sábado, 31 de outubro de 2015

O jornal

   Por Marcos Bayer

   A história do jornal começa, no Ocidente, com a Acta Diurna criada pelo imperador Julio César, no ano 59 antes da era cristã, para informar aos cidadãos sobre os acontecimentos políticos, sociais, escândalos, julgamentos e execuções. As Actas eram escritas em grandes placas brancas e expostas em locais públicos, como as termas de Caracala, a fim de dar ciência ao povo sobre os fatos da vida romana.

   No Renascimento, em 1556, o governo de Veneza, publicou a Notizie Scritte, que custava uma moeda denominada “gazzeta”. Talvez uma forma de dar apenas uma versão aos fatos da vida renascentista.

   Danton, um dos formuladores da Revolução Francesa, imprimia folhas com conteúdos revolucionários e as colava nas paredes dos prédios de Paris.

Originado na palavra francesa “jour”, que significa dia, nascia o “journal” diário.

   Com o surgimento do estado moderno (1789), dividindo o poder político em três funções: executiva, legislativa e judiciária, a imprensa teria uma função primordial de fiscalização dos atos do governo, tornando-se um poder paralelo ao poder do estado. Até hoje é assim.

   A imprensa tem em sua essência um poder político fundamental à organização social. Não é licito, contudo, confundir o poder político intrínseco com política partidária. Exatamente aí nasce a liberdade de imprensa, quando ela não confunde o seu conteúdo político com a expressão partidária.

   No recém vivido século XX, a imprensa evoluiu para outras formas de comunicação, incorporando o rádio e a televisão ao seu arsenal de divulgação dos fatos interessantes à vida social. No início deste terceiro milênio, a Internet passa a ser mais uma forma de noticiar.

   A explosão populacional e a expansão do mercado, acontecidas nos últimos cinqüenta anos, induzem às grandes tiragens e, consequentemente, ao jornal de ampla circulação. Os jornais, então, passam a vender mercadorias e serviços diversos, além das notícias.

   Entretanto, recentes estudos apontam à diminuição do número de leitores destes veículos de circulação nacional. De um lado pelo avanço das novas mídias, especialmente a televisão e a Internet, e de outro, pela distância crescente entre os fatos acontecidos nas diversas comunidades da aldeia global e a publicação de assuntos nacionais ou internacionais.

   O jornal de grande circulação se afasta do cotidiano da polis.

   Coincidentemente ao nascimento do partido verde alemão, com seu conhecido lema: Think global, act local – pensar global, agir local – surgem os jornais regionais com a mesma finalidade.

   O jornal regional também divulga os acontecimentos nacionais e internacionais, mas, principalmente, retrata os fatos da vida regional. Ele está mais próximo do cidadão, ele abre espaços para as opiniões locais, ele enfrenta e fiscaliza os poderes municipais. Ele é o reflexo político da vida das vilas. Os jornais regionais garantem a liberdade de expressão de seus leitores e funcionam como promotores da legalidade republicana por onde circulam.

   Por isto, terão vida longa.

Jornal derruba manchete para denunciar tentativa de censura

Do Comunique-se

capa

    Os leitores do jornal Tribuna do Interior, de Campo Mourão, Paraná, receberam o impresso com a capa preta nesta sexta-feira, 30. A manchete destaca a palavra "Censura" e denuncia a ação da prefeitura local para impedir que a edição fosse rodada.

   "Tribuna resistiu e 'desobedeceu' ordem sem embasamento legal", mostra o texto da chamada do diário. A publicação alega que está sendo vítima de censura após divulgar reportagens sobre a prefeita de Campo Mourão, Regina Dubay (PR).

   De acordo com as informações do próprio impresso, servidores de fiscalização da prefeitura visitaram a sede do jornal na tarde de quinta-feira, 29, e determinaram o fechamento imediato do parque gráfico. O motivo seria a denúncia feita em 2013 por um morador sobre o barulho das máquinas de impressão.

   "Coincidentemente a decisão do setor de fiscalização da prefeitura ocorreu após as últimas reportagens abordando denúncias do superfaturamento de obras, divulgadas pelo Ministério Público (MP)", explicou o veículo de comunicação, que não fechou o parque gráfico e circulou com a manchete-protesto nesta sexta.

   Segundo a equipe do Tribuna do Interior, os laudos técnicos fornecidos por empresa especializada em medição de ruídos sonoros comprovam o funcionamento do parque gráfico dentro do limite de tolerância, não oferecendo risco à saúde.

   Anexada ao parque gráfico, a sede da Tribuna está no mesmo local desde a década de 1990 e possui alvará de funcionamento. O jornal questiona, também, por qual motivo uma denúncia feita em 2013 só foi chegar ao local dois anos depois.

   Presidente da Associação dos Jornais Diários do interior do Paraná (ADI), Jedaias Pereira Belga afirmou que não há como entender a atitude da prefeitura, já que não existem elementos que sustentem a ação. "Em defesa da liberdade de imprensa, a associação repudia a ação da prefeitura de Campo Mourão, por meio da prefeita da cidade, Regina Dubay. Vivemos em Estado Democrático, em que a imprensa desenvolve papel fundamental para a informação e a formação da população. Tentar impedir esta ação é atentar contra a democracia".

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Jean Wyllys chama João Rodrigues de ladrão na Câmara dos Deputados





Do FaceBook do deputado Jean Wyllys

NOVÍSSIMA CRÔNICA DO ABSURDO (ABSURDO MESMO!)
   Há pouco, no plenário da Câmara, a Deputada Federal Jô Moraes me chamou para mostrar o boletim da Comissão de Relações Exteriores, da qual fazemos parte.   Estávamos aí, analisando a publicação, quando o deputado João Rodrigues (PSD-SC) chegou bem próximo de mim e me abordou [pra quem ainda não sabe quem ele é, eu informo que é aquele cujas falas em favor da morte de "bandidos", chamando-a de "faxina", eu critiquei em postagens anteriores; e também aquele que foi flagrado, em plena sessão, assistindo a um filme pornô]. O breve "diálogo" que se seguiu foi mais ou menos o seguinte:
João Rodrigues: Você me conhece? Você sabe quem eu sou?
Eu: Nunca lhe cumprimentei nem me apresentei pessoalmente, mas, sim, sei quem você é.
João Rodrigues: Então, você tome cuidado com o que você fala a meu respeito. Você postou, colocando a minha foto, que "bandido bom é bandido de gravata e com gabinete". Você não me conhece...
[Ele achava que eu me intimidaria. Perdeu o chão quando olhei em seus olhos e reiterei tudo que eu escrevi sobre sua fala de tons fascistas e acrescentei:]
Eu: ...E, por fim, alguém precisava relativizar sua fala; afinal, você foi denunciado pelo Ministério Público por aquilo que o órgão considera crime.
João Rodrigues: Mas, o processo contra mim que você citou foi arquivado...
Eu: Ora, se o processo contra você foi arquivado, é porque você teve amplo direito a defesa. Então, os outros que você chama de "bandidos" também devem ter direito a defesa, em vez de serem mortos sem a chance de se defender, não?
João Rodrigues: Bandido safado, nojento, merece morrer mesmo.
Eu: Ah, é? Então por que você não sobe à tribuna e diz isso em relação ao Eduardo Cunha? Afinal, pra Procuradoria Geral da República, ele cometeu os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão ilegal de divisas, logo, é um bandido...
João Rodrigues: Mas ele só está denunciado...
Eu: Mas por qual julgamento passaram os "bandidos" ao quais você se refere para já sentenciá-los à pena de morte? Vamos, se bandido bom não é bandido com gravata, então por que você não sobe à tribuna e diz, em relação a Cunha, o que você disse sobre os bandidos pobres?
João Rodrigues: E por que você defende Lula?
Eu: Em primeiro lugar, eu não defendo Lula. Ele não precisa de minha defesa. Em segundo, ainda não há nenhuma denúncia formal contra Lula. Em terceiro, quem está negando o direito à defesa e defendendo pena de morte no vácuo da legalidade é você; não eu!
João Rodrigues [chegando bem mais perto de mim, de modo que eu quase sentia sua respiração e seu perfume]: Eu defendo a pena de morte mesmo! Você fica aí, defendendo essa raça... Você não sabe com quem você foi comprar briga! [referindo-se a si mesmo]
Eu [olhando no olho dele e para baixo, já que ele é bem menor que eu]: "Essa raça" é também parte do povo brasileiro e está sob o mesmo estado de direito... Quem é você para decidir quem vive ou morre? Deus? E se você está me ameaçando, devo lhe dizer que não temo sua ameaça. [aproximando-me bem dele e olhando diretamente em seus olhos] Os tempos mudaram, meu caro. Os "coronéis" já não podem mais intimidar as pessoas ou ameaça-las impunemente.
João Rodrigues [se esforçando para ser irônico]: Não, eu não estou lhe ameaçando. Eu não ajo desse forma. Eu não cheguei aqui pelo BBB, aquela putaria, eu tenho muitos mandatos.
Eu: Bom, eu estou em meu segundo mandato e fui eleito com quase 145 mil votos, mas se você quer crer que foi o BBB que me trouxe aqui, fique à vontade... Ao menos não cheguei pela força da grana.
João Rodrigues: Bom, agora você já me conhece. Já sabe quem eu sou. E já está avisado de que mexeu com a pessoa errada.
Eu: Prazer. Agora você já sabe que eu não temo o que me parece uma ameaça.

