segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Uma coisa é uma coisa...

...assim como outra coisa, é outra coisa completamente diferente.
 
por Marcos Bayer
   Temos pelo menos três riachos correndo em direção ao poder.
   O primeiro, um pedido de impeachment feito por um cidadão catarinense contra o governador Moisés, a vice governadora e um secretário estadual. A causa do pedido é um aspecto administrativo visto que a Constituição Estadual garante a isonomia salarial entre os procuradores dos três poderes.

Art. 196. Aos Procuradores dos Poderes do Estado e aos delegados de polícia é assegurado o tratamento isonômico previsto no art. 26, §§ 1º e 2º, aplicando-se-lhes o disposto no art. 100, I a III.

   A lei constitucional está acima das outras.
   Não se deve dar importância ao pedido de impeachment em curso.
   É balela.
 
   Em segundo plano, temos uma CPI realizada pela ALESC, óbvio, durante mais de 60 dias com a participação de vários deputados e a oitiva de inúmeros envolvidos, provas documentais, acareações e etc.
   Ela concluiu pela condenação do governador e mais 13 pessoas, todas envolvidas numa compra mal resolvida dos respiradores chineses no valor de R$ 33 milhões de reais, pagos antecipadamente e ainda não entregues.
   Este é o fato político principal. Criminalmente é mais do que óbvio que houve corrupção cristalina.
   E há um terceiro riacho, chamado Operação Alcatraz que investiga o atual presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, por eventual participação em corrupção com verbas federais. Se a Juíza aceitar a denúncia do MP Federal, implica na retirada de Júlio da linha sucessória. Visto que, já foi assentado no STF que na linha sucessória presidencial, não pode haver réus. Logo, por analogia, o mesmo ocorre nós Estados.
   O impeachment em curso não tem consistência. Nem legal e nem política.
   A CPI e seu relatório têm absoluta consistência, tanto política quanto criminal.
   A Operação Alcatraz é uma incógnita. Temos que aguardar pelos desdobramentos. O que se sabe, pela literatura cinematográfica, é que só o Clint Eastwood escapou.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário