domingo, 18 de novembro de 2018

Brasil hoje: Fragmentos e Citações

por Emanuel Medeiros Vieira

"O novo ministro é o cabo Daciolo intelectualizado".

   A frase é de Clóvis Rossi e refere-se à escolha de Ernesto Henrique Fraga Araújo para ministro das Relações Exteriores do Brasil, “indicado” por Olavo de Carvalho, ideólogo e “guru” do novo governo.

   É uma regressão em um ministério de qualificados quadros. É o retorno a um nacionalismo tosco e caricato, “em nome de Deus”, contra o que chama de “globalização”.
   Em seus delírios místicos, o novo ministro acredita que a globalização passou a ser dirigida pelo “marxismo cultural”.
   O novo chanceler erige Donald Trump como o ideólogo, o “cavaleiro andante que resgatará o Ocidente de sua suposta decadência terminal”.

“Ele é tão medieval e místico que vai reatar relações com Os Templários! E convocar os brasileiros para uma Cruzada contra a globalização”. (José Simão).

   Conclui Clóvis Rossi: “O assustador é pensar que essa cabeça tomada pelo misticismo conduzirá a diplomacia brasileira doravante, na batalha contra demônios que ou inexistem ou não têm a formação imaginada por Araújo.
   Ou Deus de fato resolve interferir ou o Brasil corre sério risco de virar um faz-me rir universal”.

Mais médicos - médicos cubanos
   "E se eu estiver doente no interior do Ceará eu quero um médico humano. Tanto faz cubano, paulistano ou marciano. Só quero ver o médico brasileiro topar trabalhar lá no rebimboca da parafuseta”. (José Simão)

   Quem é rico, tem bom Plano de Saúde, não se importa. O jornalismo subserviente, que adula todos os governos de direita, há décadas, não sabe ou finge não saber que centenas de municípios brasileiros ficarão sem médicos.
   A maioria dos nossos médicos - com honrosas exceções - quer ficar na capital, nos grandes centros.

   Solidariedade? Compaixão?
   São palavras que não estão no dicionário mental de muita gente.

“Alguém poderia informar ao presidente eleito que foi no Brasil, não em Cuba, que, em 2018, 40% dos médicos recém-formados foram reprovados no exame do Cremesp e quase 70% demonstraram não saber medir pressão? Resta saber quais doutores irão para onde estavam os cubanos.” (...)
(Zara Figueiredo Tripoli)

   Como disse alguém, “a violência sexual contra crianças é abominável, mas acusar sem provas só causou dor e atirou uma pessoa na tortura”.

   A signatária refere-se ao relato de Luis Alves de Lima sobre as atrocidades que sofreu "com a concordância de um senador evangélico” não reeleito (PR/ES).
   O cidadão apanhou tanto na prisão que não pode mais exercer seu trabalho de motorista, porque ficou praticamente sem visão. Sem dentes e quase cego, processa o senador, a quem acusa de ter feito um teatro midiático, fazendo o papel de acusador (sem provas) delegado e juiz.
   Todos os direitos do acusado foram ignorados.
   Acusado de molestar a sua filha, ficou provado que não o fizera.

   E agora?

   Provavelmente, o senador “evangélico e homem de família” - famélico em busca de poder -, pegará um ministério no moralista governo Bolsonaro.
   Quem sabe o Ministério da Família.

   Regressão e trevas. Estejamos preparados.
   O pior é que as pessoas estão se acostumando - "naturalizando” (“é assim mesmo”) com as maiores aberrações. Quem resiste é demonizado.

   É obrigação existencial dos democratas do Brasil resistirem.
   A mídia bolsonarista (ou quase) não gosta da palavra “resistir”. Mas ela nos engrandece, nos torna mais humanos.
Repito: RESISTIR!                   (Brasília, novembro de 2018)

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