   Despedimo-nos. Ele seguiu. Eu permaneci ali para concluir minha conversa com Jô Morais. O clima estava tão tenso entre os que conseguiam nos ouvir que dava para cortar o ar com uma faca [toda a conversa se deu como numa cena de um thriller político]
E, aí, amados e amadas, vocês acham que eu devo temer algo mais que as já manjadas difamações, injúrias e calúnias feitas na internet?
__
*Durante a produção do texto acima, em que contava a vocês a cena surreal em que fui abordado pelo deputado João Rodrigues, ele subiu à Tribuna da Câmara para novamente me atacar e intimidar.
Não intimidou!!!! Sou acostumado a falar o que penso, porque a verdade é libertadora. A resposta que dei a ele está no vídeo.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

As horas do extermínio

mexico      por Anabel Hernandez, Steve Fisher

   Na noite de 26 de setembro de 2014, Iguala, um povoado que se encontra a três horas da capital do México, se converteu em um inferno. Mais de cem estudantes da Escola Normal Rural Isidro Burgos, no município de Ayotzinapa, foram atacados com armas de fogo durante várias horas enquanto viajavam pelo povoado a bordo de cinco ônibus. Três estudantes foram assassinados, mais de dez ficaram feridos. E 43 estão, ainda hoje, desaparecidos.

   Os alunos, na sua maioria filhos de camponeses pobres, chegaram às imediações da cidade para sequestrar alguns ônibus, uma prática comum entre estudantes de escolas públicas mexicanas; geralmente não há violência e os veículos são liberados depois da “carona”. Naquele dia, os jovens queriam usá-los para viajar à Cidade do México e participar da marcha anual em memória do massacre ocorrido na noite de 2 de outubro de 1968 em Tlatelolco, que vitimou outros estudantes. Quarenta e seis anos depois, os massacrados foram eles. Naquela tarde, chegaram às imediações de Iguala cerca de cem estudantes para sequestrar alguns ônibus com o objetivo de ir à marcha de 2 de outubro. À noite, foram mortos pelo Estado.

   Fernando Marín estava debaixo de um ônibus banhado no próprio sangue, assim como seus colegas de escola. A bala que o havia acertado minutos antes destroçara seu antebraço direito, e os tendões, arrebentados, eram tirinhas brancas que saíam do corpo. A ferida ainda estava quente, mas não doía tanto.

“Quer saber? Vai à merda”, disse um policial do estado de Guerrero, no litoral mexicano.

Leia matéria completa. Beba na fonte. Pública.

VIVER

Acordado.

Assustado.

Condenado: o barulho

                     nos aparelhos

                             (a eletricidade

                              é fonte: enérgica

                              mão sobre o rosto).

 

Revejo o instante em que

a metafísica se faz corpo e mente.

 

Aparelhos circunscritos

em órgãos no funcionamento

                   do entrelaçamento

                   entre vida

                   e morte.

 

(Pedro Du Bois, inédito)

http://pedrodubois.blogspot.com

unnamed

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Governo do Estado: O samba do afro-descendente doido

   Parece que alguma coisa está fora da ordem no Centro Administrativo. Na sexta-feira o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, assina artigo no DC, dizendo, entre outras coisas, que o Estado precisa de um choque de gestão.

   Hoje é a vez do governador Raimundo Colombo publicar artigo - com direito a foto com cara emburrada - dizendo que SC é "exemplo  para o país”.

   Afinal, eles trabalham no mesmo governo? Ou Pinho Moreira já está em campanha para 2018?

samba do

domingo, 25 de outubro de 2015

Ronaldo Coutinho acusa Milton Hobus de omissão em alerta de enchentes

Meteorologista acusa secretário da Defesa Civil de omitir alerta sobre enchentes e é acusado de terrorista
http://www.driveplayer.com/#playlistId=0ByyMvmDe0dSiVVdMdHQwOGY0Y1E&userId=103927581455099061846 
 Clique no link e ouça a denúncia

Em carta aberta meteorologistas criticam declaração do secretário Milton Hobus

   Sr. Milton Hobus,
   Os profissionais de meteorologista do Estado de SC devidamente registrados no CREA/SC vem através desta carta aberta lamentar profundamente parte da entrevista do Secretário de Defesa Civil de SC dada ao Jornal de Santa Catarina de Blumenau no último dia 23/10. Na citada entrevista o Secretário diz: “…Está 100% e nos ajudou muito, porque as informações meteorológicas não bateram. Nenhum meteorologista acertou nada. O que fez com que nós tivéssemos mais assertividade na operação dos sistemas e na informação dos alertas gerados foi o radar. Ele está em fase de operação assistida, mas desde julho está operando sem interrupção.”
   Gostaríamos de deixar claro que, com uma semana de antecedência, os meteorologistas que atuam no Estado de Santa Catarina já informavam a população que entre os dias 20 e 22 de outubro teríamos altos volumes de chuva em diversas regiões do Estado. Ao se aproximar do evento, essas previsões foram mantidas e qualificadas como normalmente ocorre quando falamos de previsão do tempo. Para exemplificar e provar o que afirmamos colocamos na sequência um dos alertas feitos pela Epagri/Ciram, como exemplo:
Data: 20/10/2015
Previsão de acumulado de chuva (mm) de terça-feira a sexta-feira em Santa Catarina.
Regiões
Oeste 70 110
Meio Oeste 100 140
Planalto Norte 110 155
Vale do Itajaí (Sul) 100 135
Vale do Itajaí (Norte) 80 125
Litoral Norte 80 135
Grande Florianópolis 110 170
Litoral Sul 100 155
Planalto Sul 100 150
Meteorologista – Marilene de Lima

   Gostaríamos de informar também que o radar meteorológico citado na entrevista é de extrema importância para qualquer meteorologista, mas apenas para qualificar ainda mais a previsão de curtíssimo prazo, ou seja, de poucas horas. O instrumento não é e nunca será a “salvação”de qualquer região, apenas um instrumento que consegue qualificar a quantidade de chuva prestes a ocorrer com melhor informação de qual região. Não podemos esquecer que diversas outras ferramentas meteorológicas, como Satélite, Modelos Numéricos de Previsão do Tempo, boias meteorológicas no oceano, estações meteorológicas, balões meteorológicos, entre outras, são tão ou mais importantes no auxílio da previsão do tempo de médio e curto prazo. Em relação a investimentos diversos na área; salientamos que não basta só equipamentos, tecnologia, os investimentos em recursos humanos são extremamente importante para qualificar as informações meteorológicas até mesmo com total apoio aos dois cursos de meteorologia, técnico no IFSC e graduação na UFSC, existentes em SC.
   Importante destacar à população catarinense que os meteorologistas de SC através dos Fórum Climático Catarinense, que se reúne uma vez por mês desde 2004, já alertavam que a primavera de 2015 seria chuvosa com maior quantidade de eventos extremos devido o fenômeno climático El Niño.

