por Emanuel Medeiros Vieira
“A vida é uma ponte,
não tente construir a sua casa sobre ela” (Buda)
Conseguiremos colocar nossa mente no espelho da eternidade,
como pedia Santa Clara de Assis? É um tempo de tantas “verdades”. Serão
verdades? Dogmatismos, fundamentalismos, xingamentos, maniqueísmos.
Já fiz essa pergunta: a
internet acelera a comunicação, mas consegue aprofundá-la?
Fama, poder, glória. O que isso significa?
Estarei sendo claro?
Apesar de tantas possibilidades tecnológicas, há um
sentimento socializado de “solidão”, de afastamento entre os homens. E desesperança.
Violência.
Mas estamos aqui. Ainda vivos. Estamos preparados para
enfrentar “a terceira margem do rio?”
É o que o meu pai pedia aos seus filhos: “estejam sempre
preparados”.
É possível? E acrescentava: “não subestimem a força do Mal”.
E ele acreditava sinceramente na vitória do Bem. E todas as vezes em que
subestimei tal força (do Mal), quebrei a cara.
Falta-me clareza. É preciso buscar uma fonte de águas limpas
na linguagem e não estou conseguindo. E acabo tecendo meditações meramente ordinárias, parecendo
uma filosofia de botequim.
Será que – crendo que cumpro uma Missão – busco evangelizar (num sentido laico)?
“É o velho moralista escrevendo”, ri o promotor interno. Quem sabe. Que Missão? Tudo já foi dito? E publicam-se
livros e mais livros. Já existem mais escritores do que leitores?
A arte é um caminho de salvação? Ela “não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver”, dizia o pintor
Paul Klee.
Acaba sobrando – como valor a ser alcançado diariamente - a autenticidade. Sempre. Só posso pedir
que o outro creia em mim, se previamente eu acredite fundamente no que digo (e
faço).
Meditações ordinárias...
(Brasília, agosto de 2016)
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