Por Emanuel Medeiros Vieira
De acordo com o Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, divulgado pelo Ministério da Justiça, em relação ao tamanho da população, a Bahia fica em sexto lugar no ranking nacional, com uma taxa de 36 homicídios por 100 mil habitantes, atrás do Ceará (46,9), Sergipe (945), Pará (40), Mato Grosso (39,6), Espírito Santo (39,3). A Paraíba tem o mesmo índice da Bahia (936)
A Bahia é o estado que mais registrou assassinatos em 2014. Foram 5.450 homicídios, o que representa mais de 11 por cento de todos os assassinatos do país. Tais dados desmentem a insistente propaganda oficial do Governo da Bahia. No mundo da fantasia, para a Secretaria de Segurança do estado, a violência diminuiu.
Conversando com qualquer cidadão, o sentimento de medo é evidente. Conheci a Bahia ainda na década de 60, representando um grupo do movimento estudantil. Era um paraíso.
Até a década de 90, a gente sentia um clima bem mais seguro.
A estatística de homicídios na Bahia é de um país que está em guerra. O governo do Estado prefere desmentir os números.
É COMO CULPAR O TERMÔMETRO PELA FEBRE.
Quem mora na Bahia, em qualquer dos 417 municípios do estado como disse Herzem Gusmão, sabe muito bem que o estado perdeu o controle sobre a segurança pública.
O perigo é cair na mera resignação diante dos homicídios ocorridos em saidinhas bancárias, na explosão diária de caixas eletrônicos, nos latrocínios etc.
Para se ter uma idéia, o índice de homicídios nos estados do Nordeste, países com históricos de guerra civil, como o Congo (30,8), e com alta taxa de homicídios associada ao narcotráfico, como a Colômbia, (33,4), possuem taxas menores que a do Nordeste brasileiro.
A região Norte é a segunda colocada em taxa de homicídios (31,09). Em seguida, vem o Centro-Oeste (26,26) e Sudeste (16,91). Internamente, a taxa do Nordeste é maior que o dobro a região sul (14,36).
O que significam (sem o um exame mais profundo) tais números?
No Nordeste e na Bahia, existe alta circulação de armas e o estado desapareceu.
É só isso? Claro que não.
Mas são dados para que meditemos sobre o país em que vivemos. É preciso que o Brasil saiba que no lindo estado da Bahia (que tanto amo), não só existe Ivete Sangalo, Daniele Mercury ou Daniela Mercury.
A Verdade sempre liberta.
Fantasiar a realidade é o caminho mais facilitário – como gastar fortunas em propaganda, mas - será sempre o pior de todos.
É a “Pátria Educadora”?
Sem relação com o assunto em tela: alunos e professores ficaram quase 130 dias em greve na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Não ganharam nada. Voltaram à aulas.
Se fossem banqueiros, creio, teriam mais sorte.
Viva a Pátria Educadora! (Sem risos.)
Salvador, outubro de 2015
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