terça-feira, 29 de janeiro de 2019

A tarrafeada

Rodando na rede
Quando o bandido é de alta periculosidade, mas o policial é nascido e criado em Florianópolis

 

domingo, 27 de janeiro de 2019

APURUNDASO*

por Marcos Bayer
    Bom dia general Mourão! Aproveito sua demonstrada capacidade para dialogar com a sociedade, sempre bem humorado e interessado em soluções. O fato de gostar de ler é um bom sinal para quem governa.
   Homens inteligentes sabem receber críticas e sugestões, aproveitando delas o que lhes cabem.
   Gostaria de registrar duas sugestões. A primeira sobre a velocidade da Justiça no Brasil. Democracia e justiça andam juntas ou não existem. Não é aceitável conhecer o resultado das eleições nacionais em algumas horas após e fechamento das urnas e esperar por cinco ou dez anos por uma sentença judicial definitiva. O sistema judiciário é lerdo porque o Juiz não tem prazo para julgar. O Código de Processo Civil fala em prazo razoável. Quanto é razoável? Os advogados têm prazos, os promotores alguns prazos. Os Juízes, não. E há boa vontade da maioria deles. Mas, não há regra. E sem regra... Veja no próprio Supremo Tribunal Federal. Quantos processos parados. Quantas vidas angustiadas, quanta riqueza parada, quantos negócios interrompidos aguardando uma sentença. No chamado primeiro mundo, o cidadão tem o direito de votar e ser votado, mas também tem o direito de saber do seu Direito. A tal da segurança jurídica que os estrangeiros reclamam do Brasil, é isto: Prazo para julgar. Só para exemplificar, a lei poderia determinar ao Juízo, trinta dias para conhecer a petição inicial, mais trinta para a contestação, outros trinta para a impugnação, igual tempo para a audiência de conciliação e, finalmente, mais trinta dias para a sentença de primeiro grau. Todo brasileiro teria em cento e cinqüenta dias uma sentença na mão. No segundo grau, prazo similar. A sociedade não pode esperar pelo Direito como espera no Brasil. Acho que o ministro Sérgio Moro pode opinar sobre o assunto, pois foi capaz de acelerar o andamento processual para obter os resultados que obteve na Operação Lava Jato.
   Todas as demandas judiciais que decorrerão da tragédia de Brumadinho cairão na vala comum dos prazos judiciais.
   Outro assunto é da alçada do ministro Paulo Guedes.
   Após o encaminhamento das reformas da previdência e tributária, cujos termos ainda não conhecemos, haverá que enfrentar a isonomia salarial no serviço público federal e vincular aos estados e municípios. Temos as castas compostas por magistrados, promotores, fiscais de renda, delegados, diplomatas, parlamentares e outros que ganham mais. E os médicos, professores, dentistas e engenheiros que ganham menos. Neste meio, presumo, estão os militares.
   Impossível construir uma sociedade onde as diferenças salariais, no setor público, sejam tão gritantes. Pela lógica, o professor deveria ter a melhor remuneração. Afinal, ele é quem forma os outros profissionais. Seria interessante conhecer a estrutura salarial de cargos públicos em países como Alemanha, Dinamarca, Reino Unido, Suécia e França para comparar.
   No Brasil o salário mínimo é de mil reais e o do parlamentar que vota este salário é quarenta vezes maior. É este mesmo parlamentar que vota a renúncia fiscal, dada a inúmeros setores da economia, no valor de R$ 354,7 bilhões em 2017. Sabe Vossa Excelência que nessas renúncias não há fiscalização dos resultados, o trigo e o joio estão juntos, além de ser uma moderna fonte de corrupção e 84% delas é por prazo indeterminado. Os beneficiados contemplam seus representantes políticos de alguma forma. Então, podemos dizer que dinheiro tem. Só que é distribuído de maneira pouco decente.
   Afora isto, imagino que o senhor já tenha percebido a Chancelaria ser contraria ao globalismo enquanto vamos ao Fórum de Davos dizer ao mundo que queremos capital e investimentos. Mas, isto se corrige no curso do processo. Assim como nossas goiabeiras estarão sempre verdejantes. As vermelhas e as brancas!
   Sucesso na jornada!
 *Expressão militar que significa apurar e punir se for o caso.

sábado, 26 de janeiro de 2019

POBRES DE TÃO PRETOS...


