sábado, 27 de abril de 2019

STF: licitação de R$ 1,1 milhão para lagostas e vinhos


   Ilustração de François Rabelais, escritor, médico e padre francês, autor de Gargântua e Pantagruel. 
Um conjunto de cinco livros publicados em 1532 com humor ferino e direto.
   A literatura de Rabelais se destaca à época por ser direta, ácida e denunciar comportamentos extravagantes e atitudes da "corte". 
   Perseguido e acusado de heresias, aconselha quem o censura a se enforcar, sugerindo ainda a melhor árvore e dizendo que ele mesmo irá custear as cordas.
   A imagem ilustra bem o desprezo e a indiferença da Suprema Corte com a situação de crise e pobreza que vive o país.


Da Revista Veja
  STF faz licitação de R$ 1,1 milhão para comprar lagostas e vinhos

 
   Lista inclui produtos para pratos como bobó de camarão, camarão à baiana e medalhões de lagosta; vinhos devem ter ganhado premiações internacionais
Menu exige que sejam colocados à mesa itens como bacalhau à Gomes de Sá, moqueca, arroz de pato e carré de cordeiro 
 
   O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta sexta-feira, 26, informações sobre um pregão eletrônico para “serviços de fornecimento de refeições institucionais”, com gasto estimado de 1,134 milhão de reais. O serviço se refere à contratação de um fornecedor para as refeições servidas pela Corte, conforme suas necessidades. Procurado, o Supremo disse que o edital segue padrão do Ministério das Relações Exteriores.

   O menu inclui desde a oferta para café da manhã, passando pelo “brunch”, almoço, jantar e coquetel. Na lista, estão produtos para pratos como bobó de camarão, camarão à baiana e “medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada”. Exige ainda que sejam colocados à mesa bacalhau à gomes de sá, frigideira de siri, moqueca (capixaba e baiana), arroz de pato. Tem ainda vitela assada; codornas assadas; carré de cordeiro, medalhões de filé e “tournedos de filé”, com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre.

   Os vinhos recebem atenção especial. Se for vinho tinto fino seco tem de ser Tannat ou Assemblage, contendo esse tipo de uva, de safra igual ou posterior a 2010 e que “tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais”. “O vinho, em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho francês, americano ou ambos, de primeiro uso, por período mínimo de 12 (doze) meses.”

   Se a uva for tipo Merlot, só serão aceitas as garrafas de safra igual ou posterior a 2011 e que tenha ganho pelo menos quatro premiações internacionais. Nesse caso, o vinho, “em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho, de primeiro uso, por período mínimo de 8 (oito) meses”.

   Para os vinhos brancos, “uva tipo Chardonnay, de safra igual ou posterior a 2013”, com no mínimo quatro premiações internacionais.

   A caipirinha deve ser feita com “cachaça de alta qualidade”, leia-se: “cachaças envelhecidas em barris de madeira nobre por 1 (um) ou 3 (três) anos.”

   Destilados, como uísques de malte, de grão ou sua mistura, têm que ser envelhecidos por doze, quinze ou dezoito anos. “As bebidas deverão ser perfeitamente harmonizadas com os alimentos”, descreve o edital.

   O STF, por determinação do ministro Dias Toffoli, fez uma reforma no gabinete da presidência que incluiu a substituição de carpete por piso frio e até a instalação de um chuveiro. A obra custou 443.908,43 reais aos cofres públicos.

   Em nota, o STF informou que “o edital da licitação do serviço de refeições institucionais em elaboração pelo STF reproduz as especificações e características de contrato semelhante firmado pelo Ministério das Relações Exteriores (que faz o cerimonial da Presidência da República)”.

   A corte informou que seu conteúdo foi analisado e validado pelo Tribunal de Contas da União, “mas com redução de escopo: dos 21 itens contratados pelo ministério, 15 são objeto da licitação do STF”.

