por Marcos Bayer
Este artigo é uma homenagem ao Presidente Itamar Franco, sucessor de Fernando Collor em razão da renúncia diante do pedido de impeachment em 1992.
Itamar Franco foi um político correto.
Marcado está para o dia 14 de Dezembro próximo, a apreciação de mais um pedido de impeachment do governador Moisés da Silva
Desta vez serão apreciados alguns itens relativos aos gastos realizados ou pretendidos durante a pandemia do Coronavírus.
Esta será uma oportunidade para banir da vida pública pessoas de discurso fácil sem qualquer compromisso com o interesse público.
Não vou falar dos detalhes da operação de R$ 33 milhões de reais pagos antecipadamente por respiradores chineses que não chegaram ao Ocidente.
Nem do hospital de campanha de R$ 76 milhões pretendido em Itajaí. Nem das bandalheiras nos portos de Santa Catarina, agora investigadas pelas autoridades competentes.
Nem de uma verba publicitária de R$ 2,5 milhões paga a uma agência de publicidade para ensinar ao cidadão como conviver com a pandemia, quando todas as estações de rádio e televisão falam em lavar as mãos e usar máscaras, mantendo um distanciamento mínimo de dois metros, uns dos outros.
Nem falarei das festas no palácio residencial para comemorar o isolamento governamental. Nem da boçalidade ou da presunção cega incomum aos sábios.
O Tribunal Especial de Julgamento representa o povo catarinense. São cinco parlamentares e cinco juízes de segundo grau.
Escrevo como representado. Peço que lembrem das verbas publicitárias fáceis que irrigam a formação da chamada informação livre e independente dos órgãos de comunicação e seus porta-vozes. De uma meia dúzia de publicitários que vive nababescamente do fruto dos tributos dos catarinenses. E que ainda zombam de todos nas festas divulgadas nos meios sociais. Como se não bastassem os fundos partidários, regiamente pagos aos partidos políticos, ainda fazem a festa da propaganda vendendo candidaturas como se fossem marcas de sabonete.
Onde está a ética da vida pública? Onde estão os homens de Estado? Onde foi parar a decência.
Lembro do Senador José Paulo Bisol, um dos membros da CPI que levou Fernando Collor ao beco sem saída.
Dizia ele: Há uma ética da obediência e uma ética do dever, como ensinou Goethe
Na ética da obediência, o pai diz ao filho para não nadar em determinado rio, sob pena de afogamento, em razão da forte correnteza.
Na ética do dever, o filho desobedecendo ao pai, joga-se nas águas do mesmo rio para salvar a vida de seu amigo, já próximo da morte pela fúria das águas.
Este conflito ético alguns deputados deverão viver. Obedecer ao acordo do golpe ou desobedecer e salvar Santa Catarina.
Temos uma oportunidade única para mostrar que Santa Catarina é um Estado de gente digna e não uma esbórnia como querem fazer.
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