terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Interrogações (sofrimentos mentais e outros temas)

por Emanuel Medeiros Vieira
 
   Até figuras “estreladas”, do “pop” mundial – que antes temiam tocar em certos temas pelo estigma que carregavam – têm tido coragem de abordá-los.

   No último dia 10 de fevereiro, durante a cerimônia do Grammy, Lady Gaga disse que estava "orgulhosa por fazer parte de um filme (“nasce uma estrela”) que trata dos problemas de saúde mental”, com um herói sofrendo de vícios e pensamentos suicidas. 


   Em janeiro deste ano, o príncipe William, do Reino Unido, falou na reunião anual do fórum econômico de Davos, sobre como é importante conversar sobre problemas de emoções, conforme matéria de Philippe Watanabe e Aurélie Mayembo. “uma geração inteira (que enfrentou o período de guerras) decidiu que essa era a melhor maneira de tratar o assunto. acidentalmente, acabaram passando isso adiante para a próxima geração, que herdou a ideia de que essa era a maneira de lidar com os seus problemas: não falando sobre eles”, disse William em Davos. durante o painel em que o príncipe falava, os palestrantes pediram para que na plateia levantassem a mão quem tivesse em sua vida – considerando inclusive a si mesmo – alguém com problemas de saúde mental. quase todo mundo levantou a mão.

“Nós precisamos começar a atacar o problema agora, porque ainda há muita gente sofrendo em silêncio. precisamos acabar com o estigma em relação à saúde mental antes de seguir em frente”, disse William, que também afirmou que inicialmente foi ignorado por celebridades as quais pediu ajuda para sua campanha. 

o jogador de basquete Kevin Love, do Cleveland Cavaliers, campeão da NBA na temporada de 2015-2016 jogando com Lebrown James, revelou em um artigo em 2018 na revista “The Players Tribune” os problemas mentais pelos quais passou na temporada 2017-2018 da liga americana. O assunto como o maior feito de sua carreira. Outro jogador da NBA, Demar de Rozan, do “Santo Antonio Spurs’, também já falou publicamente sobre a depressão pela qual passava. 

   O tema começou a ser também mais altamente tratado no mundo da música. além de Gaga, Mariah Carey falou de sua bipolaridade. “eu estava com medo de perder tudo”, disse ela sobre a doença que atinge 60 milhões de pessoas no mundo inteiro e que é considerada a sexta mais incapacitante, de acordo com a OMS (organização mundial da saúde).

   Segundo Jean-victor Blanc – conforme a matéria citada – estudioso da relação entre psiquiatria e cultura pop –, um dos problemas é que a ficção às vezes pinta cenas distantes da realidade. “Além disso, campanhas de massa e declarações de famosos costumam ser muito abrangentes ou genéricos, minimizado a complexidade do assunto". 


   O "anônimo sente-se menor” ainda, “pequeno” diante da grandeza das estrelas, e a sensação de solidão só é agravada. A realidade fantasiosa pintada não é a dele. São os “reis do mundo e da vida” – mesmo com problemas. Ele é apenas um pobre anônimo, um número, um grão de areia na imensa praia global. Quem o cerca, não quer saber dele. Sua autoestima é nocauteada mais ainda.

   No Brasil, o mês de janeiro foi dedicado à saúde mental com a campanha janeiro branco. Segundo Leonardo Abrahão, criador da campanha, “as pessoas escondem sentimentos, pensamentos. elas têm medo de falar que estão sofrendo”. Nas chamadas redes sociais (“sociais”?), muitas vezes, simula-se um mundo de eterna e fictícia felicidade. Que não se sente assim, percebe-se “à margem”, estigmatizado. 


   Perdoem-me: serei agora um medíocre “psicólogo de boteco”. Outros falaram muito melhor e mais profundamente sobre o tema. Já asseguro que serei superficial.

