segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Temeridades e Raimundices na crise fiscal do Estado

por Eduardo Guerini


Realizando uma análise prospectiva da gestão governamental em tempo de cofres vazios.

   A classe política brasileira não consegue disfarçar seu abissal distanciamento daqueles ditames da gestão pública. O governante no plano federal ou estadual deve prever acontecimentos, planejando suas ações com base em diagnóstico realista sobre a encadeada relação da economia com a política.
   No tocante a gestão pública, a transparência dos acordos pautado no programa a seguir, é base dos princípios republicanos, ou seja, o interesse geral da sociedade, ainda que permeado por interesses difusos, deve o gestor ser um bom articulador político e racionalmente colocar em marcha um plano de gestão.
   O governo transitório de Michel Temer, fruto de uma fatalidade política – o impedimento de Dilma Rousseff, que cometia erros gravíssimos na condução da economia, e, para coroar era considerada uma inábil e inepta articuladora política junto aos representantes populares, repete tais imperícias, embora seja considerado um bom operador junto ao Congresso Nacional.  Nada é tão devastador quanto governo titubeante ou vacilante, a imagem que reflete junto à sociedade, é de fraqueza.  Mas como poderia ser um governo forte, se a base de apoio é orquestrada por Renan Calheiros, um presidente do Senado Federal polivalente em processos de corrupção passiva e ativa.
   Se no Planalto Central, toda a articulação está ferida de morte por falta de PROJETO DE NAÇÃO, com princípios nada republicanos orientando a ação governamental, resultado de denúncias contra ministros, falta de consenso em torno de medidas efetivas para recuperar a economia, o descompasso na política gera uma série de TEMERIDADES, contrastando capacidade política e resultados objetivos do Presidente da República e seu ministério. Daí a queda na confiança de consumidores, empresários, afastando todas as possibilidades de romper o estado de expectativas negativo que impera na republiqueta.
   Na província catarinense, o Governador Raimundo Colombo, envolvido em pedaladas fiscais, contabilidade criativa, reforça sua atuação com o realismo fantástico da propaganda institucional que irriga a mídia provinciana.  O cotidiano contrasta com as propagandas, o CAOS NA SAÚDE, a CRISE DE (in) SEGURANÇA PÚBLICA, o descalabro na EDUCAÇÃO, resultam de um colapso fiscal, fruto da recessão econômica e queda na arrecadação.  As raimundices do governador sempre acabam em entrevistas e prestação de contas, em clara tentativa de engambelar todos que tudo será resolvido, embora os problemas se potencializem diariamente.
   A impressão para o cidadão brasileiro e catarinense, diante da surpresa na queda da arrecadação, crescente endividamento do Estado, ausência de planejamento de longo prazo, e, constantes acordos nada republicanos, é que as técnicas de previsibilidade resultam da combinação de sorte com acaso.
   Neste cenário de crise fiscal do Estado, não resta outra alternativa senão REZAR aos deuses para que lancem alguma luz que oriente os catarinenses e brasileiros contra toda as TEMERIDADES E RAIMUNDICES produzidas no presente.  Afinal, o servilismo, a patronagem, o clientelismo, o patrimonialismo, são marcas incontestes do “governismo de cooptação” que se instaurou no Brasil e Santa Catarina.
A canalha política que nos representa agradece a fraqueza destes governantes, inflacionando seu apoio sem qualquer pudor ou ética.

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