sábado, 29 de setembro de 2018

Carrière de Lumière: um experiência lisérgica cultural


Picasso e os grandes mestres da pintura espanhola em uma aventura artística com exposição imersiva se misturam com o show Power Flower da cultura pop


Projeções das obras de Picasso e dos grandes artistas espanhóis inundam o piso e as paredes do espaço composto de gigantescos  blocos de pedra de calcário branco. O som que acompanha o movimentos das formas e das cores mostrando todas as fases dos grande pintor nos tira a percepção de realidade como conhecemos e nos transporta para um mundo completamente diferente em uma experiência sensorial jamais experimentada.

    Literalmente nos tira o chão!

   Nunca conhecemos tudo. Em 65 anos de vida jamais havia tido uma experiência sensorial tão intensa e maravilhosa. E olhem, de experiência sensorial eu entendo. Os anos 70 foram os mais férteis nesse tipo de incursões experimental.

Power Flower

   Quando, após um apagão de escuro profundo e silêncio estático, começam as projeções da fase psicodélica que se chama Power Flowers,  aí é “pracabá”!

   Imagens super coloridas do filme Submarino Amarelo, flores e formas distorcidas, sobem e descem, andam pelas paredes e piso e, desta vez, nos transporta para um mundo totalmente lisérgico com música  dos Beatles, Beach Boys, Rolings Stones e quejandos. 

   Maravilha colorida!

   Tudo isso aconteceu ontem nas gigantescas cavernas da uma antiga mina de calcário na pequena vila medieval de Baux-de-Provence, a 80 quilômetros de Marselha. 

   O local da “viagem” se chama Carrières de Lumères. A ville Baux-de-Provence, que fica no alto de uma montanha, tem apenas 436 habitantes. Sua origem data de 6 mil anos antes de Cristo e era habitada pelos Celtas.

Canga,

Depois de seis mil anos, os "espíritos" ficam incontroláveis!
Grande abraço!
MBayer. 

sábado, 22 de setembro de 2018

Corrida de Ratos na Província Catarina

por Eduardo Guerini
“Minha terra tem palmeiras, onde canta o tico-tico,.
Enquanto isso o sabiá, vive comendo o meu fubá. (Jogos Florais. Poeta Cacaso).
   
A corrida eleitoral na província catarinense é emocionante. Aqui na terra dos casos e acasos raros, as famílias se sucedem no poder, passando da situação à oposição sem nenhum rubor. O temor é o eleitor confundir e anular os votos, diante de tanta “cruza de jacaré com cobra d´água”.
   Os postulantes ao governo da província catarinense, muitos dos quais já estiveram no poder, seja como secretário, ou, base de apoio parlamentar, sofrem de amnésia coletiva, esnobando o atual inquilino em exercício que afirma que a situação dos cofres estaduais é periclitante. As alianças eleitoreiras são pragmáticas, incluem fiéis e infiéis, comunistas de araque e liberais, progressistas e conservadores, evangélicos e católicos, todos irmanados em conquistar um lugar no secretariado barriga-verde. Tal apetite garantirá alguns cargos comissionados para alimentar a máquina reeleitoral, mesmo que tentem extinguir as Agências de Desenvolvimento Regional.

   Os slogans para a campanha majoritária na província Catarina virginal são sugestivos, um misto de ufanismo com histeria, todos devidamente criados nos laboratórios do marqueteiro-mor da capitania hereditária. Uma candidatura diz que “Santa Catarina quer MAIS”, outra candidatura aponta que no território catarinense “Aqui é TRABALHO”, um terceiro postulante outsider, orientado pelo capitão apresenta a singela ideia “Santa Catarina em Primeiro Lugar”. 

   Tem candidato profissional de oposição que aproveita o embalo para dizer que deseja fazer um governo para os catarinenses, tudo para fazer feliz de novo o povo. As promessas são surreais: “salvar a saúde da UTI”, “a educação será integral para todos”, “a segurança será de primeiro mundo”, “o saneamento tornará balneável todo o litoral catarinense”. Neste compasso seguiremos o lema eleitoral da rede de comunicação monopólica com seus comentaristas “chapa-branca”, SC ficará ainda melhor!!(sic)

   Os candidatos ao Senado Federal são egressos da velha tradição oligarca-partidária, famílias e políticos profissionais, da direita para o centro, do centro para esquerda. Tem ex-governador, ex-senador, deputado, todos elaborando propostas para salvar a saúde, o emprego, reduzir a carga tributária, etc. Tem candidato optando por espectros de governador para garantir alguma transferência de voto. Tem candidata que resolveu mudar o modelito de governo para radical do povão, num retorno oportunista que dói a vista do eleitor atento para esperteza política. No fundo, todos os candidatos ao Senado Federal desejam um regalo maior ou benesse vitalícia, e, claro, um salário sem muito esforço.