    Queria dizer: é preciso falar sobre isso: solidão, depressão, raízes hereditárias dos padecimentos mentais, problemas contextualizados com a cultura, modelos sociais nos quais impera a desigualdade, gerando a impotência, a sensação de que não podemos mudar o injusto para o justo. etc. O que é a doença? o que é a cura? a hipersensibilidade causa mais sofrimento? eu sei: são sempre mais perguntas que respostas. Na vida, quais as certezas? apenas a finitude? o que fazer para que mais pessoas no Brasil e no mundo tenham acesso a tratamentos psicológicos? não só para os que ganham mais ou tenham plano de saúde. É preciso acabar com essa estória que depressão é doença de “rico”. Esse “mau agouro”, esse o “demônio das onze horas”, não poupa uma pessoa ou gera intenso sofrimento pela origem social de suas “vítimas”.

   É claro: quem tem mais recursos, é acolhido pela família, obtém – é óbvio – tratamento melhor. Mas muitas famílias esquecem, por exemplo, que a depressão, é catalogada como doença - e das que mais crescem no mundo, segundo a OMS.

   Precisamos tratar disso tudo. necessitamos que o SUS não se omita. É o único recurso de milhões de brasileiros. Está ficando tarde e a taxa de sofrimento – longe da dissimulação de muitas redes sociais - só aumenta.

   Escamotear a verdade não será a solução.

   Qual a razão para ter medo? e curta é a vida: só uma vida plena nos socorrerá mais.

   Como diz meu amigo Eduardo Dutra Aydos é preciso “buscar a longa vida na aurora de cada dia”.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

A magia do gelo

"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo". 

   Ao ver o meu neto Vicente, ontem, chupando uma pedra de gelo na mão da sua "dinda" Isadora, fui inevitavelmente remetido ao começo de “Cem anos de solidão”, do Gabriel García Márquez.

Que mágica!

A espada e o Inspetor Clouseau

Ajudante de ordens - Bom dia Inspetor!

- Bom dia, respondeu o Inspetor.

Ajudante de ordens - Inspetor, eu li nos jornais que o Estado está comprando uma espada de R$ 14.900,00 reais. É fake news? 


Inspetor - Não, não é. Foi iniciado o processo de compra no governo passado, coisa do pessoal do Eduardo, e agora temos que interromper a licitação. É muita cara. E agora com a liberação para posse de armas, espada não faz mais sentido.
 
Ajudante de ordens - É verdade, Inspetor! Eu li um livro que conta a história de um rei inglês e seus cavaleiros e nem a espada que estava cravada na pedra valia tanto. Foi um sufoco até aparecer um masculino que conseguiu sacá-la!
E não era espada de Camelot!
 


Inspetor - Pois é, veja a importância da espada. A História humana é feita pela espada. Guerras, conquistas e dominação. Esta espada é o nosso primeiro problema real neste início de governo. O segundo é a folha de pagamento e a falta de recursos, ambos herança do Eduardo e do Raimundo.

Ajudante de ordens - E se não for possível evitar a compra da espada?

Inspetor
- Aí vamos ter que criar um cargo em comissão no governo. O de engolidor de espadas, pois eu não posso deixar uma espada sem uso.

 
Ajudante de ordens - E se repetir a lenda da espada de Dâmocles?

 
Inspetor -
Boa ideia, manda a sugestão para o Conselho Gestor...


Clique abaixo e leia matéria sobre o assunto:
https://www.nsctotal.com.br/colunistas/moacir-pereira/governador-manda-anular-compra-de-espada-de-r-149-mil-pelos-bombeiros-de 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

