sexta-feira, 15 de maio de 2015

Luiz Henrique, o outro lado da moeda

   A morte do senador peemedebista, Luiz Henrique da Silveira, foi precedida por um período de consternação, santificação e bajulação da imprensa, que beirou o servilismo. Passados os tempos do "nojo", pelo falecimento de LHS, vamos ao outro lado da moeda. 

   Leio hoje nas folhas, que está sendo distribuído nas livrarias uma "bíblia" de mil e poucas páginas com artigos escritos por LHS, ao longo da sua vida política. O livro se chama "Quarentage", que segundo alguns piadistas da cidade o nome seria a soma de 20% mais 20%. 

   Amigo das letras
   Luiz Henrique foi um "amante das letras", dizem os bajuladores. LHS, na verdade, foi muito eficiente na sua relação com o ministro peemedebista, Nelson Jobim, para livrar Paulo Afonso da Silveira de impeachment no escabroso caso de corrupção política conhecido como O Escândalo das Letras, onde o governo imprimiu falsas Letras do Tesouro de SC.

   LHS é endeusado nas folhas como um democrata, amigo da imprensa, um escritor. Na verdade a sua prática de vida contradiz todas essas bobagens. Foi um déspota político, no governo e dentro do seu partido, não permitindo jamais o surgimento de alguma liderança ao seu entorno.

Amigo da imprensa  
 Na sua relação com jornalistas, quando governador, mostrou todo seu autoritarismo: 
- Impôs as demissões sumárias dos jornalistas Cláudio Prisco Paraíso (TV Record) e Paulo Alceu dos quadros da RBS.

- Processou este jornalista por denúncias de corrupção em seu governo, feitas no cangablog.

- Cesurou o livro A Descentralização no Banco dos Réus, que denuncia a imoral utilização política/eleitoral da Descentralização, um dos maiores escândalos político da história de SC. O livro continua sob censura desde 2010.

Gênio político 
 Sobre a lenda de "gênio político", a matéria do Cangablog (abaixo), mostra o desastre da sua participação nas eleições para prefeito de 2008:

O coveiro do PMDB

   O PMDB finalmente percebeu que Luiz Henrique tem um projeto individual e que acabou enterrando o partido. Em Joinville decidiram, contra a vontade do "gênio político" liberar a rapaziada para votar em quem achar melhor. Como o PT aqui na capital, ao liberar o voto, acaba ajudando Dário Berger, em Joinville o PMDB acaba ajudando o Carlitos Merss que, a esta altura, já não precisa mais de ajuda. Luiz Henrique depois de aniquilar as três maiores lideranças do PMDB - Mariani (norte), Herneus (Oeste e meio oeste) e Pinho Moreira no Sul, conseguiu perder em todas as cidades pólos das SDRs. Se ferraram geral. De Dionizio Cerqueira a São Miguel do Oeste. De Maravilha a Palmitos. De Itapiranga a Concórdia. De Criciúma a Lages. De Rio Negrinho a Rio do Sul. De Joaçaba a Caçador. De São José a Joinville. Querem mais? É só procurar. Foi o maior fisco da história política do PMDB. Diminuiram em número de prefeituras e em densidade eleitoral. Perderam nos maiores e médios centros do estado. Ficaram com migalhas. Tudo em função do grande projeto de Descentralização. Luiz Henrique já está sendo chamado de "o coveiro do PMDB". Quem diria!

"É mais fácil um boi voar do que Mauro Mariani ser derrotado em Joinville", frase do governador Luiz Henrique. O boi vôou.

   Eu já acho que o governador destruiu o PMDB. Provavelmente com atitudes planejadas favorecendo os tucanos e os demos apostando na sua candidatura ao senado em 2010. Luiz Henrique conseguiu destruir as três grandes lideranças do seu partido no norte, no oeste e no sul. Lançar Mauro Mariani na aventura de Joinville não pode ser coisa impensada.    Liquidou uma liderança emergente, e ainda acabou com o partido na sua região entregando várias prefeituras para os adversários. Herneus de Nadal, o deputado estadual mais votado da história de Santa Catarina, perdeu em quase todos os municípios do Oeste e Meio-oeste, inclusive em Maravilha, reduto histórico dos pemedebistas e da família Maldaner. Recursos do governo só íam mesmo para Chapecó, um agrado para os demos. Criciúma nem se fala. LHS já tinha engolido Pinho Moreira na presidência do partido por influência de Herneus e de Mariani. Agora abandonou os parceiros. Mariano já declarou qem em Joinville vai apoiar Carlitos Mers do PT. Não vai seguir a orientação de LHS. O Pmdb continua a ser o maior partido do estado porém perdeu densidade de votos. Perdeu nas grandes cidades. Encolheu e está sem liderança. Tudo obra do "grande estrategista" Luiz Henrique.

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