A sugestão do presidente do Brasil, recente, de que o
brasileiro deveria fazer cocô dia sim, dia não, mexeu com a comunidade
acadêmica norte americana e com o EPA
– Environmental
Protection Agency, a agência de proteção ambiental daqui.
A
profundidade da declaração foi tamanha ao ponto de induzir a assessoria direta
de Donald Trump a montar um grupo de estudos para verificar a viabilidade do
novo hábito nos Estados Unidos. Depois de algumas horas chegou-se a conclusão
de que aqui não produziria nenhum efeito concreto, pois 99% dos membros da
população são atendidos por redes de saneamento básico.
Mas, no Brasil, onde o saneamento básico atende a
metade da população, a medida teria impacto considerável. Para uma população de
210 milhões de habitantes, adotado o princípio do rodízio, dia sim e dia não,
haveria num mês 15 x 210 milhões a menos de material cloacal.
Estudos iniciais mostram que se fosse decomposto o
material cloacal por categoria de produtor, os números podem ser mais precisos.
Por exemplo, os veganos produzem material mais bio degradável. Consumidores de
produtos açucarados produzem enzimas com maior poder de corrosão. Alimentos
mais salgados, por outro lado, produzem material mais hidratado visto que o sal
retém água. Desta genial ideia presidencial poderíamos ter soluções para novos
métodos de adubação e correção do solo para a agricultura. Isto se observarmos
apenas na perspectiva ambiental.
No outro lado, econômico, os desdobramentos são
outros. Cairia a venda de papel higiênico em 50% por cento, mas cairia também a
derrubada de árvores na Amazônia, visto que diminuiria a necessidade pela
celulose. Diminuiria, comprovadamente, também o consumo de água, pois a mesma
fórmula de 15 dias x 210 milhões de habitantes deixaria de puxar a descarga. As
reservas de água não chegariam ao nível crítico e as chuvas poderiam ser mais
escassas. As companhias de água nos
Estados, como SAPESP em São Paulo, CASAN em Santa Catarina, CEDAE no Rio de
Janeiro, perderiam receita. O valor de suas ações cairia na Bolsa.
Paulo Guedes, ministro da economia, liberal clássico,
chegou a vislumbrar a RolhaBrás, uma estatal para
disciplinar a vida dos brasileiros. Mas, desistiu. Seria mais uma estatal para
privatizar. No entanto, viu a medida como uma oportunidade para investidores
estrangeiros interessados no que os economistas chamam OUT PUT, ou seja, o
produto final.
Na Academia Brasileira de Letras, fez-se um estudo
comparado, às pressas, com as expressões relativas à sugestão presidencial.
Fecal, fezes, cocô e merda são sinônimos. Em inglês nós temos
a expressão: Boy, go to make shit behind the bush. Quer dizer: Menino
vá cagar no mato.
Antropólogos e sociólogos entendem que o presidente,
quando estudava na Academia Militar, teria sofrido influência semântica de
algum romancista do século 19 quando procurar fazer atrás da moita era comum.
Talvez alguma passagem Henry David
Thoreau, um dos primeiros americanos a se preocupar com o ambientalismo.
O fato é que o presidente
provocou uma grande discussão ecológica cujos efeitos serão debatidos no Clube
de Paris e na ONU.
Se os países que não possuem
rede de saneamento básico completa, adotarem a recomendação do presidente do
Brasil, haverá uma mudança imediata nos índices de poluição orgânica mundial. Save the Planet. Shit Less. Day
Yes, Day No.
Por último, duas constatações:
O cocô antes de chegar à Natureza, fica alojado na parte intermediária do ser
humano e dos mamíferos em geral. No estômago. Esta região entre os membros
inferiores e superiores. Por outro lado, no camarão, fica na cabeça. E nem por
isto o camarão deixa de cumprir suas funções crustáceas. Ou seja, merda na
cabeça é uma possibilidade existencial.
A grande expectativa aqui em
Washington é quando da primeira reunião social ou formal, algum curioso
perguntar ao novo embaixador brasileiro:
- Please, can you explain your father’s new ecological
plan about shiting day yes, day no?
Nenhum comentário:
Postar um comentário