segunda-feira, 30 de dezembro de 2019
Inspetor Clouseau e os detalhes da vida.
- Muito bem, respondeu ele.
Ajudante de Ordens - O senhor viu a satisfação da cidade com a inauguração da Ponte Hercílio Luz, apesar do roubo?
Inspetor Clouseau - Vi. Vi sim. Impressionante. No interior é que há alguma resistência. Dizem que gastamos muito na capital.
Ajudante de Ordens - Não seria intriga da vice governadora?
Inspetor - Não, não é. O Esmeraldino me disse que ela está nervosa por outros motivos.
Ajudante de Ordens - Quais os motivos, Inspetor?
Inspetor - Ele queria que ela fosse laranja. Coisas do PSL. Mas, ela é agricultora e planta pêssegos. E laranja é laranja e pêssego é pêssego.
Além do mais ela é muito trabalhadora. Não para. É um trator. Ela é alemã. Eu sou mais açoriano. Gosto do siri, cerveja e do mar. Salva vidas fica só na espera.
Ela não. Se não trabalha, adoece.
Ajudante de Ordens - E falando em trabalho, deu no jornal que o seu contracheque é de R$ 83 mil reais.
Inspetor - São R$ 30 mil como governador e duas vezes de R$ 26 mil, como coronel, incluindo o 13 salário.
Ajudante de Ordens - E a metade do 13 salário, R$ 13 mil, que os funcionários públicos recebem em Junho? O senhor não recebeu?
Inspetor - Não sei. Só faço conta quando falta. Quando sobra, eu deixo estar.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2019
Inspetor Clouseau e a Ponte Hercílio Luz
- Bom dia Inspetor!
Inspetor
- Olha, minha área é salvamento de vidas. Mas, pelo que se lê, os que
praticam o roubo grande, depositam em bancos no exterior. Normalmente
eles têm algum amigo experiente que trata disto. Já os que praticam o
roubinho, abrem uma lojinha comercial para lavar o dinheiro. As vezes
uma loja de chocolates finos no shopping center.
- Como vão as coisas? Perguntou o Ajudante de Ordens.
Inspetor
- Maravilhado com o final deste ano. Sobrevivi ao Júlio Garcia. Paguei
dívidas do Raimundo Colombo e vou entregar a Ponte Hercílio Luz ao povo.
Ajudante de Ordens - E o que o senhor achou do resultado da CPI da Ponte?
Inspetor
- Olha, nada. Não pega nosso pessoal. Só pega o deles. Quando você
chegar ao coronelato vai entender que na vida pública existem dois tipos
de roubo.
Ajudante de Ordens - Quais são Inspetor?
Inspetor - O primeiro é o roubão, o roubo grande, como eles praticaram nas obras da
Ponte. Como eles fazem nas licitações das obras públicas. O segundo
tipo é o roubinho. Roubam na compra do café, do açúcar, do combustível e
até no salário dos funcionários em cargos comissionados. As famosas rachadinhas.
Ajudante de Ordens - E por que eles escapam da prisão?
Inspetor
- Nem todos. O Lula foi preso. E com ele vários outros. O deputado
Romildo Titon foi condenado a 10 anos. O Júlio Garcia e o Gean Loureiro
estão sendo investigados.
Ajudante de Ordens - E como fazem para escapar?
domingo, 15 de dezembro de 2019
Inspetor Clouseau e o poder político
-Vamos nadando em maré alta, meu caro Ajudante de Ordens.
Ajudante de Ordens – E as Festas de Final de Ano?
Alguma novidade?
Inspetor – Não, nada especial. Vou passar
o Natal e o Ano Novo no sul, comer camarão e tomar chopp no BOIÃO, no molhe da Barra, em Laguna. Li sobre o AMIGO SECRETO no Cangablog. Ainda bem que não participei, apesar de convidado. Vamos para o segundo ano sem grandes novidades. É a nova política. Sem muita graça, sem muita emoção, sem corrupção.
o Natal e o Ano Novo no sul, comer camarão e tomar chopp no BOIÃO, no molhe da Barra, em Laguna. Li sobre o AMIGO SECRETO no Cangablog. Ainda bem que não participei, apesar de convidado. Vamos para o segundo ano sem grandes novidades. É a nova política. Sem muita graça, sem muita emoção, sem corrupção.
Ajudante de Ordens – Sem muita graça e sem muita emoção
é visível. Quanto à corrupção temos que ficar atentos, Inspetor.