por Emanuel Medeiros Vieira
(Pobre prosinha poética panfletária, escrita no calor da hora)

Resultado de imagem para “Abaixo a inteligência! Viva a morte!”Pobres de tão pretos
e pretos de tão pobres
Os documentos serão todos ultrassecretos, que se danem os órgãos de controle, parentes de políticos não poderão ser mais investigados.
O deputado ameaçado  renuncia antes da posse: quer viver.
E uma violência devastadora contra a democracia vira piada nas redes.
O ex-moralista  ministro da Justiça, se cala (envergonhado?), se esfarela - está no liquidificador.
Sua ética era seletiva
E o rebanho foi atrás das “Fake News”, do candidato “decente”.
Na “internet democrática”, o idiota da aldeia, torna-se oráculo.
E proclama:
“Abaixo a inteligência! Viva a morte!”
Para os que pensam, a fogueira está acesa.
“Meio ambiente?
Balela!”
A cara é a mesma: escravocrata.
O rio se chamava Doce
e era amargo,
agora o nome é outro.
(O rompimento da barragem de Brumadinho liberou 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos que entraram no rio Paraopeba.)
A lama escorre, passando por cima de brasileiros que nem nós
A lama na cara de ”nuestra” América
A tragédia se repete como farsa
(ou tragédia novamente?)
E as desculpas são as mesmas,
à espera de outras barragens que serão rompidas e esquecidas.
O rio era Doce...

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Inspetor Closeau em SC

Ajudante de ordens - Inspetor como vamos montar a agenda de amanhã?
Inspetor - Sem agenda. Este negócio de transparência é perigoso. Alguém pode nos seguir.
Ajudante de ordens - E as aeronaves? Podemos publicar o edital de venda?
Inspetor - Por enquanto não. Deixa como estão lá no hangar.
Ajudante de ordens - E as contas de luz apresentadas pela CELESC?

Inspetor - CELESC, contas, luz ? Isto é coisa do Eduardo Pinho Moreira.
Ajudante de ordens - Não Inspetor. São deste governo. Os aumentos são absurdos. Inexplicáveis. Os consumidores estão protestando. Já houve até representação no Ministério Público. O Estado é o acionista majoritário. O povo espera uma providência.

Inspetor - Pergunta para o Esmeraldino o que a "nova política" prevê neste caso.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

"Expressionismo Serrano"

 "Expressionismo Serrano" é a exposição de fotografias, de Sérgio Giron, que abre dia 05/02 às 19hs na ALESC - Assembléia Legislativa de Santa Catarina.
Uma narrativa fotográfica compartilhada com todos. Uma visão particular sobre a
magia da Serra Catarinense, natureza, arquitetura, mobiliário e detalhes do humano. Enfim, um mundo com relógio próprio, temperatura e vento peculiares com muito calor humano.
As fotografias foram todas feitas na região chamada de "Coxilha Rica" em Lages.

domingo, 20 de janeiro de 2019

Direito Canônico ou Canínico?

Foto publicada no instagram
por William Ear Long*
    Enquanto aguardo a decisão da SECOM para a próxima entrevista com o governador Moisés, leio no final de semana a decisão e a cassação da mesma decisão da Excelentíssima Juíza Ana Luisa Schmidt Ramos sobre a prisão de determinado cidadão que portava um fuzil AR-15 pelo norte da Ilha de Santa Catarina. 
   A juíza é “garantista”, uma corrente do Direito que privilegia a presunção de inocência até prova em contrário. Ela não apenas soltou o portador de um fuzil AR-15, como exigiu explicações da Polícia Militar sobre o fato de o prisioneiro estar sem camisa, ou seja, descamisado, nos padrões da linguagem jurídica.
   A decisão foi cassada e o suspeito foi novamente detido. Afinal portar um fuzil AR-15 não é o mesmo do que uma pistola de água para espirrar nos outros durante o verão.
   Mas um fato está chamando a atenção de internautas. Rolando nas redes sociais uma foto da senhora juíza com seu cachorrinho "Oto", durante um plantão em 23 de Dezembro de 2015.
   É provável que na infância a doutora juíza tenha sido leitora do Recruta Zero, do Sargento Tainha e seu fiel cão Otto.
   A pergunta que cabe neste caso, é a seguinte, do ponto de vista das garantias legais: Pode o "Oto" frequentar os prédios do Poder Judiciário?
   O Brasil sempre me surpreende!
*William Ear Long é jornalista aposentado do New York Times e ganhador do premio Pulitzer, na década de 80, outorgado pela Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque.
A novela
Tribunal cassa decisão de juíza que soltou bandido com fuzil em Florianópolis