LSD Lucy in the Sky with Damares

por William Ear Long
      Desde que voltei ao Brasil para a cobertura das posses do presidente Bolsonaro e governador Moisés, em Dezembro de 2018, a convite do Cangablog, tenho observado coisas extraordinárias.
    Não há mais dúvidas de que a ministra Damares tomou alguma coisa!
   Aos dez anos de idade (1974) ela estava em cima de uma goiabeira com uma substância venenosa na mão, nos fundos do quintal de casa quando viu Jesus Cristo, com “aquela roupa comprida e barba comprida” como ela mesma descreveu. E Jesus subiu no pé de goiaba, deu-lhe um abraço e não caiu. Como a guerra do Yom Kippur aconteceu em 1973, é possível que a situação em Israel ainda estivesse conturbada no ano seguinte. O que explicaria um possível tour de Jesus pelo mundo.
   Alguns dias depois, a ministra declarou que menino é azul e menina é rosa. Mais um sintoma de que os efeitos da substância são coloridos. Os Beatles viram um submarino amarelo e Moisés (o profeta) abriu o Mar Vermelho para seu povo atravessar. De forma que ela não é a primeira a ver coisas estranhas.
    Agora, ela sugere que pai e ou mãe fujam do Brasil com as meninas. É preocupante porque a procriação no país ficaria comprometida em médio prazo.
   Não há dúvida de que em alguns casos os efeitos do LSD são prolongados!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Cena urbana

O descanso das estátuas

Artistas de rua descansam no intervalo do trabalho. Ao fundo, o mar da Baia Norte levemente penteada pelo vento nordeste.
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Boechat: morre um Jornalista destemido

Boechat com seu mestre Ibrahim Sued
   Ricardo Eugênio Boechat, crítico, destemido e sério. 
   Um dos melhores jornalistas brasileiros era argentino. 
   Nasceu em Buenos Aires, em 13 de julho de 1952. Morreu hoje, 11 de fevereiro de 2019 em São Paulo.  

   Boechat, cria jornalística do "colunista social" Ibrahim Sued (anos 70), era apresentador do Jornal da Band e da rádio BandNews FM e colunista da revista "IstoÉ". Trabalhou nos principais jornais do país como Jornal do Brasil, O Globo, O Dia e O Estado de S. Paulo.

   Do Boechat, no FB, em 1 de outubro de 2015:
Há 20 anos morria no Rio de Janeiro Ibrahim Sued, jornalista sob cujas asas eu me tornei repórter no início dos ano 70 e a quem sou muito grato por tudo que me ensinou. Como nada é fácil pra ninguém na vida, eu hoje acho engraçado lembrar que já trabalhava com ele há quatro anos quando apurei uma nota que repercutiu muito e para minha surpresa ele tirou da gaveta o meu "bilhete azul" (apelido que se dava à carta de demissão), e só então o rasgou e jogou no lixo.

Abaixo um dos momentos mais brilhantes do jornalista enfrentando destemidamente o ministro da mais alta corte de justiça brasileira, Gilmar Mendes.

Quem defende impunidade e corrupção?

por Carlos Nina*

   Políticas públicas são ações e programas de iniciativa do Estado para atender ao que está prescrito na respectiva carta constitucional, visando ao bem estar da população. Dependem, porém, dos agentes públicos, muitos dos quais as usam não a serviço da população, mas como biombo para enriquecimento ilícito e manutenção de organizações criminosas que se revezam no Poder.

   Começam fingindo acreditar que estão elaborando planos, programas e projetos visando solucionar os recorrentes problemas que afligem a população. Ignoram os estudos dos dados e os debates já exaustivamente realizados. Suas conclusões serão as mesmas. Nestas não se incluem o que efetivamente é feito através de estratégias para imbecilizar a população e mantê-la refém de esmolas, enquanto a máfia se esbalda no luxo e na luxúria, à custa das verbas públicas e da corrupção pactuada com ambiciosos do setor privado. Por trás destes estão os que visam a institucionalizar ditadura impiedosa, eliminando adversários, críticos e insatisfeitos, para manter incontestados seus privilégios, sem qualquer preocupação real com a população, senão mantê-la alienada e dependente. O que querem, mesmo, é dar-se bem. O resto que se vire com a bolsa-miséria, com a qual compram votos.