   As sabatinas, debates na rádio e televisão, são momentos de alarido sonolento de uma turma de profissionais da política que insiste em engambelar gerações e gerações de eleitores. As promessas são de prosperidade, de um novo ciclo de crescimento, de um jeito catarinense, de um Estado diferente. Acontece que, na atualidade, a governança da província Catarina virginal afunda num mar de dividas presentes e futuras incontroláveis para uma receita que cresce em ritmo menor que as despesas. Nas palavras espinhosas do governador provincial, os candidatos estão prometendo algo que não conseguirão cumprir, devido à herança maldita que o vencedor legará.

   O importante é buscar na arvore genealógica da política catarinense quem controla o poder, definindo suas prioridades eleitorais, com impactos nas campanhas familiares. As famílias unidas em compadrio e favorecimento, seguem o lema máximo: “Onde se ganha o pão, não se divide a carne”. Assim, a corrida de ratos no processo eleitoral é uma saborosa disputa pelo apetitoso naco de queijo que o poder provincial garantirá nos próximos quatro anos. Como diz aquele velho sorrateiro do brejo: umas famílias tropicam, outras caem, outras tantas se levantam!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

PRINCIPIA MATHEMATICA

por Marcos Bayer

   O título é uma homenagem a Isaac Newton pelos seus estudos de física e mecânica, além de tantas outras hipóteses que lhe passaram pela cabeça.
 
   A mecânica é inerente ao homem e aos animais. O movimento das estruturas ósseas, desde o cavalgar dos cavalos - nosso primeiro automóvel terrestre - até o movimento das asas que lançam os pássaros no espaço. Sem esquecer a mecânica do nadar dos peixes, aos trejeitos das baleias.
 
   Até aprendermos a forjar o ferro, a ossatura e a madeira moviam o mundo.
   Com a mecânica industrial, recente na História humana, entramos numa fase onde a tração tem mais potência.
   Os passos do cavalo se transformam em HP (Horse Power) dos motores movidos a vapor ou a petróleo.
 
   Este grande mundo mecânico industrial nascido no século 19 está sob intensa transformação no século 21.
   Em vários processos a força mecânica é transformada em leveza digital. TOUCH SCREEN. O leve toque na tela, como faço agora, neste momento.
   O mundo digital é mais silencioso, mais frio, mais solitário e mais próximo - distante.
 
   Não tenho capacidade, nenhuma, de prever o futuro.
Mas, minha intuição diz que o mundo virtual será um refúgio psico - emocional para o mundo real. 
   E o confronto interno em cada ser humano será encontrar o equilíbrio entre os movimentos mecânicos e o toque suave da ponta dos dedos. Como na Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera.
 

terça-feira, 11 de setembro de 2018

MUSEU NACIONAL

por Emanuel Medeiros Vieira
“As cinzas se tornam parte da paisagem, assim como a pobreza, a sujeira, a violência. Aprendemos a desviar dos miseráveis, a ignorar a podridão das praias, a aceitar chacinas. Quem vai se importar com um museu quando o fogo da indignação apagar? Espero estar errada.” 
 (Mariliz Pereira Jorge)

“Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. 
(Emília Viotti da Costa)

O New York Times estampou: “Brasileiros choram a perda de um museu, e o declínio de uma nação”.
O Wall Street Journal escreveu: “Tesouros do continente em jogo no incêndio de museu do Brasil”.

    Como observou Elio Gaspari, “quem viu as primeiras reações dos hierarcas da burocracia cultural diante da tragédia da Quinta da Boa Vista teve o sofrimento adicional de ser tratado como cretino. O incêndio foi um acidente previsível, mas ainda assim foi um acidente. A estupidificação oferecida pelos hiercarcas foi empulhação deliberada”(…). Transferir a resposabilidade para a choldra que paga impostos é pura empulhação”.
FOI A CRÔNICADE UMA MORTE ANUNCIADA: gambiarras, infiltrações, fios expostos etc.

