segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Artistas concluem grafite no Elevado da Seta em Florianópolis

setaArte composta por 26 grafiteiros fica como legado da V Bienal de Design

   O elevado do Trevo da Seta, em direção ao Sul da Ilha, ganhou um colorido todo especial, alusivo ao conceito da V Bienal de Design, que ocorreu nos meses de maio a julho, em Florianópolis. A arte, composta por 26 grafiteiros, brasileiros e estrangeiros, teve como temática o “design para todos”.

   A composição visual foi realizada de acordo com um convênio firmado entre a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, e o Instituto Euvaldo Lodi de Santa Catarina (IEL), em parceria com a SC Design.

   O coordenador de produção, Ulisses Souza, que esteve à frente do projeto, destacou a aceitação do conceito da arte pela população local e o fato de ser a primeira vez em que há uma união com grafiteiros contando com o apoio da Prefeitura em um trabalho como este.

seta1   “Nos reunimos com a SC Design, que nos passou o conceito da Bienal, e em conjunto com os artistas definimos o estilo da arte que seria elaborada. Na base do projeto, temos um grafiteiro que espirra em seu spray todas as cores da Bienal de Design, e a partir delas os grafiteiros puderam compor seguindo este padrão, mas sem perder o seu estilo próprio”, disse.

   Um dos artistas que participou da composição e coordenou a parte artística do projeto, Rodrigo Rizzo, contou que esta integração com diversos profissionais em uma arte desta proporção era um sonho que ele cultivava há tempo: “A minha parte no painel é um grande camaleão que está em plena transformação, mudando gradativamente de cores e formas conforme passeia pelo ambiente representando justamente a transformação  que o graffiti traz para um espaço antes abandonado e degradado", destacou.

   "Para mim como artista - prosseguiu - foi uma experiência fantástica ver a realização de um sonho que tenho há mais de dez anos. Sempre quis trazer algo nessas proporções para Florianópolis, como os grandes festivais que tenho presenciado pelo mundo. Mas o sonho continua, e muito maior. Fazer de Florianópolis capital turística da arte urbana no Brasil.”

seta2   Ulisses ressaltou, também, que os desenhos não foram feitos de forma separada, que há uma integração entre eles o que permite perceber a arte como um conjunto. Além disso, frisou que a escolha do local, a caminho do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, permite que os visitantes que chegam à cidade observem a obra, o que dá uma maior visibilidade ao legado que ficou para a Capital. “Nossa ideia é colorir a cidade, expandir o conceito de integração dos artistas a outros elevados”, completou.

   O diretor Financeiro da SC Design, Sonei Turossi, falou sobre o processo de integração com a comunidade local: “Antes de iniciarmos a arte, fomos em busca da comunidade, para que ela abraçasse a ideia, soubesse o que seria feito ali, possibilitando a participação deles no projeto. Esta construção em conjunto, com este conhecimento, faz com que haja uma aceitação e uma interação. Foi desta forma que nos preocupamos em trabalhar este projeto e deixar este legado contando com o apoio da comunidade”, frisou.

   Os artistas que participaram da composição da obra são: Aipmo, Alma, Bater (Argentina), CSC, Diant (Balneário Camburiu), Digo, Driin, FPLO (Caxias do Sul), Gephs (Criciúma), Gron, Gugie, Lelin (Ribeirão Preto), Ldrao, Lola (Ribeirão Preto), Mofas, Nova, Odrus (Brasília), Rizo, Same (Alemanha), San, Smok (Alemanha), Tim, Vejam, Valdi, Wagz e Yours (Alemanha).

Vão central do Mercado recebe cobertura

martinho ghizzoConclusão da cobertura provisória depende das condições climáticas         (Foto de Matinho Guizzo)

   O vão central do Mercado Público de Florianópolis deverá receber ainda nesta semana uma cobertura provisória em lona branca. A ideia é garantir o conforto e a segurança dos usuários, mesmo em caso de chuva, já nesta temporada. O custeio da cobertura, que aproveitará a estrutura metálica instalada pela Secretaria Municipal de Obras neste final de semana, ficará sob responsabilidade da Associação dos Comerciantes do local.

   De acordo com o secretário de Obras Rafael Hahne, a instalação da cobertura definitiva deverá ter início após o Carnaval. O adiamento foi solicitado pelos próprios comerciantes, preocupados com o transtorno e consequente reflexo no movimento que o andamento das obras poderia ocasionar.

   Em metal não oxidável, e com partes retráteis para possibilitar a abertura, a cobertura definitiva receberá uma membrana translúcida leve e de grande resistência, fabricada em composto de ETFE, com  quase mil metros quadrados de área.

   As obras no vão central começaram no mês de junho e foram divididas em duas etapas. A primeira corresponde à montagem da estrutura de suporte, que começou com o nivelamento e a colocação do piso; a segunda etapa corresponde à instalação da cobertura em si.

   O nivelamento do piso foi necessário para possibilitar a acessibilidade a portadores de necessidades especiais em todos os espaços do Mercado.

sábado, 28 de novembro de 2015

Quem está matando os índios no Mato Grosso do Sul?

renan
   
   Por Renan Antunes de Oliveira (para a Pública)
 
   No final de outubro, eu estava internado num hospital em Porto Alegre quando recebi um whatsApp: precisa-se de repórter para viajar para o Mato Grosso do Sul (MS) a fim de investigar crimes no mundo guarani – foram 138 mortes em 2014, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
   A mensagem citava os crimes mais recentes: alguém furou a barriga do cacique Elpídio, de Potrero Guasu, em setembro; jagunços mataram o guerreiro Simeão, em agosto, em Marangatu; uma criança índia sumiu durante uma escaramuça com fazendeiros, em junho, na área indígena Kurusu Amba – nesse caso, a denúncia era do Ministério Público Federal (MPF).
   Notem: era só índio tomando chumbo.
   Dei uma busca no Google por “morte do índio Simeão”. Nada nos grandes portais nem nos jornalões – até aí normal.
   Vapt-vupt desconectei o soro, suspendi um exame da artéria hipogástrica e reagendei o nefrologista para novembro: a viagem era urgente porque nunca antes na história daqueles grotões foi tão quente o conflito entre índios guaranis e fazendeiros brancos.
Aluguei um carro, contratei a fotógrafa Cris Loff e toquei para as quebradas onde os ataques ocorreram – reportagem assim tem um pouco daqueles seriados do CSI, e seria bom a gente encontrar as provas na cena do crime.
   Já estive no MS várias vezes. Esperava rever os mesmos atores: fazendeiros e seus pistoleiros na ofensiva, índios no modo de sobrevivência.
   Desde 2013 os fazendeiros impedem na marra que a Funai demarque as áreas indígenas, usando pistoleiros nos grotões, parlamentares no Congresso Nacional e a conveniente lerdeza do Judiciário.
   Os pistoleiros são os que mais incomodam, mesmo sendo apenas a ponta do iceberg: eles fazem o serviço sujo aqui e ali, botam os funcionários da Funai para correr. Vivem protegidos nas fazendas dos mandantes, com a certeza da impunidade.
 

   Leia a reportagem completa. Beba na fonte.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A MAIORIA SILENCIOSA É OMISSA

nigeria-alves

“Por que queres abster-te da ação? Não é assim que a tua Alma conseguirá a liberdade. Para chegar ao Nirvana, é preciso chegar ao conhecimento de si próprio. E o conhecimento de si próprio é filho de ações caridosas. Tem paciência, como quem não teme falhar, nem procura triunfar”.

(HELENA P. BLAVATSKY, em A Voz do Silêncio, 1899)

   Por Laercio de Melo Duarte  

   Todos dizemos que os 1,5 bilhão de muçulmanos no planeta são gente boa, que só querem rezar ao seu Alah de forma pacífica. No entanto, uma quantidade ínfima de militantes fanáticos e violentos é capaz de praticar os atentados que vimos em Paris há alguns dias, executados em nome de um Estado Islâmico que se instala no deserto entre Iraque, Síria e Turquia, onde enfrentam bombardeios das maiores potências mundiais. Além disso, constroem uma rede teocrática com outros grupos assassinos que desestabilizam os frágeis estados nacionais africanos. O que fazem os supostos 99% de islâmicos pacíficos no mundo, incluindo a elite muçulmana, seus líderes políticos e religiosos ?  Observam.

