Aquele que perdeu o crédito morreu para o mundo. (Provérbio Inglês e Alemão)
Na republiqueta brasileira, o ano legislativo começa com relativo atraso no calendário, afinal de contas, os parlamentares eleitos para representação nas Casas Legislativas necessitam sentir a pulsação de suas bases (sic).
O cenário político-institucional em 2016 foi conturbado, com elevação do grau de rejeição da sociedade diante da degeneração ética de partidos e seus representantes. A capilaridade da corrupção no aparato estatal e ramificações nas promíscuas relações entre o público-privado, ampliaram a abissal rejeição da classe política brasileira.
Na conjuntura de crise econômica, combinando recessão, desemprego, perda do poder aquisitivo, e, por assim dizer, falta de uma janela de oportunidades para o futuro, transformou os esperançosos brasileiros, em céticos e ranhetas de ocasião. O colapso fiscal de Estados e Municípios soterrou todas as esperanças no processo eleitoral, composto por um quadro partidário amplamente envolvido nos desvios de recursos e apropriação do aparato estatal para enriquecimento privado. Enquanto a classe política exige sacrifícios da população em geral, as regalias e aumentos polpudos das benesses, alavancam a remuneração dos representantes políticos.
A eleição de mesas diretoras, com presidentes e secretários nas casas legislativas do Planalto Central à Planície litorânea, segue o mesmo padrão, independente de ideologias e agremiações partidárias, garantir poder e recursos, garantindo espaço para exercício de traficâncias dos representantes parlamentares no “presidencialismo de coalizão”. O resultado que destrona qualquer esperança para os militantes e eleitores que depositaram sua confiança: ter um partido e seus representantes eleitos com altivez e autonomia diante do poder executivo. O autoengano produzido na corrompida democracia representativa brasileira foi revelado pelos sucessivos escândalos de corrupção: o eleitor é uma engrenagem funcional que legitima essa engrenagem sem lastro ideológico e base social.
Daí, a constituição de mesas ecléticas submete legislativos subservientes ao Poder Executivo, todos irmanados na defesa corporativa da coligação/partido que detém o controle do poder incumbente do momento. O que dizer da mesa eclética da Assembleia Legislativa de Santa Catarina? Que tal as Câmaras Municipais que elegem mesas diretoras com acompanhamento do poder executivo municipal? No caso do Congresso Nacional da Republiqueta, todos os partidos políticos lutam encarniçadamente por espaços na mesa diretora da Câmara de Deputados e Senado Federal. Qual o princípio ou padrão ideológico que norteou a negociação?
Neste momento, o descrédito da população em geral com os seus representantes, independentemente de partido político é apenas um gota no oceano de indignação das negociatas e cooptações que mantém os privilégios, afastando definitivamente o representando dos seus representantes.
Com trinta moedas, uma secretaria ou ministério, alguns cargos de segundo e terceiro escalão, a classe política demonstra com transparência sem precedentes que continua não valendo nada. E ainda quer impor ao cidadão pauperizado toda sorte de sacrifícios diante de uma crise econômico-social sem precedentes.
Tais mesas ecléticas, comemorada em prosa e versa por colunistas “chapa branca”, gestores autoritários e oportunistas, indica que, na falta ética e princípios, todos as ratazanas estão à mesa. Por isso, a canalha política sumiu das ruas e das praças, não por vergonha, mas por medo!!!
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