brasil no ponto de inflexão... |
Atento às propostas de reformas
estruturais do Governo Temer,
na espiral de cinismo das elites
no ataqueaos direitos sociais
e trabalhistas.
No
jargão popular diz-se que o ponto de inflexão é o momento que se inverte o
sentido das coisas. Na conjuntura
política, os brasileiros foram as ruas desde junho de 2013, lutando por
melhoria nas condições dos serviços públicos ofertados, principalmente nas
áreas da saúde, educação, segurança e saneamento básico. Na memória de todos
ficou a frase “não é só R$0,20”, “queremos serviços padrão FIFA”, e,
substancialmente se descortinou o “maior escândalo de corrupção” com a
“Operação Lava Jato”. O brasileiro médio foi surpreendido por escandalosas e
rumorosas transações entre o setor público e setor privado.
Daí,
a inflexão das demandas sociais, com os panelaços e multidões nas ruas
avalizando as bandeiras de “combate à corrupção”, condenação irrestrita aos
envolvidos, e, finalmente, o impedimento de Dilma Rousseff. O resultado
concretizou-se com sucessivas tensões políticas e econômicas na condução de um
errático governo de transição sob a batuta do PMDB, com Michel Temer na
Presidência da República.
Na
transitória condição de Presidente da República combalida pela crise econômica
que se aprofundava, o descrédito dos setores sociais com a classe política,
pessimismo nas expectativas com relação ao futuro do Brasil, sua posse tinha
como objetivo resgatar a credibilidade política e otimismo econômico.
Comumente,
as promessas de transição são toleráveis, tal como de um Presidente eleito, com
uma carência típica de governantes eleitos, ou seja, no mínimo seis meses para
que a nova ordem seja restabelecida, e, suas ações políticas repercutam na
economia e nas instituições. O que se vê na atualidade é uma degeneração rápida
conjugada com a degradação ética deste governo interino.
No
contexto da articulação política, a aliança PT-PMDB se desfez pelo rompimento
do apoio passivo de parte do PMDB, e, nova aglutinação de forças em torno da
conjuração das forças opositoras, consagrando a coligação PMDB-PSDB, com
partidos políticos satélites, tais como, PP-PSD-PR-PPS-PSB, as maiores siglas
atuaram como pilares para uma nova agenda na política e economia nacional, com
vistas a superação da crise, reversão da expectativa negativa e retomada do
crescimento. A utópica construção
política ventilada pelas novas forças governistas (sic) era construir uma
“ponte para o futuro” com resultados positivos na economia no final de 2016, e,
novo ciclo em 2017.
Diz-se
que governos devem atuar sempre norteando as ações de seus governados, a agenda
proposta por Michel Temer e Henrique Meirelles, indicava o combate a crise
fiscal, com ajuste estrutural das contas públicas, tornando mais transparente as
contas públicas, demonstrando as necessidades fiscais do Estado brasileiro,
sem, contudo, usar a velha fórmula
aumentar impostos. O que se desvelou, um colapso fiscal que se espraia do
Governo Federal aos governos municipais.
No
que tange às políticas sociais, o governo federal retomou a agenda conservadora
de reformas estruturais revigorando o discurso neoliberal, fruto do grave
desarranjo nas contas públicas e deterioração do “estado de expectativas” do
mercado e empresariado nacional e internacional. Não se trata de melhorar a gestão pública (e
o governo), mas reduzir seus custos, reconfigurando suas operações orientadas
pelo mercado.
As
circunstanciais debilidades do Governo em transição, sob a batuta de Michel
Temer, ao lado de um cansaço social, fruto de inúmeras e difusas manifestações,
pretendia aumentar a capacidade de gestão do Estado brasileiro, aumento sua
legitimidade governamental junto ao empresariado, trabalhadores e sociedade em
geral.
Porém,
as previsões sombrias e lúgubres de contração do PIB, desemprego resiliente e
queda das expectativas com pessimismo generalizado entre empresários,
consumidores e agentes econômicos, potencializa a sanha conservadora,
acelerando a agenda de reformas estruturais. A temeridade com o previsível se
concretizou na PEC do Teto de Gastos por 20 anos, Reforma da Previdência com
contribuição e idade mínima, e, corte nos gastos sociais em todos os níveis.
Se
a história se repete como farsa, no caso do lulopetismo e suas escaramuças e
desvios éticos culminando na queda de Dilma Rousseff, a tragédia se concretiza
no Governo Michel Temer,
resultando na supressão de direitos sociais e trabalhistas, e, por assim
dizer, o futuro de uma geração que
sofrerá as agruras das duras reformas estruturais.
Se
relembrarmos as primeiras manifestações de junho de 2013, um cidadão incauto e
desavisado ficaria ruborizado diante da ingenuidade dos vinte centavos!!!
A
temeridade econômica, perversidade social e falta de sensibilidade política do
atual governo, continua produzindo
desalento conjuntural com desarranjo estrutural somado a mediocridade da
representação política. Um cenário fatídico sem precedentes para republiqueta!!!
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