terça-feira, 27 de novembro de 2018

A mentira tem perna curta


  
    Decisão do Ministro Relator do STJ, Herman Benjamin, acaba definitivamente com qualquer chance de Alex Heleno Santore vir a ser desembargador do estado de Santa Catarina, mesmo tendo sido nomeado pelo governador Raimundo Colombo.
   Todos os recursos foram esgotados. Com isso, Santore perde seu lugar no Tribunal de Justiça, sua inscrição na OAB e deixou de ganhar o que imaginava ser seu, a vitaliciedade, a irredutibilidade de vencimentos e a inamovibilidade. 
   Patrocinado por Gelson Merísio, candidato derrotado ao governo do Estado, Alex Santore achou que podia lograr a Ordem dos Advogados do Brasil, Tribunais de Justiça e aos Tribunais Superiores como se a lei, no Brasil, não mais existisse.  
   É bem possível que essa aventura, sem pé nem cabeça, reflita no resultado das eleições da Seccional da OAB/SC previstas para amanhã, dia 28. 
   Esse caso, Alex Santore, foi mais um escárnio que se pretendeu impor à sociedade catarinense.
   Essa é mais uma lição para o futuro governador, Cel. Moisés, aprender, visto que, possivelmente preencherá a vaga em aberto para os advogados no Tribunal de Justiça.

sábado, 24 de novembro de 2018

ÂME ganha destaque em revista nacional

A revista VIDA SIMPLES, de circulação nacional, destaca em sua última edição a ÂME - CORES BOTÂNICAS, empresa de Florianópolis que usa tingimento natural com resíduos orgânicos.





quinta-feira, 22 de novembro de 2018

SEBRAE: políticos fora!

 Pinho Moreira fica sem a mão no cofre do SEBRAE. Empresários roem a corda e não elegem diretor financeiro indicado pelo governador.

Pinho: O Perplexo
do Moacir Pereira 

EDUARDO MOREIRA E O SEBRAE:
“ESTOU TOMADO DE PERPLEXIDADE”

O governador Eduardo Pinho Moreira também foi surpreendido com a eleição da nova Diretoria do Sebrae de Santa Catarina e a não eleição do ex-deputado e seu assessor, Miguel Ximenes.

- Estou tomado de perplexidade – afirmou. Acordo firmado em meu gabinete, com a presença dos presidentes Mário Cezar de Aguiar, Bruno Breithaupt, Alaor Tissot e José Pedroso, definiu a eleição de Carlos Henrique (Superintendente), Miguel Ximenes e Luciano Pinheiro (Diretores).
    O governador lamentou que o acordo não tenha sido cumprido. Enviou mensagem ao presidente da Fiesc, Mário Aguiar, que votou nos termos do acordo, dizendo: “Desculpe, mas os políticos tem mais palavras que alguns empresários”.
    Eduardo Moreira concordou com a eleição dos três dirigentes porque buscava uma conciliação, depois da disputa anterior no Conselho, que terminou em empate, sem que os candidatos obtivessem oito votos.
    Lembrou que poderia ter esperado 12 dias, quando o voto de Renato Vianna, o novo conselheiro, seria convalidado. Estariam garantidos os oito votos e ele faria a Diretoria que desejasse.
    A posse da nova Diretoria deverá acontecer em janeiro de 2019.


quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Dopamina, a grande heroína da História!

