quinta-feira, 31 de maio de 2018

Saúde enfrenta crise sem ação do governo

por Armando José d’Acampora* e Anastácio Kotzias Neto*
   Todos nós, que pertencemos à área da Saúde, estamos passando por uma difícil situação, quando no desabastecimento dos Hospitais Públicos e Particulares, por falta de insumos básicos para o funcionamento adequado e tratamento efetivo aos pacientes que procuram e devem ser tratados nestas instituições.

   Estamos acompanhando a necessária readequação das Clínicas de Hemodiálise, que reduziram o tempo de sessenta minutos para trinta minutos nos procedimentos dialíticos para seus pacientes, com o intuito de conseguir atender a todos.

   Também percebemos que todos os Hospitais cancelaram suas atividades cirúrgicas eletivas, garantindo assim a atividade de urgência e emergência.

   Além dos insumos, acontece o desabastecimento de combustível, dificultando o acesso dos médicos e dos funcionários aos Hospitais e Clínicas que até quando puderam, garantiram a abertura de suas portas.

   Com a dificuldade de locomoção de médicos e funcionários, há sobrecarga de trabalho àqueles que conseguem chegar ao seu posto de trabalho, mantendo a atividade profissional de forma ética e responsável, atendendo aos pacientes.

   Não vimos, de parte das nossas representações da área da Saúde e muito menos dos nossos governantes locais, ações práticas que auxiliassem na diminuição do problema gerado pela falta de insumos. Ficam os discursos que de nada servem na resolução dos problemas em curso.

   Agora nos resta retornar a rotina diária no sentido de proteger a vida destes pacientes, aos quais as autoridades constituídas não minimizaram.

   Resta demonstrar nossa gratidão a todos aqueles que trabalham com a saúde e a vida dos outros, desde aqueles que tratam da manutenção, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos, pois sem esta união numa hora de crise institucional, haveria maiores prejuízos para aqueles que necessitam de cuidados.

   Obrigado a todos vocês que permaneceram cuidando de nós.
 
*Médico, Cirurgião Geral, Professor Universitário *Médico, Ortopedista Pediátrico, Professor Universitário

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Pinho Moreira: O Vacilão!

  Governador interino, Eduardo Pinho Moreira (MDB), colocado à prova em momento de crise de desabastecimento no Estado, se revela vacilão, desorientado, sem liderança, apenas "jogando para a torcida". Sem nenhuma intervenção concreta para amenizar o caos que se instalou no estado, agiu apenas através de factoides como se a realidade fosse virtual.
 
  
Com Temer: só alegria
O que aconteceu na tarde de terça-feira(29) na Assembleia Legislativa marcou a história política de Santa Catarina.
   Pela primeira vez se viu um governador do Estado sofrer tamanho enquadramento de parlamentares e representantes de entidades do setor produtivo de Santa Catarina. Em resumo, todos pediam que Moreira saísse da inércia e "administrasse" a situação de caos em que se encontrava o Estado.   

   Enquanto a governadora do Paraná chamou à negociação representantes do movimento dos caminhoneiros que bloqueavam pontos estratégicos das estradas do estado vizinho, conseguindo com isso a liberação, já na segunda-feira, da passagem de álcool, gasolina e gás de cozinha para abastecer a população, o que se viu em Santa Catarina foi uma passividade inexplicável, provavelmente à espera de uma solução de Brasília, pelas mãos do tenro amigo Michel Temer.
   Mas não foi o que vimos. Embora com inúmeras decisões
Por aqui: cobranças e esporro
judiciais autorizando a passagem de veículos por bloqueios, várias entidades viram frustradas suas tentativas de retomar à normalidade pela falta de segurança do Estado, que não garantia a escolta necessária e autorizada judicialmente.
   Além do Paraná, outros estados, como Pernambuco, com negociação dos governantes diretamente com os coordenadores locais do movimento, conseguiram atenuar o sofrimento de suas populações.
   Por aqui, a única ação governamental foi um festival de factoides, com a assessoria do governador aparentemente mais preocupada em emplacar suas fotos com cara de sério na “sala de situação” do que alertá-lo sobre a necessidade de alguma medida enérgica e urgente.
   O comentário entreouvido na antessala da presidência da Assembleia, onde ocorreu a o "puxão de orelha", talvez explique a posição omissa do governo catarinense: Afinal, o Eduardo Moreira é amigo ou inimigo do Michel Temer?

