Charge satiriza disputa entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa |
“É preciso conhecer o mal para poder combate-lo” (Breviário dos Políticos. Cardeal Mazarin, Século XVII)
O reformismo progressista no período do lulopetismo se esfrangalhou no tropeço ético do Partido dos Trabalhadores associado a traição da aliança corrupta pemedebista, com gravitação de um plêiade de partidos sem lastro social e histórico de lutas. O autodenominado “centro democrático” busca desesperadamente alternativas para lançar um “político novo”, um “outsider” para dar continuidade na agenda de reformas conservadora-liberal com um lustro em torno da meritocracia, Estado Mínimo e desmantelamento das políticas sociais inclusivas, tal como preconizado na Reforma Trabalhista aprovada, e, Reforma Previdenciária que subiu no telhado da política brasileira.
Neste enredo de degeneração ético-politica, se potencializou a maior “recessão econômica”, com travamento dos investimentos públicos e privados, elevação do desemprego estrutural (algo em torno de 12%), com aumento da informalidade na combalida economia brasileira, com índice de subutilização que atingiu 23,6% da força de trabalho, acima do registrado no ano de 2016 (22,2%), segundo dados da PNAD contínua do IBGE.
Os últimos dados econômicos, com crescimento lento e gradual, sem ampliação do emprego e elevação da renda, ainda que, com nível inflacionário relativamente abaixo da meta anual de 4,5%, e, uma nova indicação de redução da Taxa SELIC para março de 2018, colocando no patamar de 6,5% ao ano, significando a menor taxa histórica desde 1996, não traduzem uma potencialidade dos candidatos do “centro democrático-liberal” – Henrique Meirelles, Rodrigo Maia, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e Michel Temer.
A sociedade brasileira continua desconfiada em torno da agenda de reformas, suspensa pela intervenção federal no Rio de Janeiro, desalentada com o cardápio de candidatos e coalizões partidárias, traduzido na desesperança em relação ao futuro do país. Entre simulações e dissimulações, se alastra a precarização, empobrecimento, desigualdade e violência, em virtude de uma classe política que deseja manter privilégios às custas de trabalhador@s miseráveis.
Na “terra brasilis”, no início do século XX, Hermes da Fonseca venceu a disputa contra Rui Barbosa, criando uma grande fratura política entre os civilistas (apoiadores de Rui Barbosa) e os hermistas (militares do jovem oficialato). O seu governo ficou marcado por sucessivas intervenções contra as oligarquias do Norte e Nordeste brasileiro, também conhecida como “Política de Salvações” contra a corrupção dos Estados, colocando militares nos governos locais em substituição aos caciques políticos regionais. Também ficou conhecido como “Dudu da Urucubaca” em virtude de ser um “sargentão sem compostura” e azarento, dado os acontecimentos que permearam sua gestão.
Talvez, a recorrência política na história brasileira, traduza o espectro do nosso presidente impopular, como um “vampiro neoliberalista”, vaiado em prosa e verso nas arquibancadas da passarela do samba na Marquês de Sapucaí, cercado por ministros que sofrem de “traumatismo moral”, que recorrentemente levam o Brasil para a “pindaíba” do rebaixamento das agências de risco e abismo econômico-social.
Assim, @s brasileir@s que se preparam para mais uma eleição presidencial não poderão choramingar seu infortúnio se não acordarem para necessidade de um projeto de salvação nacional. Nada adianta maldizer os políticos e sambar no jogo do atual quadro partidário, caso contrário, continuaremos lembrando a marchinha de Hermes da Fonseca: “Ai, philomena. Dudu tem uma casa. Que nada lhe custou. Porque nesse “presente”. Foi o povo quem marchou. Ai, philomena. Eu me arrependo. De não ter ido ao caju. E não ter vaiado. A saída do Dudu.”
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