por Marcos Bayer 

   Diz o médico que a dopamina está impregnada em nossas cabeças há muito tempo. Milênios. Ela é a responsável pelas sensações de bem estar nos seres humanos. Lá nos primórdios, as tarefas essenciais ao homem eram três: (1) garantir a procriação e a preservação da espécie através do ato sexual e suas decorrências de carícias e afetos (2) a luta pela sobrevivência abatendo a caça e ou capturando o pescado(3) saciar a fome e a sede.
   Nas três tarefas citadas, a dopamina atua diretamente na memória, no movimento e no prazer.
   Da procriação da espécie chegamos às concepções sobre o amor ao longo da História. E o amor é objeto de busca dos humanos, pois ele tem diferentes significados, entre eles a parceria, cumplicidade, desejo e segurança emocional. É uma forma de reconhecimento, logo de prazer e bem estar. Haja dopamina (1).
   A luta pela sobrevivência é o trabalho diário. Seja matar o javali de outrora, seja criar a ovelha, o frango ou o suíno de agora. Seja plantando as hortaliças ou as árvores frutíferas. É a tecelagem, é a tinta na tela, a bota de couro, o anel de ouro, a impressão do livro, a lição na escola, o toque na viola, o cantar e dançar no sertão. O homem medieval era assim, múltiplo funcional. Construía sua própria casa com ajuda do vizinho, e tinha ao longo do dia diversas tarefas sempre interagindo com a Natureza. Desde a produção do mel ao queijo a granel. Sabia olhar para o céu e prever a chuva ou o vendaval.
   A Revolução Industrial (1826), quando a primeira viagem de trem é feita entre Manchester e Liverpool, introduz, no Reino Unido, mudanças radicais na vida social.
   A fábrica isola o local da produção, define o produto, equaliza habilidades, abafa a criatividade e cria como recompensa as férias, o salário, o plano de saúde, a carreira profissional e a aposentadoria. Em 2026, duzentos anos depois, o Uber já sinaliza, nada disto existirá. O trabalhador somente terá a participação nos lucros da empresa.
   Ou seja, em cada afretamento realizado o motorista ganhará 20%, por exemplo, do lucro da empresa e nada mais. Férias, salários, planos de saúde, seguro de vida e aposentadoria serão aspectos do mundo mecânico, o mundo industrial. Haja mais dopamina. (2)
   No exercício da profissão obtemos reconhecimento, recompensa pecuniária e, de novo, o prazer e o bem estar. Mas, nem todos conseguem esta satisfação, pois o homem medieval - multi funcional foi se transformando num homem uni profissional e industrial.
   Não por acaso os que fazem e contribuem para transformações históricas são pessoas multi funcionais. Pela inquietação, curiosidade e impaciência.
   A mesma Revolução Industrial que precisou e precisa preparar mão de obra específica para as exigências do mercado tratou de burocratizar a Universidade. O que já foi um local de estudos universais, universitas, transformou-se numa empresa de expedição de diplomas.
   Na idade média, quando o aprendiz de qualquer profissão, sapateiro, por exemplo, mostrava ser capaz de fazer um sapato como fazia seu mestre, era chamado a ajoelhar-se perante este, e por ele recebia o toque da espada, de ombro a ombro, passando sobre a cabeça, para então ser reconhecido como mestre naquela arte ou ofício. O fazer era parte do saber.
   Hoje, na academia, alguns escrevem de 500 a 1.000 páginas, citam outros 100 ou 300 autores para obterem o título de doutor. E obtém. E, o que é pior, acreditam que são doutores.
   Sócrates, Platão, Aristóteles, Leonardo Da Vinci, Fernando Pessoa ou Charles Chaplin, não precisaram citar ninguém para presentearem o mundo com suas obras. Tampouco Picasso, Dali ou Miró. 

Conhecimento é intuição, observação, experimentação e, eventualmente, comprovação.