Inspetor – Olhe, anote aí algumas
providências, entre elas expressar nossos votos de BOAS FESTAS aos leitores do Cangablog que tem dado uma cobertura
muito boa ao nosso governo. Mais até que os jornais que gostam de dar
“mordidas” pela SECOM.
Ajudante de Ordens – Eu gostaria de saber uma coisa
Inspetor. Como é que vamos disputar sua sucessão com o partido dilacerado,
negando o apoio do Bolsonaro na sua eleição e sem dinheiro?
Inspetor – Calma meu caro. Na hora certa a MAÇONARIA se manifesta e nos apoia.
Ajudante de Ordens – Qual MAÇONARIA Inspetor? A do Salomão Ribas, a do Júlio Garcia ou a do
Gean Loureiro?
Inspetor – A nossa meu caro, a nossa...
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
domingo, 24 de novembro de 2019
carmina burana
O ano era 1992.
Morava com as crianças em Iguaçu. Eram três. Jerônimo, Isadora e Ramiro.
Lembro das fitas cassete deles...Cidade Negra, Skank...por aí.
Eu gostava de tudo, musicalmente, desde que com qualidade. A minha qualidade, é claro.
Assim como eu curtia as músicas deles, eles obrigatoriamente acabavam escutando as minhas.
Lembro que o Ramiro, o menor, se ligou muito na Fortuna
Morava com as crianças em Iguaçu. Eram três. Jerônimo, Isadora e Ramiro.
Lembro das fitas cassete deles...Cidade Negra, Skank...por aí.
Eu gostava de tudo, musicalmente, desde que com qualidade. A minha qualidade, é claro.
Assim como eu curtia as músicas deles, eles obrigatoriamente acabavam escutando as minhas.
Lembro que o Ramiro, o menor, se ligou muito na Fortuna
O AMIGO SECRETO
De passagem por esta maravilhosa Ilha de Santa
Catarina, mais uma vez, para comemorar as festas natalinas com os amigos e
ex-alunos que estiveram comigo em Coimbra, a universidade portuguesa onde
leciono, os flamenguistas guiados pelo nosso técnico e o que ouvi sobre esta
instituição pré-natalina chamada de AMIGO
SECRETO.
Com os salários cada vez mais fracos, os preços mais
caros e do desemprego no Brasil, o AMIGO
SECRETO míngua.
Contaram-me, então, como foi o AMIGO SECRETO entre alguns políticos deste laborioso Estado de
Santa Catarina.
Reunidos em algum clube de lazer à beira mar, um deles
disse: - Meu amigo gosta de letras.
Dúvidas no ambiente. - Letras do Tesouro
completou. Imediatamente foi identificado.
Outro disse: - Meu
amigo gosta de alterar a constituição estadual para facilitar o ingresso na
vida política. Nenhuma dúvida pairou no salão.
O terceiro anunciou: - Meu amigo gosta de estradas asfaltadas com dinheiro público até à
porteira de sua fazenda. Não acertou no primeiro anunciado. Então
completou: - Na Coxilha Rica.
Acanhado, o amigo identificado sorriu.
Outro mencionou: - Meu
amigo gosta de construir praias urbanas em zonas poluídas por lançamento de
esgoto pluvial e cloacal. Acertou na primeira.
Mais uma chamada: -Meu
amigo já foi presidente da Assembleia Legislativa e gosta de participar de
licitações. Identificado na primeira tentativa.
Mais um participante: -Meu amigo é deputado estadual, gosta de cavar poços artesianos e levar
vantagem. Acertou na mosca.
Outro participante disse: - Meu amigo foi vereador e gostava de trazer caixas de vinho da Argentina
sem nota fiscal.
E assim, noite adentro, felizes trocaram seus
presentes às expensas do caríssimo contribuinte.
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O AMIGO SECRETO":
Jornalista Rubim,
Diga ao Prof. Roubão que ele esqueceu do ex-presidente da empresa de luz que fez um contrato com outra cuja sede era num monte real. E que o ex-presidente da ALESC foi presidente do TCE.

Jornalista Rubim,
Diga ao Prof. Roubão que ele esqueceu do ex-presidente da empresa de luz que fez um contrato com outra cuja sede era num monte real. E que o ex-presidente da ALESC foi presidente do TCE.