   Se as políticas públicas fossem levadas a sério, não se veriam escolas, transportes e hospitais públicos sucateados; insegurança e violência nas vias públicas.

   Não faltam, portanto, políticas públicas para o País, mas decência, moralidade e compromisso por parte das autoridades e daqueles que têm negócios com o Estado.

   O que é lamentável é a constatação de que a vasta rede do crime organizado que se instalou em todos os segmentos da sociedade e do Estado, corrompeu todos os níveis do Poder e das instituições que pôde alcançar, criou mecanismos internacionais de corrupção, tentou matar o candidato que aglutinava a indignação coletiva com todo esse lamaçal, continua com seus discursos demagógicos, sofismas, mentiras e ofensas para atacar um presidente contra o qual não tem absolutamente nada significativo, especialmente quando comparado com aqueles que desviaram bilhões das estatais, simularam empréstimos fraudulentos com nações dirigidas por ditaduras e furtaram até bibelôs pertencentes à República.

   Não há dúvida de que partirão para a violência.

   Inclusive a Ordem dos Advogados do Brasil, até então cúmplice de todos os desmandos revelados pelas investigações, com eloquente omissão, evoluiu para assumir sua tendenciosidade em defesa da impunidade, com discurso atacando o Ministro da Justiça, patrulhando tanto a escolha do Presidente da República, como a aceitação por parte do Ministro. A coerência de tamanho despautério por parte de uma instituição que tem deveres contidos em normas constitucionais e legais afina-se com a crítica que o novo bastonário faz à Lava Jato, como se esta fosse culpada pela corrupção, e não os corruptos que têm sido alcançados por ela.

   Reação semelhante foi a do ex-presidente do Senado, para quem aquela Casa foi dizimada. Teve resposta imediata. Não foi dizimação, mas assepsia. Incompleta, é verdade, porque ele e muitas bactérias mortais continuarão a ameaçar a saúde moral do Senado.

*Advogado. Mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP)

FUTURO/TEMPO

por Emanuel Medeiros Vieira
Em memória do meu sempre querido
amigo, talentoso escritor, ser humano
íntegro em tempos tão reificados e
 quebrados - sem adequação entre ser e destino
 (com transcrições do "Livro do Desassossego",
de Fernando Pessoa).
Rubem Mauro Machado
   Quanto dura o amanhã?
   Não espero que o futuro também perdure.
   Relevem – que seja um só leitor –, os lugares comuns e platitudes.
   Existirão “passado”, “presente”, “futuro”?
   O passado esfarelou nos dedos.
   O presente acaba de passar.
   O futuro é uma folhinha tirada da parede.

   Resta-me esta segunda-feira, a memória de um querido amigo morto no sábado, neste funesto fevereiro, a foto perdida na mesa, eu, o amigo morto, outro alguém que já está longe.
Éramos todos jovens.

   Estou em Lisboa, sozinho, inverno europeu de 1975, 30 anos, fugindo da ditadura militar brasileira, no bar (ou restaurante, qualquer coisa)  onde Fernando Pessoa tomava os seus tragos. Vivíamos o rescaldo da Revolução dos Cravos.
   Havia ganho o disco com a música da esperança  (“Grandôla Vila Morena”).
   A gente deixa muita coisa quando foge  de uma ditadura – eu não pude levar obras de Franz Kafka, Graciliano Ramos e outras.

   Na mesa, um trago forte e “Mensagem” do mestre – e alguns poemas eu lia um pouco alto,–aliás, nem alto, nem baixo – um vizinho escutaria.
Sou, em grande parte, a mesma prosa que escrevo.” (Fernando Pessoa – heterônimo: Bernardo Soares).
E diz “Que me pesa que ninguém leia o que escrevo: Escrevo-me.”

   Ele estabelece desde cedo o princípio: “Dizer o  que sente exatamente como se sente plenamente”.