   O alfabeto tem 26 letras, são sete as notas musicais e sete as cores na refração do prisma, além de dez dígitos numéricos. Isto quase todos sabem. O problema é como organizar as 26 letras na literatura, as sete notas musicais nas canções e as sete cores na pintura. A capa do long play do Pink Floyd é genial por isto. The Dark side of the Moon (1973), mostra as sete cores do prisma e as sete notas musicais. É aula de saber.
   Ao saciar a fome e a sede, a dopamina responde imediatamente. A tal ponto que pode inebriar, provocando a sensação de relaxamento tão forte a ponto de induzir ao sono. Os alimentos industrializados, empacotados ou engarrafados, modificam nossa percepção em relação à alimentação.
   Lá nos primórdios, dizem algumas teorias, quando estávamos na África e nosso sangue era do tipo O negativo, éramos coletores e caçadores. Éramos nômades.
   Esgotávamos os recursos naturais numa determinada área e seguíamos para a próxima. Atléticos, corríamos e andávamos mais. Ou para correr do leão ou para abater o búfalo.
   Com a descoberta do trigo, sua manipulação com água e sal, fizemos o pão. E, então, a vida passou a ser mais acomodada. Sentamos por mais tempo. Sedentárias formaram-se novas povoações. Mais dopamina.
   A agricultura e a domesticação de animais ajudaram na construção das vilas, futuros burgos, consequentes cidades. Novos tipos sanguíneos surgiram e do pão fez-se a massa e com ela a química humana identificou os carbo-hidratos. Mais dopamina, mais bem estar. Mais desenvolvimento cerebral, mais necessidade de recompensa cerebral.
Trabalho, sexo e alimentação são matrizes inerentes, lógicas, necessárias e inevitáveis na caminhada humana. Delas derivam o mundo subjetivo e dele surgem a fé, o amor, a honra, a dignidade e a política que vai organizar o complexo jogo da vida humana associada.
   Em todas estas atividades humanas está presente a dopamina. E quando ela não está, as consequências são terríveis. A dopamina é o combustível da vida humana plena. Sem dopamina, instala-se a depressão e outras deficiências psico-neuro-emocionais.
   Com a chamada modernidade, as facilidades tecnológicas, a magnífica janela do computador, a telefonia, a cyber magia e a pornografia, a dopamina tem outras gêneses. Não são mais aquelas três fontes primárias.
   Criamos uma nova patologia denominada cyber dependency. 
   O uso de drogas, de todos os tipos e ao longo da História, registra sem estatísticas, porém observável pela medicina, a alteração em nossos cérebros.
   O cérebro humano se reorganiza e as fontes geradoras de dopamina são outras.
   As drogas provocam a multiplicação da dopamina que é fonte de prazer e, portanto, são provocadoras de mais desejos e de mais quantidades para que produzam mais prazer e bem estar, indefinidamente.
   É compreensível, portanto, que num mundo em que já não se sente os efeitos da dopamina da forma primitiva: (1) pela realização do trabalho como conquista e reconhecimento diário e ou (2) pela plena saciedade da fome e da sede, que o ser humano vá buscar as fontes da dopamina em outras bandas.
   A dopamina é a grande heroína da História. Pelo menos até agora!


terça-feira, 20 de novembro de 2018

RESISTENTES

por J.R.Guzzo 
 
   Depois do período das eleições, enfim resolvidas com a vitória de Jair Bolsonaro, vivemos agora o momento seguinte do calendário político como ele é entendido pelos que perderam — o período de resistência ao resultado das eleições. Atenção: não se trata simplesmente de fazer oposição. Trata-se de anunciar ao Brasil que os derrotados não aceitam o resultado estabelecido pelos eleitores; não valeu, dizem eles, porque só a gente tinha o direito de ganhar.    

   A palavra “resistência” soa bonito, como em filme americano de guerra, mas naturalmente não é nada disso. Levando-se em conta a qualidade da oposição política atual, o que vem à cabeça na hora, quando a palavra “resistência” é utilizada pelo PT, é resistência de chuveiro elétrico ou de chapa para fazer tostex — pois não dá para ninguém pensar a sério, realmente, que o Sistema Lula-­PT-Esquerda vá resistir a alguma coisa gritando “Bom dia, presidente Lula”, na frente da cadeia de Curitiba, ou negando-se por “tradição democrática” a cumprimentar o candidato que a população elegeu. Mais ainda, surgem suspeitas de pane nos circuitos mentais do PT quando o partido entra na Justiça com um pedido de “anulação das eleições”, ou exige do STF a libertação imediata de Lula porque o juiz Sergio Moro foi escolhido como futuro ministro da Justiça de Bolsonaro. Isso não é resistir. Isso não é nada.