   Por fim, aceitamos todo tipo de crítica construtiva que possa nos auxiliar na melhor informação até porque, com todos setores unidos, temos a certeza que a população estará cada vez mais protegida. Vamos continuar com o nosso trabalho sério, honesto e gratificante, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia para trazer sempre a melhor informação meteorológica à população.
 
A enchente de Blumenau e a incompetência da defesa civil da atualidade. 
   
   De Nelson Ferraz em seu FaceBook
   Quem viveu Blumenau nas enchentes do passado, mesmo antes da barragem de Ituporanga, e principalmente na grande enchente de 1983, quando fizeram uma grande barbeiragem nas comportas de Ituporanga - quem viveu tudo isso sabe que aquela barragem é fundamental para as enchentes em Blumenau. 

   Já por duas semanas a fio estou alertando que estão errados no manejo das comportas. Abriram quando deveriam fecha e fecharam quando deveriam abrir. Erro puro!

  Agora a barragem está com 106% da ocupação, sem espaço para reter mais água. Resultado, enchente em Blumenau. Incompetência pura. Blumenau, nos anos 1960/70 tinha um sistema perfeito onde se previa no centímetro o nível do rio das próximas 24 horas. 

  Destruiram tudo isto por incompetência política. E deu no que deu. Atualmente, não conseguem prever nem com cinco horas de antecedência. Em 1960 não tinha internet, não tinha celular, telefones não funcionavam nos interurbanos, e a previsão era perfeita.

*Promotor de justiça aposentado

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Óleo de peroba no Pinho!

pinho2   Esses políticos já estão nos cansando a beleza. A cara de pau desses políticos em falar qualquer coisa na imprensa achando que o povo é idiota, já não é mais prerrogativa do petista Lula da Silva.

   Aqui no estado temos o vice-governador, Eduardo Pinho Moreira, como um lídimo representante desta tigrada.

   Pinho Moreira assina artigo no Diário Catarinense de hoje sob o título: A gestão pública precisa reagir.

Diz Pinho: "O custo com a manutenção da máquina pública chegou ao limite e é necessário diminuí-lo".fb pinho

    É um libelo à hipocrisia!

    Em seu FaceBook prega a manutenção das famigeradas Secretarias Regionais que sugam recursos públicos do Estado sem qualquer retorno para a população.

   São apenas cabides de empregos peemedbistas.

Lula da Silva autoriza honesto a chamar petista de ladrão

lula
   O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em Teresina que quem "roubou a vida inteira" não pode chamar os petistas de ladrões.
   "Queria pedir para vocês é que os petistas voltem a ter orgulho do PT. Se alguém nosso errou, vai pagar, como qualquer cidadão. Mas o que não se pode admitir é que gente que a gente sabe que roubou a vida inteira venha a chamar o PT de ladrão. A gente não pode permitir."

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Cunha…ad eternum

CUNHA1    BSB  DF  NACIONAL  02/03/2015  EDUARDO CUNHA/ENTREVISTA O presidente da Camara dos Deputados, Eduardo Cunha concede entrevista a imprensa para falar sobre o uso de passagens aereas para conjuges dos parlamentares, no salao Verde da Casa, em Brasilia. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO<br /><br /><br /><br /><br /><br />
    Por Paulo Brochado*
    No dia 20 de agosto de 2015, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou no Supremo Tribunal Federal duas denúncias, uma contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e outra contra o senador e ex-presidente da República, Fernando Collor.

   A partir de então muito se tem comentado sobre a situação político/criminal do Presidente da Câmara, horas a tese da cassação é a mais forte, horas a renúncia da Presidência a suplanta.
 
   A situação não é tão simplória assim como se verá adiante:
   Inicialmente uma indagação se faz inevitável: O que levaria o Presidente da Câmara abrir mão da condição de ser julgado pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal e passar a ser julgado pela 2ª Turma?
 
   Em permanecendo na Presidência, a denúncia do MPF deve ser formalmente recebida pelo Pleno do Supremo Tribunal (onze membros).
 
   Recebida a mesma, segundo o § 3° do Art. 53 da Constituição Federal:
“Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos (EC 35/2001).
 
...§ 3° Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido após diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, SUSTAR O ANDAMENTO DA AÇÃO.
 
   Como se vê, abstraindo-se a condição do aspecto moral, a situação do Presidente, em termos de processo, lhe é plenamente favorável, pois detém o poder institucional que a Lei e a Constituição lhe conferem, desse modo dispondo de grande poder, o que poderá induzir o Plenário, constitucionalmente sustar a tramitação do processo junto ao STF, até perder a condição de Parlamentar federal.
 
   Resta o processo perante o Conselho de Ética, que por sua composição, conforme a imprensa é dominado pelo Presidente, portanto, grande possibilidade de procrastinação ou até absolvição. 
 
   Para relembrar, O Superior Tribunal de Justiça por diversas vezes encaminhou à Assembleia Legislativa de Santa Catarina pedindo licença para processar o então governador Luiz Henrique da Silveira - seis processos – obtendo da mesma total silencio durante os oito anos de mandato do citado ex-governador.
 
   Imagina o que poderá acontecer com o Presidente da Câmara de Deputados quando o STF solicitar permissão para processá-lo. No mínimo, por maioria simples do Plenário, deliberará pela sustação do processo ad eternum

* Jurista de renome, atuou na Corte de Mediação Internacional de Genebra e nos conflitos territoriais de limites entre Brasil e Uruguay.

A CPI dos Radares e o anedotário ilhéu

Sem título-1   A divulgação do “relatório parcial” da CPI dos Radares da Câmara da Capital tem tudo para entrar para o anedotário ilhéu. Presidida pelo vereador Vanderlei Farias, o Lela, e relatada pelo ex-comunista Ricardo Camargo Vieira, a Comissão trouxe a público uma verdadeira pérola com o objetivo claro de atingir politicamente o prefeito Cesar Souza Junior.

   O relatório, cometendo um ato falho, afirma que os R$ 100 mil apreendidos com guardas municipais em 2012 iriam para a “coligação PSD”, o partido do prefeito. O que o "ghost writer" do relatório não se deu conta é que da mesma coligação também faziam parte o PDT de Lela e o PMDB de Gean Loureiro, tido como o “elemento oculto” da estratégia da CPI. O resultado foi desastroso. O bombardeio veio de todos os lados, principalmente de peemdebistas e pedetistas jogados na bacia das almas pela comissão.

   A descoberto na imprensa e fragilizado entre seus pares na Câmara, Lela tratou de rapidamente apontar “encaminhamentos” para a prefeitura, como cancelar contratos, suspender serviços, retirar radares etc e tal. Porém Inês já era morta. Com conclusões que nem mesmo a Polícia Federal e o Ministério Público trouxeram à tona, ficou evidente que o relatório tinha como objetivo atingir politicamente o prefeito.

   Já o relator da CPI, Ricardo Camargo Vieira, que processa o seu ex-partido com pedido de indenização por danos morais por conta da expulsão no ano passado, quando foi tirado da presidência da Comcap sob acusação de irregularidades, preferiu ficar “na muda” depois que foi divulgada sua condenação no episódio da compra de votos para presidência da Câmara, em 2011. Em sentença do juiz Helio do Valle Pereira, Ricardo foi condenado a perda dos direitos políticos por cinco ano e ainda pagamento de multa de mais de R$ 500 mil. Gean Loureiro e João da Bega, réus na mesma ação, escaparam da condenação (autos n° 0042358-82.2011.8.24.0023).