   Sobre o custo, declarou que “o valor de 1,1 milhão de reais é uma referência, que será submetida à disputa de preços entre as participantes do pregão. Além disso, o contrato prevê que o STF pagará apenas pelo que for efetivamente demandado e consumido, tendo o valor global do contrato como um teto”. (Veja)

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Os Sem Dias do Inspetor Clouseau

Ajudante de Ordens - Bom dia Inspetor. Como foi a Páscoa?

Inspetor - Bom dia. Foi boa. Preparei e tomei minha cervejinha preta, a Malz, comi alguns chocolates e aproveitei para ler um livro.

Ajudante de Ordens - Que bom, Inspetor. E do que se trata?

Inspetor - É sobre a travessia do Mar Vermelho. Moisés, meu chará, resolveu a mobilidade urbana no Egito, ainda antes de Cristo. Vou despachar uma cópia do livro para o DEINFRA estudar a possibilidade. Poderíamos abrir duas passagens. Uma de Jurerê para Biguaçu e outra do Ribeirão da Ilha para Enseada de Brito.

Ajudante de Ordens - Seria maravilhoso. Economizaríamos duas pontes novas. E falando em economia, como estão as aeronaves?

Inspetor - Um dos aviões vamos vender em sigilo. E o helicóptero temos um contratinho de aluguel até final de 2019 no valor de R$ 2.820.000,00.

Ajudante de Ordens - Então as finanças estão em dia?!

Inspetor - Sim. Estou pensando em emprestar o Paulo Eli para o Bolsonaro e trazer o Paulo Guedes para cá. Ele pode consertar o IPREV, a INVESC e cobrar os royalties da Petrobrás sobre o nosso petróleo.

sábado, 20 de abril de 2019

A ótica da PF e a ótica do Hospital Universitário

por Armando José d’Acampora*
 

   Tudo, em nossa vida, depende da ótica utilizada.

   Há dois anos, um grupo de vinte e seis médicos foi indiciado numa operação (Onipresência) belicosa da Polícia Federal frente ao Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU) com a acusação de que os médicos não cumpriam as vinte ou quarenta horas que constavam de seus contratos de trabalho.

   Nesta época seus nomes foram citados em alguns sites.

   Um grande Hospital, como o HU, não somente no tamanho mas também e principalmente na sua complexidade, não pode funcionar com médicos, seu principal elemento ativo (é quem opera, quem trata, quem interna, quem concede a alta e quem pode assinar o atestado de óbito) com horários rígidos de trabalho.

   As doenças obedecem a um ciclo e ocorrem em maior número e gravidade durante a noite. Se o HU mantivesse dois médicos de plantão na Clínica Médica na Emergência e surgissem dois pacientes com suspeita de infarto ao mesmo tempo, a fila de espera pararia seu atendimento, e os paciente em aguardando atendimento extrapolaria as dependências do Hospital.

   As doenças não ocorrem no horário comercial, e os médicos não podem ter horários tão rígidos, pois muitas vezes iniciam um procedimento médico ou cirúrgico que não se sabe mensurar o tempo que será necessário para sua resolução.

   Gestão inteligente, tratou em resolver estes problemas, criando um sistema de sobreaviso, onde no caso dos infartos, por exemplo, especialistas seriam ativados e a Clínica Médica poderia continuar atendendo rotineiramente os pacientes que esperavam na sempre imensa fila.

   Com a rigidez na exigência do cumprimento do ponto, uma parte dos profissionais altamente especializados e que utilizavam seu conhecimento em favor dos SUS, solicitaram demissão, causando uma interrupção em alguns dos programas oferecidos pelo HU. Aqueles que trabalhavam em regime de quarenta horas, diminuíram pela metade e passaram a trabalhar vinte horas, com exato cumprimento de suas horas contratadas. Alguns serviços possuíam um só especialista e simplesmente deixaram de existir e muitos dos outros, pela ausência do número de médicos necessários, diminuíram significativamente seus atendimentos.