    A soma de todos esses esforços que pretendem contestar o novo governo se resume ao seguinte: continuar defendendo tudo o que a maioria do eleitorado acaba de condenar com o seu voto, e dobrar os ataques contra tudo o que o eleitorado acaba de dizer que aprova. É uma coisa extraordinária. A maioria dos brasileiros decidiu, de uma maneira talvez mais clara que em qualquer outra ocasião na história recente do país, o que quer e, principalmente, o que não quer. A “resistência” vai na direção exatamente oposta. É como se não tivesse acontecido nada em 28 de outubro de 2018 — ou, mais ainda, é como se Bolsonaro tivesse perdido as eleições e o PT tivesse ganhado. O resultado é o que aparece todo dia no noticiário: uma coleção de alucinações, que a imprensa quer desesperadamente que você leve a sério, apresentadas como se fossem ações de combate contra o “avanço do fascismo” etc. etc. Que ações? Que combate? Vai saber. Qualquer coisa serve.

    Temos, assim, jornalistas da Rede Globo defendendo a ideia de que a polícia não deve ser autorizada a atirar num sujeito que está no meio da rua com um fuzil automático na mão. Seu argumento: como se vai provar que essa pessoa está realmente com más intenções? E se ela não quer atirar em ninguém? E se o fuzil não for um fuzil, e sim um guarda-chuva? À primeira vista, parece que alguma coisa deu errado — que diabo essas moças estão falando? Mas não: é isso mesmo. No ato seguinte, aparece uma especialista-­técnica em “políticas públicas de segurança”, ou algo assim, e nos informa que os bandidos têm o direito de carregar fuzis para se defender da polícia e garantir, com isso, a sua legítima defesa. Na mesma emissora, uma apresentadora subiu um degrau a mais no “nível de lutas”, como se diz, e falou na necessidade de sabotagem. “Vamos sabotar as engrenagens deste sistema de opressão”, pregou ela no ar. “Vamos sabotar este sistema homofóbico, racista, patriarcal, machista e misógino” — palavra hoje na moda, essa última, que metade do público não sabe o que significa. O exame do Enem, uma semana depois da eleição, fazia uma pergunta sobre a linguagem privada dos travestis e suas raízes no idioma iorubá. Educadores apresentados como “antifascistas” comemoraram a inclusão da pergunta como uma importante derrota da direita conservadora e do novo “governo autoritário”.

    Na mesma batalha para ficar no lado contrário ao do eleitor, o PT acha inaceitável que Moro tenha sido convidado para ministro da Justiça — uma prova, segundo a alta direção petista, de que a condenação de Lula foi uma “jogada” com Bolsonaro. De todos os problemas com essa ideia, o pior é que mais de 80% da população aprovou a ida de Moro para o novo governo. Não é só o PT que está na “resistência”. A ministra Cármen Lú­cia, depois de embolsar mais um aumen­to abusivo no próprio salário, lamentou a mudança “perigosamente conservadora” na situação política. Fernando Henrique, no exterior, faz campanha contra o novo governo — e por aí vamos. É a tal “superioridade moral” que os derrotados atribuem a si próprios. O que todos eles estão dizendo, na prática, é que o povo brasileiro, mais uma vez, votou errado.

domingo, 18 de novembro de 2018

Brasil hoje: Fragmentos e Citações

por Emanuel Medeiros Vieira

"O novo ministro é o cabo Daciolo intelectualizado".

   A frase é de Clóvis Rossi e refere-se à escolha de Ernesto Henrique Fraga Araújo para ministro das Relações Exteriores do Brasil, “indicado” por Olavo de Carvalho, ideólogo e “guru” do novo governo.

   É uma regressão em um ministério de qualificados quadros. É o retorno a um nacionalismo tosco e caricato, “em nome de Deus”, contra o que chama de “globalização”.
   Em seus delírios místicos, o novo ministro acredita que a globalização passou a ser dirigida pelo “marxismo cultural”.
   O novo chanceler erige Donald Trump como o ideólogo, o “cavaleiro andante que resgatará o Ocidente de sua suposta decadência terminal”.

“Ele é tão medieval e místico que vai reatar relações com Os Templários! E convocar os brasileiros para uma Cruzada contra a globalização”. (José Simão).