(Poço sem fundo é esse passado que não passa – mais fundo ainda é o país de cara feroz com seus açoites para os desdentados à margem da margem – a eterna desigualdade, o espírito escravocrata estampado eternamente na nossa cara.)

   Mas, com toda a sinceridade - só peço que acreditem –, não quero fazer sociologia de boteco.
   Os poucos  amigos que me lerem  – nossos textos, é claro, sempre ficam aquém da nossa expectativa  – perguntarão porque “entrou” Fernando Pessoa numa homenagem a Rubem Mauro Machado.  
   Talvez porque na madrugada toda insone – noite eterna – , eu só tinha fragmentos, pedaços/estilhaços de memória, viagens, tempos, idade – uma enorme amizade que começou em 09 de fevereiro de 1970 em São Paulo,  o “rabo-de-foguete” (apartamentos pobres, pensões pulguentas) no ar, clima pesadíssimo, depois fuga, prisão , tortura, exílios, estórias tão conhecidas, que muitos não querem lembrar.
Quarenta e oito anos de amizade: contínua sem interrupção.

“O que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei;  porém, se quiser explicar a quem me fez a pergunta já não sei” (Santo Agostinho, 354-430).

“Toda a literatura consiste num esforço para tornar a vida real. (...) A vida é absolutamente irreal.  (..) Que me pesa  que ninguém leia o que escrevo: Escrevo-me”.
(Fernando Pessoa, “Livro do Desassossego”).

Nos obituários, os elogios viraram lugares-comuns, todo mundo vira santo.

RUBEM MAURO MACHADO (25 de outubro de 1941/02 de fevereiro de 2019) foi das pessoas mais íntegras solidamente éticas que conheci.
   Nos conhecemos em 9 de fevereiro de 1970.
Ele nunca sonegou os seus valores ou fez conchavos para negar seus ideais. Quem o conheceu sabe disso, e era de uma generosidade ímpar.
   Quando morwi em Florianópolis, com processo político nas costas (1972-1979), ficaste la em casa, me visitaste umas cinco vezes (seis, sete?).
   Nestes 40 anos de Brasília, vieste três vezes? 
   A CORRESPONDÊNCIA INSTITUCIONAL E PELA INTERNET NUNCA – NUNCA MESMO – CESSOU.
   Era direta, às vezes diária.
   NA ÚLTIMA VEZ EM ABRIL DE 2018, VIESTE ME VISITAR – ERA A SOLIDARIEDADE DO AMIGO QUERIDO: EU COM CÂNCER INCURÁVEL (QUE JÁ DURA  QUATRO ANOS, UM MÊS E SEIS DIAS).
NO DIAGNÓSTICO  (30 DE DEZEMBRO DE 2014) O PRIMEIRO MÉDICO  ME DEU SEIS MESES DE VIDA.
   ESTOU NO LUCRO...
   ALÉM DISSO, RUBEM MAURO HAVIA GOSTADO  MUITO DE UM TEXTO MEU (“CRUCIFICADO”), DIRETAMENTE SOBRE TORTURAS SOFRIDAS NA OBAN E NO DOPS – UMA- TENTATIVA DE ABORDAR UM TEMA SEM PANFLETARISMO OU AUTOPIEDADE. TRABALHAMOS JUNTOS, LEVASTE PARA O RIO E IRIAS ENVIAR DE VOLTA A TUA VERSÃO.
FIZESTE PRECIOSAS SUGESTÕES..
ESTAVAS TRABALHANDO NISSO, COMO SEMPRE COM INTEIREZA, PROFUNDA DEDICAÇÃO QUANDO VEIO A INDESEJADA DAS GENTES EM 2 DE FEVEREIRO - QUE AINDA NOS ABALA TANTO AGORA.
PERDI UM IMENSO AMIGO.
QUERO HONRAR A TUA MEMÓRIA E O TANTO QUE FIZESTE NO TEMPO QUE ME CABE.

