Série de denúncias - exclusivas do Cangablog - culmina com prisões de políticos, empresários e funcionários públicos e com o desmantelamento de quadrilha que dilapidava os cofres do Estado.
Durante 11 anos as denúncias do Cangablog nunca tiveram repercussão na imprensa local. Calaram vergonhosamente por envolvimento com "autoridades" que operavam o assalto ao Estado.
Deputado Julio Garcia, presidente da Alesc, é preso pela Polícia Federal na 2ª fase da Operação Alcatraz

A casa (legislativa?) caiu
A Informação
foi confirmada pelo advogado dele nesta manhã de terça-feira. Deputado
foi até a sede da Polícia Federal prestar esclarecimentos e o mandado
prevê prisão domiciliar.

por Anderson Silva, Caroline Borges, Guilherme Simon e Juliana Gomes, G1 SC e NSC TV
O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), Júlio Garcia (PSD), foi preso na manhã desta terça-feira (19) em Florianópolis, na segunda fase da Operação Alcatraz. A informação foi confirmada pelo advogado do deputado, Cesar Abreu, que afirmou que o mandado que prevê a prisão domiciliar do político foi cumprido.
No total, a segunda fase da Alcatraz cumpre 34 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária. As ações acontecem em Florianópolis, Joinville e Xanxerê.
Até as 11h, 10 mandados de prisão preventiva e oito de prisão temporária haviam sido cumpridos. A Polícia Federal, em coletiva nesta manhã, não informou o nome dos detidos ou investigados. O caso está em sigilo, disse o órgão.
Garcia prestou esclarecimentos na sede da Polícia Federal e voltou para casa. Além do deputado, Jefferson Colombo, dono da empresa Apporti Soluções, foi preso preventivamente. A defesa do empresário confirmou a informação.
A investigação apura a suspeita de fraudes que ultrapassam R$ 500 milhões. A segunda fase da operação, chamada de "Hemorragia", tem como alvo uma suposta organização criminosa suspeita de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro em Santa Catarina.
Eduardo Pinho Moreira também é alvo da Operação Alcatraz
Polícia Federal interrogou o líder político durante operação Hemorragia, segunda fase da Alcatraz
O ex-governador Eduardo Pinho Moreira, do MDB, também foi alvo da operação Hemorragia, segunda fase da Operação Alcatraz, deflagrada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal.
O envolvimento do ex-governador foi informado por delegado federal que conduz a operação, na entrevista coletiva desta manhã.
MPF, Polícia Federal, Receita Federal e MP de Contas/SC deflagram 2ª fase da Operação Alcatraz
Medidas de busca e apreensão, prisão e
sequestro de bens estão sendo cumpridas em investigação que apura crimes
de fraude em licitação, peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e
organização criminosa
Desde o começo da manhã desta terça-feira (19) equipes da
Polícia Federal, com apoio de auditores da Receita Federal e de
servidores do Ministério Público de Contas (MPC) de Santa Catarina,
estão cumprindo 11 mandados de prisão preventiva, nove de prisão
temporária e 34 mandados de busca e apreensão em Florianópolis,
Joinville, Biguaçu e Xanxerê, expedidos pela Justiça Federal de
Florianópolis, em investigação conduzida na denominada Operação
Hemorragia, que investiga crimes conexos àqueles apurados no âmbito da
Operação Alcatraz.
Ainda para assegurar a reparação do dano ao
erário e a perda dos vultosos valores auferidos ilicitamente pelos
investigados, decisão do juízo substituto da 1ª Vara Federal de
Florianópolis também determinou o bloqueio de valores via sistema
Sisbajud e a indisponibilidade de bens imóveis via sistema CNIB de 17
pessoas investigadas e 14 empresas supostamente envolvidas nas fraudes e
desvios; além do sequestro de 7 imóveis (apartamentos, terrenos, casa e
vagas de garagem) em nome de familiares ou empresas relacionadas a um
dos investigados e de dois veículos por ele utilizados. Também foi
determinado o sequestro, apreensão e restrição de circulação de 14
veículos de investigados e empresas envolvidas, entre esses, vários que
podem ser considerados como "veículos de luxo".
A investigação
teve início em julho de 2018, a partir de representação da Receita
Federal, que noticiava, além da sonegação de tributos federais, indícios
de elevado desvio de recursos públicos em contratos do governo
estadual, envolvendo a empresa responsável pela gestão do plano de saúde
dos servidores estaduais (SC Saúde) e empresas da área de tecnologia da
informação (TI).
A partir da análise de diversas licitações e
contratos realizada por técnicos do MPC de Santa Catarina, dados
bancários e fiscais das pessoas e empresas envolvidas e de elementos
obtidos na Operação Alcatraz, a investigação revelou inúmeras
irregularidades em diversas dessas contratações, ocorridas nas gestões
anteriores do governo estadual (entre 2006 e 2018), firmadas por várias
secretarias estaduais - em especial pela Secretaria de Estado da Saúde,
com fortes indícios de vultosos prejuízos ao SUS - por empresas estatais
(Casan, Celesc e Epagri) e até mesmo pela Assembleia Legislativa do
Estado.
Conforme o apurado, os procedimentos licitatórios eram
reiteradamente fraudados e direcionados para as empresas envolvidas no
esquema criminoso, sendo as contratações com essas empresas prorrogadas
indevidamente, também para beneficiar os integrantes da organização
criminosa.
Os contratos envolvendo a empresa responsável pela
gestão do SC Saúde resultaram em pagamentos, entre julho de 2011 e junho
2019, de mais de R$ 400 milhões, com possível desvio e pagamento de
propina a agentes públicos de ao menos R$ 66,5 milhões. Com relação às
empresas de TI, somente uma delas manteve contratações com a Secretaria
de Estado da Saúde que importaram em pagamentos de mais de R$ 76,4
milhões, entre 2009 e 2019. Os possíveis desvios e pagamentos de propina
nessas contratações de empresas de TI perfazem o montante de pelo menos
R$ 26 milhões.
De acordo com as investigações, os procedimentos
licitatórios e contratações eram fraudados mediante a ação direta dos
agentes políticos que lideravam o esquema criminoso e/ou por meio da
atuação de servidores públicos envolvidos ou de apadrinhados, que
ocupavam cargos na administração pública, a partir da indicação dos
agentes políticos que comandavam a organização criminosa. Empresas de
fachada, contratações fictícias e volumosos saques em espécie eram
empregados para o desvio dos recursos públicos.
Os membros do
Ministério Público Federal que integram a força tarefa da Operação
Alcatraz destacam que os resultados obtidos até o momento nas
investigações e ações penais em curso, que sem dúvida alguma representam
o maior esforço de combate à corrupção já ocorrido no âmbito de Santa
Catarina, somente estão sendo possíveis a partir de uma atuação
estritamente técnica e impessoal, conduzida de forma coordenada e
articulada entre todas as instituições públicas envolvidas.
Ministério Público Federal em SC
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