   O que deu para perceber é que Pinho Moreira - quando o presidente aparece por aqui com promessas de liberação de recursos - se mostra amigo posando para fotos entre risos e abraços. Agora, com a crise interminável massacrando a população, o governador critica tudo e mais um pouco do parceiro de partido no comando o país.

 - Os caminhões com combustíveis são não circularam desde o início da semana porque o governo do Estado não deu garantias de segurança às empresas transportadores. 

   A afirmação é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivado de Petróleo do Estado, Luiz Antônio Amin, que em entrevista não escondeu o descontentamento com a inércia do Executivo em agir para debelar a crise, mostrando-se dependente de uma decisão de Brasília.

   Colocado a prova na primeira crise de seu breve governo, Pinho Moreira ficou imobilizado pela incompetência e se revelou um vacilão apenas com discurso político...e ainda  fraco.


   Toma rumo Moreira!
 

segunda-feira, 21 de maio de 2018

MAIO, 1968

por Emanuel Medeiros Vieira

 “O que devemos é apressar o fim do inverno de nossa infelicidade, parafraseando a famosa frase de Shakespeare no “Ricardo 3”, e fazer surgir uma nova primavera”
(Renato Janine Ribeiro)

(Em 10 de maio de 1968,
estudantes ocupavam a Sorbonne.)
Desejávamos soprar a poeira da eternidade.
Seja realista: exija o impossível,
passeatas, cassetetes, éramos eternos.
Comíamos o pão de cada dia
com a flor da utopia na lapela.
“A imaginação no poder”,
mas nossos amigos não estão no poder.
Destinos rabiscados, entes descartáveis,
grãos de areia na imensa praia global.
E o passado não passou.
Fragmentados, ilhados: o barco fez água,
comitês de sonhos viraram praças de
vorazes burocratas,
o povo servindo aos donos da pátria,
crendo que a servem.
Che Guevara saiu saiu da guerrilha para triunfar
nas camisetas.
Num muro, li:
“Acorda, Lênin: eles enlouqueceram.”
50 anos, sim – meio século.
A barricada fecha a rua, mas abre a via.
Cerração dissipada, pipa no céu, regata assistida aos sete anos: outrora/agora.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A nova diretora da CIA

    Após informações secretas divulgadas na Globo News de que o governo norte americano indicou a primeira mulher para dirigir a CIA (Central Intelligence Agency), o cangabloguer, Marcos Bayer, desenterra matéria premonitória do Cangablog:

     Em 20 de Janeiro de 2012, o Cangablog já conhecia a chefe da CIA. Evidentemente que aqui em Florianópolis ela usava um fake mame: Betty Look For.

Agente secreta cai na balada em Jurerê 
Pita Bula
direto de Jurerê Internacional 
  
    Com a chegada dos 6 helicópteros do Tribunal de Contas do Estado, desceu na Ilha a agente secreta norte-americana Betty Look For, ex-chefe da Central Intelligence Agency - CIA.
    Ela saiu de uma das naves, tomou um carro com placas do Judiciário e foi para Jurerê Internacional.
    Betty Look For está hospedada numa mansão previamente alugada pela Interpol. 
    Betty conhece todos os mecanismos de transferência financeira para Tortola, nas Ilhas Virgens, no Caribe.
    Alguns catarinenses, tanto da área pública como privada, apreciam os bancos daquela ilha caribenha. Tão famosa que nem precisa de publicidade.Betty está em missão secreta em Florianópolis. O problema é que já no primeiro dia, apesar de todo o treinamento que recebeu em sua formação, caiu na balada e na gandaia.
    As informações mais recentes dão conta que ela, Mrs. Look For, teria  sido embebedada por alguns "marombados" do interior paulista que alugaram casa ao lado da sua.
    Sabe-se que Jurerê está fora de qualquer controle e que muitos nativos estão sendo molestados pelos novos ricos que não param de chegar.
    Assim, os novos ricos mais antigos brigam com os novos ricos visitantes. E, em briga de cachorro grande, pit bull não entra.
    Possivelmente, ainda não temos a confirmação, Betty Look For, quando bêbada, deu com a língua nos dentes. Tongue in the teeth, é a expressão em inglês.
    Se for verdade, sua missão corre perigo. Ainda é cedo para conclusões.

Cidade do México 1940


Momento em que Ramón Mercader, assassino de Lev Davidovich Bronstein (Leon Trotsky), recebe "Silvia", sua namorada americana, na praça central da Cidade do México.