por Moacir Pereira
A desembargadora Bettina Maria Maresch de Moura, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, revogou a decisão da juíza Ana Luisa Schmidt Ramos, do Plantão da Vara Criminal da Capital, que libertara o criminoso Eliam Lucas Ferreira Dias, portador de um fuzil AR-15. Ele foi preso em flagrante pela Policia Militar, e libertado em audiência de custódia, fato que provocou uma onda de protestos de entidades, nas redes sociais e,sobretudo, na corporação.

A decisão da desembargadora aconteceu na madrugada deste domingo (20), atendendo recurso da promotora de Justiça Ângela Valença Bordini. Além de decretar a prisão preventiva, a magistrada suspendeu a ordem de notificar o comandante geral da PM sobre o encaminhamento do bandido sem camisa a audiência. E justificou muito bem "uma vez que razoável e plenamente justificável pelas circunstâncias do caso, a imediata condução do indivíduo, nas condições em que este se encontrava quando do flagrante".


Perfeito e elogiável, também, o argumento da desembargadora ao sustentar que a posse do fuzil constitui ato de "extrema gravidade, pela inescondível ofensa à tranquilidade pública, uma vez que a hipótese diz respeito a posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e há suspeita de organização criminosa por vínculo com facção".

A magistrada acolheu os argumentos da representante do Ministério Público do Estado e destacou a necessidade da garantia da ordem pública, "notadamente pela gravidade/reprovabilidade do delito imputado e risco a sociedade como um todo", circunstância suficiente para ser decretada a prisão preventiva.

Além da manifestações contundentes da cidadania nas redes sociais e reações nos meios militares, a decisão da juíza Ana Luisa Ramos resultou em nota de repúdio do Conselho de Desenvolvimento do Norte da Ilha de Santa Catarina, Codeni.


sábado, 19 de janeiro de 2019

A Mega Valia e a evolução da Teoria Econômica


   
                    Roubão
     por Leal Roubão*

    Já nos preparativos para o Fórum Mundial de Davos, na Suíça, estou a pensaire nas novas teorias econômicas que podem estar a surgir na América Latina, em especial no Brasil. É sabido que ao escrever o Leviathan, o pensador inglês Thomas Hobbes concebia um contrato social para organizar a sociedade inglesa que vivia a Revolução Puritana comandada por Oliver Cromwell. Através da monarquia e do Estado absoluto pretendia frear os ímpetos individuais ávidos por vantagens insaciáveis que aumentavam as diferenças entre os homens. Este estado absoluto é uma das prováveis nascentes do pensamento comunista que surgiria com vigor no século 19. 
   O ministro da economia do Brasil, Dr. Paulo Guedes, formado pela University of Chicago, conhece bastante a história do pensamento econômico ocidental. Entrou no programa de doutorado como admirador de Keynes e saiu como admirador do liberal Milton Friedman. O professor Friedman é autor de uma frase célebre: Não existe almoço de graça! Por isto, nós membros da família Roubão, apenas jantamos.
   Quando Karl Marx concebeu a mais valia deu ao mundo mais um instrumento de aferição da formação da riqueza e da acumulação de capital. Dizia ele que depois de computados os custos de produção, insumos e equipamentos, era necessário adicionar um valor sobre o trabalho realizado pelo operário da fábrica.
    Este valor, o lucro, era a mais valia. E quem pagava a mais valia era o trabalho. Mas, reparem que isto ocorria na livre iniciativa, no mercado livre. Onde o dono da fábrica podia lucrar ou quebrar, dependendo de inúmeros fatores que a ciência econômica vem estudando.
   Agora, em pleno século 21, vemos um brilhante jovem formado pela Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, descobrir a mega valia.
   Os estudos e investigações estão em andamento. Mas, se confirmado o fato, Flávio Bolsonaro, paga salários com dinheiro público, do Estado, portanto, e retira partes deles dos seus funcionários, creditando em sua conta corrente.
   Tratar-se-ia da maior transferência de renda já concebida pelo pensamento econômico. Até o sempre senador Eduardo Suplicy ficaria pasmado. O Brasil tem chances de disputar o premio Nobel de economia pela primeira vez. O Paulo Guedes deve estar constrangido.
   Mas, há também a hipótese, viável, de que ele seja um micro empresário solidamente estabelecido. Pode ser que ele, Flávio Bolsonaro, tenha uma rede de vendedores ambulantes andando pelas praias oferecendo Mate Leão gelado, com limão. Um típico hábito carioca.
   E como o Rio de Janeiro é uma cidade perigosa, a cada R$ 2.000,00 (dois mil reais) de faturamento obtido, ele manda depositar no banco da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde, aliás, é deputado estadual até 31 de Janeiro de 2019.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

