quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O outro


Do filme Being There sobre..."a vida é o estado da mente
por Marcos Bayer
   
   O outro é máximo da possibilidade humana. Um não se completa senão no outro. O quadro pintado será legitimado pelo olhar atento do outro. A música será ampliada pelos ouvidos de muitos outros, assim como o texto será pelos olhos de tantos mais.
   O amor se manifesta somente no outro. Esse tal de amor-próprio que tanto reverenciam, aqui e lá, nada mais é do que cuidado solitário. Uma ficção linguística para esconder a dor. A dor da ausência. A inesgotável capacidade humana para criar e dar continuidade à raça se funde na eterna percepção do outro.
   Eu te vejo nos meus olhos e me vejo nos teus. Troca santa de sentidos faz do homem oportunidade monumental. Tato milenar e industrial.
   Enfermo e dor recebe compaixão e prolonga a vida. Eu fundamental em quem me sabe e sente existência atemporal.
Ondas e curvas físicas ou meta físicas, harmonia conceitual.
Ondas do mar que quebram com as ondas cerebrais.
Movimentos internos conduzem todas as energias vitais.
Talvez por isto cante o poeta: For me there is no one but you...
   O momento da percepção do outro é o máximo da possibilidade humana.
   

   E não há outra hipótese, senão esta...


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