TU E O TEU IRMÃO MILTON SALDANHA MACHADO SÃO FIGURAS RARÍSSIMAS NUM TEMPO TÃO EMBRUTECIDO, CÍNICO, DESIGUAL E CONSUMISTA.
SEMPRE DIZEMOS: “É PRECISO CONTINUAR”.
SIM. NÃO É FÁCIL, RUBEM MAURO MACHADO E OUTROS HUMANISTAS (EM TEMPO INTEGRAL) QUE TAMBÉM JÁ PARTIRAM.
CREIO QUE AINDA ARRUMAREMOS FORÇAS – ONDE ELAS ESTIVEREM, MESMO NO DESERTO, PORQUE JÁ DESCOBRIRAM QUE ELE É FÉRTIL  – PARA RESISTIR, PARA O QUE O NÚCLEO DO HUMANO NÃO DESAPAREÇA.
(Brasília, fevereiro de 2019)



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Inspetor Clouseau e a redução de despesas

Ajudante de ordens - Bom dia Inspetor! O senhor quer um cafezinho?

Inspetor - Está proibido. Redução de despesas. Quem quiser, traga de casa.
Ajudante de ordens - E o seu café? Virá de onde?
Inspetor - O meu vem do Palácio da Agronômica. Liga pra lá e manda preparar. E o motorista vai buscar uma garrafa a cada hora e traz aqui para o Centro Administrativo. Açúcar e adoçante também.
Ajudante de ordens - E a água para beber?
Inspetor - Não sei ainda. Não decido sozinho. Manda reunir o Conselho Gestor. Quero ouvir outras opiniões.
Ajudante de ordens - Para quando a reunião?
Inspetor - Pode ser semana que vem. Não é conveniente sobrecarregar a pauta.
Ajudante de ordens - O senhor vai continuar com a simplificação e redução de despesas?
Inspetor - Claro. Estamos na fase da boa política. Levei ao Júlio Garcia a Mensagem Anual num pen drive e mais um para cada parlamentar. Economizei umas 50 folhas de papel. E ainda a tinta da impressora. Além das árvores.
Ajudante de ordens - Neste caso bastava um e-mail, com cópia aos 40 deputados.
Inspetor - Você não faz parte do Conselho Gestor...
Ajudante de ordens - O senhor já pensou em acabar com a compra de papel higiênico e instalar um chuveirinho higiênico em cada privada do Estado?
Inspetor - Boa ideia. E como a água vem da CASAN podemos comprar com desconto. Ainda bem que o Colombo não conseguiu vender as ações para a ODEBRECHT.

Passados alguns minutos o Inspetor liga para o Chefe da Casa Civil.

- Alô! Douglas, por favor. Baixa uma portaria nomeando o Ajudante de Ordens para o Conselho Gestor.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

URGENTE: Fuga de energia


   A CELESC acaba de anunciar nos jornais locais (NSC) que pode estar ocorrendo fuga de energia na região de São José. Técnicos da empresa e o Ministério Público estão atentos ao fato. 
   Um cliente cujas contas mensais variam entre R$ 60, R$ 80 ou R$ 107 reais, recebeu em Dezembro e Janeiro contas no valor de R$ 24 e R$ 34 mil respectivamente. 
   O gabinete do governador e o grupo gestor de segurança estadual estão de prontidão para a energia. No entanto, como a fuga é em massa (elétrica) os equipamentos disponíveis são precários. A força policial pretende usar para-raios. Outra hipótese em análise são as baterias descarregadas. Com mais de mil "chupetas" a força policial pretende capturar e prender a energia naquelas caixas pretas. Alta patente consultada diz que é a primeira vez que ocorre fuga de energia em massa em Santa Catarina. Normalmente as fugas são isoladas e não deixam rastro. 

