segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O cúmulo da pobreza


   Recebi uma denúncia do leitor Jonathan Cardoso que achei interessante divulgar aqui. O projeto de Biblioteca Comunitária implantado nos terminais urbanos dos bairro de Florianópolis é uma excelente idéia. Nele, você pode ilustrar-se e aprender absorvendo novos conteúdos além de praticar um excelente ato de cidadania. Pega de graça, usa, devolve e sugere novos títulos que poderá ajudar outra pessoa.
   Você pega os livros que não quer mais e os coloca em prateleiras que ficam em lugar bem visível nos terminais. Qualquer pessoa pode escolher a obra que lhe interessar e levá-lo para casa. Depois de ler, devolver e se possível acrescentar outro à biblioteca.
   Simples e honesto. 
   Mas educação não se acha no lixo. Em um país onde a falta de educação, a desonestidade e a malandragem vem das autoridades, dos dirigentes do país, fica difícil ensinar cidadania aos cidadãos.

   A denúncia:
   Boa tarde, Sérgio,
creio que seja do interesse da comunidade manezinha essa notícia:
   Algumas pessoas estão garimpando livros doados à biblioteca comunitária do TICEN, e vendendo aos sebos da região do terminal cidade de Florianópolis.
   Na última semana, encontrei em um dos sebos ali atrás do terminal (que gostaria de não divulgar) um livro que eu mesmo doei à biblioteca comunitária do TICEN há cerca de 3 meses. Confirmei que o livro era meu pois as pessoas para quem eu emprestei anotaram o nome e a época de leitura na primeira orelha do livro.
   Poxa, fico impressionado com as pessoas que se dão ao trabalho de "faturar" os livros em troca de uma mixaria na venda e também com os responsáveis por essa biblioteca, que poderiam simplesmente carimbar os livros, de forma a identificá-los e inibir a transação ilegal.
   Um abraço e parabéns pelo blog.
                                                                                                                                     Johnathan Cardoso

4 comentários:

  1. Lá em Brasília, há uns dez anos colocaram estantes com livros nos pontos de ônibus com o mesmo objetivo. Apesar da (má) fama da cidade, nunca ouvi falar que alguém pegasse os livros pra vender.

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  2. Gostaria de sugerir que a pessoa que doe o livro anote na orelha ou na primeira folha algo como " doação para Biblioteca Comunitária, TICEN " . Os proprietários dos Sebos com certeza vão entender a mensagem.

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  3. Na gestão anterior, os livros eram carimbados. Os sebos (a maioria deles) os rejeitava, mas os livros eram vendidos na sinaleira em frente ao Centrosul.

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  4. Teve sorte de achar o livro num sebo. Pior quando pegam para vender como papel para reciclagem. E já vi livros ali com carimbos de bibliotecas municipais, estaduais e até da UFSC, além das escolares. Livros didáticos de escolas públicas do PNLD que não podem ser descartados assim. Nem do aluno, nem do mestre. Precisam dar baixa, mas a SED nem disso cuida. São rigorosamente conferidos e registrados no recebimento e no final do ciclo de uso. É dinheiro público! É feita uma listagem com títulos, quantidade e os excedentes destinados a outras escolas. De escolas privadas não porque cada um comprou e pagou, dá o destino que quiser. Também os que são cortesias de editoras para análises e escolhas dos professores estão desembaraçados. Desde quando bibliotecas podem descartar acervo incluindo enciclopédias inteiras? Pegam livros em bibliotecas, não devolvem como bem é o perfil dos conterrâneos, e aparecem lá no Ticen? Nunca vi gente lendo nem revistas pegadas ali dentro dos ônibus, todo mundo alienado com seus fones e aparelhinhos com games, músicas ou redes sociais. Na espera entre ônibus raramente vejo gente lendo nos bancos, menos ainda em pé... Basta ver as imagens das câmeras que provam e comprovam que leitura ali é o que menos se vê, muita gente pega para levar quando interessa retalhar o livro ou juntar para reciclagem; uma Barsa inteira dá umas boas pedrinhas de crack, se é que não se deram conta ainda. A ideia é boa, mas a execução é péssima. Isso aqui não é Berlim onde, após a queda do muro, as pessoas vindas do lado comunista faziam filas para devolverem os livros que pegaram na biblioteca e não puderam devolver depois dos muros erguidos. Foi uma das coisas que mais chamou a atenção naqueles tempos pós-queda do muro, gente devolvendo livros mais de 30 anos depois de emprestados. Tem muita coisa errada e não é só desvio para sebos não! Infelizmente.

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