sábado, 6 de setembro de 2014

Propaganda Canhestra

Por Eduardo Guerini
No canto da sala se esquivando
dos golpes baixos desferidos
 pelos governistas no afã
de manter seu projeto de poder.


   O início da campanha de Rádio e TV é o ponto de partida para muitas candidaturas na corrida por votos no pleito eleitoral. Em todos os níveis candidaturas/coligações, postulam cargos eletivos e representativos, buscando apoio popular em vistosas campanhas. Os grupos em disputa investem em programas tecnicamente apurados, com recursos do marketing político para conquistar a simpatia dos eleitores. 

   O foco central vincula candidatura/coligações as pessoas que se apresentam ao eleitorado – destacando um fenômeno já intitulado de “fulanização da política”. É justamente este enredo que destrói o que seria crucial no processo político, uma campanha em torno de propostas, resultado das necessidades reais, não imaginárias de uma pessoa que se candidata por um partido ou coligação.

   As peculiaridades dos fatores que elevaram historicamente a rejeição da classe política é determinante/determinado pelo abandono das bandeiras programáticas das siglas partidárias, pautadas pelo crivo do viés ideológico que defendiam. Quando a coordenação política de uma campanha passou ao controle desmedido dos profissionais do marketing eleitoral – os produtos se parecem homogêneos e os resultados são idênticos – as propostas se transformaram em promessas, na maioria dos casos irrealizáveis, e , são transformadas em sonhos de consumo projetados no processo de midiatização da política.

   Os eleitores-consumidores, no afã de buscar respostas às legítimas demandas para sua realidade miserável, na sociedade brasileira que necessita abertura e pluralidade, governada por sistemas democráticos aparelhando as instituições do Estado, como mecanismo de correspondência aos anseios da comunidade em geral.

   Na atenta leitura das propostas e programas das candidaturas- seja no plano federal ou estadual, para cargos majoritários ou proporcionais, se repete costumeiramente a prática nefasta de ludibriar a sociedade com ideias gerais sem nexo com o mundo real. No script fantasioso, ambicioso, distante do mundo da gestão pública que vivenciamos – sem recursos, sem funcionários públicos de carreira e sem projetos viáveis, o cinismo e cretinismo determinam uma campanha despudorada. Tudo não passa de mera formalidade burocrática.

   O desencantamento e afastamento do cidadão no processo eleitoral é um sintoma drástico da crise de legitimidade e representatividade da classe política que insiste em projetar uma imagem desfocada e distorcida da realidade brasileira. O vaticínio resulta no surgimento de candidatos messiânicos e super-heróis que são turbinados pelos intere$es dos financiadores.

   Nesta campanha canhestra, nada mais explícito que os “golpes baixos” desferidos pelos governistas de plantão, o resultado ideal seria encaminhar para o “ostracismo” e “esquecimento” aquela horda de sabujos da politicagem.

   Terá o cidadão brasileiro capacidade de produzir uma nova lógica na política brasileira???

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