por Marcos
Bayer
Palavras rápidas e singelas para expressar o momento político
de Santa Catarina. Para quem não sabe o desenho animado Top Cat – O Manda Chuva
– fez parte da infância da minha geração.
O Manda Chuva era um gato, brilhante gato, com ideias
geniais para um tipo de vida. Vivia num grupo em companhia de Batatinha,
Bacana, Gênio, Chuchu e o Espeto. Além do Guarda Belo.
O nosso governador lembra o Bacana. Aparentemente,
tudo sempre numa boa. Diz que foi eleito para cuidar dos catarinenses. Ainda
bem que não cuida, pois correríamos o risco de morrer sem ar, por falta de
respiradores.
Sua Excelência foi eleita por 71% dos votos válidos,
não porque era ele o candidato. Ele mesmo admite. Mas, porque a sociedade
catarinense queria enterrar políticos acostumados aos desmandos, às facilidades
indecentes e aos atos de corrupção. Até a tentativa de nomear um desembargador
embargável, tentaram.
Sua Excelência ganhou a oportunidade única em sua vida,
de salva-vidas, para salvar vidas.
Montou com zelo uma Controladoria incapaz de controlar
a si mesma. Escolheu a dedo, auxiliares imediatos, sob o crivo rigoroso de
olhos militares.
Ensaiou discurso da Nova Política. Trancou-se no
Palácio da Agronômica e nem o Controlador tinha o número de seu telefone
pessoal. Aparentemente era um governo de mudos. Cegos e surdos.
Fez-se a compra de R$ 33 milhões de reais, entre
outras, com pagamento adiantado para respiradores que não chegaram.
Roubo, tentativa de roubo, compra de atrapalhados ou
outro denominativo, não tipificado no Código Penal? Não sei. A sociedade ainda não sabe. Mas, uma pessoa
sabe: O governador. Ele sabe o que ocorreu.
A História em sua grandeza, não produziria mais uma
dúzia de Brutus em vão! Não, não produziria. Para cada Brutus, há que ter um Júlio
César.
Enquanto alguns estão na cadeia, uma CPI na Assembleia
Legislativa tenta esmiuçar o caso. O processo deve subir ao Superior Tribunal
de Justiça onde se ajustam tempo e perfeição.
É neste confronto entre o governador e o Bacana que
balança a sociedade catarinense.
Devemos acrescentar que para colorir este episódio
escuro da História de Santa Catarina, o governador bacana colocou na Casa
Civil, o segundo homem de Esmeraldino quando lá na Secretaria de Desenvolvimento
Econômico. Esmeraldino, o portuário.
Amândio, o novo braço direito do governador, também é
bacana. Tem amigos bacanas, entre eles alguns chamados à CPI
por conta de ligações dúbias entre o governo e o governador. Explicou-se, o
amigo Samuel, que falava ao telefone com o governo.
Ora, para falar com o governo é preciso um aparelho
PABX com mais de 150 mil ramais. Não se fala com o governo, mas com alguém dentro do
governo.
Por enquanto, temos duas imagens: Uma de um governador
tenso, com a boca seca, gesticulando muito durante a entrevista coletiva
comentando a citação de seu cargo nas gravações apreendidas pela polícia.
A outra, dele, o bacana, sentado na poltrona, sorridente
na sala do Palácio, depois de receber a notícia que o processo iria para Brasília.
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