Moradora de São José recebe faturas de luz de R$ 24 mil e R$ 34 mil 

 MPSC, Procons e CELESC se reúnem para tratar de suposta cobrança abusiva na conta de luz em janeiro

Reunião acontece na quinta-feira (7/2), a partir das 14h, na Casa do Barão.
   O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) reunirá representantes dos Procons estadual e de Florianópolis, da Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor e da Celesc nesta quinta-feira (7/2), às 14 horas, no 1º andar da Casa do Barão, em Florianópolis, para tratar da suposta cobrança abusiva na conta de luz do mês de janeiro.
   A reunião, que será fechada, será conduzida pelo Promotor de Justiça Marcelo Brito de Araújo e pela Coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, Promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza.

  Transparência 
   A imprensa poderá fotografar e fazer imagens no início do encontro. Ao final da reunião, o Promotor de Justiça Marcelo Brito de Araújo estará à disposição para conceder entrevista. (??????)

Comentário:
 Anônimo Léo disse...Teve um que a Celesc falou que podia ser ninho do formiga, ao que o cara respondeu: "Não sabia que formiga gastava tanta energia..."
Anônimo Anônimo disse...
Caro Jornalista Rubim,
Imagino que falta ao governo e ao MPSC um pouco de experiência internacional. Há muito que os Estados Unidos conceberam a FORMIGA ATÔMICA. Pode ser uma degenerescência sul americana da própria.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

SPQB

Renan "recebendo"...
por Marcos Bayer
   Andando pelas ruas de Roma, ainda hoje, é possível ver a inscrição SPQR em vários prédios, monumentos, portões e até tampas de bueiro no chão.

   O Senado e o Povo de Roma (SPQR - Senatus Populusque Romanus ) é uma marca que não deixa morrer a tradição, a história e a grandeza do Império Romano. Mestres da oratória como Cícero, traidores como Brutos, guerreiros como Marco Antonio passaram por lá.
   

   Ontem assistimos pela TV a eleição do novo presidente do Senado do Povo Brasileiro – SPQB. O processo começou na sexta-feira, dia 1º de Fevereiro.

   Houve de tudo. Seqüestro da pasta da presidência, manobras de toda sorte e detalhes a registrar. O presidente da mesa que empossou os novos senadores conduziu o processo eleitoral onde ele era interessado direto. Na votação para decidir se o voto seria aberto ou secreto, votaram 53 senadores, sendo que 50 deles manifestaram posição favorável ao voto aberto. O clima criado sugeriu o adiamento da sessão para o dia seguinte sábado. No entanto, na madrugada, o presidente do STF, provocado pelo PMDB e pelo partido Solidariedade, decidiu nos seguintes termos:

   Ante o exposto, defiro o pedido incidental formulado (Petição/STF nº 3361/19) para assegurar a observância do art. 60, caput, do RISF, de modo que as eleições para os membros da Mesa Diretora do Senado Federal sejam realizadas por escrutínio secreto. Por conseguinte, declaro a nulidade do processo de votação da questão de ordem submetida ao Plenário pelo Senador da República Davi Alcolumbre, a respeito da forma de votação para os cargos da Mesa Diretora. Comunique-se, com urgência, por meio expedito, o Senador da República José Maranhão, que, conforme anunciado publicamente, presidirá os trabalhos na sessão marcada para amanhã. Publique-se. Int.. Brasília, 2 de fevereiro de 2019, às 03h45. Ministro DIAS TOFFOLI Presidente Documento assinado digitalmente.

   Já estávamos no dia 02 de Fevereiro, às 03h45 da madrugada e o ministro refere-se à sessão marcada para “amanhã”. Amanhã seria domingo. Ou o ministro errou ao redigir ou sua decisão já estava pronta antes da meia noite, portanto ainda no dia 1º de Fevereiro. No sábado, abriu a sessão o senador mais velho José Maranhão.

