Quem tem história não se perde por aí...belo texto e bela história.
Ao texto adicionei este vídeo da "Marcha de Las Malvinas" que escutávamos diariamente nas rádios argentinas durante a guerra. Estávamos no Uruguay nesta época.
Por Jurandir Camargo
Lembra dessa, Canga?
Eu não sou muito bom de torcer pra Argentina. A última vez foi em 1982, e deu no que deu. Naquele ano, a disputa era com a esquadra da Inglaterra, um time tão ou mais preparado que os alemães de hoje. O técnico hermano era o Leopoldo, o Galtieri, aquele que só tinha uma estratégia: encher a cara e mandar atacar. Na verdade, o cara só jogou bola nas costas da torcida argentina.
Andava ali pela fronteira Artigas/Quarai/Libres/Uruguaiana com o Canga, o jornalista Sérgio Rubim, e foi inevitável entrar no clima da Guerra das Malvinas. Nós torcíamos ouvindo as transmissões da Rádio Belgrano, de Buenos Aires. A cada “comunicado de las fuerzas conjuntas” era um grito de gol: o time argentino estava vencendo de goleada.
Quando o Sheffield, aquele contra-torpedeiro inglês, levou um tranco da defesa argentina e foi posto a pique, como se tivesse tomado uma botinada do Mascherano achamos que a Copa, aliás a Guerra, estava ganha.
Puro engano. A esquadra argentina caiu antes das oitavas-de-final. Foi uma humilhação igual ou pior que os 7 a 1 que tomamos dos alemães. Os ingleses não só ganharam no jogo como ficaram donos do campo e da bola. As Malvinas viraram Falklands.
E o pior: quando os pibes argentinos voltaram pra casa, derrotados, foram recebidos a pedradas.
Então, pensando no que pode acontecer com os jogadores hermanos se a seleção argentina perder o jogo no domingo, decidi: vou torcer pra Alemanha mas quero que a Argentina ganhe.
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