   Da mesma forma, se diz que os nazistas alemães eram um pequeno bando de malucos, liderados por um insano, que eram minoria extrema da gloriosa e culta nação germânica. Mas, a maioria silenciosa alemã achou bom que estes malucos tivessem resgatado o orgulho alemão perdido na Primeira Guerra Mundial. E achou melhor ainda as suas promessas de futuras glórias e bem estar, embora rissem da fantasia do reino de mil anos. Quantos seres humanos foram necessários morrer na Segunda Guerra Mundial, antes que a máquina de guerra nazista fosse destruída? Cerca de 85 milhões. 

   A Rússia era um enorme a atrasado país, religioso e bovinamente subordinado ao comando dos czares, quando os soviéticos de Lênin fizeram a revolução. Até que Stálin estabilizasse as lutas internas e colocasse o país em condições bélicas de competir com os Estados Unidos, 20 milhões de soviéticos foram assassinados pelo Estado. No outro front comunista de proporções continentais, a China, a consolidação do poder desde Mao Tsé Tung até os dias atuais, incluindo colocar o país literalmente de pernas pro ar na Revolução Cultural, custou aos chineses 70 milhões de mortos por motivos políticos.

   Estes poucos exemplos mostram que a maioria silenciosa é irrelevante, quando se trata de tomar o poder e fazer com ele o que os poderosos têm feito ao longo da história. A democracia, como a conhecemos desde os tempos da Grécia antiga, é muito útil para se chegar ao governo e, depois dele, ao Poder. Mas, por si só, a democracia é insuficiente para manter a sociedade justa e organizada, em torno dos ideais de convivência pacífica entre diferentes visões para a gestão do Estado, enquanto entidade distribuidora de justiça, renda e cidadania.  Platão já dizia que a Democracia traz dentro de si própria os germes de sua destruição.  Um deles é a forma dócil com que a maioria silenciosa se deixa seduzir por lideranças messiânicas, bonitas, bem falantes ou que fazem promessas sem lógica, inatingíveis. Collor ganhou sua eleição à Presidência da República em 1989, por que basicamente era um moço bonito, que prometia acabar com a “política”, caçar “marajás” e outras asneiras. Como quase sempre acontece com líderes carismáticos sem pudor ou compromisso ético, acabou como um grande tirano. Só foi apeado do Poder, por que não o dividiu com outros oligarcas, confiando na sua liderança frente aos que ele chamava de “descamisados”, tentando transformar-se num novo Perón, ainda que lhe faltasse uma Evita convincente. Lula, por sua vez, já aprendeu com o ex adversário e, uma vez no Poder,  constituiu outro tipo de tirania:  o aparelhamento das instituições do Estado, em proveito de uma base militante mantida com recursos públicos, enquanto lança propostas de alianças políticas com forças de todo tipo e matiz político, desde que colaborem para manter no Poder o atual grupo político que o detém. Foi basicamente o que faltou a Collor, e é a razão pela qual as forças em torno de Lula resistem a tantos escândalos de corrupção e má gestão.  

   Do ponto de vista religioso, a maioria silenciosa quer mais do mesmo. No ocidente, segue a religião do estado romano, transformada em oficial lá pelo século IV d.c., afim de permitir ao Império Romano sobreviver um pouco mais, uns “poucos mais” de cem anos.   A maioria silenciosa adora os discursos do Papa Francisco, mas não lhe ocorre perguntar que tipo de gestão ele está fazendo a partir do Vaticano. Ela não acredita que o Poder efetivo da Igreja Católica Romana está com os Cardeais e a Cúria Romana, e que, para mudar algo dentro da estrutura da maior igreja cristã, o Papa teria que fazer uma “limpa” geral. A maioria silenciosa não percebe que ele não quer ou não tem condições políticas de enfrentar esta questão, então, ele continua a fazer os mesmos discursos de sempre.  Na frente chamada Evangélica (antigamente se dizia Protestante), talvez seja até pior, pelo menos no tocante a manipulação dos praticantes, como clientes muitas vezes de um sistema perverso.

    Do ponto de vista político, a maioria silenciosa está quase sempre ao lado do Poder.  Terminada a Segunda Guerra Mundial, era difícil encontrar um cidadão que tivesse apoiado o Nazismo; quase todos se diziam vítimas e perseguidos, mas, como explicar a manutenção de Hitler no poder por tanto tempo? Como Mussolini conseguiu seduzir um povo milenar como o italiano? A ditadura portuguesa durou quase 40 anos. No Brasil, tanto o Estado Novo como a Ditadura Militar duraram cada uma cerca de 20 anos. É sabido que estes regimes foram cruéis torturadores de inocentes, que primeiro desciam o sarrafo, depois perguntavam o que queriam saber de seus interrogados, no entanto, quando se questiona cidadãos comuns que viveram estes períodos, é comum responderem que “não se sentiam incomodados”. E sobre as violências e atentados às liberdades e direitos individuais? As respostas costumam ser chocantes: “A gente não se metia, então, não tinha por que se preocupar”.  É o típico posicionamento político da maioria silenciosa: não se envolver.

   Mesmo no lado dos mudancistas, observa-se um comportamento sectário. Por exemplo, há um movimento político que pede a intervenção dos militares para assumir o sistema de governança no Brasil. Ainda que esse pedido venha disfarçado como “intervenção militar constitucional”, parece a mim, pelo menos, que eles querem o velho e manjado “golpe militar”. Ao perceberem que os atuais comandantes das forças armadas não estão dispostos a essa atitude, o grupo intervencionista passa a acusações ostensivas, algumas até ofensivas, de que as autoridades militares estão omissas “diante de um governo de ladrões”,  como costumam sutilmente fazer suas propagandas disfarçadas de acusações genéricas. Neste caso, não há qualquer diferença de atitudes quanto ao tipo de intervenção política, não importando se quem a faz é de direita, de esquerda, renovador ou reacionário.  A maioria silenciosa continua indiferente, por isso mesmo, nenhum movimento de mobilização política tem surtido efeito no país nos últimos anos. De forma geral, os cidadãos que se envolvem na política são os que tomaram posição por um lado que já atua de modo organizado, defendendo causas próprias. Neste caso, é chover no molhado. Nada virá de novo deste front. Nenhuma consciência política mais desinteressada, nenhum tipo de intervenção orientada ao aprimoramento da representação popular, para melhorar o nível do parlamento, que nas democracias é o espaço destinado a resolver as controvérsias e disputas, encaminhando decisões que atendam aos interesses consensuais da Nação, enquanto povo organizado.

   Teoricamente, a maioria silenciosa se pronuncia através do voto. Não é suficiente. De nada adianta escolher um candidato para fazer a gestão da cidade, do estado ou do país, ou escolher o seu representante no parlamento, e depois abandoná-lo à própria sorte ou deixá-lo livre para fazer o que bem entender com o voto “carta branca”. Em síntese, o que falta na nossa sociedade é participação política com consciência e qualidade. As maiorias silenciosas necessitam de preparo para exercer esta complexa missão. A questão efetivamente importante é se isso interessa a mais alguém, além dos idealistas e distraídos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Retrato cru da desolação

Ilustração: Pedro Matallo.

O repórter Aiuri Rebello passou uma semana convivendo com os operários apresentados nesta reportagem, sem se identificar como jornalista. Por razões de segurança do profissional e para proteger as adolescentes retratadas nesta história, optamos por usar apenas nomes fictícios. Todos os eventos a seguir são reais.


ATO 1

Atrás do matagal.