   Além disso, Ricardo é acusado pelo TCE de ter promovido gastos injustificados de mais de R$ 50 mil durante sua gestão à frente da Comcap (processo 14/00240260). Como se não bastasse, o Ministério Público investiga o vereador por suspeita de “suposto aumento patrimonial inconsistente com função pública de vereadores municipais de Florianópolis” - MP: 06.2015.00003471-5 - PP - Procedimento Preparatório).

   Que na prefeitura e na câmara não existem santos todos nós sabemos, mas a CPI dos Radares divulgar um relatório desses é debochar da inteligência alheia.

   O problema do malandro é que ele acha que todos os outros são otários.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Caso Filomeno Fontes: Tribunal de Contas de SC declara incompetência

   Às escondidas, em reunião vedada à imprensa, contrariando o artigo 93, da Constituição Federal, que prevê que reuniões administrativa de tribunais sejam públicas, o Pleno do Tribunal de Contas (TCE) pediu “auxilio aos universitários” para o caso do Conselheiro Cesar Filomeno Fontes, que sentou em cima – 831 dias – de um processo que envolve a Assembleia Legislativa em gastos milionários com diárias de viagem para deputados e servidores.

 

   DENÚNCIA

   Cesar Filomeno Fontes foi denunciado pelo Ministério Público de Contas (MTPC) e responde processo administrativo para apurar sua conduta no período em que foi relator da investigação sobre os gastos na Alesc, que chegaram a mais de R$ 30 milhões em 2 anos.

   A denúncia e pedido de abertura de investigação sobre  Filomeno Fontes – oriundo do MPTC - foi feita pelo procurador-geral do MPTC, Diogo Ringenberg, que estaria na linha direta de sucessão de Cesar Filomeno como conselheiro do TCE.

   Nas acusações contra Filomeno Fontes, está o emprego de parentes na Assembleia Legislativa, nos 831 dias que ficou sem dar prosseguimento ao caso. Quando estava na presidência do Tribunal de Contas, Filomeno foi o responsável por mais 171 dias de adiamento na distribuição do processo.

   Decidiram que nada decidem

   Na reunião “secreta” de segunda-feira (19), o Pleno do TCE levou hora e meia para não decidir nada. Mais uma vez empurraram o caso para mais adiante.

   Segundo o conselheiro Wilson Wan-Dall, o pessoal estava em dúvida sobre qual legislação aplicar no caso de Filomeno Fontes: se a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) ou o Estatuto da Magistratura Catarinense. Então a decisão foi de fazer um pedido de consulta ao COG (órgão técnico) sobre qual lei deve ser aplicada.

   Bem, se os conselheiros não sabem qual lei aplicar, não sabem julgar!

   Estão fazendo o que aí?

terça-feira, 20 de outubro de 2015

A CPI da piada!

img2015070211358398384MED   “A mais importante conclusão dessa CPI é que a Petrobras foi vítima de um cartel de maus fornecedores”. Palavras de Luiz Sérgio, deputado petista, relator da CPI do Petrolão.

   Luiz Sérgio ainda criticou a força-tarefa da Lava Jato e o juiz Sérgio Moro pelo “excesso de delações premiadas.”

   Sugeriu que a lei que trata do tema, sancionada por Dilma, seja alterada para impedir que réus presos se convertam em delatores.

Mas como tem idiota esse PT!

Deinfra tem 60 dias para licitar restauro das pontes

   O Departamento Estadual de Infraestrutura de Santa Catarina (DEINFRA) tem 60 dias para apresentar o cronograma das obras e deflagrar o processo licitatório para o restauro das pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Machado Salles, que fazem a ligação ilha-continente na Capital catarinense.
    O prazo foi determinado pela Justiça atendendo a requerimento do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em ação civil pública ajuizada pela 30ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital. A ação foi ajuizada em julho de 2014 e, após vistoria técnica, foi concedida uma medida liminar determinando uma série de reparos emergenciais e a abertura da licitação para restauro e manutenção das pontes.

   Os reparos emergenciais foram realizados mas, em audiência judicial realizada em 30 de junho de 2015, o DEINFRA requereu a dilação do prazo para a licitação. Com a anuência do Ministério Público, o prazo foi prorrogado por mais 90 dias.

   Porém, novamente a data limite não foi observada e não houve qualquer movimentação por parte do DEINFRA visando à realização da licitação. Assim, o Promotor de Justiça Daniel Paladino requereu ao Poder Judiciário a determinação para que o DEINFRA apresente o cronograma das obras de restauro das pontes, acompanhado da comprovação da deflagração do processo licitatório, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

HOMICÍDIOS


   Por Emanuel Medeiros Vieira
   De acordo com o Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, divulgado pelo Ministério da Justiça, em relação ao tamanho da população, a Bahia fica em sexto lugar no ranking nacional, com uma taxa de 36 homicídios por 100 mil habitantes, atrás do Ceará (46,9), Sergipe (945), Pará (40), Mato Grosso (39,6), Espírito Santo (39,3). A Paraíba tem o mesmo índice da Bahia (936)
   A Bahia é o estado que mais registrou assassinatos em 2014. Foram 5.450 homicídios, o que representa mais de 11 por cento de todos os assassinatos do país. Tais dados desmentem a insistente propaganda oficial do Governo da Bahia. No mundo da fantasia, para a Secretaria de Segurança do estado, a violência diminuiu.
   Conversando com qualquer cidadão, o sentimento de medo é evidente. Conheci a Bahia ainda na década de 60, representando um grupo do movimento estudantil. Era um paraíso.
   Até a década de 90, a gente sentia um clima bem mais seguro.
   A estatística de homicídios na Bahia é de um país que está em guerra. O governo do Estado prefere desmentir os números.
É COMO CULPAR O TERMÔMETRO PELA FEBRE.
   Quem mora na Bahia, em qualquer dos 417 municípios do estado como disse Herzem Gusmão, sabe muito bem que o estado perdeu o controle sobre a segurança pública.
   O perigo é cair na mera resignação diante dos homicídios ocorridos em saidinhas bancárias, na explosão diária de caixas eletrônicos, nos latrocínios etc.
   Para se ter uma idéia, o índice de homicídios nos estados do Nordeste, países com históricos de guerra civil, como o Congo (30,8), e com alta taxa de homicídios associada ao narcotráfico, como a Colômbia, (33,4), possuem taxas menores que a do Nordeste brasileiro.
   A região Norte é a segunda colocada em taxa de homicídios (31,09). Em seguida, vem o Centro-Oeste (26,26) e Sudeste (16,91). Internamente, a taxa do Nordeste é maior que o dobro a região sul (14,36).
   O que significam (sem o um exame mais profundo) tais números?
   No Nordeste e na Bahia, existe alta circulação de armas e o estado desapareceu.
   É só isso? Claro que não.
   Mas são dados para que meditemos sobre o país em que vivemos. É preciso que o Brasil saiba que no lindo estado da Bahia (que tanto amo), não só existe Ivete Sangalo, Daniele Mercury ou Daniela Mercury.
   A Verdade sempre liberta.
   Fantasiar a realidade é o caminho mais facilitário – como gastar fortunas em propaganda, mas - será sempre o pior de todos.
   É a “Pátria Educadora”?
   Sem relação com o assunto em tela: alunos e professores ficaram quase 130 dias em greve na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Não ganharam nada. Voltaram à aulas.
   Se fossem banqueiros, creio, teriam mais sorte.
   Viva a Pátria Educadora! (Sem risos.)
Salvador, outubro de 2015

Leia a integra do pedido impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS FEDERAIS, DEPUTADO EDUARDO CUNHA
“O princípio geral a se observar é que ‘(...) não se
deve proceder contra a perversidade do tirano por
iniciativa privada, mas sim pela autoridade pública’,
dito isto, reitera-se a tese de que, cabendo
à multidão prover-se de um rei, cabe-lhe
também depô-lo, caso se torne tirano...”