   Conclui Clóvis Rossi: “O assustador é pensar que essa cabeça tomada pelo misticismo conduzirá a diplomacia brasileira doravante, na batalha contra demônios que ou inexistem ou não têm a formação imaginada por Araújo.
   Ou Deus de fato resolve interferir ou o Brasil corre sério risco de virar um faz-me rir universal”.

Mais médicos - médicos cubanos
   "E se eu estiver doente no interior do Ceará eu quero um médico humano. Tanto faz cubano, paulistano ou marciano. Só quero ver o médico brasileiro topar trabalhar lá no rebimboca da parafuseta”. (José Simão)

   Quem é rico, tem bom Plano de Saúde, não se importa. O jornalismo subserviente, que adula todos os governos de direita, há décadas, não sabe ou finge não saber que centenas de municípios brasileiros ficarão sem médicos.
   A maioria dos nossos médicos - com honrosas exceções - quer ficar na capital, nos grandes centros.

   Solidariedade? Compaixão?
   São palavras que não estão no dicionário mental de muita gente.

“Alguém poderia informar ao presidente eleito que foi no Brasil, não em Cuba, que, em 2018, 40% dos médicos recém-formados foram reprovados no exame do Cremesp e quase 70% demonstraram não saber medir pressão? Resta saber quais doutores irão para onde estavam os cubanos.” (...)
(Zara Figueiredo Tripoli)

   Como disse alguém, “a violência sexual contra crianças é abominável, mas acusar sem provas só causou dor e atirou uma pessoa na tortura”.

   A signatária refere-se ao relato de Luis Alves de Lima sobre as atrocidades que sofreu "com a concordância de um senador evangélico” não reeleito (PR/ES).
   O cidadão apanhou tanto na prisão que não pode mais exercer seu trabalho de motorista, porque ficou praticamente sem visão. Sem dentes e quase cego, processa o senador, a quem acusa de ter feito um teatro midiático, fazendo o papel de acusador (sem provas) delegado e juiz.
   Todos os direitos do acusado foram ignorados.
   Acusado de molestar a sua filha, ficou provado que não o fizera.

   E agora?

   Provavelmente, o senador “evangélico e homem de família” - famélico em busca de poder -, pegará um ministério no moralista governo Bolsonaro.
   Quem sabe o Ministério da Família.

   Regressão e trevas. Estejamos preparados.
   O pior é que as pessoas estão se acostumando - "naturalizando” (“é assim mesmo”) com as maiores aberrações. Quem resiste é demonizado.

   É obrigação existencial dos democratas do Brasil resistirem.
   A mídia bolsonarista (ou quase) não gosta da palavra “resistir”. Mas ela nos engrandece, nos torna mais humanos.
Repito: RESISTIR!                   (Brasília, novembro de 2018)

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Escassez, Política e Ecologia.