   Na primeira votação por cédula protegida por envelope, apareceram na urna 80 envelopes e 02 cédulas avulsas, num total de 82. Importante ressaltar que o Senado Federal é composto por 81 senadores. Mas, como Rui Barbosa, ilustre senador pela Bahia, cujo busto está no plenário e que foi citado por muitos dos presentes, existe a possibilidade de que o 82º voto possa ter sido dele. Anulada a primeira votação, passou-se a segunda. Cabe ressaltar o voto de alguns senadores. Jorge Kajuru inaugurou o voto on line e a democracia direta com na ágora da antiga Atenas. Disse ele que seus oito milhões de seguidores nas redes sociais moldaram seu voto. José Reguffe encaminhou sua candidatura com proposta de redução de gastos nos gabinetes senatoriais: Obteve seis votos. Fernando Collor, sentado e imóvel na primeira cadeira da primeira fila, como se tivesse “recebendo” o espírito de Rui Barbosa fez três votos. No meio do caminho, inesperadamente, Renan Calheiros retira sua candidatura e não vota. Dos 77 votos, o novo presidente do senado, jovem de 41 anos, sem formação educacional superior, Davi Alcolumbre recebe 42 votos e elimina a possibilidade de um segundo turno.

   O regimento interno do Senado Federal tem 413 artigos. Combinações de toda ordem podem gerar resultados antagônicos. É um tratado que exige interpretação de especialistas. O deputado Cunha era mestre na matéria.

   Supondo que haverá o desejo de avançar nas práticas e comportamentos em plenário, deixo no link abaixo o manual de funcionamento do parlamento britânico, berço da democracia moderna, para que possamos entender porque lá tudo é mais simples. Aos que tiverem interesse, é bom assistir uma sessão de Westminster pela televisão. Nisto a TV Senado pode ajudar.

https://www.parliament.uk/about/how/role/customs/#jump-link-0

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

As rotinas do Inspetor Clouseau...

Ajudante de ordens – Bom dia Inspetor. O senhor quer tratar da sua agenda para a próxima semana?
Inspetor – Agenda? Não me fala em agenda...
Ajudante de ordens – O senhor anda dizendo na mídia que tem gordura para queimar, pois levou 71% dos votos nas eleições. Mas, como ex-bombeiro o senhor não acha que deveria apagar ao invés de queimar?
Inspetor – É verdade! Já basta a CELESC queimando minha imagem com as contas de luz. Será que estão me enganado nestas contas tributárias do fornecimento de energia?
Ajudante de ordens – O Inspetor vetou a Lei que proibia a acumulação de aposentadorias e pensões com a remuneração de cargos comissionados. Isto não pode lhe atingir?
Inspetor – Não, de forma alguma. No meu caso eu acumulo a aposentadoria militar de R$ 26 mil e mais o salário de governador. O total será de R$ 55 mil reais por mês. Ou seja, R$ 600 mil por ano. Em quatro anos eu recebo R$ 2.400.000,00. E depois segue a vida porque eu posso acumular as duas aposentadorias.
Ajudante de ordens – E em relação ao turismo? O senhor pretende fazer alguma coisa para atrair mais turistas na próxima temporada?
Inspetor – Claro, minha primeira viagem ao exterior será para a Birmânia. Vou comprar um casal de tigres e trazer para colocar no zoológico de Pomerode. Santa Catarina vai receber o dobro de turistas por causa desta nova atração.
Ajudante de ordens - Inspetor, o senhor não vai dar uma telefonada para o Júlio?
Inspetor - Agora é tarde. "O Paulo Lopes já passou"!

De cocheira: ao saber - tardiamente - da eleição antecipada de Júlio à presidência da Alesc, o comandante teria enviado uma comissão de 3 deputados do PSL para oferecer apoio.
Após a conversa veio a fatura. Que cargos o presidente poderia oferecer, na Mesa Diretora, para o partido do comandante.
A resposta teria vindo no melhor estilo ilhéu: "O Paulo Lopes já passou"!

Moral da história: Boi lerdo bebe água suja!