Calor, poeira, pernilongos e urubus não perdoam ninguém no km 240 da obra de duplicação da Estrada de Ferro Carajás, no interior perdido do Maranhão. A impressão é de que se está no lugar mais remoto do Brasil. Às 18h15 de uma sexta-feira no fim de setembro não é diferente. Os 33 graus desse fim de tarde primaveril coroam o inferno privê vivido pelos 1.140 trabalhadores de empreiteiras contratadas pela gigante mineradora Vale, todos eles escondidos debaixo de macacões vermelho-operário de tecido pesado e grosso — uma mistura de algodão e linho envolta por uma camada sintética emborrachada — , todo fechado dos pés ao pescoço e com faixas reflexivas nas mangas, tronco e pernas.

Ao meu redor, um grupo de uns 300 operários encerra naquele momento mais uma semana de trabalho extenuante em um dos trechos da duplicação dos 892 quilômetros da ferrovia que liga Carajás, no Pará, a São Luís, no Maranhão — parte do maior empreendimento minerador da Vale em todo o mundo, o S11D. A obra naquele ponto começou já faz quase dois anos. A missão ali estará terminada até o começo de 2016, e a maioria dos operários já foi ou está indo embora, seja para casa ou para uma nova frente de serviço em outro lugar, talvez, em outro trecho da própria EFC. O clima é de fim de festa, mas o que esses homens mais querem após o turno de trabalho é justamente festa, com bebida gelada e mulheres.

Tudo parece inadequado para a inclemência do calor no oeste maranhense, no limite do fim do Cerrado e início da Amazônia. Mesmo com o sol quase completamente posto, a temperatura não dá mostras de que irá arrefecer nas próximas horas. Os trabalhadores conversam, caminham ritmados e os mosquitos começam a zunir no ouvido. Todos suam bastante e urubus voam baixo em círculos ao longe. Um bafo de sauna seca domina a atmosfera, apesar do vento.

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Nosso aplauso

   Por William Ear Long *
 
   Muito bom ver a Polícia Federal a pleno vapor. Também o Juiz Moro e os promotores de Curitiba na Operação Lava a Jato.

   Parabéns pelo trabalho em execução. Como sugestão de pauta, considerando que a propaganda do governo de SC diz que somos os melhores em tudo, seria bom dar uma olhada por aqui também.
 
   Grampear alguns telefones e verificar o andamento das coisas, como já fizeram na Prefeitura da Capital. Ver a contabilidade de alguns amigos do poder.Deve ter alguns ácaros por aqui também.
 
Saudações.

*O nosso correspondente em New York

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O novo líder de Dilma também tá sujo

lider   Com a prisão do senador Delcídio Amaral, a presidente Dilma Rousseff teve que agir rapidamente para encontrar um novo líder do governo no senado.

   Como a “prata da casa” (PT), está no xilindró ou investigada pela PF, Dilma foi buscar Wellington Fagundes, do PR, para o lugar de Delcídio Amaral.

   O currículo do “fofo” é dos melhores: envolvido no Escândalos dos Sanguessugas, Wellington  é acusado de receber propina de 100 mil reais em espécie.

   No STF, ele ainda é alvo de inquérito que apura peculato.

lula

A “Passionária” do STF

image   Assim como Dolores Ibarruri (La Passionaria)- ficou famosa por cunhar a frase, contra os Franquistas, …no passarão! em discurso na Rádio Republicana de Madrid, quando estourou a Guerra Civil Espanhola - a ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, teve seu dia de passionária, ao dar seu voto pela manutenção da prisão do líder do PT, Senador Delcídio Amaral, esta manhã.

- “Criminosos não passarão sobre o Supremo”, disse a ministra em seu voto.

O GÁS DO SENADOR ACABOU

     Por Laercio Duarte

   O "senador do gás", alcunha com que se elegeu no Mato Grosso do Sul, Delcídio Amaral tem uma longa história no poder. Diretor da Eletrosul nomeado pelo PSDB-MS, foi também diretor da Petrobrás, onde exerceu o cargo por indicação de FHC. Depois, sentindo a mudança de ventos, foi-se com mala e cuia para o PT, sendo eleito Senador duas vezes.

   Apesar de Lula, que não o tem em boa conta, por causa da inimizade do Delcídio com o Zeca do PT, ex governador de MS,  Delcídio conseguiu fazer carreira no Partido e no senado, onde é lider do governo. Delcídio é da elite matogrossensse de Corumbá, esperto articulador, bem falante, inteligente e outros atributos que normalmente faltam aos políticos essencialmente petistas.

   O Ministério Público já havia denunciado antes suas tentativas de atrapalhar as investigações da Lava Jato, mas, o STF negou sua prisão à época, por falta de provas.

   Pois agora veio a prova fatídica.

   O filho de Nestor Cerveró (o zoiudo) entregou à PF uma gravação onde Delcídio propões uma negociação: CERVERÓ, que está preso em Curitiba,  SAI PELO PARAGUAI EM FRONTEIRA SECA, DEPOIS PEGA UM VÔO PARA A ESPANHA, ONDE PASSA A VIVER, JÁ QUE É CIDADÃO ESPANHOL.

   Além dessa "facilidade", o senador promete uma bolsa mensal de 50 mil dólares, para que Cerveró não precise gastar o pé de meia que juntou na diretoria da Petrobrás em contratos super faturados. Tudo isso, para que continue de bico calado. 

   Delcídio Amaral, assim como outros criminosos do PT, devem agradecer a deus por viverem num regime democrático, pois, se isso acontecesse na ditadura militar, o "senador do gás" ficaria num pau de arara, levando choque no rabo até contar como é que funciona o "esquema" de fugir e sair pelo Paraguai.

Nunca antes na história deste país…

…um senador da República, em pleno exercício do cargo, é preso pela Polícia Federal. O petista Delcídio do Amaral é acusado de prepara a fuga do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, preso na carceragem da PF em Curitiba.
Delcídio aproveitando momento de descontração em sua suntuosa mansão em Florianópolis, ladeado por José Sobrinho, preso nesta segunda-feira na 19ª fase da Operação Lava Jato.
   Turma da Praia Brava, em Florianópolis, sofre mais uma baixa. O senador Delcídio do Amaral é preso em Brasília. A sua esquerda, José Sobrinho, da Engevix, já preso em Curitiba.
   O plano de fuga de Nestor Cerveró, elaborado pelo líder da presidente Dilma, incluía uma mesada que bancaria a vida do delator no exterior, provavelmente na Espanha onde Cerveró tem nacionalidade.
   Segundo investigações do ministério público, o detalhado plano de fuga incluía rota terrestre para o Paraguai e de lá, Nestor Serveró seguiria para a Espanha em um jatinho Falcon 50.



terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Paralaxe Colombina na Província Catarina

Por Eduardo Guerini

Na evidência de um governo paralisado por acordos e conspirações pré-eleitorais, nosso governante bonachão usa a mídia provinciana para distorcer a realidade.

   A paralaxe é um fenômeno observado por um desvio causado no ângulo de visão do indivíduo que, dependendo do ângulo, provoca distorção da noção de profundidade e sua distância. Na astronomia, a diferença na posição aparente de um objeto visto por observadores de pontos distintos, dependendo dos instrumentos de medição e do ângulo do técnico, pode se traduzir na distorção maior ou menor, ou seja, a causa do desvio ótico é causada pelo ângulo de visão de um indivíduo, proporcionando uma escala errada de graduação. Em termos conceituais, a paralaxe cognitiva é uma afastamento da construção teórica ou teorizada da experiência real dos indivíduos. Em sentido literal, um fenômeno ótico que repercute sobre o mundo da política.

   No contexto político catarinense, a mídia monopólica que sobrevive das verbas publicitárias oficiais, consegue reproduzir de forma ampliada a distorção ou “erro em paralaxe”. Assim, o recrutamento de colunistas e orquestração de reportagens orienta a “aproximação da lente” sobre a realidade que se pretende distorcer, e, resumidamente, repercutir a imagem produzida pelo observador distante da realidade social dos catarinenses, porém, muito próximo do gabinete do “capataz de plantão” dos poderes democraticamente instituídos.

   Desta maneira, o que pode representar melhor “a paralaxe colombina” , senão a “bombástica” propaganda intitulada “Santa Catarina – Cuidando das Pessoas, Cuidando do Futuro.”, o Estado onde o Brasil dá certo !!!