O Calor dos Trópicos

por William Ear Long

   Boa tarde aos leitores do blog do Canga. Em inglês seria Canga's blog.
   Enquanto aguardo definição da SECOM para a próxima entrevista com o governador Moisés, fiquei sabendo da decisão temporária do ministro Fux do Supremo Tribunal Federal, suspendendo as investigações sobre operações financeiras atípicas na conta do assessor do deputado Flávio Bolsonaro, o senhor Queiroz.
   O senador eleito Bolsonaro disse algumas vezes que estava à disposição da Justiça para esclarecimentos. Foi ao Ministério Público solicitar cópia do inquérito e disse que então falaria.
Parece que mudou de idéia.
   Nos Estados Unidos, se o caso fosse lá, o senador inauguraria seu mandato em condição suspeita e vergonhosa. Suspected and ashamed, como dizemos. Mas, sendo no Brasil, não se pode avaliar.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Pérolas de antanho

   Esse país tem cada coisa que só vendo para acreditar. Até biquini já foi proibido. Foi em 1961 que o presidente Janio Quadros proibiu o uso do biquini. Tudo pensando nos bons costumes da família brasileira.

   Em 1971, exatos 10 anos após a proibição, a atriz Leila Diniz chocou os conservadores posando grávida e de biquíni, nas areias da praia de Ipanema.

   Numa mesma tacada, em 61, Janio proibiu a lança perfume e os cassinos. O cara era quadrado mesmo. Não restou mais nada para aquela geração fazer.
   Dessa escapei!
   Lembro que no meu tempo de guri, quando íamos nos baile infantis, a mãe comprava o kit: maria mole (rasteirinha) e óculos de plástico para proteger os olhos da lança perfume. Mas o bom mesmo era jogar lança nas costas das gurias. Dava um friozinho, né?




Aqui em SC também se "puxava cordão" 




quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Pe. Quevedo e o despertar Alegre, Feliz e Contente...


   O anúncio da morte do famoso Padre Quevedo, parapsicólogo, me botou no Túnel do Tempo, e me fez reviver um história que aconteceu na minha infância, lá em Quaraí (RS).
   O jesuíta espanhol, conhecido por desmascarar charlatões e explicar fenômenos "sobrenaturais", percorreu o Brasil de ponta à ponta, apresentando-se em escolas do interior sempre desvendando fatos incomuns e demonstrando o que, como costumo falar: "não é truque nem magia, é pura habilidade manual".
   Na verdade o padre Quevedo pretendia diferenciar o que é truque e milagre, aí entra a ideologia religiosa ao afirmar que era para "estabelecer uma fé racional e madura".

Curso de Hipnose

   Assisti um show do Pe. Quevedo uma vez no colégio Dartagnan Tubino de Quaraí. Estava no primário, por volta dos 10,11 anos.
   Na noite desse mesmo dia, o Pe. Quevedo ministrou um curso de Hipnose, para adultos no Salão Paroquial. O pai, Waldemar Rubim, foi um dos inscritos. A mãe acompanhou-o desconfiada com o interesse do pai pela técnica de desvendar "mistério"...alheio, é claro.

   Feito o curso, com direito a certificado e tudo mais, lá se foi o pai praticar o aprendizado do Pe. Quevedo.

   Para desespero da mãe, eu e meu irmão, fomos as primeiras cobaias do hipnotizador W. Rubim, como aparecia no seu certificado.

