sexta-feira, 27 de março de 2015

Como faço para virar um empresário do PT?


   Esta pergunta atormentou o ex-mega empresário, Eike Batista, durante muito tempo. Segundo assessores próximos, o empresário repetia a pergunta de vez em quando, em voz alta, para si mesmo, sem se preocupar com quem a ouvia. 


   O tormento tem origem lá em novembro de 2002, logo após a vitória de Lula para a presidência da República. Segundo a jornalista Malu Gaspar, autora do livro Tudo ou Nada, sobre a trajetória de vida de Eike Batista, uma comitiva de petistas visitou o escritório da holding EBX no Rio.

   Os petistas foram diretos: o partido tinha deixado uma dívida de alguns milhões de reais no caixa 2 e mais 700 mil reais nas doações oficiais.  Precisavam tapar os rombos e, para pressionar, repetiam o discurso de que Lula precisava se aproximar do empresariado, "empresários do PT", diziam.

   Eike gostou do "empresários do PT", e entrou com uma ajuda de seis zeros, algo entre 1 milhão e 9 milhões de reais, no caixa 2. Mas os petistas insistiam em que deveria haver um registro, para efeito contábeis, na prestação de contas à Justiça. Só que naquele ano os ganhos com vendas de participação em empresas - o grosso das receitas dos negócios de Eike - não serviam como fonte de renda para doação de campanha.

   Dinheirinho da Playboy
   Mesmo com dinheiro para doar, Eike estava em uma sinuca de bico, não poderia oficializar nada. Mas para esses casos, sempre se acha uma solução. Alguém, da assessoria íntima, lembrou que a única pessoa que tivera renda declarada no ano fiscal anterior fora Luma de Oliveira, ainda mulher de Eike. Luma havia declarado os ganhos de 200 mil dólares de cachê que havia amealhado da revista Playboy.

   Luma foi colocada como colaboradora oficial da campanha de Lula, com 27 mil reais. A generosa quantia está registrada na última versão da prestação de contas da campanha do PT, em 25 de novembro de 2002. Divulgada a contabilidade, ficou-se sabendo que a modelo fora a maior doadora individual da campanha vitoriosa do Lula.

   Mesmo com todos estes agrados, Eike não foi convidado para a concorrida cerimônia de posse do petista. Luma recebeu convite, sem direito a acompanhante. Solidária com o maridão, preferiu não ir.

   A fraude está na origem do PT.

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