por Marcos Bayer

   No mundo econômico existe o lucro, o logro e o caos. As teorias econômicas relevantes são três: O liberalismo de Adam Smith (1776), o estatismo de Karl Marx (1848) e a intervenção do Estado na economia de John Maynard Keynes (1932) quando o então governador do Estado de Nova York, Franklin Delano Roosevelt, a utilizou para tirar a Bolsa de Valores da crise de 1929 e lastrear sua candidatura vitoriosa à presidência dos Estados unidos. Foi reeleito em 1936, 1940 e 1944.
   Em 1950, nós éramos dois e meio bilhões de habitantes no planeta. O mundo vivia a guerra fria e as duas superpotências eram os EEUU e a URSS. A Europa estava sendo reconstruída por causa da destruição da Segunda Grande Guerra e a cortina de ferro estava sendo pendurada. O Vostok só iria levar Gagarin ao espaço em Abril de 1961, Neil Armstrong só pisaria na Lua em Julho de 1969, os Beatles saiam de Liverpol para o mundo e nós ainda não sabíamos o que era fast-food, um MD-11, Sky Lab, Prozac, Lap Top, Megabytes, i phone, botox, ecstasy, Bluetooth e pen drive. Muito menos armazenar na Cloud. Nuvem até então, ou estava no céu ou na cabeça do menino que vivia no mundo da Lua.
   O poder político gira em torno das três teorias econômicas acima, criando algumas variações, como o capitalismo de Estado na China moderna, mas nada fora desta lógica triangular.
   Em alguns países a prática política é mais ou menos decente. Depende. Países em que a liberdade de imprensa e a sociedade são mais educadas o controle é maior.
Mas, normalmente o jogo político também é um tripé. O poder político decide liberar dinheiro acumulado com sacrifício de todos através de suas instituições, o BNDEs por exemplo, para um conglomerado empresarial, a JBS por exemplo, para financiar a manutenção do grupo político no poder.
   O Brasil viveu por vários anos esta trágica experiência. No dizer de Lula, desde as capitanias hereditárias. No dizer de outros, mais recentemente.
   Tanto Paulo Guedes, economista e conhecedor da História da Economia, quanto Sérgio Moro, juiz e talvez jurista, sabem o exato funcionamento destas engrenagens de poder. Sob este aspecto, o governo Bolsonaro está muito bem servido. Onyx Lorenzoni, aparentemente um parlamentar com bom trânsito entre seus pares, parece que vai ter que se explicar um pouco melhor em razão das mais recentes planilhas de custos da JBS. Se convencer 100% (cem por cento) estará dentro da meta do presidente eleito.
   Aqui em Santa Catarina, a JBS foi financiadora de inúmeros políticos e perdeu a quase totalidade de seus contatos. O catarinense decidiu, com fúria cívica, enterrar os que com caras de anjos sugavam recursos da sociedade com bocas de vampiros.
   Sobre o novo governador eleito, muito pouco ainda se pode comentar.
   Mas, voltando ao título do artigo, quase chegando ao ano 2020, vemos um mundo com sete e meio bilhões de habitantes. Aproximadamente vinte e cinco milhões de pessoas refugiadas, perambulam entre fronteiras europeias, africanas, árabes ou americanas, buscando trabalho, comida, saúde e educação, pelo menos.
   Quando se discute a reforma previdenciária, no mundo inteiro, é dentro deste panorama. Mais longevidade, menos gente na ativa contribuindo para o aposentado. Isto, por si só, estimula o crescimento populacional.
   Então, as chamadas carreiras de Estado, como magistratura, diplomacia, fiscais de tributos e renda, promotores, parlamentares e conselheiros de tribunais diversos se protegem atrás das leis que concebem, votam e usufruem.  Não por acaso, no Brasil, a distancia entre o salário mínimo e o salário do ministro é de quarenta vezes. Isto é no mínimo indecência moral. E é assim que o capital subjuga o trabalho. Num mundo onde há cada vez mais capital e menos trabalho. O povo brasileiro, mesmo sem escolaridade suficiente já percebe a hipocrisia dos que falam em seu nome.
    Pequenas modificações no comportamento humano mostram duas tendências: 
(1) A passagem do mundo mecânico de Isaac Newton para o mundo do easy touch, o digital, e suas decorrências. Entre elas a eliminação de postos de trabalho em escala planetária, visto que um homem pode fazer cada vez mais. Mesmo na agricultura, um trator atual tem funções e controles que dispensam o trabalho de outros agricultores.

(2) A otimização dos espaços e custos em todas as áreas da atividade humana. Desde o Uber que ocupa assentos vazios nos automóveis, passando pelo Airbnb que ocupa camas vazias, às compras do e-commerce até às passagens das companhias aéreas que não aceitam mais reservas, mas apenas a venda imediata on-line.

