Bem, imaginem a minha animação quando soube do Dr. Hugo que em 2015 já teremos os remédios no Brasil e aí, tá pelada a coruja! É a cura!!!!
- E como se chega a 2015, doutor? perguntei cheio de curiosidade.
- Com sorte, disciplina e aplicação! Respondeu.
Imaginem a minha animação neste momento. Adoro um desafio!
Sorte, se existe, acho que sempre tive. Disciplina, é tudo que nunca tive nem nunca quis ter. Porém, durante um ano de embate com o Flavivírus acabei descobrindo uma capacidade disciplinar fantástica. Parei de beber, de frequentar meus bares, mudei completamente o meu dia-a-dia, me afastei da turma, parei de sair à noite e tomei os remédios nos horários e tempos certos sem falhar um dia sequer! Descobri, em mim, um perfil germânico, provavelmente herdado por osmose da minha Gisa.
Fui aplicado, guentei os nefastos efeitos colaterais da terapia sem chororô nem tre lê lê. O meu esperneio, provavelmente, foi aqui no blog quando relatava a minha "aventura".
Ser lido e comentado por vocês, leitores, foi a melhor terapia!
Previsão otimista
Uma previsão otimista é de que a terapia salvadora chegue ao mercado norte americano em meados de julho de 2014 a um custo de US$ 150 mil. Alguém tem R$ 300 mil aí para me emprestar? Pago no final do tratamento...essa é boa, né?
A rapidez da liberação do remédio no Brasil, após aprovada pelo FDA (órgão governamental dos EUA responsável pelo controle de medicamentos), vai depender de negociação com a "base aliada" em Brasília. É ali, no Congresso Nacional, que os lobystas dos laboratórios multinacionais "trabalham" para conseguir a provação dos novos medicamentos. Como os nossos políticos andam com um voracidade espantosa, vide apovação da PEC dos portos, é provavel que os medicamentos demorem um pouco para entrar no mercado brasileiro. Acho que tudo vai depender do tamanho da bala na agulha dos laboratórios.
É asim que acontece...no Brasil.
Tempo, vida e morte
Bem, afora informações técnicas e científicas, também temos as questões éticas e filosóficas dessa parada toda. A cabecinha aqui não para de pensar nisso.
O tempo, de repente, assumiu uma posição de destaque e passou a ser o elemento principal da discussão.
Tempo de espera, tempo de vida, tempo de resistência para que o bicho não se agrande, tempo de aprovação dos remédios, tempo para o remédio chegar ao mercado, tempo que o vírus levará para fazer um estrago maior...tempo.
A relação vida/tempo começou a habitar o meu imaginários nos últimos dias. É interessante ver que quando inveredamos por determinados caminhos do pensamento digamos, mais lúdico, as coisas vão tendo outra conformação. O mundo é mental...já dizia o meu amigo.
Outro dia o amigo Emanuel Medeiros Vieira, colaborador do blog, enviou um poesia onde dizia que o tempo é curto, que a vida é breve...
Enquanto fazia a edição do poema para postar no blog, lembrei de uma conversa que havia tido com a mãe, noite anterior, onde ela do alto dos seus 92 anos me dizia que achava às vezes que a vida era longa...bastante longa. A relatividade do tempo está na cabeça de cada um, o tempo é mental!
Nessa mesma noite, madrugada a dentro, assisti um documentário sobre o cineasta alemão Werner Herzog. Herzog comentava alguns de seus filmes como Fitzcarraldo, Aguirre a Cólera dos Deuses, Fata Morgana
Mas foi comentando Nosferatu que o alemão fechou meu pensamento sobre o binômio vida/tempo. Dizia Herzog, que no Nosferatu: Phantom der Nacht, seu personagem principal mantinha as características do vampiro original da obra de Bram Stoker. Sem caninos, com dois dentes frontais pontiagudos, totalmente careca, branco com orelhas enormes.
Mas diferentemente do vampiro original, ele não representava somente o mal com sua aparência de inseto repugnante. O seu Nosferatu tinha um dilema existencial: sofria porque não conseguia morrer! Para ele o tempo da imortalidade era demasiado, jamais breve!
Que tempo esse! Alguém tem R$ 300 mil aí?