Bela foto do filme O Eleito (Netflix), que retrata a trajetória do comunista espanhol Ramón Mercader, treinado pela polícia secreta de Stálin para assassinar Trotsky no México.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Presidente de empresa citada em denúncia contra senador Paulo Bauer envia esclarecimento ao Cangablog


Prezado Jornalista, bom dia!

    Eu li no seu blog a matéria sobre a denúncia contra o Senador Paulo Bauer, em que aparece o nome da nossa empresa, como forjadora de contratos para repasse de recursos à campanha para governador, em 2014, do referido senador.

   Eu gostaria de esclarecer ao senhor, que em 2014, a Icatu (na época Ycatu com “Y”), não nos pertencia e sim ao Sr. Nereu Antonio Martinelli, de quem a adquirimos em fevereiro de 2016, e a partir desta data, todos os atos praticados na empresa, são de nossa inteira responsabilidade.

   Estamos levantando todos os fatos mencionados e ficamos à disposição de todos os públicos com os quais nos relacionamos para quaisquer esclarecimentos.
 

Atenciosamente.

Londry Turra
Diretor Presidente



quarta-feira, 16 de maio de 2018

MAIS UM FURO: Fachin autoriza inquérito contra Paulo Bauer

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a instauração de inquérito contra o senador Paulo Bauer, do PSDB, acusado pela Procuradoria Geral da República dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 
    
   A formalização deve ser publicada na próxima semana, de acordo com fonte do Cangablog em Brasília. Conforme o blog antecipou nesta quarta-feira, em matéria que foi repercutida pelos principais colunistas e repórteres que cobrem a política catarinense, Paulo Bauer foi acusado de ter recebido recursos de uma empresa farmacêutica por conta de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concederia isenção de impostos municipais, estaduais e federais sobre medicamentos produzidos por ela.
                                                                                                                                                                                                            De acordo com o documento obtido com exclusividade pelo Cangablog, Bauer, pré-candidato ao governo do Estado, é apontado como integrante de um esquema que tinha como objetivo aprovar uma proposta de emenda à Constituição “com o objetivo de instituir imunidade de impostos municipais, estaduais e federais sobre medicamentos” fabricados pelo Grupo Hypermarcas S/A, do delator Nelson José de Mello, então diretor institucional da empresa.
  
   Em depoimento ao Ministério Público Federal, Mello afirmou, entre outras coisas, que o Grupo Hypermarcas “celebrou diversos contratos fictícios com outras empresas, cujos serviços contratados não eram efetivamente prestados, porquanto apenas serviam como meio para pagamento de vantagens indevidas dirigidas ao senador Paulo Roberto Bauer nos anos de 2013, 2014 e 2015”.
 

   As empresas mencionadas, segundo registrou o ministro Edson Fachin na Petição 7.511, são Instituto Paraná de Pesquisas e Análise de Consumidor Ltda., Ycatu Engenharia e Saneamento Ltda., e Prade & Prade Advogados Associados, que, juntas, teriam recebido a quantia de R$ 11,5 milhões nos três anos.
  
   De acordo com o documento, assinado pelo ministro do STF no dia 7 de maio, “essas vantagens indevidas teriam sido pagas como contraprestação à atuação parlamentar em consonância aos interesses do Grupo Hypermarcas na tramitação da PEC número 115/2011, de autoria do próprio senador Paulo Bauer, a qual tinha por objetivo instituir imunidade de impostos municipais, estaduais e federais sobre medicamentos de uso humano e que teria claro potencial de beneficiar a empresa representada pelo colaborador Nelson Mello”.

   Além do senador, a PGE também pede abertura de inquérito contra Marcos Antonio Moser, à época lotado no gabinete do senador. “Nesse cenário, com base nos documentos de corroboração indicados ao longo do requerimento, aponta a Procuradoria-Geral da República a necessidade de apuração dos fatos atribuídos ao senador Paulo Roberto Bauer, a Nelson José de Mello e Marco Antonio Moser, que se amoldariam, em tese, aos crimes de corrupção passiva (art. 317 do Código Penal), corrupção ativa (art. 333 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (art. 1° da Lei 9.613/1998)”, escreveu o ministro Edson Fachin na Petição 7.511, que foi encaminhada para a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, antes da análise do pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República

terça-feira, 15 de maio de 2018

MPSC denuncia organização criminosa, corrupção e fraude à licitação da Câmara de São José

Ex-Presidente da Câmara de Vereadores participou de fraude à licitação para serviços de impressão e fotocópias com intuito de beneficiar organização criminosa que corrompeu servidor público para garantir contrato superfaturado.
  
