"De noite morto de cansaço, só conseguia me rrastar até um desses cafés antigos, o Central, o Landit Mann, o Hawelka, o Frauenhuber, que pareciam cenários da Belle Èpoque, para comer um wiener schnitzel, a versão austríaca do bife amilanesa que a tia Alberta fazia com um copo de cerveja espumosa". (Vargas Llosa em seu livro Travessuras da menina má)
Lembrando Vargas Llosa entendi imediatamente o que o nosso chauffeur de táxi dizia sobre o mais tradicional prato da cozinha austríaca, o wiener schnitzel!
Vamos combinar pessoal, a questão do idioma aqui pega de verdade. É muito diferente das línguas latinas. Nem um ouvido preparado e a boa vontade do viajante consegue entender os sons devido a profusão de consoantes indecifráveis!
Aparentemente grosseira e pesada, a fala alemão não corresponde a atitude dos austríacos sempre extremamente atenciosos, educados, tentando se fazer entender e ajudar em todas as situações. Não foram poucas as que vivemos. A começar pela chegada conturbada em Viena.
Para começar o nosso senhorio que deveria estar nos esperando no prédio onde alugamos um duplex, pelo Booking.com, simplesmente desapareceu. Pedimos ajuda a um motorista de táxi que estacionou a nossa frente e se dirigia a um boteco na esquina onde vários taxistas se reuniam e jogavam cartas.
A pessoa simplesmente deixou de lado seus afazeres para dedicar-se a nos ajudar, inclusive usando o seu celular para contatar o proprietário do apartamento. A ligação para o número de emergência que constava no site do Booking.com, caia sempre em um fax.
Sem carga na bateria do meu celular e consequentemente sem internete, fiquei num mato sem cachorro. Não conseguia me mexer para solucionar o problema.
Depois de um tempo, esperando na rua onde a temperatura começou a cair drásticamente, resolvemos procurar um hotel para passarmos a noite.
Caminhamos até uma grande avenida e perguntamos a um rapaz onde havia um hotel pelas redondezas. A essas alturas o meu curso de mímica e minha proeficiência em portumão rendiam ao máximo. Respondeu em inglês - aqui todos tem o inglês como segundo idioma - que não sabia mas que iria procurar no celular...imediatamente. Um casal de meia idade que passava pelo local interveio e nos indicou amavelmente o endereço do Amedia Hotel na Landstraßer Hauptstraße 155, 03. Landstraße, 1030 Viena, entenderam???!!!!
Cansados, nos instalamos no Amedia e dormimos como pedra. Na manhã seguinte, dia maravilhoso de sol, me dediquei a habilitar o celular para internete e conhecemos o centro de Viena. Mapa na mão e pé na estrada.
Centro de Viena repleto de gente no domingo |
A primeira impresão da cidade foi maravilhosa. Com cerca de 2 milhões de habitantes Viena tem grandes avenidas com calçadas e ciclovias, praças e parques (são 2 mil na cidade) urbanizados e limpos. Muito verde e transporte urbano à vontade, ônibus, trem de superfície e metrô todos integrados. Passagens se compram em guichês de estações ou em máquinas instaladas por toda a cidade. Poluição visual zero, assim como as cidades italianas que visitamos. Viena é considerada uma das melhores e mais interessantes cidades do mundo para se viver. A Áustria tem o melhor IDH e é um dos países mais ricos em PIB per capita.
Goulash delicioso |
A culinária austríaca é de dar água na boca...rs. Desde que deixamos a Itália e entramos na Áutria comemos super bem. Em um restaurante de Villach, onde fiquei cerca de três horas, pedi um Goulash acompanhado de purê de maçã com raiz forte, coisa de comer de joelhos. Aqui em Viena não foi diferente. Tudo tem sabor, é bem apresentado e servido quente. Se come super bem por 30 euros por pessoa incluindo vinho ou birra.
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