   O resultado, as consequências desta ação, não foi sequer comentada em nota por nenhum dos nossos veículos escritos, falados ou televisionados.

   Os vinte e seis médicos contrataram seus advogados para suas defesas, com custos bastante elevados, mas este não foi o ponto crucial. Quando se lança o nome de uma pessoa, principalmente de um médico, que tem elevado conceito na sociedade, é como se picássemos papel, jogássemos ao vento e depois tentássemos recolher. O estrago já está feito, e a sentença prolatada, tanto moral quanto no ambiente de trabalho. Muitos destes médicos, como consequência, sofreram sob forte depressão, outros tiveram problemas cardíacos e muitas outras desordens decorrentes do assédio que passaram a sofrer.

   Esta semana a Justiça finalmente foi feita, embora com dois anos de atividade do processo. A Juíza da Primeira Vara Federal de Florianópolis Dra. Simone Barbisan Fortes, com serenidade, absolveu sumariamente vinte e quatro dos vinte e seis médicos acusados, um deles já havia falecido e este era o único vinculo que possuía. Na sentença proferida a Juíza observa que "a investigação da PF baseou-se exclusivamente nas fichas de controle de frequência dos médicos, sem considerar diferentes atribuições cumpridas e o cumprimento da carga horária contratada por outro meio, como o regime de sobreaviso por exemplo”. Ausência de dolo. Bela e lúcida observação e consequente sentença.

   Obrigado Dra Simone, por fazer com que acreditemos que a Justiça, pode tardar, mas não pode falhar.
* Médico, Cirurgião Geral, Professor Universitário.

quarta-feira, 17 de abril de 2019

"LEI - APENAS UMA BRINCADEIRA"

DE MAU GOSTO


Foto de camiseta - enviada de Boston pelo amigo Les Paul - com texto autoexplicativo para o desairoso cenário de censura e mediocridade da nova dupla de ministros sensíveis e truculentos: Ale, O Pequeno e 'O Amigo do Amigo do Meu Pai'.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

"CONJUNTO NACIONAL"

conto de Emanuel Medeiros Vieira
 (aos que vieram para Brasília na década de 60)
Para minha filha Clarice Vieira Smejkal (que chegou mais tarde no Planalto Central do país, em 22 de agosto de 1986 -m exatamente 10 anos após a partida do criador de Brasília, Juscelino Kubitschek de Oliveira (22 de agosto de 1976), e cinco anos depois da ida de Glauber Rocha, em 22 de agosto de 1981)