(Santo Tomás de Aquino. Escritos Políticos.
Petrópolis: Vozes, 2001. p. 25).
“Em todo país civilizado, há duas necessidades  fundamentais: que o poder legislativo represente o povo, isto é que a eleição não seja falsificada, e que o povo influa efetivamente sobre os seus representantes.”
(Rui Barbosa. Migalhas de Rui Barbosa, org. Miguel Matos).

Constituição Federal
HÉLIO PEREIRA BICUDO, brasileiro, casado, Procurador de Justiça.Aposentado, portador da Cédula Identidade RG n. 5888644, CPF n. 005. 121418 - 00, Título de Eleitor n. 148.181.900.124, com endereço na Rua José Maria Lisboa, 1356, apto 31, Jardim Paulista, São Paulo - SP;
MIGUEL REALE JÚNIOR, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB, Secção de São Paulo, sob nº. 21.135, CPF n.020.676.92 8.87, Título de Eleitor n. 001.645.780.116, com escritório na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 1.713, 4º andar, cj. 41, São Paulo (SP); e

JANAINA CONCEIÇÃO PASCHOAL , brasileira, casada, advogada, portadora da Cédula de Identidade RG n. 24.130.055 -1, CPF 2 n. 195.295.878-48, Título de Eleitor n. 252.385.180.175, com endereço na Rua Pamplona, 1.119, cj. 41, Jardim Paulista, São Paulo-SP; todos cidadãos brasileiros, como comprovam as certidões anexas, subscrevendo, ainda, esta petição, o advogado FLÁVIO HENRIQUE
COSTA PEREIRA, brasileiro, OAB/SP 131.364 e inscrito no CPF sob nº173.800.188-17, com escritório na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, na Rua Aguaçu, 171, Cond. Ipê, Sala M -5, Alphaville Business, com fundamento nos artigos 51, inciso I, e 85, incisos V, VI e VII, da Constituição Federal; nos artigos 4º., incisos V e VI; 9º. números 3 e 7; 10, números 6, 7, 8 e 9; e 11, número 3, da Lei 1.079/50; bem como no artigo 218 do Regimento Interno desta Egrégia Casa, vêm apresentar DENÚNCIA em face da Presidente da República, Sra. DILMA VANA ROUSSEFF, haja vista a prática de crime de responsabilidade, conforme as razões de fato e direito a seguir descritas, requerendo seja decretada a perda de seu cargo, bem como a inabilitação para exercer função pública, pelo prazo de oito anos.

Leia aqui a íntegra do pedido de impeachment de Dilma.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Os pastores do Congresso

Sem título-1

Como as igrejas evangélicas escolhem seus políticos? Qual o segredo da força da bancada para barrar os avanços sociais e garantir privilégios como a isenção fiscal e a concessão de rádios e TV?

   por Andrea Dip

   Homens de terno e mulheres de saia com a Bíblia na mão vão enchendo o auditório. Alguém regula o som do violão e dos microfones. A música que celebra “júbilo ao Senhor” estoura nos alto-falantes, e a audiência canta junto. Em um púlpito no palco, os pastores abrem o culto com uma oração fervorosamente acompanhada pelos fiéis.

   Uma descrição comum de um culto evangélico não fossem os pastores, deputados, falando de um o púlpito improvisado no Plenário Nereu Ramos da Câmara dos Deputados de um país laico chamado Brasil. E se o (até então) presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), anunciado do púlpito ao entrar no recinto pelos pastores João Campos (PSDB/GO) e Sóstenes Cavalcante (PSD/RJ), não tivesse deixado de lado a agenda oficial para participar da celebração e tirar selfies com pessoas que se amontoavam ao seu redor.

   Certamente seria bem menos estranho se logo atrás de mim, no fundo do auditório, assessores de parlamentares não estivessem fazendo piadas de cunho homofóbico e rindo alto durante boa parte do evento, que se tornou show com a chegada da aclamada cantora gospel Aline Barros, vencedora do Grammy Latino 2014 e um dos cachês mais altos do mundo gospel brasileiro. Ela tinha viajado do Rio a Brasília com o marido, o ex-jogador de futebol e hoje pastor e empresário gospel Gilmar Santos, especialmente para cantar e orar naquela manhã de quarta-feira no Congresso. Ao final do culto/evento, todos receberiam um CD promocional de Aline.

Aline Barros entoou alguns de seus sucessos com o auxílio de um playback, antes da pregação do marido. O tema é a luta do profeta Elias contra Jezebel, a princesa fenícia que se casou com o rei de Israel e, uma vez rainha, perseguiu e matou profetas israelitas. A imagem da mulher poderosa de alma cruel é usada por dezenas de sites religiosos, que comparam Jezebel à presidente Dilma Rousseff, ameaçando-a de acabar como a rainha, comida por cães.

Leia reportagem completa. Beba na Fonte.

Clovis Gayer lança "O Boné do Bufão"

   Clovis Geyer, professor do curso de Design da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lança no dia 22 de outubro o seu livro de charges, caricaturas e cartuns “O boné do Bufão”. 
   Neste trabalho, Clovis apresenta técnicas de ilustração e construção de personagens além de charges, caricaturas e trabalhos de diversos artistas.
   O lançamento será na quinta-feira, 22 de outubro, às 18h, no Capitão Gourmet Bar e Restaurante, bairro Trindade.

Prefeito contrata empresa denunciada na Operação Ave de Rapina

Prefeitura de Florianópolis contrata empresa denunciada na Ave de Rapina para controlar semáforos Carlos Henrique Almeida de Lima, o Baiano, sócio da HLI Astech, assinou contrato de R$ 222 mil para executar a manutenção dos semáforos em Florianópolis
   Matéria de Lúcio Lambranho e Leonardo Thomé do Notícias do Dia
   Apesar de ser um dos principais alvos da Operação Ave de Rapina, da Polícia Federal, a HLI Astech assinou no último dia 5 um contrato com a Prefeitura de Florianópolis para manutenção e controle dos semáforos. Carlos Henrique Almeida de Lima, o Baiano, sócio da empresa, é um dos 13 denunciados pelo MP-SC (Ministério Público de Santa Catarina) pelo envolvimento em fraudes no Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis).
    Segundo a denúncia, o empresário é acusado de organização criminosa, fraude em licitação, peculato e corrupção ativa. De acordo com representação do MPTC (Ministério Público do Tribunal de Contas), que tentou retirar a empresa do pregão realizado pelo Ipuf justamente pelos fatos narrados na denúncia no MP-SC, a HLI Astech foi a única empresa a entregar propostas ao edital no dia 28 de abril deste ano.
   Leia matéria completa. Beba na fonte.

Prezado Sérgio Rubim,
Causou estranheza a esta Secretaria a forma como foi veiculada a matéria citada em seu e-mail. Desnecessário esclarecer que decisões judiciais não podem ser descumpridas pelo ente público, como no caso em tela. Cumpre ao ente público respeitar a decisão dada de maneira liminar, repito liminar, sem que tenha sido solicitado previamente à prefeitura por parte do magistrado qualquer tipo de informação.
Diante disto, e somente por este motivo, foi formalizado contrato com a empresa HLI ASTECH, o qual será encerrado assim que a decisão liminar for cassada ou o mérito da ação proposta julgada.
Portanto, não havia, não há e não haverá intenção por parte desta prefeitura em contratar a empresa investigada, sendo que o caso já foi encaminhado à Procuradoria do Município para que preste as devidas informações ao magistrado responsável visando a derrubada da decisão e, consequentemente, o fim do contrato obrigatoriamente firmado.
Estamos à disposição para qualquer esclarecimento.

