Por Eduardo Guerini
Puxando a corda do balde
no poço do tesouro estadual, seco de recursos para educação, saúde e
segurança, porém, cheio de desvios e
maracutaias palacianas para satisfazer a
sede de políticos e gestores corruptos.
Noutro
tempo, partidos, militantes e cidadãos
comuns ergueram a bandeira da “Ética na Política”, em todas as partes da
federação. A famosa transição democrática, o desejo de um projeto de nação, com
governos e governantes menos obscuros, guiavam a sanha por transparência e satisfação das necessidades essenciais de
uma população pauperizada e marginalizada.
O
legado das décadas de luta pela
democracia e ampliada cidadania,
demonstrou ser um caminho tortuoso, carregado de obstáculos e privações que
apontam para uma elevada insatisfação de parcela cada vez mais ampla da sociedade. Os partidos que outrora estavam ligados aos movimentos sociais na
base societal, tomaram postos nas esferas municipais, estaduais e federais.
O ápice foi à chegada do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder, com o apoio
do PMDB, partido com ampla capilaridade municipal.
Em
Santa Catarina, a federação decantada com um “modelo econômico”
equilibrado, de gente trabalhadora, famílias se alternam no poder estadual, com variantes entre situacionistas e
oposicionistas. A presença de sobrenomes costumeiros no comando, vez ou outra,
é alternada por um “capataz” ou “laranja” na condução da máquina governamental.
O
Poder Legislativo catarinense, casa de
representantes de mandato popular, se transformou em casa de subserviência rotineira,
depois do reinado de um governante descentralizador. Na alternância rotineira de
eleitos e suplentes – para satisfazer os desejos das bases partidárias, na
sucessão de presidentes da Casa, que são
agraciados com “mandatos temporários” no Poder Executivo, na raquítica e ocasional oposição que silencia diante de
descalabros corporativos, tais como:
funcionários fantasmas, inválidos
de festim aposentados, loteamento de
cargos em comissão e rapinagem salariais
de toda ordem dos funcionários de gabinetes de todos os partidos, etc.
Na
sucessão de fatos que são denunciados por órgãos externos de maneira
pálida e sem contundência, afinal, o
Tribunal de Contas de Santa Catarina, é uma casa de repouso de políticos em final de carreira, o Ministério Público está enredado na
genealogia do poder oligarca que se sucede na província, e, o próprio judiciário catarinense se submete sazonalmente aos interesses
palacianos do governante incumbente de plantão.
O
afastamento do Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, indiciado em
escandalosa rede de superfaturamento e subtração de recursos públicos –
fonte inesgotável de financiamento de campanhas eleitorais, nada mais é
que o sintoma grave que se observa no cenário nacional - a degeneração e corrupção em todos os grotões do Brasil.
O
caso catarinense resulta de uma equação perigosa e nefasta – oportunistas e interesseiros de ocasião
fazem do Estado seu balcão de negócios. Noutro lado, pragmáticos e corporativos traçam estratégias de se perpetuar no
poder utilizando todos os mecanismos necessários para usar o
aparato estatal – nomeando, contratando
ou subornando. Todos unidos em torno da corrupção e pilhagem do erário público.
Na trágica combinação da governabilidade com
cooptação, a ética se esvai ralo abaixo, as esperanças são esquecidas no fundo do poço. Que tenhamos uma “MUDANÇA” na festejada
alternância democrática, uma oposição
mais consistente e menos acanhada. SANTA CATARINA e o BRASIL merecem mais!!!
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