    Vestir uma roupa melhor. Domingo de manhã. Cheiro de terra, de obra, de graxa, de óleo, ônibus aos pedaços. Tudo por fazer. Ônibus?
Não. Estradas, “picadas”, eram abertas de noite para o dia, como restaurantes. Postos de gasolina, e viu perto de sua pensão. “Leio o seu futuro”., ronco de caminhões, todos os tipos de condução – , chegando de todo lugar. Não, ele não era pioneiro. Queria ganhar dinheiro com a nova capital – mesmo com bichos, onças, cobras, lobos-guarás.
”Escapem das cobras”, alertavam os chefes. Poucas vacinas.
Faltava mulher. Começavam a chegar em conduções precárias, principalmente vindas do Nordeste .
Alguns pregadores também surgiam, falando sobre o fim do mundo e, com uma boa conversas, faziam preços mais baratos.
(Velho, uns 50 ou 60 anos depois, colho fragmentos, como nos filmes que - a maioria, faroestes - que exibíamos aos domingos à tarde
Recupero só a imagem, nunca a sensação.
É a impossibilidade intrínseca da escrita.
Escrevo porque não posso viver mais o que vivi. Só lembrar.
Alguém frita linguiças e carne de sol. Pinga nunca faltava
Lembrava de todos que vieram tentar a sorte no começo da nova capital.
Domingo que vem...
Um quartinho na Cidade Livre (início de Brasília; hoje Núcleo Bandeirante). Qualquer emprego servia.
Construíam o primeiro shopping.
“Conjunto Nacional”. Diziam que havia vagas.
Estávamos perto dos 20 anos.
Do Nordeste, vinha mais pau-de-arara, caminhões.
Um perfume barato comprado em algum lugar.
Visitar o Conjunto antes de tentar trabalhar lá.
Fazer o quê no domingo?
Ver o Conjunto Nacional em construção.
E descobrir uma cidade começando.
Vinda do nada.
“Tudo vinha do nada” – pensei.
Todos queriam começar, ganhar dinheiro, uns com espinhas no rosto– quase meninos ainda.
Uma nova vida. Juscelino estava esperançoso.
Estávamos bem arrumadinhos para o passeio domingueiro.
(A cidade nunca será “deles”, desses que chegam nesses caminhões velhos. Surrupiados, afastados, enganados, com Golpe, cassetetes e tramoias.)
“Isso não e ficção”, diz um anjo torto. Sim, não é.
Domingo de manhã.
Encontrar uma morena bonita.
Camisa nova, cabelo bem penteado.
E se desse certo?
Construir uma família, não morrer, e que nenhuma árvore caísse em cima de ti, nenhum bicho bravo te mordesse. Uma casa boa.
A morena bonita toma um sorvete. Eu e meu colega observamos. Ela parece tão feliz com aquele sorvete. Para ela, o sorvete é o mundo, o paraíso, tudo.
Saímos anjos tortos assim? Há razão para isso – purgatório?
Tantos tentavam a capital mais nova do mundo.
E não sei a razão de me lembrar da Grécia.
Um beliche, um espelho.
Iria escrever para casa:
“Mãe : acho que vai dar tudo certo”.
Aos 20 anos, era otimista.
Era?
(Brasília no início: esperança de tantos.
Nada parado, tudo em movimento.
Olhava a terra vermelha, mais caminhões chegando, muita esperança nos rostos.
Na verdade: eu não sabia bem o que queria.
Vagar no mundo? Me estabelecer?
E FOGUETES, ESPERANÇAS, FOGOS DE ARTIFÍCIO: O CONJUNTO NACIONAL FOI INAUGURADO EM 21 DE NOVEMBRO DE 1971.
Era uma utopia.
Como um jogo de bilhar: não distopia.
Nos finais de tarde, em barracões, os candangos bebiam.
Mosquitos, redes, beliches – e alguém pega uma violão com saudades de casa.
O domingo acabava, apenas uma sombra de sol no Planalto Central – havia agora mais silêncio (que não sei definir), estávamos longe de casa, nova semana, terra vermelha, capital da esperança.
(BRASÍLIA, MARÇO E ABRIL DE 2019)

quarta-feira, 10 de abril de 2019

A OAB E O LADO CERTO

por Edison da Silva Jardim Filho

Hoje, o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, não representa a maioria dos advogados brasileiros, senão os interesses dos grandes escritórios de advocacia criminal das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que perderam prestígio e muito dinheiro com os notórios resultados positivos da Operação Lava Jato, e, transversalmente, os do ex-presidente Lula e dos políticos, empresários e agentes públicos que ora cumprem pena de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes graves cometidos contra o patrimônio estatal.
Não estivesse colocando a dispendiosa estrutura da OAB (mantida pela totalidade dos advogados) e o seu prestígio (já bastante corroído), bravamente adquirido nos “anos de chumbo” da ditadura militar, a serviço de tais desígnios privados, o presidente Felipe Santa Cruz não teria externado opiniões injustas em face da Lava Jato e instrumentalizado a OAB na escaramuça de tentar reverter jurisprudência do STF reconhecendo a constitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância.
No dia 7 de fevereiro, entrevistado pelo jornal Folha de S.Paulo, fez afirmações de cunho estritamente político-partidário, que absolutamente nada têm a ver com uma das “finalidades” da OAB, expressa no art. 44 do seu Estatuto, qual seja a de “defender a Constituição” e “a ordem jurídica do Estado democrático de direito”. Ei-las: “O processo da Lava Jato gerou uma profunda criminalização da classe política”; “Não devemos fazer da Lava Jato um livro em fascículos interminável”; “Para nós é preocupante a paralisia do poder público, um apagão das canetas diante da insegurança jurídica”.
E agora, sob a alegação de que precisava de tempo para auscultar a opinião dos seus pares no Conselho Federal e dos dirigentes das Seccionais da OAB, todos recém-empossados, obteve o adiamento do novo julgamento pelo STF sobre o tema da prisão depois de condenação em segunda instância, marcado desde o ano passado, quando intuiu que a Corte iria reafirmar a sua decisão anterior, premida pelos protestos nas redes sociais e os que ocorreriam no dia 7 deste mês, nas principais cidades do país.
É muito triste para um advogado ter de reconhecer que o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, estava coberto de razão quando postou, em suas páginas nas redes sociais, que “a OAB é uma vergonha. Está sempre do lado errado.”

