Ige D'Aquino. O Ige. Artista plástico mundano de Belo Horizonte, depois de passar alguns tempos por Londres, Lisboa, Florianópolis e Estônia acabou esquentando banco em Itú, São Paulo. Irmão do Lengo, do Nenê e companheiro da doutora Márcia Denise, nossa amiga e companheira de militância no movimento estudantil durante a ditadura militar.
Ige, de colete preto, na redaça do Novo Jornal |
Ige apareceu pela redação e acabou responsável pelo projeto gráfico e pelas capas do jornal. Foi o primeiro ilustrador a ter um trabalho em "policromia" pulicado em um jornal por aqui. O Novo Jornal foi o primeiro jornal a cores de Florianópolis.
Auto-retrato |
O Mágico. Quadro que me retratou. |
A última vez que nos encontramos foi por acidente. Acredito que fazem uns quatro verões. Perto da meia-noite caminhava eu pelo final da Av. Pequeno Principe, no Campeche, em busca de um bar aberto para tomar uma "última" saideira.
Capa do Novo Jornal. 1983. |
Quando chegamos à luz nos percebemos amigos. Era o Ige. Não nos víamos há anos. Bem...faltou bar para uma última saideira. Conversamos, rimos e viajamos até de manhã. O Ige gostava muito das mágicas com moedas que eu fazia. Sempre que nos encontrávamos me pedia para fazer e falar a frase: "Não é truque nem magia é pura habilidade manual". Ele gostava disso!
Dono de um mundo psicodélico, criativo, com uma
mitologia própria, novidadoso e em constante transformação, era generoso comigo e sempre me convidava a compartilhar o seu mundo. Eu ía! Viajava com ele! Viajamos muito! Coisas prazeirosas, alegres e vivas! Tinhámos o mesmo bom gosto pela química!
Acho que não vou levar em consideração a triste notícia que recebi hoje de manhã, de que o Ige teria morrido nesta madrugada.
Não nos víamos mesmo, eu aqui e ele lá em Itú, vou continuar lembrando do amigo como sempre. Saindo da sombra e me convidando a viajar pelo seu mundo maravilhoso.
Que amigo querido!
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