Raffael de Bona Dutra
Secretário Municipal de Segurança e Gestão do Trânsito


domingo, 18 de outubro de 2015

As consequências da superpopulação nas cidades

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   Por Marcos Bayer (novembro de 2008)

O interesse pelo tema “As consequências da superpopulação na sociedade moderna: Uma análise dos impactos ambientais e das transformações tecnológicas da sociedade global na vida do homem contemporâneo” surge em razão do aumento das tensões que vivem os seres humanos na sociedade do século 21.

De 1950 para cá, a população mundial quase triplicou, passando de dois e meio bilhões de habitantes para mais de seis e meio bilhões.

Domenico de Masi ressalta que na metade do século XIX, a vida média dos homens era de 34 anos e das mulheres 35. O homem de Neandhertal vivia 29 anos, portanto apenas seis a menos que nossos bisavós. Entretanto, em apenas duas gerações a vida média do homem aumentou 40 anos; e hoje o homem vive em média 75 anos.

Este crescimento populacional extraordinário não se deu somente pelo aumento de nascimentos, mas também pelo prolongamento significativo da longevidade, conseqüência dos avanços da medicina e da farmacologia. A expansão da população provoca uma série de impactos na vida do homem na sociedade moderna e no planeta.

São impactos de ordem ambiental, ocupacional, emocional, política e econômica, entre outros, conseqüência da necessidade de habitação, abastecimento de água e eletricidade, coleta e tratamento de esgotos, serviços de educação, saúde e transportes, sistemas de segurança pública e privada, construção de equipamentos e sistemas viários, serviços de comunicação, trabalho remunerado e lazer.

A realização desta infra-estrutura e seus derivativos geram empregos e a arrecadação de tributos de um lado; porém, de outro lado, aceleram a exaustão do estoque de recursos naturais e a produção de resíduos poluentes de diferentes conteúdos.

Aristóteles (384 - 322 a.C.), embora não conhecesse as exatas dimensões do planeta Terra, intuiu as conseqüências provocadas por qualquer superpopulação:

Sempre que houver superpopulação haverá pobreza. E as conseqüências da pobreza são: dissensão cívica e violência.

If no restriction is imposed on the rate of reproduction (and this is the case in most of our existing states), poverty is the inevitable result; and poverty produces, in its turn, civic dissension and wrongdoing.

Em “A Política”. The Politics of Aristotle edited and translated by Ernest Barker – Oxford University Press – page 59 – Ideal States in Theory.

Em 1798, o Reverendo Thomas Malthus faz um outro alerta sobre o mesmo tema. Como só considera a população e a capacidade de se produzir alimentos (duas variáveis apenas), sua tese é superada pelos fatos, entre eles, a revolução industrial e suas conseqüências de produção em série, inclusive de alimentos.

Recentemente, a questão ambiental, nos induz a pensar em, pelo menos, quatro variáveis: (1) o tamanho do planeta, (2) o crescimento populacional, (3) a diminuição dos estoques de recursos naturais e (4) o aumento de todas as formas de poluição.

Se estes vetores não forem alterados, excetuando a dimensão do planeta que é imutável, caminhamos para uma possível e provável situação de estrangulamento futuro. Não sabemos, ainda, avaliar as conseqüências oriundas de um quadro formado pelas variáveis acima enumeradas.

Os impactos ambientais podem provocar alterações climáticas de tal ordem, obrigando grandes contingentes populacionais a promoverem migrações em escala planetária. Além do aquecimento global, apenas a parte mais evidente do impacto ambiental em discussão neste momento, existem outras situações a serem consideradas. Entre elas, tão preocupante quanto à elevação da temperatura no planeta, é a questão da poluição dos recursos hídricos e sua conseqüente escassez em diferentes aspectos da vida humana futura.

Embora relegados, inicialmente, à área das ciências agrárias, a utilização dos recursos hídricos é parte indissociável das ciências humanas e fator essencial à condição humana na modernidade. Sabemos que boa parte da poluição dos recursos hídricos é decorrente da inexistência ou da insuficiência de sistemas de tratamento de esgotos, especialmente nos chamados países menos desenvolvidos.

O professor Adam Smith (1776) dizia que as coisas têm pelo menos dois valores: valor de uso e valor de troca. A água, por exemplo, dizia ele, só tem valor de uso, enquanto os diamantes têm valor de troca. Sem que ainda tenham se passado dois séculos e meio desta afirmação, a água já tem valor de troca.

Deve observar-se que a palavra VALOR tem dois significados diferentes; umas vezes exprime a utilidade de um determinado objeto; outras, o poder de compra de outros objetos que a posse desses representa. O primeiro pode designar-se por ‘valor de uso’; o segundo por ‘valor de troca’. As coisas que têm o maior valor de uso têm, em geral, pouco ou nenhum valor de troca; e, pelo contrário, as que têm o maior valor de troca têm, geralmente, pouco ou nenhum valor de uso. Nada é mais útil do que a água: mas com ela praticamente nada pode comprar-se; praticamente nada pode obter-se em troca dela. Pelo contrário, um diamante não tem praticamente qualquer valor de uso; no entanto, pode normalmente obter-se grande quantidade de outros bens em troca dele”.

Há pelo menos três correntes de pensamento sobre a discussão dos limites ecológicos impostos à humanidade neste início do século 21: (a) uma que afirma que não há mais tempo para reversão das tendências em vigor, e que por isto caminhamos para uma situação de estrangulamento futuro, com diferentes conseqüências para todas as formas de vida no planeta; (b) outra que afirma que a tecnologia avançará encontrando as soluções exigidas pela humanidade; (c) e finalmente, a que afirma ser infrutífera qualquer tentativa de discussão sobre o futuro do homem, uma vez que sua história é inevitavelmente evolutiva, imprevisível e incontrolável.

As ciências, sobretudo as humanas, seriam apenas descritivas e interpretativas do passado e especulativas em relação ao que está por vir.

Contudo, a tendência de aplicar a interdisciplinaridade para o entendimento e projeção dos caminhos do homem, mostra que o conhecimento específico e disperso não acompanha a complexidade do fenômeno da vida.

Aliás, na medida em que o conhecimento foi sendo departamentalizado, pulverizado e especificado, mais distante foi ficando da compreensão total do fenômeno humano.

A academia moderna de um lado e a modernidade do outro perderam o foco sobre o homem vitruviano, concebido por Marcus Vitruvius Pollio, arquiteto romano, e explicitado por Leonardo da Vinci, pensador universal renascentista.

A interdisciplinaridade é o retorno ao conceito de universitas, palavra latina que dá origem à universidade.

A pulverização do conhecimento, tentativa moderna de compreender com mais intensidade a condição humana, nos afastou da integralidade do ser e nos fez mais inseguros e incertos sobre possíveis convicções.

Pretender obter a visão global tornou-se uma heresia num mundo onde a maioria é induzida a querer conhecer mais da partícula e menos do todo.

É necessário considerar que existiram três estágios pelos quais os homens passaram ao longo de sua evolução: (1) o domínio da agricultura, (2) o domínio da máquina, e por último, (3) o domínio da informação. É possível que o quarto domínio venha a ser o domínio sobre ele mesmo. Entramos no século 21 com este panorama: dominamos diversas técnicas e tecnologias e, no entanto, não somos capazes de dar solução às necessidades de saúde, educação, moradia e trabalho para mais da metade da população mundial. Ainda estamos aprendendo a tratar adequadamente nossos excrementos.

O estudo acadêmico transformou-se numa babel de afirmações, muitas delas perdidas em si mesmas. A especificidade exigida, ao invés de colaborar para o entendimento de nossa integralidade, provoca uma desconexão absurda sobre os diversos aspectos da vida, por si só, grandiosos demais para a pretensão da mente humana.

Estudos mais atuais, como por exemplo, “The end of world population growth in the 21 st century”, publicados em 2004 por Wolfgang Lutz e outros, afirmam que em algumas partes do planeta, notadamente na Europa e no Japão, há uma estabilidade numérica da população e o conseqüente envelhecimento dela. Argumentam que quando determinada quantidade de pessoas atinge certos níveis de consumo material, saúde e escolaridade, há uma quase certeza de estabilidade. Porém, não sabem como explicar que em outras partes do planeta, nos Estados Unidos da América, por exemplo, onde existem as condições referidas próximas às européias e japonesas, continua o crescimento da população.