NOSSOS EX-PRESIDENTES VIVOS E O ATUAL (ao todo, seis), NUNCA PISARAM OS PÉS NO MUSEU.

PARA NOSSO GOVERNANTES CULTURA é artigo de segunda necessidade, é algo descartável.

O que vale são obras “vistosas”: estádios - hoje às moscas - para a Copa do Mundo. E o Legado Olímpico?

Preferem oferecer muito dinheiro para cantores (“Lei Rouanet”), via incentivos, que já são ricos o suficiente, e não precisam desses recursos, pois já garantem o lucro na bilheterias dos seus shows.

Pagamos o PREÇO DO DESLEIXO PELA CULTURA, PELA MEMÓRIA NACIONAL.

E tudo isso é irreparavél.

Como disse um leitor, “a verdade é que temos um país sem presente e sem futuro. Agora, pelo jeito, sem passado.

Um dia será diferente?
(Brasília, setembro e 2018)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Democracia?­


­­­­
 por Armando José d’Acampora *
  
   Meus caros.
   Tenho a impressão, cada vez mais forte, de que a nossa democracia é uma falácia.
   Não há qualquer opção que não seja aquela que um determinado partido político oferece, e como nenhum destes partidos tem ideologia definida, pois se agrupam na conveniência de ter maior tempo de mídia, não há como entender o que pretendem. Uma verdadeira vergonha. Se vendem por mais um tempo de exposição na mídia. Isto requer após a eleição a acomodação de todos os partidos que participaram dela em conjunto. Daí o toma lá, dá cá.
     Querem oferecer para os mortais comuns tartarugas colocadas em um poste. E colocam tartarugas que nem falar corretamente a sua língua de origem, o português, sabem.
      Em última análise, só temos as opções que os partidos oferecem e que, na sua grande maioria, não são nada agradáveis ao ponto de vista do eleitor comum.
      A maioria dos candidatos a deputado estadual ou federal não são líderes nas suas áreas de atuação, são totalmente desconhecidos da população.
      Como votar em alguém que nem sei quem é, que não vi sua ficha limpa e porque se inscreve para um cargo eletivo? Qual o verdadeiro objetivo?
      Gastar um milhão de reais numa campanha para Deputado Federal sabendo com antecedência que com o salário de Deputado Federal não haverá cobertura deste gasto? Como explicar isso? Alguma coisa existe que não é entendível pelos eleitores. Com toda certeza.
      Aqueles que já exercem cargo de Senador, Deputado Federal ou Estadual, continuam com a mesma cantilena de dar apoio à Saúde, Educação e Segurança.
      Como votar em um candidato que só aparece para a sociedade a cada quatro anos? Onde está o balanço do que fez pelo Estado? Quais os projetos que submeteu a apreciação dos seus pares, seja no congresso ou mesmo na Assembleia Legislativa? O que estes projetos foram favoráveis à população?
       Algum destes candidatos que já cumprem mandato fez uma proposta de diminuir o número de Deputados Federais e o número de Senadores?
       Se isto acontecesse, sobraria mais uma vultuosa verba para aplicação em Escolas, Hospitais e na Segurança que todos afirmam abraçar.
       Houve algum projeto para diminuir as mordomias dos Deputados Estaduais, Federais e dos Senadores? 
       Diminuir os motoristas, os carros, os gastos com refeições, deslocamento, os assessores de gabinete, a verba de gabinete de todos os políticos possuem, gastos com passagens aéreas, enfim uma série de medidas que poderiam ser tomadas e não o são, por serem muito convenientes.
       Um observador mais atento, irá perceber que nos últimos quatro anos e com a mesma ladainha nas eleições anteriores, mas e a olhos vistos, a Saúde, a Educação e a Segurança pioraram e muito. Como acreditar nos mesmos candidatos que já prometeram isto na última eleição e nada, nada foi modificado para melhor, pois piorou de forma assustadora.
        Queremos candidatos que assimilem as necessidades de uma sociedade que necessita de Educação, Saúde e Segurança e que sejam diminuídas as mordomias de nossos representes. Estas mordomias são um acinte à população que vota neles.

* Médico, Cirurgião Geral. Professor Universitário. Eleitor.