Publicado em janeiro de 2010 em: Relatos de Viagem pela Riviera
Andando perto do porto de Nizza, hoje, me deparei com uma placa indicando o local de alistamento para a Legião Estrangeira. Imediatamente me remeti a minha juventude quando tive uma "desilusão amorosa". Fiquei sem rumo e pensei até em ir a Montevidéu me alistar na Legião Estrangeira Francesa. Começar uma vida nova. Isso que a minha vida não tinha nem começado (rs).
A Legião é uma unidade militar da França, criada no século XIX, atualmente é uma tropa de elite. Tinha como objetivo defender os interesses e as colonias da França em qualquer lugar do mundo. Ficou famosa por recrutar estrangeiros desiludidos da vida em busca de aventura e dinheiro. Vários filmes retrataram a Legião em operação na África, Oceano Pacífico, América do Sul e Caribe.
Uma das vantagens é que ao se alistar, o novo legionário vira um número e assume outra identidade. Deixa o passado para trás. Até hoje ainda funciona assim. É a organização mercenária mais famosa do mundo.
Acho que não perdi nada.
Passeio matinal pela vieux Nizza
Hoje resolvi explorar mais profundamente o centro antigo de Nizza. Le vieux Nizza como chamam aqui. Terminei minha corrida e, no final da Promende des Anglais, entrei no mercado de flores, frutas e peixes e me embrenhei pelas dezenas de ruelas estreitas que formam a parte mais antiga da cidade.
Pequenas lojas de souvenirs, bistrôs, casas de vinhos, alguns pubs e muita gente andando e entrando nas lojas logo cedo. Na verdade a maioria estava abrindo, 10 horas da manhã e frio de 11 graus. Frio seco com dia de sol.
Ao dobrar a primeira esquina topei com uma casa de vinhos. Um espetáculo à parte. Uma viagem por regiões da França e de outros países do mundo través de garrafas, rótulos e fotografias.
Ao entrar, a famosa fotografia "Menino com garrafas" (na Rua Mouffetard, em Paris, 1954) de Henri Cartier Bresson, me chamou a atenção. Adoro essa foto.
Depois percebi que estava dentro de um grande tanque de vinhos. Uma parede inteira era um tanque de metal com "escotilhas" e torneiras abaixo. Coisa de louco. Não entendi direito como funcionava quela "máquina" antiga da bebida. Tentei explicações com o atendente mas o meu francês me traiu e entendi pouca coisa do que falou. Falei merci, au revoir e saí com cara de satisfeito. Vou voltar com meu genro para que me explique direitinho.
Na saída vários cartazes antigos de propaganda de abssinto, hoje proibido na França. Em um dos cartazes pintura de Paul Gauguin em uma mesa degustando sua bebida favorita e que, junto com a sífilis, o levou à loucura e à morte. Acho que existiam algumas garrafas de abssinto "perdidas" entre as garrafas de vinho. Voltarei para conferir.
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