   Ontem, os telejornais comentavam a abertura de um bordel operado por robôs num país da Escandinávia. Engraçada ou trágica a Inteligência artificial?
   Todos estes detalhes alteram o mundo do trabalho. O trabalho humano é habilidade que constrói nossa História como também permite desenvolver ao extremo nossa personalidade. Arbeit, liebe und Gott. Trabalho, amor e Deus, dizem os alemães.
   Some-se aos argumentos, o fato de que aproximadamente três bilhões de asiáticos, especialmente chineses e indianos, entraram no mercado mundial nos últimos quinze anos. Isto significa aumento da oferta de mão de obra e consequente diminuição dos valores dos salários em escala global.
   Na Índia, em Bangalore, na estrada que dá acesso a maior cidade tecnológica deles, está escrito: From handicraft to cybercraft. Do artesanato à cibernética.
   A saída do Reino Unido da União Europeia, mesmo tendo preservado a libra esterlina, é um fechamento de fronteiras para proteger seus súditos.
   A vitória de Donald Trump significou o mesmo. Com ou sem Twitter presidencial, os norte-americanos querem de volta seus postos de trabalho.
   Vivemos tempos de escassez. Será constante e contínuo. Há limites no planeta. As jazidas minerais são finitas, a água potável não é bem cuidada, os espaços prediais ou territoriais, nas cidades, estão cada vez mais caros.
   Em alguns países, na Espanha, por exemplo, o custo da energia do imóvel (calefação, refrigeração e iluminação) está se aproximando do custo do aluguel. Isto é outro sintoma de escassez.
   Há uma disputa entre desmatar para produzir soja e milho e transformar em ração para alimentar aves e suínos e pastagem para o gado ou preservar as florestas para garantir a vida de outras espécies e a própria água.
   Os processos educacionais estão em cheque. Exceto nas tradicionais escolas britânicas. Talvez, ainda, as melhores do mundo.
   E no meio deste mundo tão complexo, eu escuto hoje, o ex-presidente da República do Brasil perguntar à Juíza: Doutora eu sou dono do sítio ou não? E ela disse: Isso quem tem que responder é o senhor!


sábado, 10 de novembro de 2018

Harley Davidson descumpre normas ambientais e até hoje opera sem habite-se

Do Blog do Abraão

   
   Informação veio à público graças ao vereador Pedro de Assis Silvestre, o Pedrão, que enviou pedido de esclarecimento à Secretaria Municipal do Continente, questionando os motivos que levaram o órgão a liberar a construção rente a um curso d’água.
 
   O habite-se foi barrado graças à equipe técnica da Floram, que não aceitou a argumentação da SMC de que inexistia um curso d’água natural ao lado do empreendimento, mas sim um canal de drenagem, o que faria com que a faixa sanitária fosse de 15 metros e não 30 metros.

   Para a Floram, o entendimento é que o elemento hídrico está caracterizado como curso d’água, com faixa de preservação permanente (APP) de 30 metros. Este parecer foi dado em 2014! E reafirmado agora em julho deste ano, por conta da consulta do vereador Pedrão. Neste último documento, os técnicos da Floram destacam que no projeto aprovado pela SMC, de número 62728, “na prancha 01/08 (última modificação 18/11/2014) está previsto recuo de 30 metros referentes ao curso d’agua”.

   Em ofício enviado ao secretário do Continente, Edinho Lemos, o engenheiro Sebastião David Machado, responsável pela análise e aprovação do projeto da Harley Davidson,  informa que a empresa foi autuada pela Floram, AIA 16.035, por questões ambientais, e pela Fiscalização de Obras, por estar ocupando um imóvel sem habite-se, conforme auto de infração 3649. Esta última fiscalização é datada de outubro deste ano.

   Confira abaixo os documentos da Floram e da SMC, expedidos após consulta do vereador Pedrão.
 



quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A Cabeça de Gumercindo Saraiva


   Elogiado pela crítica nacional desde sua estreia em 25 de outubro, está sendo exibido de 8 a 14 de novembro às 14h05 e às 18h45, no Cinesystem do shopping Iguatemi de Florianópolis, o filme A Cabeça de Gumercindo Saraiva.  O filme é uma ficção baseada no livro Gumercindo, de Tabajara Ruas, que é o diretor e roteirista do longa-metragem. 

   Gumercindo Saraiva foi um caudilho revolucionário dos Maragatos, que teve a cabeça cortada pelos legalistas durante a Revolução Federalista, uma revolta que manchou de sangue os campos do Sul do Brasil entre 1893 e 1895.