   Na aproximação de nossa lente para o mundo real, não o imaginário construído pelo marqueteiro de plantão, os dados sobre o emprego e crescimento dos últimos meses foi olimpicamente esquecido pelos colunistas de política e economia da mídia provinciana.

   Na segurança pública, na educação, na saúde e infraestrutura, os reclames cotidianos dos catarinenses são remetidos para o esquecimento de pequenas reportagens em telejornais no horário do almoço ou jantar, momento que a maioria da população sequer assiste tal “noticiário”. Quando muito, nos telejornais matutinos, ora mistificando ou comentando sobre o “óbvio ululante”, jornalistas se preocupam mais com as condições do tempo e do trânsito, diante de uma infraestrutura destroçada.

   Para o reforço corriqueiro, o apoio das ações governistas é uma constante no Poder Legislativo. Um espaço de servilismo e clientelismo - com sua famosa dança de cadeiras e farras diárias. A locupletação fantasiosa na construção do mundo maravilhoso na província catarinense, se mede pela régua da campanha midiática reproduzida pela Casa Legislativa intitulada “Gente que Faz Diferença”, atacando os “pessimistas de plantão”, elevando a autoestima do povo catarinense (sic!!!).

   Não importa se a realidade é uma produção por reconhecimento ostentatório de determinada imagem, midiatizada ou simbolicamente distorcida, seja em comentários ou reportagens que reforçam a propaganda oficial do astuto e bonachão governante e seus assessores, o que importa é subsumir as fantasmagorias produzidas pelo marqueteiro de plantão.

   Então, quando alguém falar em crise “lembre-se você está em Santa Catarina” !!!

Erramos... desculpem, roubamos...

   Por Marcos Bayer

   A prisão de mais um, desta vez o pecuarista Bumlai, na Operação Lava a Jato, vai revirando as tripas do Brasil.

   O ex-presidente Lula declarou em recente entrevista para Roberto D’Avila, em tom de pergunta, o seguinte: Então o dinheiro que o PSDB pega na Petrobrás é o limpo, e o dinheiro do PT, no outro cofre, é o sujo?

   Com esta pergunta/afirmação fica expressa não só a confissão como também o reconhecimento de que todos os partidos políticos vão buscar dinheiros nas empresas públicas para suas campanhas eleitorais.

   Da mesma forma que a CELESC e CASAN e o BESC, faziam o papel de “estruturadores” de campanhas políticas. Ainda fazem...

   Na Roma antiga, há uma citação de Túlio Cícero, sobre o financiamento das campanhas militares... E da gratidão aos empreiteiros financiadores.

   É urgente regulamentar a matéria... Ainda que seja pelas mãos do STF.

   É por isto que temos governos mais corruptos e outros menos. Em todos os níveis... Ou mais caros e mais baratos, como refere um político catarinense.

   Da Ave de Rapina, passando pela Monreal/Celesc até a Petrobrás.

   A população brasileira está aprendendo muito com a sua classe política.

   O exemplo vem de cima... Claro que vem de cima. Dizer que a política reflete a sociedade é uma sacanagem para justificar outras.

   O que o PT fez, ao prometer o Nirvana ao povo brasileiro, foi um lamentável engano, desculpe, um roubo.

   Agora, por lógica de movimento pendular, a tendência será votar em quem representar o anti-PT.

   Assim demonstram as pesquisas de opinião.

   E, mais uma vez, muito ladrão aproveita para lavar suas condutas.

   Mas, no fundo, estamos aprendendo a praticar a democracia. Ainda que sob uma fachada de “cleptocracia tropical”.

   Ou como disse o Gustavo Franco recentemente, na Roda-Viva da TV Cultura: Existem vários capitalismos... Inclusive o capitalismo de quadrilhas...

   E o Juiz Moro que mostre ao Brasil que ainda é possível existir Juízes como os de Berlin...

Golpe: famíglia Berger em ação!

MPSC apresentou denuncia criminal contra Dilmo Wanderley Berger, irmão do ex-prefeito de Florianópolis, Dario Berger.
image   A denúncia envolveu outras quatro pessoas investigadas na Operação Trojan que descobriu uma quadrilha que inseria dados falsos no Sistema Tributário de Florianópolis.
   Segundo a Promotoria de Justiça da Capital, em novembro de 2011, a pedido de Dilmo Wanderley Berger - irmão de Dário Berger, então Prefeito de Florianópolis -, quatro agentes públicos do Município agiram para inserir dados falsos no sistema que processa o cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e alterar o valor do tributo devido pelo contribuinte.

   Sandro Fernandes, então Secretário Municipal da Receita, amigo íntimo de Dilmo Berger, pediu as alterações no sistema ao então Gerente Administrativo e Financeiro da Secretaria Municipal da Receita, Breno Pockszevnicki.

   Breno, como não tinha conhecimento técnico para executar a alteração, pediu ajuda ao João Alexandre Piassini Silvério, então Secretário Adjunto de Ciência e Tecnologia. João explicou, então, que poderia diminuir a alíquota do tributo de 2% para 0,5%, mediante a inserção de uma falsa residência sobre o terreno de uso comercial desocupado.

   Porém, como não tinha senha de acesso ao cadastro imobiliário, solicitou a alteração ao servidor Rogério Arlindo Martins, lotado na Secretaria da Receita. Então, no dia 30 de novembro, na sala de Breno e acompanhado de João, Rogério inseriu os dados falsos no sistema, colocando uma casa inexistente, de 49 m², sobre o terreno, assim alterando a alíquota.

   Os servidores colocaram data retroativa como ano da construção, para permitir o recálculo de dívidas de IPTU de anos anteriores que Dilmo Berger possuía com a Prefeitura. O prejuízo ao erário só não se efetivou porque outros servidores perceberam a fraude e a situação foi revertida.

Reminiscências

jaison

   Por Jaison Barreto

   O sentimento de impunidade, começa por uma distorção na concepção de responsabilidade, que boa parte dos homens públicos brasileiros têm.

   O que ocorre de bom durante o período do seu exercício na função pública, é glória sua. Os desacertos, as más escolhas, os mal feitos, não são de sua responsabilidade. Ortega e Gasset, passou batido, ao garantir que “o homem é o homem e suas circunstâncias”.

    O Lula, com seu já famoso “nunca neste país”, é um exemplo típico desta situação, agravado por evidente despreparo que ele próprio faz questão de ressaltar.

   Sua entrevista ao Roberto D’Ávila, na Globo News, expôs a gravidade da sua paranoia, que implica inclusive, em absoluta incapacidade de auto crítica. Como qualquer chefete de partido político sul americano, acha natural impor, de maneira autoritária, um nome para sucedê-lo, mesmo quando comprovadamente dá mostras de evidente despreparo pra função (Dilma).

   A culpa aí é das circunstâncias, dos adversários, dos fados, da natureza, do sobrenatural, etc. etc. Sua amnésia garante que não opina no governo da Dilma. A literatura está cheia de casos que explicam esses fenômenos.

   Na psiquiatria é quase rotina.

  A MODÉSTIA NÃO LHE FAZ COMPANHIA, E VIVE DESAFIANDO ESPELHOS, DUVIDANDO QUE EXISTA ALGUÉM MAIS EXPERTO DO QUE ELE.

   Desconheço este Lula.

   Eu conheci o Lula companheiro de caminhadas, das dezenas de comícios, dos papos em sindicatos como o de Criciúma, o Lula das Diretas, das conversas sobre igualdade de oportunidades, o Lula da reforma agrária, o Lula que não gostava de banqueiros, o Lula da simplicidade que superava suas deficiências inspirando confiança e credibilidade.

   Foi assim que até fiz comício no Auto Posto Terceira Avenida, contrariando defensores do Collor. A prática democrática de garantir igualdade nas disputas, foi assunto de conversa no meu escritório, pra contatos com lideranças as mais diversas.
   Isto tudo me faz compreender o desencanto de petistas conscientes como o Bicudo, e tantos outros.