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Ventrículo esquerdo ou direito, Carlos?

Carlos Bolsonaro acaba de ir ao Twitter dizer que o “sistema corrupto” insiste em desgastar seu pai e transformá-lo em mais um “boneco de ventrículo”.
O Antagonista supõe que o filho de Jair Bolsonaro tenha querido dizer “boneco de ventríloquo” antes de apagar o tuíte. (O Antagonista)

quarta-feira, 3 de abril de 2019

A moda revisionista

Bolsonaro faz revisão da História

 
por Mosche Dayan Junior
   No local mais conturbado da História da Humanidade, a cidade de Jerusalém, o presidente Jair Messias resolve fazer uma revisão histórica: o nazismo é de esquerda, disse. Claro que ele não chegou a esta conclusão sozinho. Tem o suporte intelectual do diplomata, ministro de primeira classe, Rubens Araújo.
   Todos sabem que Karl Marx, nascido na cidade mais antiga da Alemanha, Trier, na beira do Rio Mosel, em Maio de 1818, foi o fundador do pensamento e doutrina política, publicada em 1848, no chamado Manisfesto Comunista. Marx, era um judeu alemão. Escreveu também Das Kapital e morreu na parte em que ia explicar como funcionaria uma sociedade sem classes. 
   Os conceitos de esquerda e direita nascem com a Revolução Francesa, 1789, quando na Assembléia Nacional, a bancada que apoiava o governo sentava no lado direito e a oposição sentava no lado esquerdo do plenário. Logo, era uma posição geográfica. Com o passar dos anos foi se transformando numa posição política.
   Marx era um homem com ideias de esquerda. Contra a propriedade privada onde os meios de produção deveriam ser estatais. A favor de salários quase iguais, pois acreditava que a dignidade humana estava não só no trabalho, mas na capacidade de compra do salário. Pobres vivem sem dignidade, mesmo que trabalhem. O capital é fator constitutivo da dignidade humana na sociedade industrial que estava nascendo, dizia ele. Trabalhadores do mundo, uni-vos!
   Adolph Hitler, nascido em 1889, foi soldado na Primeira Guerra Mundial (1914-18) e em 1919 filiou-se ao Partido Trabalhista Alemão. O Labour Party já existia na Inglaterra desde 1902 e disputava o poder com o Partido Conservador.
   Era mais do que óbvio, com a expansão industrial, que os trabalhadores se organizassem num partido político, como aconteceu no Brasil com o PTB, em Maio de 1945, sob inspiração de Getúlio Vargas.
Hitler não gostava de judeus, registra a História. Logo não devia gostar muito das ideias de Marx. O Fuhrer alemão, em 1933, destruiu o sistema constitucional, implantou um regime totalitário e impôs o nacional socialismo. Em 1935, com as Leis de Nuremberg, exterminou judeus europeus, ciganos, homossexuais e comunistas, fato conhecido como a "solução final".  Anexa a Áustria, invade a Tchecoslováquia e ataca a Polônia. Em 1939 começa a Segunda Guerra Mundial. Hitler morre no bunker numa Berlim, sob ataque do exército soviético, em Abril de 1945.
   Dizer que o nazismo é um movimento de esquerda é uma interpretação da História pela terminologia partidária. Dizer que o nazismo é um movimento de direita é temerário, pois Hitler não queria a exploração do trabalhador alemão.
   Chegou a pedir ao engenheiro Fernind Porsche que projetasse um carro que pudesse ser adquirido por qualquer alemão. Nasceu a Volkswagen, o carro (wagen) do povo (volks).
   Hitler queria um povo desenvolvido, vivendo do trabalho e não dos juros.
   Melhor dizer que o nazismo foi um movimento político de centro. E que acabou numa tragédia porque perdeu a guerra...