   Fechados na sala - somente nós três - começam as primeiras instruções para relaxar, esvaziar a mente e, claro, ficar refém da sugestão paterna. Condições fundamentais para entrar em sono profundo e começar a falar bobagens e segredos de guri, escondidos bem lá no fundo do inconsciente.

   Cioso da sua nova habilidade, fruto de 100% de aproveitamento do curso do Pe. Quevedo, o pai começa a balançar um relógio pendurado em uma corrente, frente aos olhos esbugalhados e curiosos dos filhos à sua frente.

   Sentados em um sofá, na penumbra da sala provocada por um pano jogado em cima de um abajur, mãos entrelaçadas sobre a cabeça e ouvindo uma voz gutural que parecia não ser a do pai, ali estávamos nós, Sergio Antonio e Marco Aurélio, prontos para ingressar em uma nova dimensão. Em um mundo jamais imaginado e do qual, pelo que entendi, jamais saberíamos como era, pois estaríamos dormindo...e nos entregando. 

   Essa parte me incomodava. Mas curioso, fazia força para seguir os "comandos" e realizar uma experiência de sucesso. 

 Impossível!

 Uma mistura de medo e curiosidade acabaram me provocando o riso diante dos comandos 
- "vocês estão sentindo as pálpebras pesadas, estão sentindo uma leveza e se encaminhando para um sono profundo...depois acordarão alegres, felizes e contentes". Até aí sem novidades. Eu já era tudo isso!


   A primeira risada foi advertida, com a voz do pai mesmo: - Sérgio Antonio, tu não leva nada a sério?! te concentra por favor!

   Tinha o lance da respiração também. Respirei fundo, e retomei a tentativa de ser hipnotizado. Mas o riso depois de libertado, pode não aparecer de cara, mas fica ali escondidinho. A coisa já tinha desandado!

   Quando iniciávamos a segunda tentativa de dormir, silêncio e concentração total - até acho que ia dar certo - a porta se abre de repente e escutamos a voz da mãe:

- Rubim, quem sabe tu faz isso com os guris depois da janta. A mesa já está posta!

   Bah! O pai foi à loucura! Largou o relógio no chão, e saiu num rompante, praguejando.

   Sentados à mesa, comportados em silêncio, um prato de sopa quente com pão, vimos o sorriso cúmplice aliviado da mãe à frente.

   Anos depois ela nos confessou que tinha medo de que ele nos colocasse para dormir e a gente não acordasse mais!

   Nos salvou do misterioso mundo do Padre Quevedo! 
   
   Ufa! Vá saber!

domingo, 6 de janeiro de 2019

William Ear Long volta a Santa Catarina

Ear Long
Mesmo aposentado do The New York Times, o veterano e experimentado jornalista William Ear Long foi contratado por um pool de jornais norte americanos para voltar a Santa Catarina e, desta vez, entrevistar o governador comandante Moisés. Ear Long escutou em Nova York que a primeira coletiva do governador foi feita pelo Facebook e que apenas 532 pessoas participaram da audiência. Problemas técnicos, afirma a SECOM - Secretaria de Comunicação, causaram a baixa visualização cibernética. 

   Ear Long está hospedado num hotel resort no norte da Ilha e por duas vezes esteve revisitando o centro histórico da cidade. Leva em média três horas, de Uber, do hotel até o centro.
 
A entrevista ocorreu no Centro Administrativo.
 
William - Bom dia comandante Moisés. Como o senhor avalia os primeiros dias de governo?
Governador - Estamos na transição entre a velha e a nova política. Não sabemos quanto tempo vai durar a transição. Transição é como trânsito, você sabe, pode engarrafar. Pode demorar.
 
William - O senhor vai vender os aviões e aeronaves do Estado?
Governador - Parece que sim. Os equipamentos estão velhos, defasados tecnologicamente. A manutenção é cara. Vamos experimentar transportes coletivos: Aviões de carreira, ônibus de linha, Uber e os novos patinetes da capital.
 
William - E no funcionalismo público?
Governador - Já demitimos 537 ocupantes de cargos em comissão.
 
William - E nas praias, neste verão, qual a novidade?
Governador - Novidade nenhuma ainda. Mas, as águas vivas voltaram nesta temporada.
 
William - Alguma notícia ou fato relevante?
Governador - Estamos trabalhando na transição da velha para a nova política.
 
*...e a oposição dizendo que o governador não fala.