Afirmam que doravante teremos que estudar a questão populacional sob duas óticas entrelaçadas: sua expansão em algumas regiões e seu envelhecimento em outras.

Contudo, ainda que estes estudos advirtam sobre a importância das previsões referentes ao crescimento populacional, seus autores lembram:

Demographers can no more held responsible for inaccuracy in forecasting 20 years ahead than geologists, meteorologists, or economists when they fail to announce earthquakes, cold winters, or depressions 20 years ahead. What we can be held responsible for is warning one another and our public what the error of our estimates is likely to be”, escrito por Nathan Keyfitz, em 1981, considerado um dos maiores demógrafos do século 20.

Assim, fica evidente a temeridade de projeções de ordem geológica, meteorológica, econômica ou demográfica na visão de um respeitável estudioso da matéria.

O fato relevante nesta proposição é que ainda que caminhássemos para uma estabilidade e conseqüente envelhecimento populacional ao longo deste século, não poderíamos deixar de avaliar as conseqüências dos impactos ambientais e das transformações tecnológicas globais, visto que são elas, também, as responsáveis pela criação de sociedades com bons níveis de consumo material, saúde e escolaridade.

Mais uma vez, o professor Adam Smith, em relação às transformações decorrentes da modificação dos sistemas de produção, antecipou algumas conseqüências da introdução de novas máquinas na vida dos trabalhadores:

O grande aumento da quantidade de trabalho que, em conseqüência da divisão do trabalho, o mesmo número de pessoas é capaz de executar deve-se a três circunstâncias: primeira, o aumento de destreza de cada um dos trabalhadores; segunda, a possibilidade de poupar o tempo que habitualmente se perdia ao passar de uma tarefa a outra; e, finalmente, a invenção de um grande número de máquinas que facilitam e reduzem o trabalho, e tornam um só homem capaz de realizar o trabalho de muitos”.

Percebe-se claramente pela leitura acima, um dos cenários da condição humana na modernidade: o aumento da destreza, a redução do tempo e a melhoria da capacidade de produção do homem em razão da utilização da tecnologia da informação, os computadores, por exemplo.

De novo, numa visão interdisciplinar, há que se compreender que a tecnologia da informação, assim como outras descobertas anteriores, tais quais: a eletricidade, a radiofonia, a telefonia, a aviação e a televisão, acontecem na medida em que aumenta o nível de escolaridade do homem e a população.

Não há como provar este argumento. Mas, é como se o espírito curioso e inventivo do homem encontrasse soluções para as necessidades de cada estágio, adverso ou não, do processo civilizatório.

De Masi faz alusão ao homem antes do invento da roda, desnecessária por estarmos numa era glacial, onde o instrumento de locomoção era o esqui. Na medida em que começou o degelo, o esqui deixou de ser útil e tempos depois o homem inventou a roda para facilitar seus deslocamentos.

Durante um longo período, então, o homem percorria seus caminhos a pé, sobre o lombo de algum animal, cavalos e camelos – por exemplo, sobre as rodas das carroças puxadas por algum animal, remando ou velejando com suas embarcações. Em 1825, há menos de dois séculos, com a primeira linha ferroviária entre Manchester e Liverpool, a locomotiva a vapor altera profundamente a velocidade, o tempo e a capacidade de transporte de carga do homem.

Do trem passamos aos navios, aos automóveis e aos aviões. Deles às naves espaciais. Todos propelidos pela combustão dos motores.

Zeitgeist, o espírito do tempo, neste inicio de século 21 é uma tentativa alucinante sobre a possibilidade de conciliação entre crescimento econômico e sanidade ambiental. A discussão que preside todas as agendas internacionais é a capacidade do planeta em suportar o crescimento contínuo nos moldes em que o praticamos. (carrying capacity).

A constante, e cada vez mais acelerada, transformação tecnológica imporá alterações inusitadas nos sistemas produtivos globais, provocando uma nova situação, onde o emprego e a atividade laboral remunerada podem vir a ser cada vez mais escassos em relação aos que deles precisam.

Assim, torna-se relevante o estudo destas questões na tentativa de desenhar cenários em que a condição humana na modernidade existirá.

Seremos capazes de nos adaptar aos impactos ambientais provocados por nossos métodos de produção e expansão populacional?

Teremos condições de sustentar com trabalho remunerado, moradia e alimentação, educação e saúde, todos os seres humanos?

Qual o cenário existencial para aqueles que não forem aproveitados ou não puderem ser aproveitados pelos sistemas produtivos globais em razão das transformações tecnológicas?

A inovação tecnológica poderá solucionar os problemas ambientais existentes e em processo de intensificação da degradação?

O trabalho humano, fonte da realização primeira do ser, será cada vez mais padronizado e impessoal ou permitirá a expressão individual do homem?

Afora a questão populacional é relevante pesquisar as conseqüências das transformações tecnológicas da sociedade global na vida do homem contemporâneo, sobretudo no que se refere às relações de produção e trabalho.

Espera-se da evolução humana não só a melhoria das condições materiais, como também uma evolução moral no sentido de diminuir a fome, a falta de moradia e o desemprego.

A condição humana na modernidade deveria existir e prosperar num ambiente sadio, sob vários aspectos, inclusive do ponto de vista ecológico.

Não por acaso está ocorrendo uma apropriação crescente do prefixo eco para inúmeras atividades e ciências da modernidade. Para exemplificar: do eco turismo a eco psicologia.

O conflito existente entre economia e ecologia precisa ser desconstruído.

Ainda que ocorra decréscimo populacional no planeta e, consequentemente, envelhecimento da população, ter-se-á que considerar a intensificação do uso dos estoques de recursos naturais, bem como a crescente poluição, visto que a economia de mercado, hoje instalada em escala global, é estimuladora de consumo exponencial.

Com o fim da bipolaridade ideológica mundial, capitalismo versus comunismo, aceitou-se a prevalência absoluta da sociedade centrada no mercado. O mercado não tem limites para sua expansão porque tem a capacidade de ser reinventado diariamente. Ele absorve e expele pessoas, recursos naturais e tecnologias na medida de suas necessidades, sem nenhum compromisso com qualquer tipo de estabilidade, senão a sua. Se a lógica do mercado for intensificada e continuar a presidir as relações entre os homens, os que não puderem ser absorvidos por ele, perecerão de maneiras mais ou menos trágicas. Não haverá espaço para o exercício da solidariedade humana.

Aliás, o homem só terá importância enquanto puder ser consumidor. Quando perde a capacidade de consumir passa a ser um estorvo social: um custo para o Estado.

Que mecanismos poderiam ser criados para aproveitar cidadãos desempregados na restauração dos diferentes ecossistemas do planeta? Quais poderiam ser os mecanismos de remuneração? As formas de reciclagem são alternativas econômicas para o futuro?

Além destas, outras questões imediatamente decorrentes, entre elas os sistemas previdenciários estatais devem ser discutidos em razão do possível envelhecimento populacional.

Fazer previsões para um indivíduo é temerário. Fazê-las para a humanidade, muito mais.

No entanto, fatores como população, recursos naturais e poluição são inevitáveis para qualquer tentativa de compreensão da vida humana associada no presente.

O exercício intelectual não deve ser apenas uma reflexão sobre o passado, mas, ao contrário, uma proposição para o futuro.

