terça-feira, 11 de setembro de 2018

MUSEU NACIONAL

por Emanuel Medeiros Vieira
“As cinzas se tornam parte da paisagem, assim como a pobreza, a sujeira, a violência. Aprendemos a desviar dos miseráveis, a ignorar a podridão das praias, a aceitar chacinas. Quem vai se importar com um museu quando o fogo da indignação apagar? Espero estar errada.” 
 (Mariliz Pereira Jorge)

“Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer no presente e no futuro, os mesmos erros do passado”. 
(Emília Viotti da Costa)

O New York Times estampou: “Brasileiros choram a perda de um museu, e o declínio de uma nação”.
O Wall Street Journal escreveu: “Tesouros do continente em jogo no incêndio de museu do Brasil”.

    Como observou Elio Gaspari, “quem viu as primeiras reações dos hierarcas da burocracia cultural diante da tragédia da Quinta da Boa Vista teve o sofrimento adicional de ser tratado como cretino. O incêndio foi um acidente previsível, mas ainda assim foi um acidente. A estupidificação oferecida pelos hiercarcas foi empulhação deliberada”(…). Transferir a resposabilidade para a choldra que paga impostos é pura empulhação”.
FOI A CRÔNICADE UMA MORTE ANUNCIADA: gambiarras, infiltrações, fios expostos etc.

NOSSOS EX-PRESIDENTES VIVOS E O ATUAL (ao todo, seis), NUNCA PISARAM OS PÉS NO MUSEU.

PARA NOSSO GOVERNANTES CULTURA é artigo de segunda necessidade, é algo descartável.

O que vale são obras “vistosas”: estádios - hoje às moscas - para a Copa do Mundo. E o Legado Olímpico?

Preferem oferecer muito dinheiro para cantores (“Lei Rouanet”), via incentivos, que já são ricos o suficiente, e não precisam desses recursos, pois já garantem o lucro na bilheterias dos seus shows.

Pagamos o PREÇO DO DESLEIXO PELA CULTURA, PELA MEMÓRIA NACIONAL.

E tudo isso é irreparavél.

Como disse um leitor, “a verdade é que temos um país sem presente e sem futuro. Agora, pelo jeito, sem passado.

Um dia será diferente?
(Brasília, setembro e 2018)

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