No outro dia postei no FB uma tirada dela onde demonstra uma preocupação com o Papai Noel: "mãe, acho que o papai noel não vai trazer nada para mim...eu chorei para tomar banho, reclamei pra dormir, não obedeci a mãe às vezes... Mas era meu direito não fazer essas coisas! O papai noel sabe do meu direito?"
Só 1% Papai Noel! |
- As ações hoje não valem mais nada! Estou quebrado! De saco cheio! Disse o bom velhinho.
Ao saírmos, a Luisa me falou ao mouvido com uma carinha de chororô:
- Vô, eu não fiz os pedidos!
Morri de pena e fui obrigado a improvisar uma explicação. Disse que quando o Papai Noel encostou a cabeça na cabeça dela, captou todos os desejos e pedido. Que ela poderia ficar tranquila.
- É verdade vô?
- Claro! respondi e mudei de assunto.
Depois fomos andar no carroção do velho oeste que circulava por uns trilhos no meio da floresta de Natal que decora o saguão do shopping. Foi divertido!
Findo o programa fui intimado a almoçar. Pegamos a escada rolante, onde a Luisa sobe sozinha e independente e nos encaminhamos para a praça de alimentação. A escolha do cardápio foi um pouco complicada. Frango ou peixe, salada...qual salada? e com direito a perguntas se as verduras eram orgânicas.
Sentamos para almoçar, e começamos a comer misturando colheradas com muita conversa. A coisa não andava muito. No meio do almoço o clássico pedido. - Vovô, quero fazer xixi!
Putz, o banheiro fica, agora, do outro lado da praça de alimentação. Pedi a um casal de americanos que estava ao nosso lado, para cuidar nossos pratos e bebidas que já voltaríamos. A caminho falei para a Luisa que ela teria que entrar sozinha pois eu não poderia entrar no banheiro feminino. Ela, cheia de independência e confiança, falou que tudo bem. Entraria sozinha. Uma mocinha...pensei com um certo orgulho!
Fiquei na porta esperando. Passou pouco tempo e já achei que estava demorando. Fiquei pensando se o banheiro estava limpo, onde ela colocaria as mãos...essas coisas de avô preocupado.
Logo a porta se abriu e a Luisa apareceu correndo, me dando a mão e dizendo: - vamos terminar de comer, né vô?
Ao retornar à mesa agradecemos ao casal "gringo" e sentamos.
- Vô, cadê o meu suco?
Realmente estava faltando uma garrafinha de suco natural de laranja que ela havia
escolhido. Olhamos para o casal ao lado e, com cara constrangida, nos disseram que um homem passou e levou a garrafinha. Pode? Eu me indignei e larguei a palasvra, ladrão! A Luisa, na sua inocência, me falou: - Vô, será que ele pensou que era a mesa dele?, melhor assim, pensei, concordando com ela.
Teminamos o almoço, arregalei os olhos, cheguei perto dela por cima da mesa e falei com ar de cumplicidade que almoço com o vô era com direito à sobremesa. Ela, em um primeiro momento também arregalou os olhos concordando para logo em seguida, depois de "elaborar" a proposta, me dizer: - eu não como mais sobremesa vô. Não como açúcar!
- Mas nem um sorvetinho???!!!
- Só de casquinha, então, vô!
Bem, passeio completo, fui devolver a criança para a mãe. Depois que saí, a Luisa fez a seguinte observcação:
- Mamãe o vovô não pensa numas coisas! Ele me mandou sozinha no banheiro para fazer xixi porque disse que não podia entrar!
Crianças...crianças...
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