília, agosto de 2016)

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