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ofereceu denúncia por crimes relacionados à licitação dirigida da Câmara de Vereadores de São José para beneficiar a empresa Escrimate Comercial Serviços de Informática, que implementou um esquema de fraude atuante em todo o Estado, investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) na Operação Falsa Impressão. Junto com denúncia criminal foi apresentado um pedido cautelar para proibir judicialmente a organização criminosa de participar de novas licitações.

   A denúncia foi oferecida pela 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de São José contra o ex-Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, Sanderson Almeci de Jesus, por fraude à licitação, mesmo crime atribuído ao servidor público Valmor José Heberle Coelho, também denunciado por corrupção passiva.

   Foram denunciados por organização criminosa os proprietários da Escrimate - Robson Cardoso, sua esposa Ana Cristina Cardoso e seu irmão Cledson Cardoso -e contra o gerente da empresa, Jânio Francisco Hoffman. Os quatro foram, ainda, denunciados pelo crime de fraude à licitação e Robson, apontado como comandante da organização criminosa, também por corrupção passiva.

   A denúncia criminal foi acompanhada de um pedido cautelar para que a empresa e seus representantes sejam proibidos de participar de novos certames e de firmarem novos contratos públicos em Santa Catarina, uma vez que a organização criminosa segue atuando no mercado de venda e locação de equipamentos de informática e para impressão. ''A investigação aponta a atuação da empresa em todo o Estado de Santa Catarina, com indicativos seguros de que as práticas delitivas seguem ocorrendo''. Salienta a Promotora de Justiça Márcia Aguiar Arend.

PGR acusa senador Paulo Bauer de corrupção e lavagem de dinheiro

Em pedido de abertura de inquérito encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República acusa o senador catarinense Paulo Bauer dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.  
 

    De acordo com o documento obtido com exclusividade pelo Cangablog, Bauer, pré-candidato ao governo do Estado, é apontado como integrante de um esquema que tinha como objetivo aprovar uma proposta de emenda à Constituição “com o objetivo de instituir imunidade de impostos municipais, estaduais e federais sobre medicamentos” fabricados pelo Grupo Hypermarcas S/A, do delator Nelson José de Mello, então diretor institucional da empresa.
   

   Em depoimento ao Ministério Público Federal, Mello afirmou, entre outras coisas, que o Grupo Hypermarcas “celebrou diversos contratos fictícios com outras empresas, cujos serviços contratados não eram efetivamente prestados, porquanto apenas serviam como meio para pagamento de vantagens indevidas dirigidas ao senador Paulo Roberto Bauer nos anos de 2013, 2014 e 2015”.
 

   As empresas mencionadas, segundo registrou o ministro Edson Fachin na Petição 7.511, são Instituto Paraná de Pesquisas e Análise de Consumidor Ltda., Ycatu Engenharia e Saneamento Ltda., e Prade & Prade Advogados Associados, que, juntas, teriam recebido a quantia de R$ 11,5 milhões nos três anos.
   

   De acordo com o documento, assinado pelo ministro do STF no dia 7 de maio, “essas vantagens indevidas teriam sido pagas como contraprestação à atuação parlamentar em consonância aos interesses do Grupo Hypermarcas na tramitação da PEC número 115/2011, de autoria do próprio senador Paulo Bauer, a qual tinha por objetivo instituir imunidade de impostos municipais, estaduais e federais sobre medicamentos de uso humano e que teria claro potencial de beneficiar a empresa representada pelo colaborador Nelson Mello”.
 

   Além do senador, a PGE também pede abertura de inquérito contra Marcos Antonio Moser, à época lotado no gabinete do senador. “Nesse cenário, com base nos documentos de corroboração indicados ao longo do requerimento, aponta a Procuradoria-Geral da República a necessidade de apuração dos fatos atribuídos ao senador Paulo Roberto Bauer, a Nelson José de Mello e Marco Antonio Moser, que se amoldariam, em tese, aos crimes de corrupção passiva (art. 317 do Código Penal), corrupção ativa (art. 333 do Código Penal) e lavagem de dinheiro (art. 1° da Lei 9.613/1998)”, escreveu o ministro Edson Fachin na Petição 7.511, que foi encaminhada para a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia, antes da análise do pedido de abertura de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República.


