A divulgação do “relatório parcial” da CPI dos Radares da Câmara da Capital tem tudo para entrar para o anedotário ilhéu. Presidida pelo vereador Vanderlei Farias, o Lela, e relatada pelo ex-comunista Ricardo Camargo Vieira, a Comissão trouxe a público uma verdadeira pérola com o objetivo claro de atingir politicamente o prefeito Cesar Souza Junior.
O relatório, cometendo um ato falho, afirma que os R$ 100 mil apreendidos com guardas municipais em 2012 iriam para a “coligação PSD”, o partido do prefeito. O que o "ghost writer" do relatório não se deu conta é que da mesma coligação também faziam parte o PDT de Lela e o PMDB de Gean Loureiro, tido como o “elemento oculto” da estratégia da CPI. O resultado foi desastroso. O bombardeio veio de todos os lados, principalmente de peemdebistas e pedetistas jogados na bacia das almas pela comissão.
A descoberto na imprensa e fragilizado entre seus pares na Câmara, Lela tratou de rapidamente apontar “encaminhamentos” para a prefeitura, como cancelar contratos, suspender serviços, retirar radares etc e tal. Porém Inês já era morta. Com conclusões que nem mesmo a Polícia Federal e o Ministério Público trouxeram à tona, ficou evidente que o relatório tinha como objetivo atingir politicamente o prefeito.
Já o relator da CPI, Ricardo Camargo Vieira, que processa o seu ex-partido com pedido de indenização por danos morais por conta da expulsão no ano passado, quando foi tirado da presidência da Comcap sob acusação de irregularidades, preferiu ficar “na muda” depois que foi divulgada sua condenação no episódio da compra de votos para presidência da Câmara, em 2011. Em sentença do juiz Helio do Valle Pereira, Ricardo foi condenado a perda dos direitos políticos por cinco ano e ainda pagamento de multa de mais de R$ 500 mil. Gean Loureiro e João da Bega, réus na mesma ação, escaparam da condenação (autos n° 0042358-82.2011.8.24.0023).
Além disso, Ricardo é acusado pelo TCE de ter promovido gastos injustificados de mais de R$ 50 mil durante sua gestão à frente da Comcap (processo 14/00240260). Como se não bastasse, o Ministério Público investiga o vereador por suspeita de “suposto aumento patrimonial inconsistente com função pública de vereadores municipais de Florianópolis” - MP: 06.2015.00003471-5 - PP - Procedimento Preparatório).
Que na prefeitura e na câmara não existem santos todos nós sabemos, mas a CPI dos Radares divulgar um relatório desses é debochar da inteligência alheia.
O problema do malandro é que ele acha que todos os outros são otários.
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