   Da minha parte, lamentei ter assistido a entrevista com o Roberto D’Ávila na Globo News. Fica difícil aceitar um Lula que garante saber de tudo, mas insiste em dizer que não sabia de nada.

   Aqui do oitavo andar do Edifício Dona Rosinha, apartamento comprado a prestação do companheiro Menta de Caçador, neste sábado ensolarado, ouvindo o burburinho da feirinha aqui na praça, curtindo uma musiquinha ao vivo que vem lá de baixo do quiosque, vendo ao longe o pessoal na praia, dei graças aos deuses pelas virtudes que preservo.

   Rico, de tornozeleira em casa ou na Papuda, depondo em CPI, dando explicações para o juiz Moro, não deve ser muito agradável.

   Imaginemos a situação de ainda muitos que botaram a mão no baleiro, enriqueceram com o dinheiro público e que sabem que qualquer manhã dessas, depois das 6h, vão ser visitados pela Polícia Federal?

   É pior do que fugir do boi ungido!

domingo, 22 de novembro de 2015

Hi Fi...

   por Marcos Bayer

   O nome é inspirado no programa "Crush em Hi-Fi" exibido pela TV Record no início dos anos 60 apresentado pelos irmãos Tony e Celly Campello.
   "Crush" é o nome de um refrigerante de laranja, patrocinador do programa. "Hi-Fi" é o nome de uma tecnologia (abreviatura da expressão em inglês "High Fidelity", alta fidelidade) recém-criada na época, que tentava aproximar a reprodução do som gravado ao som real.
   Pois bem, faz algum tempo e o dinheiro para tomar a cerveja santa de cada dia estava escasso... Dava só para umas cinco ou seis diárias, na Praia da Joaquina, no inverno, no Bar do Carécio ou do Maurílio II.
   Eram os dois irmãos Andrino de Oliveira, o Já Já e o Caçula, mais alguns nativos da Lagoa que iam quase diariamente à Joaquina para ver a pesca da tainha... Bater papo e beber cerveja...E eu na roda com eles...
   Um dia fomos beber e apareceu o Portátil... Figura ímpar, bar man, leve e pequeno na estatura... por isto mesmo é portátil... Grande cozinheiro, também...
   Alguém lembrou do Hi Fi, bebida do tempo da Cuba Libre (Coca-Cola com Rum de Cuba)...
   Hi Fi daqui, Hi Fi dali e dá-lhe Hi Fi...
   Até que o Portátil falou em Fai Rai... Fai Hai era outro tipo de Hi Fi...
   Era uma bebida inventada pelo próprio quando estava completamente duro, sem grana...
Fai Rai...
   A curiosidade me fez perguntar: Mas, o que é o Fai Rai...
   Ele disse: - É cachaça, cana da pura, com Ki - suco... Aquele em pó nos envelopes coloridos...
   E da-lhe Fai Rai...
   Aí ele completou: -Quando não tem Ki - suco, vai borra de café mesmo...
Borra de café na cachaça...
Perguntei, por que??? Ele respondeu que era para esconder a cachaça...
kkkkkkkkkkkkkkk...
   E terminou, solenemente: - Fai Rai é coisa de mané da Lagoa...
   É "Faz Raio"... Fai Rai na nossa língua... Fai Rai na cabeça...
   Este é o Portátil...


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A tragédia de Mariana e a privatização da Vale

Em 26 de abril de 1986, em Chernobyl, na Ucrânia, ocorreu o que é considerado o pior desastre nuclear da história. Um dos reatores da usina nuclear instalada no local explodiu enviando enormes quantidades de radiação para atmosfera, se espalhando por toda Rússia e parte da Europa.
   Por Laercio Melo Duarte
   A destruição do meio ambiente não decorre do fato de uma sociedade ser capitalista ou socialista. Tampouco a miséria. O pensamento esquerdista de que os meios de produção, em mãos capitalistas, serão sempre exploradores dos demais fatores como trabalho e natureza, vem das teses marxistas de que o capital é sempre acumulativo e concentrador de renda, assim como o futuro do capitalismo será necessariamente imperialista. Essas "verdades" poderiam ser válidas para os tempos de Marx ou da Revolução Russa, mas, foram modificadas nos últimos cem anos. Primeiro pela própria geo política do século XX, que resultou na guerra fria competitiva por hegemonia política, entre Socialistas e Capitalistas.
   Os dois blocos se desenvolveram de formas diferentes entre si, com os socialistas se fechando em espaços politicamente opressores, os países sendo governados por supostas vanguardas que deveriam conduzir ao Comunismo, mas, que de fato resultaram em ditaduras ferozes. Os resultados foram atraso tecnológico e organizacional, empresas estatais ineficientes, com a consequente perda de competitividade das economias nacionais. Ao final, o chamado socialismo real faliu como proposta inovadora, particularmente na última década no século XX.
   Por seu lado, os países do capitalismo concentrador precisou abrir mão de parte dos lucros, afim de atender às demandas de suas populações. Não apenas organizadas através da luta de classes, mas também como decorrência dos processos educacionais e de inovação, necessários à alma do capitalismo, que é a concorrência. Por este caminho, a tese do imperialismo inevitável revelou-se falsa. Várias nações do front capitalista foram fortemente influenciadas pela vertente social-democrata, revertendo em mais benefícios e liberdades para as suas populações. É o caso típico dos países europeus, Canadá, Austrália, Coréia do Sul, Japão, etc, onde se desenvolveu um interessante sistema de "bem estar social" (welfare state), com a renda nacional sendo melhor distribuída entre as várias camadas da população, na forma de assistência médica, educação,  segurança, meio ambiente e lazer, etc.
   Mesmo no país onde as contradições do capitalismo são mais evidentes, nos Estados Unidos as liberdades democráticas e a ascensão social inter classes é considerada um atributo do sistema de gestão pública, baseado no liberalismo. As tão polemizadas quotas raciais, foram introduzidas no país e são em parte responsáveis pelos 40 milhões de cidadãos negros em condição análoga a de classe média, com alto poder de consumo.
   No meu modo de ver, a preservação ambiental é uma conquista da sociedade democrática. Boas leis, um eficiente sistema de fiscalização, responsabilização de culpados por danos e co-participação das partes interessadas, tampouco estão diretamente vinculados ao estatuto social das empresas, se Estatais ou Privadas. É uma condição da capacidade do Estado em prover boa gestão de seus recursos, naturais, econômicos, sociais e éticos.






Passarela milionária do Rio Vermelho pode virar a “Elba” de Gean Loureiro

índice

   Entrevista do presidente da Fatma, Alexandre Waltrick , no Jornal do Almoço da RBS viralizou nas redes sociais e é o assunto do momento na Ilha.

   Questionado sobre o descaso com a área “das mais sensíveis” da Ilha e Santa Catarina, Waltrick alegou falta de recursos para fazer o plano de manejo, imprescindível para a preservação e sustentabilidade da unidade de conservação da reserva.  “O plano não é coisa barata”, disse.

   Quando confrontado com a informação de que foram torrados mais de R$ 2,5 milhões na construção de uma passarela de madeira, valor cinco vezes superior ao que seria necessário para elaboração do plano de manejo, Waltrick foi taxativo: -“era uma prioridade da antiga gestão que tivemos que manter”.

   A gestão anterior era do atual deputado Gean Loureiro, candidatíssimo à prefeitura de Florianópolis.

   Recursos indevidos

  O vereador Dalmo Meneses (PP), que é morador do Rio Vermelho, vai cobrar explicações do presidente Alexandre Waltrick e também propor uma audiência pública. O vereador quer tentar esclarecer porque a Fatma preferiu construir a passarela milionária e não fez o plano de manejo do parque, exigência de lei federal que já deveria ter sido cumprida há cinco anos.

   É com o plano de manejo que são definas as regras de utilização do parque, que é uma das principais unidades de preservação ambiental da Ilha de Santa Catarina. De acordo com representantes do conselho consultivo do Parque, formado por ambientalistas e representantes da comunidade, o valor pago pela passarela de madeira é cinco vezes superior ao que seria necessário para elaboração do plano de manejo.