Grupo Expresso Rural: espetáculo memorável


   Do Moacir Pereira 
   O Teatro do CIC, superlotado, era só empolgação, do começo ao fim do espetáculo. Um show histórico, inédito, que marcou a gravação do DVD do grupo Expresso Rural. Música da melhor qualidade, letras poéticas, artistas do mais alto nível. Dos seis excelentes músicos, destaque para o quarteto vocal, afinadíssimo. Remetia em qualidade para o “Quinteto Violado”, para o MPB4 e outras bandas que fizeram grande sucesso no final do século passado. Emoção durante duas horas. Até nos intervalos para afinação dos 21 violões e guitarras, com intervenções espirituosas do compositor e cantor Daniel Lucena. O DVD sai em março de 2016. Imperdível. Nota dez para o produtor Márcio Pimenta.


Nas Manhãs do Sul do Mundo, no reencontro do Expresso Rural, em 2007, Teatro do CIC - Fpolis

Audiência pública sobre chegada do UBER em Florianópolis

“Amor” às estatais

   (…) O amor recente às estatais é uma história de conveniência, não de paixão ideológica. Do ponto de vista do lulopetismo, as estatais funcionam como portas de entrada na esfera das altas finanças. Controlando mercados, formando parcerias de negócios ou adquirindo equipamentos, elas fornecem as ferramentas para a subordinação do empresariado ao governo. Servem, ainda, como porto seguro para aliados políticos e como nexos entre a militância partidária/sindical e a tecnoburocracia estatal. Finalmente, operam nas catacumbas da baixa política, transferindo recursos a empresas de publicidade selecionadas, financiando “movimentos sociais” e pagando os serviços baratos do “jornalismo” chapa-branca.

   É um amor que mata. Dilma, a gerente perfeita (ui!), já desviou R$ 15 bilhões do Tesouro para cobrir o rombo que abriu no setor elétrico. A Petrobras, com produção estagnada e eficiência declinante, vive de aportes multibilionários do BNDES –isto é, no fim, nossos. Pasadena? US$ 1,1 bilhão? Dinheiro de troco.

De Demétrio Magnoli em seu artigo “Vocês que amam tanto as estatais”, na Folha de S. Paulo, 22/03/2014

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A Morte do Vendedor de Enciclopédia

vendedor   Por  João José Leal

   A Internet chegou rapidamente para tomar conta da informação e da comunicação, unindo pessoas em todo o mundo. Até os mais velhos, sempre reticentes e resistentes às mudanças, afinal somos um pouco genética e outro tanto produto do meio e do nosso passado, aderiram ao clique cibernético. E, neste tempo de computador massificado, parece que todos navegam nessa teia da liberdade global e universalisadora do conhecimento.

    Como tudo o que queremos saber está na Internet, a velha e emblemática enciclopédia, símbolo do conhecimento global e multidisciplinar, desapareceu das estantes dos lares brasileiros. Orgulhosos, seus donos faziam questão de mostrar erudição e comprometimento com a cultura. Casa de rico e de gente da classe média não precisava de ter uma biblioteca, coisa de inteletual, mas não dispensava uma vistosa enciclopédia.

   Se o dinheiro estava sobrando, mais de uma coleção do saber global encadernado podia ser comprada. Nos meus tempos de universitário, uma das anedotas que rolava em Floripa, tinha por personagem um rico, mas pouco letrado, vereador, que havia comprado quatro coleções da mesma enciclopédia. Apenas, de cores diferentes, porque era preciso harmonizar com a decoração da sala de sua luxuosa residência.

   Tinha-se a sensação ilusória de que, naqueles 20 ou mais volumes encadernados, com lombadas douradas, porque o saber vale ouro, repousava todo o conhecimento humano. Em parte e, porque tudo é relativo, era verdadeira essa crença. Infelizmente, esse importante repositório de conhecimentos repousava e acabava dormindo nas prateleiras. Consultas e pesquisa, muito pouco ou quase nada. E assim, a bela coleção encadernada servia mais para decoração do que fonte do saber.

   Com a Internet, desapareceu, também, o vendedor daquelas coleções encadernadas, possuidor de uma conversa que, se você parasse para escutar a primeira palavra, teria muita dificuldade em escapar da compra do “verdadeiro tesouro do saber”, por um preço que sempre ficava pela metade da oferta inicial. Era o tal do negócio em que você comprava já arrependido, sentindo que estava caindo no conto da enciclopédia.

   Muitas vezes, o vendedor batia à porta da casa para convencer a mulher a comprar a coleção, instrumento indispensável de consulta para o estudo dos filhos. Sabia ele que toda boa mãe quer seus filhos cheios de sabedoria.  Ao chegar em casa o marido, certa era a briga do casal.  O mais grave, mesmo, acontecia, quando a ingênua esposa, como na música de Chico Buarque de Holanda, seduzida pela conversa aveludada, fugia com o malandro vendedor de enciclopédia. Felizmente, esse doloroso drama parece não acontecer mais, neste tempo mágico da Internet.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Restou um toco de giz...

Por Eduardo Guerini

Nas lacunas e lamúrias existenciais, uma classe comiserada que se entrega de corpo e alma para uma canalha política se vangloriar.

   O ambiente escolar nos diversos níveis, seja ensino infantil, básico fundamental, médio ou superior, se transformou no Brasil, em todos os cantos deste País continental fonte de suspeição. A propaganda oficialesca midiatizada pelos recursos de uma propaganda enganosa, seja de governantes de esquerda ou direita, populares ou populistas, fez da escola um local fantasioso com professores em situação deplorável.

   Não bastasse uma infraestrutura decadente permeada por quinquilharias das novas tecnologias da informação, as formas inovadoras de mediação pedagógica esbarram na penúria existencial dos profissionais da educação – os professores.

   Na republiqueta que tem um slogan megalomaníaco “Brasil – Pátria Educadora”, os professores nada tem para comemorar neste dia 15 de outubro. O ajuste fiscal proporcionado pelo Governo Federal, garante recursos aos grandes bancos, retirando somas vultuosas destinada para Educação. É uma triste equação que acompanha o cotidiano daqueles que vivenciam o ambiente escolar. Entre desejos e tesouradas, ministro e secretários da fazenda, gestores das receitas, aduzem a necessidade de corte no PISO NACIONAL DOS PROFESSORES, dado que, a recomposição salarial destes profissionais seria a mola propulsora da crise financeira do setor público, principalmente nos Estados e Municípios,

   Na esfera estadual e municipal, a secretaria de educação é conduzida por um gestor com racionalidade cartesiana na distribuição de recursos, com tratamento para os professores digno de um “capataz de estância”. Daí, o crescente número de professores em estresse e adoecimento crescente. Afinal, as estatísticas garantirão o próximo quadro para a propaganda político-eleitoral dos gestores.

   Na estrutura das escolas em todos os níveis, a grande preocupação é o dimensionamento de número de alunos por professor, garantindo uma medida padrão que nenhum gestor ou professor quem e por que inventou tal padrão. As salas de aula, bibliotecas e espaços de convivência são transformados em local de “tortura escolarizante” com professores em estágio de “normalidade sofrente”.

   Entre os discursos ufanistas de políticos profissionais e miragens imagéticas de marqueteiros de ocasião, explode o desalento e desencantamento dos “profissionais da educação”.

   O desafio constante dos professores é sobreviver!!! Com salários ridículos, condições laborais estressantes, infraestrutura inadequada, a escola se transformou na câmara mortuária do futuro de uma geração.

   Enquanto um discurso cínico e hipócrita de festejo do “Dia d@s Professor@s” permeia o cotidiano escolar neste 15 de Outubro, os hábeis gestores e governantes, politicamente operam a redução de investimentos na educação e na valorização d@s profissionais da educação.

   Nesta renitente luta pela melhoria das condições de trabalho e vida, não rendam homenagens aos governantes sabujos, repudiemos falsas homenagens, e, comparemos os padrões salariais vigentes.

   Daí, chegaremos ao cálculo que o SALÁRIO DOS PROFESSORES comparado com a CLASSE POLÍTICA EM GERAL na republiqueta brasileira, não passa de UM TOCO DE GIZ!!! TRISTE SINA DE UMA CLASSE IMPRESCINDÍVEL PARA CONSTRUIR UMA NAÇÃO.