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Brasil em 3 D – o Estado Desvinculado, Desobrigado e Desindexado
por Eduardo Guerini
“Como
país, acho que o Brasil não tem saída – não é trágico, como o México, não; é
apenas letárgico, egoísta, autocomplacente, meio maluco. O país perdeu a
inteligência e a consciência moral. (...) A ignorância pesa sobre o povo como
um nevoeiro. A intriga política alastra-se por sobre a violência, a sonolência
enfastiada do país. Não é um existência; é uma expiação.” (Elisabeth Bishop,
poeta americana)
No jargão da realidade virtual e da ótica, uma
visão tridimensional garante a capacidade de compreender os fenômenos que “a
olho nu” não percebemos, desde as variações das sombras, o movimento, gerando
uma “paralaxe” que encampa a visão do deslocamento dos objetos observados em
pontos ligeiramente diferentes que fundidos no cérebro fornecem informações quanto
à profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos. Eis que a visão
ultraliberal da economia no governo Bolsonaro, consegue gerar um efeito
totalmente distinto, retomando a forma unidimensional para resolver problemas
complexos da sociedade brasileira clivada por desigualdades e iniquidades,
gerando um efeito distorcido da atuação necessária do Estado. Em síntese, a visão antiestatal se traduz no
jargão “Menos é Mais”, ou seja, menos Estado e mais mercado.
Do ponto de vista político, o Ministro da Economia
assume um versão cataclísmica da crise fiscal que assola a União, Estados e Municípios,
dando um tiro mortal na Constituição de 1988, que primava pela autonomia e
emancipação em prol da cidadania. A ausência de um movimento político para
formar uma nova Assembleia Constituinte, tratando os problemas socioeconômicos
e políticos atuais, são tratados como mero apêndice a ser aprovado por
Propostas de Emenda Constitucional (PECs), num Congresso Nacional subserviente
e passivo.
O protocolo no Senado Federal de três Propostas de
Emenda, são descritas na PEC 186/2019
que institui os gatilhos para conter gastos públicos em caso de crise
financeira na União, Estados e Municípios, proibindo o endividamento público
para despesas correntes (salários do funcionalismo, benefícios de
aposentadoria, contas de energia e outros custeios), inclusive, com redução de
jornada de trabalho e salários dos servidores públicos.
Noutro eixo, desvincula fundos públicos (PEC 187/2019), com revisão
constitucional e infraconstitucional para liberar (destravar) aproximadamente
R$ 200 bilhões dos fundos setoriais, no abatimento de dívida pública. É a
sangria de recursos públicos setoriais para desenvolvimento da infraestrutura
em prol do sistema financeiro.
No caso da PEC
188/2019, o Pacto Federativo se traduz em profundas alterações na divisão
dos recursos da União, Estados e Municípios, prevendo a descentralização dos
recursos do pré-sal; a criação do Conselho Fiscal da República, que avaliará
trimestralmente a situação financeira dos Estados, medidas de desvinculação,
desindexação e desobrigação do Orçamento.
No apadrinhamento político pelo líder do Governo,
as propostas de iniciativa parlamentar tramitam pelo Senado Federal, em clara
tentativa de evitar percalços na aprovação da mais radical alteração do Estado
brasileiro.
No campo econômico será a desobrigação fiscal da
União para com Estados e municípios endividados, como destaca o título de
“transformação do Estado”, com instituição do modelo de “shutdown” ou “emergência
fiscal, com desvinculação de fundos públicos, reforma tributária e onda de
privatizações. Existe a previsão de extinção do PPA (Plano Plurianual),
planejamento de médio prazo de ações governamentais, com objetivos e metas
definidas, e, consequentemente, se estabelecer uma normatização no orçamento na
forma de fluxo-financeiro, com realismo orçamentário, com controle de
benefícios tributários, limitados a 2% do PIB, em 2026. Na desobrigação desvinculante da União para
entes da República Federativa, as frases contundentes “cada um assume sua
conta” e “quem fez a dívida, arca com ela”, aduzem a noção de quebra federativa
no esteio da reforma ultraliberal.
A desvinculação de fundos setoriais para
amortização da dívida pública, traz em seu bojo, uma “saída de emergência”, a
desindexação de despesas obrigatórias com fundos que serão livremente
movimentados, inclusive para os gastos como educação e saúde, que incluirão
sorrateiramente, as despesas com pensões e aposentadorias dos funcionários
públicos. Todos os fundos tem um destino certeiro, a amortização da dívida pública, para alegria
do sistema financeiro. É o
desmantelamento do serviço público sem prosa nem verso.