    Para Carlos Fagundes Farias, um dos representantes do grupo, a Fatma usou “recursos indevidos” na construção da passarela milionária. O Ministério Público já foi acionado.

Desejos…

 

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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pensamento único...

O colapso técnico da FCC

   Caro Canga, se puderes nos ajudar gostaríamos que postasse esse pedido de socorro do corpo técnico da FCC:
Técnicos da Fundação Catarinense de Cultura pedem socorro
   Costuma-se dizer que a cultura é uma ferramenta importantíssima de transformação social, complemento acrescentando que um Estado que planta cultura colhe educação.
   Em Santa Catarina o concurso de 2010 para a Fundação Catarinense de cultura veio cheio de esperança para uma instituição que até então nunca havia sido contemplada com um concurso público para o quadro de técnicos. Mais de 50 técnicos altamente competentes em suas áreas de atuação tomaram posse no concorridíssimo concurso que veio a oxigenar intelectualmente e tecnicamente a instituição.
   O que era para ser uma alegria para toda a área cultural catarinense, se transformou, dia após dia, em decepções pois "superiores hierárquicos" desinteressados com as questões técnicas deram um cartão de boas vindas para esses novos profissionais nem um pouco agradável, que juntamente com os baixos salários quando comparados a outras autarquias do estado, bem como a falta de condições físicas adequadas para o desenvolvimento pleno do trabalho levaram muitos desses técnicos concursados a pedirem exoneração, e cada dia que passa mais e mais profissionais extremamente gabaritados deixam a FCC, o que até o final de 2017, somado à aposentadoria de outros muitos, resultará no colapso técnico da instituição.
   A FCC necessita urgentemente de outro concurso público e que os novos profissionais tenham condições e a motivação necessária por parte do governo e dos colegas que já estão na instituição para evitar que outro erro grotesco avassale novamente a instituição de execução das políticas culturais do Estado de Santa Catarina.

Comentário:
  Esta foto é o símbolo do cinismo e da vergonha com que é tratada a questão cultural em SC.
   Ele faz uma foto para atender aos pedidos de seus "marketeiros".
   A exposição do Miró, válida e aplaudida, é financiada pela empresa que come dinheiro nos pedágios e atrasa e retarda a alça viária da BR 101.
   A FCC está morrendo à míngua.
   Este governo é um escárnio completo na questão cultural e nas outras também. Santa Catarina não merece isto.
   Nem isto e nem boi de botas.
att, Leonardo Das Vistas
 





terça-feira, 17 de novembro de 2015

A milionária passarela do Rio Vermelho

   Presidente da Fatma diz que passarela de R$ 2 milhões “era uma prioridade da antiga gestão que tivemos que manter”. Jogou a “bomba” no colo do deputado Gean Loureiro, ex-presidente da instituição.

   Uma denúncia feita por membros do Conselho Consultivo do Parque do Rio Vermelho exige um esclarecimento cabal da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e também do governo do Estado. De acordo com Carlos Fagundes Farias, representante do Conselho, o Parque do Rio Vemelho deveria contar com um plano de manejo há quatro anos, mas o estudo, exigido por lei, foi sequer iniciado pela Fatma.

   Em reportagem veiculada no Jornal do Almoço, o atual presidente da Fatma, Alexandre Waltrick, justifica o descaso com aquela que é uma das áreas mais sensíveis da Ilha de Santa Catarina alegando a falta de recursos. “O plano não é coisa barata”, sustenta.

   O problema é que a mesma Fatma que diz não ter recursos para fazer o plano de manejo, imprescindível para a preservação e sustentabilidade da unidade de conservação, torrou R$ 2 milhões – isso mesmo, R$ 2 milhões! – na construção de uma passarela de madeira.

   Confrontado com a informação sobre o valor da estrutura de madeira, o atual presidente não pestanejou: jogou a responsabilidade no antecessor, o agora deputado estadual Gean Loureiro.

   De acordo com Waltrick, a passarela de R$ 2 milhões “era uma prioridade da antiga gestão que tivemos que manter”. O detalhe é o seguinte: de acordo com o Conselho Consultivo, o valor pago pela estrutura de madeira é cinco vezes superior ao necessário para o Plano de Manejo.

   Com a palavra, o ex-presidente da Fatma e deputado estadual Gean Loureiro. Afinal, os contribuintes querem saber por que a passarela foi construída antes do Plano de Manejo? Como a empresa foi contratada? Como foi feito o pagamento? O que justifica o valor de R$ 2 milhões?

O veja a matéria no Jornal do Almoço. Beba na fonte.

O encontro do atraso

Lançamento de programa do PMDB “Uma Ponte Para o futuro”, reúne na mesa do congresso a fina  flor do atraso dos últimos anos no Brasil. Programa muito bem poderia se chamar de Uma Ponte Para a Papuda!pmdb   Assistindo, neste momento, o Congresso da Fundação Ulysses Guimarães que reúne os caciques nacionais do PMDB fico abismado de ver os elementos que compõem a mesa. É o retrato do atraso, do conservadorismo, da corrupção e da bandidagem que domina este país.
  O congresso serve para mais um movimento politico ardiloso do partido que lança um programa de governo chamado de “Uma Ponte Para o futuro”. Na mesa do congresso a fina a flor do atraso dos últimos anos neste país. Os caciques fisiológicos que se locupletaram com o poder desde os tempos da ditadura militar até hoje, estão ali representados.
   José Sarney, responsável por levar seu estado a campeão da miséria e do atraso nos 40 anos em que dominou o Maranhão. Aliado de primeira hora do Partido dos Trabalhadores no poder, Sarney reinou até hoje nos governo brasileiros pós-ditadura.
   Os outros, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Waldir Raup, Eliseu Padilha, Romero Jucá, são personagens investigados na operação Lava Jato que passa a limpo a maior escândalo de corrupção do mundo.
Esse é o país que temos. Estão lá discursando e discorrendo sobre o passado de glórias do PMDB no lançamento do seu programa de governo: Uma ponte para o futuro que ficaria melhor descrito como UMA PONTE PARA A PAPUDA!

Colombo e os embutidos...

TRIPA   Por Dr. Egon Ihd*

   Li na imprensa e nos sites do governo estadual que:

   "O governador Raimundo Colombo se reuniu, na manhã desta sexta-feira, 13, com o presidente do Kalle Group, Carsten Heldmann, na sede da empresa em Wiesbaden, na Alemanha, para discutir investimentos da indústria em Santa Catarina. Ficou definido que em dezembro uma missão liderada por Heldmann terá novos encontros com o governo catarinense para buscar mais informações sobre o estado e aprovar a instalação da fábrica de “tripa sintética”.

   Trata-se de um investimento de R$ 40 milhões e a previsão é que a empresa seja instalada na Grande Florianópolis.

   Estranho é que as empresas que usam a "tripa" para acomodar os embutidos estão no meio oeste de SC. Aqui no litoral só a Tyson que comprou a Macedo&Koerich que produz frangos.

   Toda a suinocultura está nas terras à Oeste.

   Como psicanalista minha interpretação é que quando Colombo ouviu a possibilidade de produzir coisas para embutidos, imediatamente lembrou-se de armários embutidos e pensou: É uma forma de acomodar os cabides de emprego que o LHS criou nas Secretarias Regionais.

   Colombo pode estar sofrendo de "repetição repetitiva de memória seletiva". Uma nova hipótese no manual da American Psychiatric Association.

   E como a aliança do PSD com o PMDB aqui em SC vai de vento em popa, especula-se no mercado paralelo, o famoso mercado de carnes e embutidos, que as tais carnes moídas, enlatadas e perecíveis que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) exportava para a Africa poderão voltar a contribuir para a balança comercial brasileira. Afinal Cunha ficou rico e o PMDB tem interesse em aprender este negócio de exportação. Os empresários alemães da Kalle enxergaram um negócio luminar. Tipo aqueles que só a CELESC é capaz de proporcionar.

   Percebem o que é o mundo globalizado?