   

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Lembrando Prestes

por Emanuel Medeiros Vieira
   
Agildo Barata estava numa cela com Luiz Carlos Prestes, em 1945. Notou um opúsculo de capa verde. Na capa: "Pensamentos de Augusto Comte”. No interior: aforismas estóicos, que Prestes traduzia do grego para passar o tempo. E dizia que como a capa era de Comte, os milicos não iriam tomá-la.
   Conclusão de Barata: quando penso em Prestes, penso sempre num livro de máximas estóicas e de capa positivista.    “Que sacada, hein”, interpreta o meu velho amigo Flávio Aguiar (desde 1962, no Colégio Anchieta, em Porto Alegre, companheiro da AP nos seus tempos românticos e heróicos), editor do boletim “Carta Maior”, e que agora vive em Berlim.
   Quando me lembro de Berlim me emociono: é que a conheci antes da queda do Muro, e lá varei noites conversando com Luiz Travassos, tomando muito vinho. existente.
   Eu, ele e o também saudoso Alberto Albuquerque - a neve caindo - caminhávamos até perto do Muro.
   Ele lá exilado. Eu fugido da “ditabranda”, segundo a Folha.

   Voltando ao líder comunista: quando penso em Prestes penso mais num pensamento granítico e positivista de um homem íntegro, profundamente digno (às vezes equivocado, mas nunca desonroso).

   Por exemplo: sua aliança (“Constituinte com Getúlio”) com Getúlio Vargas (que o deixaria muitos anos preso nas mãos do perverso Filinto Miller) foi um erro ou uma necessidade naquele momento, em função de um projeto político maior?
   

   Em termos éticos não se justifica. Foi Filinto quem entregou Olga, a mulher de Prestes, para a Gestapo.
   Sim, para a Gestapo.
   Prestes era mais positivista que comunista. Estou equivocado?
   David Nasser escreveu um livro chamado “Falta Alguém em Nuremberg”. Esse alguém era Filinto “carrasco” Miller, que foi presidente da ARENA, o “maior partido do Ocidente”, segundo o inesquecível Francelino Pereira.
   Francelino foi quem fez a nunca respondida indagação: “Que país é esse?”

   Lembrando: a polícia política do Estado Novo (1937-1945), chefiada por Filinto Miller, arrancou com torquês um dente de Carlos Marighella.
   Marighella, segundo o juízo insuspeito de Jarbas Passarinho (que fez a célebre proclamação no dia da promulgação do AI-5, 13 de dezembro de 1968: “às favas
com os escrúpulos, Senhor Presidente”
), teria sido o homem mais corajoso que existiu no Brasil no enfrentamento da tortura. 


quarta-feira, 9 de maio de 2018

This is America o canto antirracista que bombou na rede

 por 

   O que Donald Glover está fazendo em seu último vídeo musical? O ator e roteirista, que também grava discos sob o pseudônimo de Childish Gambino, acumulou 33 milhões de visitas no YouTube nas primeiras 48 horas de publicação de This is America. Os estranhos movimentos que se encadeiam nesta gravação de pouco mais de quatro minutos têm uma mensagem específica: compilar um bom número de referências à discriminação racial nos Estados Unidos.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

PRESO POLÍTICO?


por Emanuel Medeiros Vieira

Em memória de Rosa Luxemburgo (1871-1919)

Preso político é preso de consciência.
É àquele que foi preso por suas ideias.
E, no geral, é o homem que combate a opressão, a tirania e as ditaduras.

Nelson Mandela foi um perfeito exemplo de preso político.
Por quase três décadas esteve encarcerado por combater sem tréguas um regime racista, opressor e indigno – do “apartheid”(separação).
Foi um exemplo de profundo idealismo, tenacidade, resistência e autenticidade.
Como foram no Brasil, Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra e tantos outros.
(Como os catarinenses que foram presos e barbaramente torturados na “Operação Barriga-Verde”, de 1975, muitos dos quais eram meus queridos amigos e não estão mais entre nós).

Nenhum indivíduo – em uma democracia – preso por corrupção –, com todos os instrumentos
legais, direito à ampla defesa, pode ser considerado preso político.
 “A prisão política é um ato de origem política, nunca de raiz judicial”, disse alguém.

Quem qualifica um homem preso por corrupção de prisioneiro político, está falseando a verdade.

E assim o faz, para glorificar o encarcerado, por ignorância ou má-fé. 
 Ou por acreditar que uma mentira repetida mil vezes, vira verdade. Ou por ter vocação inata para a mentira – como militantes de certas agremiações.

Não me alongarei mais.
Brasília, abril de 2018