No caso do municipalismo, as medidas de
fortalecimento da federação, emanam pérolas do modelo de “Estado Leviatã”, as
metas para incorporação/extinção de municípios com menos de 5 mil habitantes e
arrecadação própria menor que 10% da receita total, transforma municípios em
distritos. Neste contexto, levantamento preliminar aponta que, aproximadamente
22,5% dos municípios brasileiros, cerca de 1.253 cidades brasileiras e 65
cidades catarinenses, são elegíveis ao desaparecimento. O famoso jargão “mais é
menos”, propõe a eliminação de 20.000 cargos, de prefeito a servidores
municipais. Uma população de 2,6 milhões de habitantes no Brasil será relegada
ao abandono, com o retorno do “coronelismo de voto”, do compadrio e
clientelismo para assistência social, educação, saúde e infraestrutura
condizente ao padrão mínimo do ético civilizatório. O retorno ao Brasil de
grotões com ausência total ou parcial da intervenção do Estado, nega o espirito
republicano.
O pressuposto da transformação do Estado brasileiro
no pacote sugestivamente apresentado como “Plano Mais Brasil”, é um freio de
desarrumação no combalido federalismo proposto nos marcos constitucionais de
1988, um ataque ao planejamento de políticas públicas orientadas de forma
republicana, com obrigações vinculadas da União, Estados e Municípios,
principalmente para áreas de proteção e promoção social, como: educação, saúde
e assistência social.
A “paralaxe cognitiva” orientada por fantasmas
iliberais conduz a retrocessos políticos, sociais, econômicos e culturais na “terra brasilis”. O Ministro da Economia
no governo Bolsonaro, age tal qual um burocrata de gabinete na formulação de
políticas públicas, com visão turva e caótica sobre a realidade continental
brasileira e sua complexa diversidade socioeconômica e cultural. No afã de
sobrepor um radicalismo liberal, sua saga é definir o tamanho do Estado
brasileiro, preferencialmente por seu desejo, o mínimo e menos intervencionista
possível. O problema é que a sociedade
brasileira é um mar desigualdades e injustiça social, em que o Estado não pode
ser dimensionado por seu tamanho ou regulação na caótica realidade, exigindo um
Estado adequado as necessidades básicas, conquanto universais, que promovam a
justiça e o desenvolvimento equilibrado.
Na atual conjuntura, a alteração constituinte que
reescreve a estrutura fiscal nos gastos do governo, reduzindo as
responsabilidades da União, transferindo para o mercado, inclusive a proteção
social, o pacote proposto emana a máxima do escritor Affonso Romano de
Sant´Anna (1980):
“Uma coisa é um país,
outra um ajuntamento. Uma coisa é um país, outra um regimento. Uma coisa é um
país, outra o confinamento.”
O Brasil
continuará refém do fiscalismo bastardo para satisfazer a ganância do mercado e
sistema financeiro, ou, se libertará do velho receituário neoliberal para
combater a escandalosa pobreza e péssima distribuição de renda?
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
Inspetor Clouseau e a apneia
- Bom dia Inspetor!
- Bom dia, meu caro Ajudante de Ordens. Como vai?
Ajudante de Ordens – Apreciando o cenário nacional. Essa decisão do STF deu uma aliviada geral para o pessoal que gosta de botar a mão no baleiro do dinheiro público.
Inspetor – É verdade. Tem gente dormindo melhor, inclusive aqui em Santa Catarina.
Ajudante de Ordens – O senhor tem falado com o Julio Garcia?
Inspetor – Não, não... Estou preocupado com as entregas, com a transparência, com a administração. Inclusive vou ficar no PSL. Mesmo que o presidente saia.
Ajudante de Ordens – Quais são as entregas?
Inspetor – Estamos entregando o possível. Entregamos cartas, entregamos esperança, entregamos algumas obras! Entregamos junto com o MDB, às vezes.
Ajudante de Ordens – E com o Lula na rua, como vai ser?
Inspetor – Temos que ver. É cedo para avaliar. Pode haver um confronto entre o PT e o PSL. Isto seria ruim para o Brasil.
Ajudante de Ordens – E como estão as relações com os municípios?
Inspetor – Criamos a Central dos Municípios. O prefeito liga para o número 17 e a gravação atende. Se for dúvida, digita 1. Se for falta de recursos, digita 2. Se for denúncia, digita 3. Depois nós respondemos.
Ajudante de Ordens – Como o senhor avalia nosso governo?
Inspetor – Avalio muito bem. Ainda não temos nenhum caso de corrupção e estamos consertando o legado do Raimundo Colombo. Além disto, para suportar a pressão, faço apneia no Ribeirão da Ilha, uma vez por semana. Nos outros dias faço cerveja artesanal e bebo. O efeito é o mesmo.
INSPETOR CLOUSEAU NO RIBEIRÃO DA ILHA, NO HOTEL DO ALEMÃO, PREPARANDO-SE PARA MAIS UMA SESSÃO DE APNEIA.
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