   Afinal este negócio de embutidos e armários também pode servir para muita gente se revelar. A psicanálise assim explica...

*Dr. Egon Ihd, psicanalista austríaco, discípulo de Freud, fundador da Escola do Pensamento Óbvio (uma das facetas dos seres humanos). Laureado pela Royal Academy of Brains, no Reino Unido pelo Rei George III (O Rei George III sofria de transtornos mentais recorrentes).

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Para os que “querem provas”…

O organograma da propina

A Lava Jato sintetizou num organograma o fluxo do dinheiro desviado da Petrobras pela Odebrecht para pagar propina a executivos da estatal apadrinhados de partidos políticos...

do Antagonista

Em caso de dor…dance!

angolaConheça Laurinda, 26 anos, acusada de tramar uma rebelião contra o governo angolano por participar de um grupo de estudos de um livro. Com seus amigos rappers, ela vai a julgamento a partir de hoje
   
   por Eliza Capai, Natalia Viana | 16 de novembro de 2015
   Laurinda Gouveia é uma impressionante jovem que vive num pequeno quarto e sala em uma das favelas de Luanda, capital de Angola. Tem 26 anos. Está cursando o terceiro ano de Filosofia porque “queria ter um pensamento mais coerente sobre as coisas”. Desde 2011, ela é uma das pouquíssimas mulheres que frequentam as manifestações contra o presidente José Eduardo dos Santos, no poder há 36 anos, e na vibrante cena rap em Luanda, onde jovens inspirados por grupos brasileiros como Racionais MCs discutem os problemas do país, um dos mais desiguais da África. Os protestos chegaram a atrair dezenas de pessoas em 2012, mas minguaram diante da estratégia meticulosa de repressão e terror seletivo do governo, que afetou não somente os jovens, mas também suas famílias. Foi o que aconteceu com ela.
   
   Até o ano passado, a jovem trabalhava com a tia no setor informal, vendendo churrasco, sopa e cerveja na rua. Mas, então, tudo mudou. Laurinda ganhou notoriedade nacional depois de ter sido brutalmente agredida pela polícia angolana quando participava de um protesto como “repórter cívica”. O episódio levou a família a expulsá-la de casa. 
 
   Espancada durante duas horas pelos agentes do governo, ela decidiu contar tudo para sites na internet e exibiu o corpo marcado. “Começaram a bater-me, ainda algemada, com porrete, com pau de vassoura, a dar-me mesmo na perna, em toda parte. Eu só estava a chorar, a pedir desculpa, a pedir perdão, todo tipo de palavra saiu da minha boca, a pedir mesmo perdão.” Na entrevista à Pública, em agosto último na capital angolana, Laurinda afastava os olhos da câmera quando se lembrava daquelas horas de tortura. “Não se mete nisso, você é mulher, se preocupe em casar, ter filhos… Depois dessa surra tu já não vais fazer filhos!”, diziam os policiais. “Da maneira que eles batiam, dava a entender que tinham mesmo raiva de mim”, conta. 
 
   Cinco dias depois de ter concedido essa entrevista e assumir em público ter participado do grupo de estudos do livro “Da Ditadura para a Democracia”, de Gene Sharp, com os outros 15 jovens detidos desde junho, Laurinda foi intimada para depor, proibida de falar sobre o seu interrogatório e oficialmente se tornou em ré no mesmo processo. Transformou-se em acusada de planejar uma rebelião contra o presidente e está “sob liberdade provisória”, segundo a Justiça angolana.
Essa foi a sua última entrevista como uma mulher livre.
Leia a entrevista completa na PÚBLICA.






domingo, 15 de novembro de 2015

Mujica e los Tupas...

   Do amigo Laercio Duarte
    
   Meu querido mestre,
   Não ousaria intervir na questão uruguaia do Mujica. Pelo menos não diante de ti. No entanto, estou com este material já há dois anos e percebo que ele continua atual. Portanto, vai como mais uma sugestão, caso queiras aproveitá-la.
   
   Tenho percebido que vários defensores do governo Dilma e do Partido dos Trabalhadores, em geral, apresentam o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, como um militante de esquerda progressista e simplório, amigo de Lula e dos bolivarianos, que apóia Cristina Kirschner na Argentina, como apoiou Maduro ou Dilma nas mais recentes eleições.
  
   O ex-presidente José Mujica, na verdade,  liderava uma coalizão das forças políticas que desistiram de fazer a revolução proletária no Uruguai. Ele foi eleito explicitamente com um programa ideológico muito bem alinhado com a nova direita internacional, coisa inadmissível no Brasil do PT, MST e CUT.

   Seu programa de governo incluía:
1) desregulação financeira; (por isso o Uruguai segue sendo um  paraíso fiscal)
2) desnacionalização da produção e da comercialização dos itens tradicionais (carne, arroz, trigo, lácteos). O queijo uruguaio continua sendo um dos melhores do mundo, mas já não é uma exclusividade das empresas lácteas uruguaias.
3) reformas de perfil liberal, incluindo concentração da terra,  multiplicação do regime de zonas francas; isenções tributárias às multinacionais do agro negócio, de pasta-celulose e mineradoras,  privatizações, terceirizações, projetos em participação público-privada, e tudo o mais que deixa de cabelo em pé seus antigos camaradas Tupamaros.
   
   Por outro lado, não há criança uruguaia fora da escola e os estudantes de todas as escolas públicas estão munidos de notebooks e tablets. Não falta comida na mesa dos pobres e a oposição pela esquerda se resume a alguns sindicatos de servidores públicos.
…"Por que vou combater o que só me faz bem?" , declara um empresário do setor de indústria química, novo no país. 
   
   Para o economista Luis Bértola, doutor em História Econômica da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da República, e aderente da Frente Ampla, "O governo Mujica será lembrado por não ter concretizado os desastres que os Tupamaros propunham há quatro décadas".


O poeta...

                                                                                         de Felipe Lee

sábado, 14 de novembro de 2015

O terrorismo vem de fora

   cordova

Atenção para não confundir os terroristas com a civilização islâmica, que construiu a mesquita de Córdoba, um monumento da humanidade.

   Por Laercio Melo Duarte  

   Tenho visto análises de que a Europa desistiu de sua vocação, que esqueceu de suas origens e abandonou seus filhos de sangue, em favor de minorias raciais e religiosas.

   Eu não acho nada disso. É só ver como eles tratam os seus descendentes. A Espanha até abriu suas forças armadas para cidadãos da Argentina, desde que tenham sangue espanhol. A França adora os francesinhos dos Estados Unidos e Canadá (e despreza os negros de suas antigas colônias).

   A Alemanha tem relações fraternais com os alemães de SC, RS, PR, etc, de onde muitos vão pra lá estudar e trabalhar. Da Inglaterra, nem se fala. O que aconteceu é que ela, Europa, se abriu para a imigração, por que precisava da mão de obra. Mas, continuou a tratar os imigrantes como cidadãos de segunda classe. Eu vi como vivem em Paris os islâmicos e africanos, como são maltratados nos trens, humilhados no comércio, mulheres e crianças mal saem de seus guetos. Os homens só saem para trabalhar. Você vai num parque, num teatro, na beira do Sena, e só vê branquinho. No entanto, a guerra terrorista não veio dessas populações marginalizadas, que só querem tornar-se franceses, espanhóis, ingleses, alemães, etc.

   O TERRORISMO VEM DE FORA, vem da nova guerra quente não declarada. Ao acabar com os ditadores africanos, árabes, iraquianos, iranianos, etc, o mundo ocidental, liderado pelos EUA, mal sabia o que seria colocado no lugar. Desse novo poder fundamentalista surgiu o terror por atacado, que vemos hoje.

   Agora, não tem mais jeito. Só a reocupação total e um banho de sangue nos islâmicos poderá deter a guerra. Acho que ninguém vai querer pagar este preço. Estamos diante de um mundo novo, que ninguém ainda explicou.