terça-feira, 2 de abril de 2019

O Monte das Oliveiras

  por Mosch Dayan Junior 
   O presidente Bolsonaro acordou e entrou em profundo estado de reflexão. Em jejum, caminhando sem os seguranças, foi até o Monte das Oliveiras e começou a orar. 
   Estava em pouco deprimido. Repetiu em voz baixa o que havia escrito no bilhete deixado no Muro das Lamentações: Deus, olhe pelo Brasil. 
   Lá do alto, viu a cidade de Jerusalém, viu Jericó, viu Betânia, não a cantora claro, mas a vila. E as areias finas da Palestina. 
   Orando, constrito, pediu a Jesus Cristo, a Jeová e também a Mohamed Alah que ajudem a resolver esta grande confusão diplomática de apoiar Israel em sua expansão territorial, inclusive em Jerusalém, e manter os mercados de carnes abertos com os árabes. 
   Para os árabes, em 2018, o Brasil exportou U$ 14,2 bilhões de dólares. Para Israel, no mesmo período, apenas U$ 321 milhões na mesma moeda. Rezou pelos brasileiros e pelos filhos também. Em especial por Flávio, o senador.
   Reservadamente, antes de sair do hotel, pediu a um assessor militar que tirasse as medidas do Santo Sepulcro para futura análise.
   Num determinado momento, Jair Messias, deparou-se com o exato local onde Jesus Cristo teria dito: Pai, afasta de mim este cálice. Esta cena foi motivo de inspiração para Chico Buarque e Gilberto Gil, em 1973, comporem a famosa música: Pai, afasta de mim este cale-se.
 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Bolsonaro: 2º Dia em Israel

Um dia controverso

 por Mosche Dayan Júnior
  
Bolsonaro continua batendo cabeça
Primeiro a comitiva do presidente Bolsonaro visitou um Centro Anti Terrorismo. Não se sabe ainda se é uma preparação para possíveis atentados no Brasil ou se para equipar a milícia carioca e atualizar táticas operacionais.
 
   Vista a parte da violência, a comitiva rumou para o Muro das Lamentações. Os restos deste famoso muro foram deixados pelo Imperador Tito, no ano 70 d.C. quando Roma aniquilou Jerusalém.
 
   Interessado em História, Jair Messias, perguntou ao ajudante de ordens onde era a circunscrição. O ajudante de ordens respondeu que era circuncisão, a palavra correta.
 
- E pode ser feita atrás da muralha, presidente. 
 
   Foi então que Flávio, o filho, concluiu: - Ah! Então é por isto que, depois do gesto, ele ficam batendo com a cabeça no Muro!
 
   Neste momento, percebendo que a "história" poderia fugir do controle, um diplomata desconversou e comunicou ao grupo que os bilhetes depositados pelos fiéis nas frestas das pedras são muitos. 
 
- Cada vez mais. Muitos mais!, disse.
 
  De bate pronto, o nosso arguto astronauta, ministro da Ciência e Tecnologia sugeriu a criação de um endereço eletrônico para receber as mensagens virtualmente. Surge ali, imediatamente, o