   O longa conta a saga do capitão rebelde Francisco Saraiva, filho de Gumercindo, interpretado por Leonardo Machado , e cinco cavaleiros para resgatar a cabeça do pai, levada à Porto Alegre pelo major Ramiro de Oliveira (Murilo Rosa) e dois ajudantes. No elenco também se destacam Marcos Pitombo, Allan Souza Lima, Marcos Verza e Sirmar Antunes.

   Com belas locações, ótima fotografia e requintada produção de época o longa, filmado nos cânions da divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Catedral Missioneira de São Miguel Arcanjo - único patrimônio cultural da humanidade declarado pela UNESCO na Região Sul e nos Campos de Cima da Serra, narra os episódios de aproximação e afastamento entre perseguidores e perseguidos, os confrontos e desafios e os duelos até o encontro final entre Francisco e Ramiro.

   Num ritmo ágil, Tabajara faz um faroeste à brasileira de uma história que não deve ser esquecida. “O filme propõe a oportunidade de assistir a dois grupos de homens mergulhados profundamente em suas crenças, esquecendo sua condição humana”, diz o diretor. 


 “Acredito que o longa seja uma importante porta para o cinema brasileiro - que precisa de diversidade, e aponta um caminho diferente: a realização de filmes que contem um pouco da nossa história, sem medo de fazer o nosso faroeste”, afirma Murilo Rosa. 

“É um filme histórico. É um filme político. E é um filme humanista. Útil de ver nestes dias assombrados pela intolerância”, finaliza Tabajara Ruas. 

   Uma das locações do longa do diretor Tabajara Ruas, que vive entre Porto Alegre e Florianópolis, foi nos cânions que dividem o Rio Grande do Sul de Santa Catarina. Local foi palco de batalhas da Revolução Federalista, entre 1893 e 1895
 

Ficha Técnica
Roteiro e Direção: Tabajara Ruas
Produção Executiva: Ligia Walper
Direção de Produção: Mônica Catalane 

Fotografia: Alexandre Berra
Arte: Eduardo Antunes
Figurino: Carol Scortegagna
Make: Rosana Antunes
Make Efeitos: Johnny Left
Som: Gabriela Bervian
Trilha Sonora: Celau Moreyra
Montagem: Lucas Tergolina e Ligia Walper
Casting: Dani Fogliatto

Elenco: Murilo Rosa, Leonardo Machado, Marcos Pitombo, Allan Souza Lima, Sirmar Antunes, Marcos Verza, Pedro de Oliveira, Luciano Teixeira, Rodrigo Ruas, Marcos Breda e Rogério Beretta

Produção: Walper Ruas Produções
Distribuição: Elo Company

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Redes Sociais (ou antissociais?)


por Emanuel Medeiros Vieira

    Muitos acreditam que a disseminação feroz das mídias sociais, em muitas ocasiões, está liberando os piores instintos do ser humano.
    A raiva, a inveja, o preconceito, a perversidade, a covardia de "falar" anonimamente (mesmo podendo ser descoberto), nega a divergência, afeta a Democracia como valoe universal, faz brotar a intolerância, o espírito inquisitorial, o ódio ao diferente e a repulsa ao pobre.
    São tempos difíceis. A intolerância varre o mundo, não só o Brasil.
    Pessoas recebem mensagens e não checam. Repassam. Destroem reputações.
    Será um projeto que une intolerância religiosa neopentecostal, violência policial contra os setores mais marginalizados, e formação de um poder hegemônico e totalitário (massacre de indígenas, hipertrofia e hegemonia total do agronegócio - por exemplo).

    Outros, vão mais além e dizem que, em certo sentido, a internet está diluindo ou exterminando a dimensão transcendental do ser humano.
    Creio que não é a internet - inquestionável avanço. Mas o uso que se faz dela.
    É um problema nosso, do homem, do humano.

Ou mudamos ou perdemos toda a dimensão que engrandece o que chamamos de "vida": o respeito ao outro, a generosidade, a solidariedade e a compaixão - e a defesa intransigente da Democracia.


    CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE?
                                                                     (Brasília, novembro de 2018)