O espetáculo do terror


terror
Fusão do quadro"Liberdade Guiando o Povo", de Eugène Delacroix, com a clássica foto do terrorista do Setembro Negro no massacre das Olimpíadas de Munique em 1972
   Por Sérgio Rubim
   O terror segue a lógica da propaganda, do espetáculo, do cenário público conhecido mundialmente. Quanto mais famoso o lugar, quanto mais impacto a encenação atingir, principalmente na mídia ao vivo, mais vitoriosa é a ação criminosa.
   No ato terrorista não existe a tentativa de tomar território, de destruir batalhões militares ou de “ganhar uma guerra”. A ação terrorista é baseada no impacto midiático imediato e alcança a todos no mundo todo, espalhando medo, insegurança e descontrole.
   O terror é teatro! O terror escolhe cuidadosamente o seu cenário de atuação, os seus atores, e principalmente a sincronia da ação cronologicamente calculada.
   O terrorismo, com poucas armas e pouquíssimo número de militantes consegue um efeito extraordinariamente grandioso e muito superior em publicidade e disseminação do discurso do que a tomada de uma colina ou de um cantão nos recônditos da África ou do Oriente Médio.
   Os ataques do Estado Islâmico na noite parisiense desta sexta-feira 13 novembro de 2015 continham todos os elementos da teatralidade e da busca do cenário perfeito para atingir o sucesso.
   Porém, mais que os bares destruídos, mais que a centena de mortos inocentes numa chacina sangrenta, covarde e impiedosa, está a implantação do medo, do terror, da insegurança que cria uma síndrome de pânico coletiva no povo de Paris. Tão importante nas sociedades democrática, a divulgação mundial e instantânea dos fatos acaba contribuindo para que ação terrorista atinja seu objetivo maior que é nos aprisionar pela medo.
   Em uma reação quase imediata aos acontecimentos o governo francês determinou o Estado de Emergência no país que inclui, toque de recolher, restrições a circulação de veículos e pessoas, o fechamento de todas as fronteira e leis de exceção que permitem ações militares livres das leis que protegem o cidadão civil.
   O maior dano causado pelo terrorismo é o medo e o fim de uma das maiores conquistas do homem ocidental que  são as liberdades civis.
   O maior dano desta ação terrorista na França não foi os números de mortos mas o assassinato do sonho conquistado pelos franceses de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. 




sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Discurso sobre a honestidade

Por Marcos Bayer

O drama humano não é a guerra que é sempre provocada por um grupo, bando ou governo contra outro.

O drama humano não é a fome que é sempre a ganância dos que têm sobras e não querem distribuí-las com os famintos.

O drama humano não é a prepotência dos poucos que se protegem nos mandatos de poder usufruindo benefícios que são financiados por todos.

O drama humano não é o medo dos que se abrigam nas calhas ou telhados já conhecidos por temeridade à vida a céu aberto.

O drama humano não é o roubo dos que surrupiam a riqueza coletiva pensando que assim se protegem dos rigores do ato de viver.

O drama humano não é a utilização da Natureza como insumo inesgotável para atender às exigências de obsoletos e fabricados mercados.

O drama humano não é a loucura do desempregado que existe para manter níveis salariais comprimidos e estáveis.

O drama humano não é a atitude covarde dos que sabem menos, parecem menos, sentem menos e que por isto mesmo precisam trapacear.

Nada disto sustenta o drama humano.

O drama humano é a desonestidade dos que sabem, sentem, podem e pouco ou nada fazem para mudar o mundo em que vivemos.

É a desonestidade dos que sugam as possibilidades do bem público para alimentar vontades privadas, menores e mesquinhas.

É a desonestidade da mentira pronunciada com se fora verdade na arena política.

É a desonestidade de quem é amado e não pode amar.

Não sei se Rui Barbosa foi um sujeito honesto e nem vou pesquisar sobre este assunto. Mas, quem escreveu: De tanto ver triunfarem as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”, deve ter uma boa ideia do drama humano.

Quando ouço que a honestidade não é virtude, mas obrigação; rio por dentro.

A honestidade é uma das maiores qualidades do ser humano... Senão a maior.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

De onde vem a cocaína que passa pelo Haiti?

   Por Laércio de Melo Duarte  

   Desde março de 2004 o Haiti encontra-se sob intervenção militar, após o golpe de estado patrocinado pelos EUA e França, o qual depôs o presidente eleito, Jean-Bertrand Aristide, um padre salesiano, numa operação pra lá de nebulosa.

   Aristide nunca mais apareceu em público, apesar de ainda ser um personagem muito popular em seu país. Segundo a versão do líder da oposição radical à ocupação militar, Didier Dominique, ao contar a história do golpe, Aristide foi sequestrado por soldados norte americanos na Jamaica, para onde havia fugido, e levado para a África do Sul, onde recebeu asilo político.  Tendo voltado ao Haiti em 2011,  o presidente Aristide foi processado e condenado por "tráfico de drogas". De acordo com a Agência France-Presse (AFP) ele está em prisão domiciliar na sua casa ao norte de Porto Príncipe. 

   E o Haiti permanece no caos, entregue às quadrilhas de bandidos e traficantes, contra os quais quase nada pode as poucas centenas de soldados brasileiros, encarregados pela ONU (via Estados Unidos) de manter a ordem na ilha caribenha.

   A Interpol acredita que aproximadamente 10 toneladas de cocaína POR MES,  passam pelo Haiti na direção dos Estados Unidos,  aproveitando-se da fragilidade dos controles policiais e da farta mão de obra disponibilizada pelas quadrilhas de criminosos comuns. Como sabemos, só existem tres países que produzem cocaína no mundo, Bolívia, Peru e Colômbia.

   Fontes policiais norte americanas citados pela Agência Reuters, concluíram que a rota de transporte da droga até o Haiti passa pela Venezuela, pelas mesmas alegadas razões de fragilidade e conivência.   A prisão de dois sobrinhos do presidente Nicolás Maduro, portanto 800 quilos de cocaína no Haiti, explodiu como uma bomba no noticiário internacional e coloca a elite governista venezuelana em "papos de aranha".  Já em maio passado, o  Wall Street Journal publicou reportagem sobre o envolvimento de autoridades militares, parlamentares e do governo venezuelano no tráfico de cocaína para os Estados Unidos.

   Será este o triste fim da revolução socialista bolivariana ?

Brasil: a grande lavanderia oficial

eles
Com a ajuda de Eduardo Cunha, governo petista consegue aprovar projeto que anistia criminosos que mandaram dinheiro para o exterior  

    Veja abaixo quem, da bancada federal catarinense, votou contra ou a favor do projeto que anistia criminosos:
 
    A Câmara dos Deputados, essa presidida pelo “probo” Eduardo Cunha, aprovou na noite de ontem o projeto que transforma o Brasil em uma grande lavanderia de dinheiro depositado no exterior.
   Brasileiros que enviaram dinheiro ao exterior sem declaração à Receita Federal poderão “repatriar” esses recursos mediante pagamento de multa camarada.
   O texto aprovado pelos probos deputados prevê anistia a uma série de crimes a quem voluntariamente declarar os recursos enviados ao exterior e pagar, em multa e Imposto de Renda, um percentual de 30% sobre o valor.
   Deverá ser perdoado quem regularizar valores provenientes de crimes como sonegação fiscal, evasão de divisas, falsidade ideológica, falsificação de documento, sonegação de contribuição previdenciária e operação de câmbio não autorizada. Também não serão punidos crimes de descaminho e lavagem de dinheiro.   O projeto do governo prevaleceu por uma magérrima diferença de 17 votos: 230 a 213. Segundo informa Josias de Souza na sua coluna da FSP, “a vantagem só foi obtida porque vários deputados que votariam contra a proposta foram convencidos a se ausentar do plenário. Sem alarde, Eduardo Cunha conquistou a maioria das ausências.
   Além de auxiliar o governo na produção de fujões, Cunha ajudou a conquistar abstenções. Houve sete. Pelas contas da oposição, sem as fugas e as abstenções, Dilma teria dormido com mais uma derrota latejando no cérebro. O único problema de Dilma é que o apoio de Cunha custa os olhos da cara, está pela hora da morte”.