“Cai o rei de Espadas/Cai o rei de Ouros/Cai o rei de Paus/Cai não fica nada” (Cartomante. Ivan Lins)
Comumente, um governo perde legitimidade quando suas ações denotam um afastamento das demandas populares, com baixa aprovação junto à opinião pública, redução da adesão das lideranças políticas e empresariais, perda do controle legislativo institucional dos partidos políticos no âmbito do Congresso Nacional.
O governo Michel Temer ancorado na coalização político-econômica conservadora pretendia construir uma “Ponte para o Futuro” viu ruir rapidamente seu apoio com denúncias sucessivas de corrupção ativa-passiva e formação de quadrilha. De fato, as quadrilhas partidárias tomaram o poder estatal brasileiro, tratando de implementar políticas de atendimento aos financiadores e apoiadores das candidaturas vencedoras de pleitos eleitorais, orientados na maioria dos casos por interesses “nada republicanos”.
Os maiores partidos políticos brasileiros desde a transição democrática em 1985, se envolveram em rumorosas transações, com uso e abuso de recursos públicos em projetos de poder com apoio de Caixa 2, desvios de verbas estatais para fortalecimento de partidos políticos e suas lideranças, dos anões do Congresso Nacional ao Mensalão, do Mensalão ao Petrolão, a sociedade brasileira estupefata descobriu na Operação Lava a Jato, como se faz a política palaciana. Todas as bases de legitimidade e representatividade entre governantes/governados, representantes/representados, sucumbiram ao pragmatismo político.
O instável se transformou em duradoura crise sob a batuta reformista (sic) de Michel Temer. A economia continua dando o tom pessimista, com expectativas de crescimento do PIB em 2018, inferior a 2%. O nível de desemprego e informalidade atinge o ápice em cada publicação do IBGE/CAGED. O Brasil assiste passivamente o descalabro de um governo sem norte ou direção, capitaneado por uma elite política e empresarial submetida aos desejos dos agentes de Mercado.
Comumente, o réquiem ou missas de réquiem são missas cerimoniais fúnebres para conceder o descanso eterno de mortos, geralmente com grandes composições musicais para indicar a passagem da vida terrena e profana dos homens ao mundo celestial.
Recentemente, Michel Temer se intitulou um “iluminado” Presidente da República que pacificou o Brasil no momento da maior crise brasileira, com retorno de vivandeiras de caserna pedindo a intervenção militar. Tal passagem indica um governo cambaleante, trôpego de ações institucionais, carente de representatividade e legitimidade. O silêncio das lideranças políticas e empresariais no cenário caótico que se generalizou no Brasil, traduz o réquiem do Presidente e seu governo. As assombrações com o passado, o flerte com o caos, na “missa defunctorum” de Temer, a esperança que se renova: temos uma nação para reconstruir, com lastros éticos e justiça social!!
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