Por Marcos Bayer
O drama humano não é a guerra que é sempre provocada por um grupo, bando ou governo contra outro.
O drama humano não é a fome que é sempre a ganância dos que têm sobras e não querem distribuí-las com os famintos.
O drama humano não é a prepotência dos poucos que se protegem nos mandatos de poder usufruindo benefícios que são financiados por todos.
O drama humano não é o medo dos que se abrigam nas calhas ou telhados já conhecidos por temeridade à vida a céu aberto.
O drama humano não é o roubo dos que surrupiam a riqueza coletiva pensando que assim se protegem dos rigores do ato de viver.
O drama humano não é a utilização da Natureza como insumo inesgotável para atender às exigências de obsoletos e fabricados mercados.
O drama humano não é a loucura do desempregado que existe para manter níveis salariais comprimidos e estáveis.
O drama humano não é a atitude covarde dos que sabem menos, parecem menos, sentem menos e que por isto mesmo precisam trapacear.
Nada disto sustenta o drama humano.
O drama humano é a desonestidade dos que sabem, sentem, podem e pouco ou nada fazem para mudar o mundo em que vivemos.
É a desonestidade dos que sugam as possibilidades do bem público para alimentar vontades privadas, menores e mesquinhas.
É a desonestidade da mentira pronunciada com se fora verdade na arena política.
É a desonestidade de quem é amado e não pode amar.
Não sei se Rui Barbosa foi um sujeito honesto e nem vou pesquisar sobre este assunto. Mas, quem escreveu: “De tanto ver triunfarem as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”, deve ter uma boa ideia do drama humano.
Quando ouço que a honestidade não é virtude, mas obrigação; rio por dentro.
A honestidade é uma das maiores qualidades do ser humano... Senão a maior.
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